- Como eu disse antes, eu estou muito tranquilo com a maneira como vocês vêm lidando com a companhia. Apesar de deter uma parcela considerável de ações, não é um campo que eu pretenda explorar diretamente. Mas um investimento que tem se mostrado bastante promissor. No entanto, uma vez que vocês estão inserindo um novo nicho de mercado, eu quis ficar a par dos reflexos que isso vai ter na economia da empresa e no valor das ações. Confesso que não estava convencido de que era uma medida segura para os nossos negócios. Agora estou mais tranquilo com todas as informações e esclarecimentos que você me ofereceu.- Eu fico feliz e estou à disposição para qualquer dúvida que você possa ter. Vou providenciar para que você receba relatórios atualizados de cada passo que dermos nessa mudança.- Eu agradeço. Desde que as coisas estejam caminhando a contento, eu estou mais do que satisfeito e tê-lo à frente de tudo, meu amigo. – Disse a Robert Staton, atual presidente das Indústrias SDM. – Ah, e o
Giovanna - Eu a quero morta – foi a primeira coisa que eu ouvi. Nenhuma parte do meu corpo obedecia aos meus comandos. Nem mesmos as minhas pálpebras. Meu instinto de sobrevivência gritava para que eu reagisse e corresse para longe, mas era inútil. Tentei me concentrar nos sentidos que me restavam. A audição estava bem. Percebi. O olfato também. Eu podia sentir perfeitamente o cheiro de umidade, terra e mofo. - Você sabe muito bem que ela é o nosso bilhete dourado. Não podemos nos desfazer dela. – Era uma voz masculina agora. - Você está cansado de saber que eu não estou nessa pelo dinheiro. - Mas eles sim. Eles estão pouco se importando se você tem uma porra de uma dor de cotovelo. A Família quer resultado, entendeu.- E o que você quer?- Vingança. Isso é o que eu quero. Tenho a família daquele desgraçado comigo e isso é suficiente para destruí-lo, eu sei. Mas nós não estamos sozinhos nessa e eles não investiram seus recursos em vão. Eu os convenci de que estava fazendo um bom n
GiovannaA próxima vez que retornei à consciência, detectei de pronto o cheiro de mofo. Apenas por ele já sabia que permanecia no mesmo lugar onde havia despertado antes. Mas, dessa vez, havia também um perfume amadeirado, limpo, apesar do local. Então eu sabia que não estava sozinha. Alguém estava muito perto de mim – Finalmente. A respiração dela mudou. – disse uma voz grave. Pensei que a perderia. Será que ela pode me ouvir?Tentei engolir, mas era como se pregos descessem pela minha garganta. Precisava abrir os olhos e ver onde eu estava. Tentei, mas falhei à princípio. Ouvi outra voz. Desta vez, aparentava pertencer a um homem idoso.- Não tenho certeza se ela pode ouvir. Mas ela vai ficar bem. Estava desidratada, ficou muito tempo inconsciente, sem alimentar-se e sem tomar líquidos. O perigo maior foi a dosagem da droga que você deu para que ela apagasse. Mas agora ela está medicada. Basta mantê-la no soro e dar-lhe algum tempo. - Obrigado. Eu tenho todas as instruções para cui
Matteo- Nada - Sentenciou Tony ao terminar a chamada. E eu fui tomado por uma fúria sem precedentes. Cada item sobre a mesa foi parar no chão num piscar de olhos. O gesto abrupto foi seguido por uma infinidade de socos na madeira firme da minha escrivaninha. A dor era bem vinda. Eu estava a um passo de enlouquecer. Não. Eu estava completamente louco. Um par de braços envolveu-me por trás, mas continuei com meu impulso destrutivo. Não estava raciocinando com clareza. Um soluço abafado se ouviu. Demorou um pouco até que eu percebesse de onde vinha. Era de mim e não apenas do fundo da garganta. Vinha da alma. Exausto, desabei para o chão e Tony me seguiu, embalando-me em seus braços. Então, toda a insegurança que eu me esforcei em colocar para baixo, enquanto demonstrava força e confiança para a minha família e para a de Giovanna, ruiu como um castelo de cartas. Essa única palavra (nada) como resposta era uma sentença de morte. Depois de uma semana de buscas intensas e de investigaç
