Se não fossem pelas lágrimas que quase o cegavam, podiam jurar que Damien estava em estado de catatonia. Ele não esboçava reação alguma, desta vez era acompanhado por Adam, que já sentia os laços de família apertarem, tinha Elizabeth como irmã, assim como Richard como pai.
Damien estava sentado na escada parcialmente destruída, olhando fixamente para a esfera de Gaia flutuante majestosa em seu pedestal.
Nathalie, Katherine e Jules mantiveram uma certa distância, e Edgard parecia um leão enjaulado, andava de um lado para o outro agoniado com alguma coisa que preferia não externar.
As paredes em ruínas do círculo central começaram a tremer e se desfazer. Os cinco ficaram olhando em volta, parecia que o labirinto estava ganhando vida novamente.
-Já chega! Nossos caminhos se separam aqui.--declarou Edgard com a voz sombria, após o café da manhã. Abriu um portal.--Boa sorte para vocês. -Onde você vai?--perguntou Adam sem emoção. -Me desculpem, mas... Elizabeth e Sebastièn ou Ollyander, qualquer que seja o nome dele, já foram pra conta. Falta apenas um, e esse é meu. -Malthor?!--Jules parecia incrédulo.--O que o faz pensar que pode derrotá-lo? -Isso não é da conta de vocês. Tenho meus planos...--Edgard vacilou.--Até mais. Foi a última coisa que falou antes de cruzar o portal e este se fechar. -Idiota.--sussurrou Jules.--O que faremos agora, Damien? Damien olhou
Título original: Damien Forst e o Labirinto do Mino-Rei Livro 2 1ª Edição Copyright do texto © 2010, 2021 Alex Mello. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem autorização por escrito do autor. Fotos da capa: Richard Gatley em unsplash.com Square photo por bearfotos em freepik.com Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) ------------------------- M527d Mello, Alex, 1977 – Damien Forst e o Labirinto do Mino-Rei / Alex Mello. – 1. ed. Rio das Ostras, RJ: Buenovela, 2021.  
O sol com o rosto de meu pai começava a intensificar seu brilho enquanto a lua que lembrava minha mãe diminuía sua luz. Estava amanhecendo naquele lugar espetacular. Albeon permanecia sentado ao meu lado completamente mudo e eu não sabia dizer se o preferia falando suas frases enigmáticas ou em silêncio. Me dava angústia. A calma dele começava a me incomodar, minha sensação era de que estava perdendo meu tempo ali. Que tinha que me levantar e voltar... mas voltar para onde? Nem sei como fui parar ali. O jeito era ficar quieto e esperar que ele me conduzisse à algum lugar ou falasse algo. Me levantei, olhando diretamente para o sol que sorria para mim. “Quer dar uma volta, pequeno Dammyen?”
Damien fora o último a cruzar o portal que apenas ele sabia onde daria, a luz do outro lado era fraca, mas o brilho do portal fez com que demorasse a focar as coisas à sua volta. Aos poucos sua visão foi voltando ao normal, notou quatro vultos próximos, enquanto o portal se desfazia. -São vocês? -Sim, Damien, fique tranqüilo, não há ninguém por perto.--reconheceu a voz de Jules. Os cinco olhavam para todos os lados, mas não era apenas pelo fato de estarem preocupados com sua própria segurança, mas porque nada daquilo era familiar, coisas novas se apresentavam à sua frente: uma infinidade de seres de vários tamanhos, cores, e plantas que jamais conseguiam ver antes do despertar de suas Visões. A
Do outro lado do portal, o que viram foi uma visão que unia o passado, as ruínas do Parthenon, e uma construção com aspectos futuristas e mágicos ao mesmo tempo. O complexo do Conselho das Eras era ainda mais belo e imponente que na foto ou nas gravuras que conheciam. Eles estavam de frente para a Amm Them, a torre sul -- a menor das cinco, tinha a altura de um prédio de vinte andares. Amm Thekra e Amm Thax, as torres que ficavam à direita (oeste) e à esquerda (leste) eram maiores que a anterior e tinham ambas trinta andares. No meio do terreno havia a maior de todas as torres, Adythemynnyn, o Conselho das Eras e todos os seus impressionantes cento e trinta andares e um disco giratório gigantesco que cobria quase todo o terreno, girando incessantemente emitindo luz e melodias suaves e maravilhosa
Uma boa noite de sono seria tudo o que Damien gostaria de ter tido, contudo a ansiedade pelo que estava por vir. James era mestre em colocar “pulgas atrás da orelha” das pessoas, especialmente dos netos. -Maldade o que você fez com ele, James.--falou Virginia com leve tom de autoridade. -Bom dia, vovó.--falou Damien em meio à bocejos. -E então, conseguiu descansar?--perguntou o avô cheio de ironia. Sua esposa limitou-se a lançar-lhe um olhar congelante. -Você foi mal, hein?--brincou Damien.--consegui tirar, no máximo, um cochilo. -Enquanto toma seu café, vou chamar Xavier.--Ele passou pelo neto bagunçando ainda mais os cabelos dele.--desculpe... não resisti. -E
Estavam com um dia de atraso pelas intenções de Damien, o que dava mais tempo para os avós dele passarem mais tempo ao seu lado. Adam pedia o tempo todo para que não fossem antes que ele concluísse o que estava fazendo. -Espera só mais um instante.--falou Adam.--Falta muito pouco, se eu parar agora posso perder essa poção. O longo copo onde preparava a poção estava com um liquido de cor alaranjada que se revolvia sozinho dentro do recipiente. -Você falou isso há mais de duas horas atrás. Eu já queria ter ido ontem!--reclamou Damien. -Eu sei que não vou poder terminar a poção, mas não posso parar nesse ponto ou vou ter que fazer tudo de novo. Virginia e James vinham da cozi
Dava para notar no semblante de Damien que quanto mais próximo de seu destino, mas excitado ele ficava. Queria correr como um alucinado o caminho todo até chegar em seu primeiro mestre. “Será que meus pais sentiram a mesma coisa?”--pensava.--“Talvez meu pai, minha mãe não faz o perfil ansiosa...” Foi então que começou a bater a saudade de seus pais. Sentia tanta vontade de abraçar seu pai, de perguntar uma série de coisas, de saber se as coisas que ele tinha feito eram realmente extraordinárias ou qualquer outro mago iniciante seria capaz de fazer o mesmo. Estava perdido em pensamentos, calado enquanto andavam apressadamente pelo caminho luminoso. Ali no alto do monte a floresta não era muito diferente da que estava na base, ainda era fechada, mas