Eu estava de pé na varanda da nossa suíte. Enquanto Matteo andava de um lado para o outro no quarto resolvendo alguns problemas da vinícola com Andrei. Meu coração estava pequeno com essa viagem de última hora de Teo. Saber que ele estava ao alcance da mão, fazia toda a diferença para minha sanidade mental. Foi uma semana atípica, se eu tomo como referência a minha antiga vida tão sem complicações e sem alterações significativas. As maiores aventuras da minha vida eram vividas nas páginas de livros, ou em uma tela. Seja como for, meus pés estavam sempre firmes no chão. Agora, parecia que tudo estava fora do lugar, exceto Matteo e eu. Nós juntos éramos a única coisa certa nisso tudo. O nosso amor era o que dava sentido a toda essa bagunça na qual estávamos mergulhados. E valia a pena. Deus! Como valia.- Odeio ter que deixá-la sozinha. – a proximidade da sua voz me tirou dos meus pensamentos. Ele me abraçou por trás e descansei minha cabeça em seu peito.- Eu não ficarei sozinha, queri
Eu caminhei animada para o terraço para esperar o meu café-da-manhã. Era tarde para isso, mas eu nunca abria mão de tomá-lo. Eu podia até pular o almoço, mas não a primeira refeição. Era como se o dia não tivesse começado sem ele. Não havia muito movimento de carros na empresa pelo que eu podia ver. Geralmente, quando Teo está em casa, vejo mais carros estacionados na frente. Além disso, era quinta-feira. As visitas à vinícola se intensificavam apartir deste dia da semana, mas eu não vi, nos últimos dias, movimento algum dos tradicionais passeios. Eu adorava interagir com os visitantes, embora isso tenha acontecido muito pouco até o momento. Primeiro por que eu estou aqui a pouco tempo, segundo por que eu tenho sido mantida enclausurada nos últimos dias por causa do repouso absoluto que a médica havia recomendado e também por questões de segurança. Eram pessoas vindas das mais diversas partes do mundo ou até mesmo de outras regiões da Itália. Para mim, que nunca fui uma viajante assíd
- Como eu disse antes, eu estou muito tranquilo com a maneira como vocês vêm lidando com a companhia. Apesar de deter uma parcela considerável de ações, não é um campo que eu pretenda explorar diretamente. Mas um investimento que tem se mostrado bastante promissor. No entanto, uma vez que vocês estão inserindo um novo nicho de mercado, eu quis ficar a par dos reflexos que isso vai ter na economia da empresa e no valor das ações. Confesso que não estava convencido de que era uma medida segura para os nossos negócios. Agora estou mais tranquilo com todas as informações e esclarecimentos que você me ofereceu.- Eu fico feliz e estou à disposição para qualquer dúvida que você possa ter. Vou providenciar para que você receba relatórios atualizados de cada passo que dermos nessa mudança.- Eu agradeço. Desde que as coisas estejam caminhando a contento, eu estou mais do que satisfeito e tê-lo à frente de tudo, meu amigo. – Disse a Robert Staton, atual presidente das Indústrias SDM. – Ah, e o
Giovanna - Eu a quero morta – foi a primeira coisa que eu ouvi. Nenhuma parte do meu corpo obedecia aos meus comandos. Nem mesmos as minhas pálpebras. Meu instinto de sobrevivência gritava para que eu reagisse e corresse para longe, mas era inútil. Tentei me concentrar nos sentidos que me restavam. A audição estava bem. Percebi. O olfato também. Eu podia sentir perfeitamente o cheiro de umidade, terra e mofo. - Você sabe muito bem que ela é o nosso bilhete dourado. Não podemos nos desfazer dela. – Era uma voz masculina agora. - Você está cansado de saber que eu não estou nessa pelo dinheiro. - Mas eles sim. Eles estão pouco se importando se você tem uma porra de uma dor de cotovelo. A Família quer resultado, entendeu.- E o que você quer?- Vingança. Isso é o que eu quero. Tenho a família daquele desgraçado comigo e isso é suficiente para destruí-lo, eu sei. Mas nós não estamos sozinhos nessa e eles não investiram seus recursos em vão. Eu os convenci de que estava fazendo um bom n
