O sol com o rosto de meu pai começava a intensificar seu brilho enquanto a lua que lembrava minha mãe diminuía sua luz. Estava amanhecendo naquele lugar espetacular.
Albeon permanecia sentado ao meu lado completamente mudo e eu não sabia dizer se o preferia falando suas frases enigmáticas ou em silêncio. Me dava angústia.
A calma dele começava a me incomodar, minha sensação era de que estava perdendo meu tempo ali. Que tinha que me levantar e voltar... mas voltar para onde? Nem sei como fui parar ali. O jeito era ficar quieto e esperar que ele me conduzisse à algum lugar ou falasse algo.
Me levantei, olhando diretamente para o sol que sorria para mim.
“Quer dar uma volta, pequeno Dammyen?”
-Seria bom... já que estou aqui e nem conheço tudo.
“Mas já conhece tudo o que há para conhecer aqui. Mas o principal você desconhece.”
-E o que seria?
“Você mesmo.”--fiquei perplexo.
Minha expressão de dúvida o fez sorrir.
“Sua vida agora é outra, Dammyen. Uma que você ainda não conhece muito bem... e tenho um alerta para te dar.”
Albeon se levantou e sua expressão ficou grave, muito grave. Assustei-me. Ele abriu então os olhos e, com seus olhos dourados, me encarou.
“Agora que sua jornada começou, jovem Dammyen, sou obrigado a dizer-te que grandes desafios se colocarão à sua frente. Desafios além da imaginação de qualquer outro mago que já tenha existido, você se mostrou sábio o suficiente para obter sua herança... mas terá que mostrar ainda mais no que está por vir.”
Senti um leve desânimo.
“Nada tema, meu pequeno Dammyen. Nem somente de notícias ruins são feitas a vida.”
Olhei para ele com um fio de esperança tênue no meu semblante.
“Haverão muitos reencontros...”
“Amargos...”
“E doces.”
“E um presente muito especial, que poderá salvar sua vida.”
Damien fora o último a cruzar o portal que apenas ele sabia onde daria, a luz do outro lado era fraca, mas o brilho do portal fez com que demorasse a focar as coisas à sua volta. Aos poucos sua visão foi voltando ao normal, notou quatro vultos próximos, enquanto o portal se desfazia. -São vocês? -Sim, Damien, fique tranqüilo, não há ninguém por perto.--reconheceu a voz de Jules. Os cinco olhavam para todos os lados, mas não era apenas pelo fato de estarem preocupados com sua própria segurança, mas porque nada daquilo era familiar, coisas novas se apresentavam à sua frente: uma infinidade de seres de vários tamanhos, cores, e plantas que jamais conseguiam ver antes do despertar de suas Visões. A
Do outro lado do portal, o que viram foi uma visão que unia o passado, as ruínas do Parthenon, e uma construção com aspectos futuristas e mágicos ao mesmo tempo. O complexo do Conselho das Eras era ainda mais belo e imponente que na foto ou nas gravuras que conheciam. Eles estavam de frente para a Amm Them, a torre sul -- a menor das cinco, tinha a altura de um prédio de vinte andares. Amm Thekra e Amm Thax, as torres que ficavam à direita (oeste) e à esquerda (leste) eram maiores que a anterior e tinham ambas trinta andares. No meio do terreno havia a maior de todas as torres, Adythemynnyn, o Conselho das Eras e todos os seus impressionantes cento e trinta andares e um disco giratório gigantesco que cobria quase todo o terreno, girando incessantemente emitindo luz e melodias suaves e maravilhosa
Uma boa noite de sono seria tudo o que Damien gostaria de ter tido, contudo a ansiedade pelo que estava por vir. James era mestre em colocar “pulgas atrás da orelha” das pessoas, especialmente dos netos. -Maldade o que você fez com ele, James.--falou Virginia com leve tom de autoridade. -Bom dia, vovó.--falou Damien em meio à bocejos. -E então, conseguiu descansar?--perguntou o avô cheio de ironia. Sua esposa limitou-se a lançar-lhe um olhar congelante. -Você foi mal, hein?--brincou Damien.--consegui tirar, no máximo, um cochilo. -Enquanto toma seu café, vou chamar Xavier.--Ele passou pelo neto bagunçando ainda mais os cabelos dele.--desculpe... não resisti. -E
