Às 10h25, o carro de Franzino para de frente onde seria a
residência de Mayara, os dois descem do veículo e caminham ao portão lateral que era próprio para pedestres. Ela morava na mesma casa, mas, agora, havia muros e portões grandes impos-sibilitando vê-la da rua.O detetive toca o interfone.— Pois não!— Meu nome é Franzino, sou amigo de infância de Mayara, gostaria de falar com ela. Por acaso está?— Franzino? Houve um silêncio, depois continuou. Ah! Sim há quanto tempo não te vejo, espere! Já vou indo. O baru-lho de desligar e em pouco tempo abre o portão.Vou pular a parte de saudações e conversas que não vêm ao caso e transportá-los para a sala, os três sentados no sofá onde o assunto mais importa.Mas vou dizer que Franzino nunca foi amigo de Mayara, os dois só se conheciam porque ambos eram populares, mas nunca se falaram, mesmo porque o rapaz só tinha olhos para A fantasia foi alugada, Franzino decidira ir de Chaplin. Tranquilamente deitado em sua cama, mãos atrás da nuca, per-nas esticadas e cruzadas. Dali olhou para a bíblia, estava aberta sobre o criado-mudo, estranho, pois havia fechado. Mas, por outro lado, também deixara o quarto todo bagunçado, talvez fosse obra das arrumadeiras.Preferindo confiar em seus instintos, levantou e foi até a bí-blia, estava aberta num salmo de amarelo grifado; “alegrei-me quando me disseram vamos à casa do senhor”. Na capa da bíblia, escrito de pincel atômico: “comunidade crista de mogi guaçu”.Significava uma coisa: as arrumadeiras tinham feito aquilo, ou alguém entrou no seu quarto.Correu para a sala de monitoramento, um careca de 1,89 de altura, ombros largos e cara fechada encontra-o no corredor e diz, puxando a porta da sala a suas costas:— Hóspedes não podem vir aqui, o andar é rest
Um homem de 38 anos acordou essa manhã, estava meiozonzo, estranhou, pois se lembrava de ter dormido na salaapós beber um refrigerante com o gosto diferente. Agora esta-va em sua cama.Sentiu algo no pescoço, então levou as mãos para tatear esaber o que era. Pode sentir, percebeu ser alguma coisa rela-cionada à coleira de cachorro. Assustado, levantou-se e foi aobanheiro, buscando o espelho.Sobre a pia, tinha um envelope escrito: abra e leia comatenção. Sua vida depende disso.Em desespero, abre o envelope e lê com atenção.Do outro lado da cidade...Levanta com a boca com gosto de cabo de guarda-chuva,descalço, caminha até o banheiro, olha para sua imagem, res-saca, dor de cabeça, esfrega o rosto, solta um som da boca en-quanto se espreguiça. Aproximava-se das 9h. Tinha que estarno escritório, pois realizaria um tribunal de júri.Escova os dentes, lava o rosto e se penteia, c
As coisas começam a complicar mais ainda, chega o mo-mento de enfrentar um assassino frio cara a cara, não olho no olho, mas como se fosse.Os seguranças do salão, nesse dia, estavam aflitos, suas famílias tinham sido ameaçadas se abandonassem a festa, só restava ficar lá e cumprir as exigências que receberam de um homem que che-gou apavorado, segurando um envelope endereçado a Letícia. Era por volta das 16h10 quando chegou, em seu pescoço trazia uma bomba, a carga era só para sua cabeça, mas o que amedrontou a todos foram essas palavras trazidas em uma folha, a qual leu pe-rante todos os funcionários da organizadora da festa:“Caros colaboradores (cita o nome de cada um e dos fami-liares que ameaça. Ex: fulano de tal, casado com... filho de... pai de... irmão de...), agradeço até agora o trabalho prestado, vocês são ótimos, podem terem a certeza que serão recomen-da