GiovannaA próxima vez que retornei à consciência, detectei de pronto o cheiro de mofo. Apenas por ele já sabia que permanecia no mesmo lugar onde havia despertado antes. Mas, dessa vez, havia também um perfume amadeirado, limpo, apesar do local. Então eu sabia que não estava sozinha. Alguém estava muito perto de mim – Finalmente. A respiração dela mudou. – disse uma voz grave. Pensei que a perderia. Será que ela pode me ouvir?Tentei engolir, mas era como se pregos descessem pela minha garganta. Precisava abrir os olhos e ver onde eu estava. Tentei, mas falhei à princípio. Ouvi outra voz. Desta vez, aparentava pertencer a um homem idoso.- Não tenho certeza se ela pode ouvir. Mas ela vai ficar bem. Estava desidratada, ficou muito tempo inconsciente, sem alimentar-se e sem tomar líquidos. O perigo maior foi a dosagem da droga que você deu para que ela apagasse. Mas agora ela está medicada. Basta mantê-la no soro e dar-lhe algum tempo. - Obrigado. Eu tenho todas as instruções para cui
Matteo- Nada - Sentenciou Tony ao terminar a chamada. E eu fui tomado por uma fúria sem precedentes. Cada item sobre a mesa foi parar no chão num piscar de olhos. O gesto abrupto foi seguido por uma infinidade de socos na madeira firme da minha escrivaninha. A dor era bem vinda. Eu estava a um passo de enlouquecer. Não. Eu estava completamente louco. Um par de braços envolveu-me por trás, mas continuei com meu impulso destrutivo. Não estava raciocinando com clareza. Um soluço abafado se ouviu. Demorou um pouco até que eu percebesse de onde vinha. Era de mim e não apenas do fundo da garganta. Vinha da alma. Exausto, desabei para o chão e Tony me seguiu, embalando-me em seus braços. Então, toda a insegurança que eu me esforcei em colocar para baixo, enquanto demonstrava força e confiança para a minha família e para a de Giovanna, ruiu como um castelo de cartas. Essa única palavra (nada) como resposta era uma sentença de morte. Depois de uma semana de buscas intensas e de investigaç
Luca Sartori Eu ainda estava em choque. Durante o vôo raso de reconhecimento das terras dos Mazza’s antes de aterrissarmos, de tudo que eu esperava encontrar, nada poderia ter me preparado para o que eu vi. Ela corria descalça pelo prado que separava as vinhas do complexo de prédios formados por três edifícios. Lembro-me vagamente da descrição de Demetrius... algo a ver com residência, escritório e armazém. Nesse instante, eu não poderia dizer qual era o quê, por que eu só conseguia pensar que eu tive uma visão da porra do Nirvana. A jovem usava um vestido com uma estampa floral azul que serpenteava em volta das suas pernas enquanto corria. Em sua mão esquerda, ela levava um par de sandálias e, na outra, uma pequena cesta. Primeiro chamou-me atenção pela graça com que corria, mas em um ponto seu coque, antes preso no alto da cabeça, desfez-se em longos anéis escuros em volta dos seus ombros, saltando enquanto corria. Depois, quando pedi para Max, meu piloto, se aproximar dela, deixan
Matteo- Então? – Perguntei. Não suportando mais nem um segundo sem saber.- Eles estão em uma propriedade a cerca de trinta minutos daqui. - Vamos lá – Tony disse – Vamos fazer isso.Saímos os quatro do escritório. Meus pais estavam na sala – Oh! Querido, onde você está indo? Teve alguma notícia? Não deveríamos chamar a polícia?- Não, mãe. Não tivemos nenhuma notícia. Vamos apenas dar uma olhada em alguns lugares que não fomos.Ela então reconheceu Sartori – Oh! Você não é Luca Sartori? Conhecemo-nos em um jantar beneficente há alguns meses.- Claro. Como poderia esquecer Sra. Mazza, Sr. Mazza.Ele cumprimentou meus pais e eu não podia suportar mais tantas amenidades. Eu só queria encontrar a minha esposa. O centro do meu universo. Minha mãe agradeceu pela sua presença na vinícola para ajudar nas buscas e eu rapidamente me questionei se ela ainda se sentiria grata se soubesse quem realmente era Luca Sartori.- Precisamos ir - eu disse e Luca se despediu rapidamente. Antes que alcan