Capítulo 2

Ele tem um dragão cuspindo fogo tatuado na cara

Leonardo Ferrero não era bem o que Lily Rose esperava. Ele não era velho e não era feio. Jovem, bonito, musculoso e tatuado, seu paciente era bonito pra caralho. Mesmo estando deitado, era possível ver o quanto ele era alto, no mínimo deveria ter 1,85m. Ela tinha 1,60m.

A pele branca estava pálida como se ele não tomasse sol há um bom tempo. Sua cabeça estava raspada com um corte estilo militar, mas era possível ver que o cabelo que começava a crescer, era castanho escuro.

De camiseta branca, calça de moletom cinza claro e meias brancas, Leonardo tinha faixas de gazes enroladas nos pulsos para as algemas não machuca-lo.

Nos braços longos e musculosos, havia várias tatuagens de caveiras, anjos, demônios e símbolos da morte como esqueleto, foice e um ceifador cobria seu bíceps esquerdo que estava bem delineado pela manga curta da camiseta. E por último, mas não menos importante, seu paciente tinha um dragão cuspindo fogo tatuado na face direita.

Olhos verdes, nariz aristocrático bem reto, lábios ressecados, porém, carnudos, barba por fazer, e traços angulosos e másculos. O sorriso que revelou dentes brancos, brilhantes e alinhados, se desfez à medida que Lily não esboçava reação além de choque.

Leonardo ficou sério. Sua voz rouca e profunda, quase cavernosa, quebrou o silêncio constrangedor.

- Algum problema, Lily?

A forma quase imperceptível como ele pronunciou o nome dela com mais ênfase, fez Lily soltar a respiração. Ela forçou um sorriso que mal chegava nos seus lábios, e rezou para não gaguejar.

- Eu vim para a entrevista. Eu não vim preparada para um plantão de 24hs. Eu tenho que me vestir de forma apropriada, trazer algumas coisas, e eu tenho que deixar mais água e ração para o Toddy, é o meu cachorro.

Enquanto sua enfermeira falava com dificuldade engolindo a saliva, e mal olhando para ele, Leonardo pensava como seria seu pau abrindo aquela boquinha linda e carnuda. Ele a pegaria pela nuca com a mão direita, com a mão esquerda seguraria o pau pela base, e forçaria a entrada naquele manto de pele quente e úmida.

Ele iria sorrir vendo lágrimas nos olhos negros de Lily. Ela iria engasgar e sufocar muitas vezes, mas depois de engolir todo o seu sêmen, ela iria ganhar beijos nos lábios sujos e inchados.

Leonardo precisava detalhar tudo na mente antes de executar. Ele iria usar de brutalidade, mas iria dizer palavras de carinho para Lily enquanto socava o pau na garganta dela. Se ela fizesse direito, talvez ele não precisasse mata-la depois. Aquele tom de pele cor de mel, era difícil de achar.

Contudo, se ela não fizesse da forma correta, ele teria que planejar a morte dela. Seria uma pena porque Lily era linda, cheirosa e tímida. Ela era o tipo dele. O tipo que facilmente poderia ser uma submissa nas mãos sujas de sangue de um dominador.

Deixá-la ir embora, não era uma opção.

Ele tremeu o lábio inferior como se fosse chorar. Impotente, balançou as mãos até o barulho das algemas se chocar com as grades de ferro da cama hospitalar.

- Eu não fiz nada de errado para ficar assim. Está frio e eu estou molhado e sem agasalhos ou cobertores. Você poderia pelo menos me trocar e me agasalhar?

Com os braços cruzados, Doutor West permaneceu em silêncio. Leonardo era do tipo manipulador como a maioria dos psicopatas. Entretanto, ele tinha um padrão de comportamento que ia além da personalidade psicopática.

Ele era explosivo igual a um campo minado quando se sentia contrariado. Por isso, estando ali contra a sua vontade, estava algemado e sob efeito de Valium. Por outro lado, quando queria alguma coisa, era educado e sedutor. E entre esses dois extremos, Leo tinha aquele olhar maligno. Seus lábios podiam dizer palavras gentis, mas sua mente doentia nada tinha a ver com a sua amabilidade. E ele se divertia sendo o que era: Um assassino por natureza.