Às 19h15, as portas do salão foram abertas. Os seguranças esta-vam estranhos, assim como as recepcionistas, garçonetes, garçons e a Letícia. Você já sabe a razão, mas para os convidados era surpresa.Estavam 15 pessoas. Marquinhos, com medo, resolveu apa-recer, depois da morte de Everaldo, ficou claro que o anfitrião misterioso não brincava em serviço.Letícia pega o microfone e diz, com a voz meio trêmula.— Bem-vindos! Preciso que formem cinco duplas, na verdade, quatro, pois uma deve ser Franzino e Diogo, as outras ficam a cri-tério de cada um. Tem uma pessoa que deseja falar a regra do jogo.Então grita após concluir.— Pode entrar o convidado!O rosto do rapaz não era estranho, muitos ali o conheciam, só não se lembravam, afinal, fazia quase vinte anos que não se comunicava com essa turma.O rapaz estava aparentemente apavorado, parecia que havia chorado a ta
Lá estava ele, sentado na praça, com a bandeja de café damanhã do restaurante, teve um surto, bagunçou todo seu quar-to novamente, pois encontrou câmeras e escutas espalhadaspor toda sua suíte.Descobriu o óbvio, o anfitrião misterioso seguia seus passos,sabia de muitas coisas graças aos recursos que seu carro tinha.Com certeza Nanda e os outros também eram espionados.Seu inimigo sabia que fora descoberto, mas não havia outromeio de se livrar dele.Sabia que todo o hotel tinha escutas, por essa razão, espera-va Nanda para o café na praça, lá pretendia contar tudo.Nanda chega, se senta ao seu lado e diz:— Você continua estranho, cada lugar que escolhe para to-mar café.Franzino não lhe diz nada por um tempo, fica só olhandocomo
Franzino seguiu para a igreja, pois o recepcionista do hotel disse que Harlei havia ido para lá. Nanda permaneceu no ho-tel, ligando para todos os amigos, avisando sobre as câmeras e escutas.Sentia-se como um rato no labirinto, observado por cien-tistas, sua inteligência era fora do comum, mas não passava de um rato. Precisava conhecer a estratégia de seu inimigo, pisar em terra firme, pois até agora era como pisar em ovos.O anfitrião secreto sentia-o fungando em seu cangote, agora descobrira as câmeras e escutas, pôs fim ao reality show e estava à caça. Ele tinha sua tarefa a cumprir, mas não poderia quebrar a sequência, afinal, eram só ratos assustados em um labirinto.A igreja estava fechada, mas havia gente tocando música, na verdade, ensaiavam as canções. Franzino pensou que provavel-mente Harlei estaria lá. Então esperou terminarem a música e Franzino bateu ba
Depois de parado o carro, duas casas acima da vó de Mar-quinho, Franzino desce, vai abaixado até o muro, chega até o portão e pul entre o portão e o muro.Estava tudo quieto, portas e janelas trancadas, pelo menos as que pôde ver dali. Quis apertar o interfone, mas alguma coi-sa falava em seu coração “não faça isso, pule o muro”.Mais uma vez confiando em sua intuição, vai até o canto da parede e pula o muro. Desce atrás do jardim, empunhou sua arma, tira o pente dá uma checada nas munições, coloca nova-mente, destrava, engatilha e volta a caminhar vagarosamente.Decide ir pela lateral da residência para primeiro dar uma checada nos fundos, estava tenso, pois há muito tempo não usava a arma. Olhando atentamente, caminha, até chegar ao final. No canto, dá uma parada e olha rapidamente colocando só a ponta da cabeça e foi o suficiente para enxergar atrás da jabuticabeir
Esse jogo, cuja regra era dada pelo anfitrião misterioso, es-tava difícil para Franzino . Ele não podia ter acessos às provas, à perícia, interrogar suspeitos, investigar a fundo com poderes de detetive, pois não podia contar os fatos a ninguém. Estava como um rato no labirinto.Esteve muito perto de pegar seu inimigo e salvar a vida de Harlei. Agora imagine se lhe fosse dado mais liberdade.Franzino precisava ir mais rápido, pois o fim de semana se aproximava e o “cientista” pensava em lançar um “gato” no la-birinto para ver se o “ratinho” esperto sobrevive.Franzino leva Nanda para casa, pois estava muito ruim por exagerar na bebida, ela vai cantando e falando que o ama de todo coração. Já no hotel, Franzino leva-a para dentro da suíte 16, ela o agarra com força e ambos caem atrás da cama.Nanda canta mais alto e chora, pedindo para que fique. Fi-nalmente começaram a