Estavam com um dia de atraso pelas intenções de Damien, o que dava mais tempo para os avós dele passarem mais tempo ao seu lado. Adam pedia o tempo todo para que não fossem antes que ele concluísse o que estava fazendo. -Espera só mais um instante.--falou Adam.--Falta muito pouco, se eu parar agora posso perder essa poção. O longo copo onde preparava a poção estava com um liquido de cor alaranjada que se revolvia sozinho dentro do recipiente. -Você falou isso há mais de duas horas atrás. Eu já queria ter ido ontem!--reclamou Damien. -Eu sei que não vou poder terminar a poção, mas não posso parar nesse ponto ou vou ter que fazer tudo de novo. Virginia e James vinham da cozi
Dava para notar no semblante de Damien que quanto mais próximo de seu destino, mas excitado ele ficava. Queria correr como um alucinado o caminho todo até chegar em seu primeiro mestre. “Será que meus pais sentiram a mesma coisa?”--pensava.--“Talvez meu pai, minha mãe não faz o perfil ansiosa...” Foi então que começou a bater a saudade de seus pais. Sentia tanta vontade de abraçar seu pai, de perguntar uma série de coisas, de saber se as coisas que ele tinha feito eram realmente extraordinárias ou qualquer outro mago iniciante seria capaz de fazer o mesmo. Estava perdido em pensamentos, calado enquanto andavam apressadamente pelo caminho luminoso. Ali no alto do monte a floresta não era muito diferente da que estava na base, ainda era fechada, mas
O chá que Erdo preparou para Damien fez o efeito desejado, ele dormiu bem a noite inteira e conseguiu descansar completamente, recuperando-se do treinamento. Ao acordar foi para o lado de fora da casa procurando pelo mestre. Caminhou até a área onde estavam os aparelhos de ginástica, ficou parado contemplando e relembrando tudo o que tinha feito ali, sentiu-se orgulhoso de seu aprendizado. “Se tivesse que escolher novamente, queria que fosse exatamente da mesma maneira.”--e tentou imaginar como seria estar no Conselho das Eras aprendendo a ser um lutador. -Teria sido completamente sem graça, não acha? É fácil ler suas reações, pequeno. Se bem que acho que é essa sensação que todos os magos peregrinos sentem ao passar pelo primeiro mestre.--falou
Louis Montgomery se perguntava, andando de um lado para o outro em seu escritório, como estaria seu filho, depois da falha grave cometida por ele no episódio da fuga de Damien Forst, ele temia pela segurança do único ser que importava para ele. Fazia meses que Sebastièn Bouloud não retornava ao Instituto e isso não podia ser considerado um bom sinal. Nem mesmo os capangas de seu superior, em especial Malthor era visto. Ele tinha a esperança de estar em segurança no fato de estar quase triplicando a entrega de jovens magos despertos para os atuais responsáveis pelos Moderxyres, e isso estivesse aplacando a ira de seu superior. Era fácil depois do incidente, ver grupos de mais de cinco jovens serem enviados para os andares superiores para serem treinados pelo grupo de assassinos profissionais.&nb
O jovem Forst estava calçando as luvas novamente. Estavam se preparando para deixar Eagdamm mais uma vez, já tinham cumprido o que tinham a fazer ali. E à pedido do próprio Erdo prolongaram sua estada por mais de uma semana, sem a menor necessidade. Damien caminhava com Kate pelos jardins do lado de fora da casa de seu mestre. -Ele se sente muito só. Deve ser horrível viver isolado aqui no meio do nada.--Kate demonstrava muita compaixão pelos pedidos do minotauro de ficaram mais um dia, e assim foram permanecendo e permanecendo. -Eu sei, mas não podemos mais ficar. Quanto tempo mais ficamos aqui, mais difícil vai ser encontrar minha irmã ou meu pai. -Entendo... e você já sonhou com o próximo mestre?&n