Tudo o que mantinha Leonardo fora da cadeia, era a sua família poderosa de mafiosos. Certamente, somado aos seus transtornos mentais, ele também foi treinado para matar. Doutor West se arrependeu por levar Lily até ali. Porém, era tarde demais para arrependimentos. Pelo olhar vidrado de Leonardo, ela já o pertencia.

O médico pigarreou para chamar atenção da enfermeira que olhou para ele aflita. Ele sorriu e disse:

- Troque o Leo. Você vai achar tudo que precisa no armário, e eu acredito que nós podemos começar amanhã.

Lily respirou aliviada, mas ela olhou para as algemas.

- Como eu vou colocar um agasalho nele?

- Coloque apenas cobertores. Nós não queremos tirar essas algemas ainda, não é mesmo, Leo?

Leonardo Ferrero sorriu torto.

- Eu jamais encostaria um único dedo na Lily. Ela está perfeitamente segura ao meu lado.

O Doutor West sorriu de volta.

- Eu acredito em você, Leo. Eu só não acredito no demônio dentro de você.

O psicopata não perdeu o sangue frio para não assustar ainda a sua enfermeira bonita e gostosa.

- Boa sorte, Doutor West, na sua longa e fracassada tentativa de exorcizar o demônio dentro de mim. Cuidado ao mergulhar dentro da mente de um psicopata como me chamam, você pode não encontrar o caminho de volta.

- O mal pode e deve ser combatido.

Leonardo desdenhou vendo Lily Rose prender os cabelos castanhos escuros e cacheados. Ele quase gritou para ela não fazer aquilo pois gostava deles soltos. Ela não deveria fazer nada sem a sua permissão. Entretanto, ele olhou zombeteiro para o seu médico.

- Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé.

- Eu adoro quando você cita a Bíblia, mesmo estando com pensamentos não apropriados.

Leonardo crispou os lábios de forma imperceptível e ganhou um olhar de advertência do Doutor West que disse para Lily:

- Ele é todo seu. Quando terminar, vá até a minha sala. Eu tenho que ver um paciente agora.

- Sim, senhor.

Lily viu o médico sair do quarto, e um monitor uniformizado de azul marinho e pistola de choque, se posicionou na porta. Ela suspirou, abriu o armário embutido de madeira que era pintado de branco, e se erguia do chão de taco de madeira até o teto de gesso branco.

Lily pegou a caixa de luvas de látex, o pacote de lenços umedecidos e o pacote de fralda geriátrica tamanho G. Após pegar tudo, colocou em cima da cômoda branca e virou para a cama enquanto colocava as luvas. Ao levar as mãos no cós da calça de moletom de Leonardo, ele ergueu o quadril e olhou com carinho para ela.

- O cheiro da minha urina está forte e eu acho que é por causa dos remédios. Tudo bem se você tiver que segurar o meu pênis, puxar a pele do prepúcio e limpar a glande várias vezes. Eu não quero correr o risco de daqui a alguns anos, ter câncer por causa de uma limpeza de má qualidade.

Lily forçou um sorriso já vendo a fralda exposta.

- Não se preocupe. Eu sou muito boa no que eu faço.

Leonardo recostou no travesseiro de fronha branca e fechou os olhos verdes para melhor aproveitar aquele momento.

- Eu espero que você seja boa o bastante para saber que eu posso ter uma ereção.

Lily puxou as fitas adesivas e retirou a fralda encharcada de urina. Ela ficou cética ao ver o pênis de Leonardo, e teve pressa para jogar a fralda no lixo do banheiro. Ao voltar a se aproximar da cama, pegou alguns lenços e disse:

- Com licença.

- Não peça. Como minha enfermeira, você tem livre acesso. Eu confio no seu profissionalismo.

Lily respirou fundo sentindo o suor brotar nas têmporas. Ela quase soltou um grito quando pegou o pênis mole de Leonardo, e de repente, ele ficou duríssimo na sua mão.

Ela deveria ter escolhido os boletos. Sua mão nem fechava em volta daquilo. A enfermeira desprezou o calor repentino que tomou conta dela.

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