Luca Sartori Eu ainda estava em choque. Durante o vôo raso de reconhecimento das terras dos Mazza’s antes de aterrissarmos, de tudo que eu esperava encontrar, nada poderia ter me preparado para o que eu vi. Ela corria descalça pelo prado que separava as vinhas do complexo de prédios formados por três edifícios. Lembro-me vagamente da descrição de Demetrius... algo a ver com residência, escritório e armazém. Nesse instante, eu não poderia dizer qual era o quê, por que eu só conseguia pensar que eu tive uma visão da porra do Nirvana. A jovem usava um vestido com uma estampa floral azul que serpenteava em volta das suas pernas enquanto corria. Em sua mão esquerda, ela levava um par de sandálias e, na outra, uma pequena cesta. Primeiro chamou-me atenção pela graça com que corria, mas em um ponto seu coque, antes preso no alto da cabeça, desfez-se em longos anéis escuros em volta dos seus ombros, saltando enquanto corria. Depois, quando pedi para Max, meu piloto, se aproximar dela, deixan
Matteo- Então? – Perguntei. Não suportando mais nem um segundo sem saber.- Eles estão em uma propriedade a cerca de trinta minutos daqui. - Vamos lá – Tony disse – Vamos fazer isso.Saímos os quatro do escritório. Meus pais estavam na sala – Oh! Querido, onde você está indo? Teve alguma notícia? Não deveríamos chamar a polícia?- Não, mãe. Não tivemos nenhuma notícia. Vamos apenas dar uma olhada em alguns lugares que não fomos.Ela então reconheceu Sartori – Oh! Você não é Luca Sartori? Conhecemo-nos em um jantar beneficente há alguns meses.- Claro. Como poderia esquecer Sra. Mazza, Sr. Mazza.Ele cumprimentou meus pais e eu não podia suportar mais tantas amenidades. Eu só queria encontrar a minha esposa. O centro do meu universo. Minha mãe agradeceu pela sua presença na vinícola para ajudar nas buscas e eu rapidamente me questionei se ela ainda se sentiria grata se soubesse quem realmente era Luca Sartori.- Precisamos ir - eu disse e Luca se despediu rapidamente. Antes que alcan
- Precisamos abandonar este carro e substituir por outro. Eu tenho certeza que eles têm como rastrear esse aqui – Eu queria falar, mas a fita que ele colocou na minha boca e em volta da minha mão me impediam. Eu não sei o que fez com que eu pensasse assim, mas eu acreditava que podia convencê-lo a me soltar se eu pudesse falar. Eu não tinha ideia de para onde eu estava sendo levada. Havia muito mato em volta e eu não reconhecia nada por aqui. Ele continuou dirigindo, agora em silêncio. Eu estava cansada. Muito cansada e assustada. Até hoje, meu raptor não havia usado de violência para comigo. Eu poderia afirmar que ele era até gentil. Insano dizer isso, mas dadas as circunstâncias, era a mais absoluta verdade. Hoje, porém, eu compreendi que ele não estava para brincadeiras. Ele havia me autorizado a andar pelo quarto e usar o banheiro quando eu precisasse nos últimos dias. Eu não aguentava mais ficar naquela cama. Minhas costas doíam o tempo todo. Tanto pela dureza do colchão velho e
Matteo- Inferno! – gritei. O desespero mais uma vez se fazendo presente. Impotente. Era assim que eu me sentia. Perseguimos o veículo que levava minha Giovanna por quilômetros, guiados por um dos homens de Luca que rastreava o veículo e nos passava as coordenadas. Em um determinado ponto, quando Luca anunciou que o carro não estava mais em movimento, fiquei novamente dividido entre o alívio e o medo. Aliviado por minha mulher não estar sendo levada para mais longe de mim e, consequentemente, eu estaria mais perto de resgatá-la. Medo, ao ruminar a possibilidade do automóvel ser abandonado e Jeremias fugir, levando minha esposa com ele. Constatar que a segunda afirmativa foi a verdadeira me deixou lívido. Tudo o que encontramos foi o veículo abandonado à beira da estrada. Luca ordenou que os seus homens vasculhassem todo o entorno, mais homens foram chamados para isso, mas infelizmente as possibilidades eram infinitas. Não sabíamos se ele estava por perto, se roubou outro veículo ou se