As coisas começam a complicar mais ainda, chega o mo-
mento de enfrentar um assassino frio cara a cara, não olho no
olho, mas como se fosse.
Os seguranças do salão, nesse dia, estavam aflitos, suas famílias
tinham sido ameaçadas se abandonassem a festa, só restava ficar lá
e cumprir as exigências que receberam de um homem que che-
gou apavorado, segurando um envelope endereçado a Letícia. Era
por volta das 16h10 quando chegou, em seu pescoço trazia uma
bomba, a carga era só para sua cabeça, mas o que amedrontou a
todos foram essas palavras trazidas em uma folha, a qual leu pe-
rante todos os funcionários da organizadora da festa:
“Caros colaboradores (cita o nome de cada um e dos fami-
liares que ameaça. Ex: fulano de tal, casado com... filho de...
pai de... irmão de...), agradeço até agora o trabalho prestado,
vocês são ótimos, podem terem a certeza que serão recomen-
da
Às 19h15, as portas do salão foram abertas. Os seguranças esta-vam estranhos, assim como as recepcionistas, garçonetes, garçons e a Letícia. Você já sabe a razão, mas para os convidados era surpresa.Estavam 15 pessoas. Marquinhos, com medo, resolveu apa-recer, depois da morte de Everaldo, ficou claro que o anfitrião misterioso não brincava em serviço.Letícia pega o microfone e diz, com a voz meio trêmula.— Bem-vindos! Preciso que formem cinco duplas, na verdade, quatro, pois uma deve ser Franzino e Diogo, as outras ficam a cri-tério de cada um. Tem uma pessoa que deseja falar a regra do jogo.Então grita após concluir.— Pode entrar o convidado!O rosto do rapaz não era estranho, muitos ali o conheciam, só não se lembravam, afinal, fazia quase vinte anos que não se comunicava com essa turma.O rapaz estava aparentemente apavorado, parecia que havia chorado a ta
Lá estava ele, sentado na praça, com a bandeja de café damanhã do restaurante, teve um surto, bagunçou todo seu quar-to novamente, pois encontrou câmeras e escutas espalhadaspor toda sua suíte.Descobriu o óbvio, o anfitrião misterioso seguia seus passos,sabia de muitas coisas graças aos recursos que seu carro tinha.Com certeza Nanda e os outros também eram espionados.Seu inimigo sabia que fora descoberto, mas não havia outromeio de se livrar dele.Sabia que todo o hotel tinha escutas, por essa razão, espera-va Nanda para o café na praça, lá pretendia contar tudo.Nanda chega, se senta ao seu lado e diz:— Você continua estranho, cada lugar que escolhe para to-mar café.Franzino não lhe diz nada por um tempo, fica só olhandocomo
Franzino seguiu para a igreja, pois o recepcionista do hotel disse que Harlei havia ido para lá. Nanda permaneceu no ho-tel, ligando para todos os amigos, avisando sobre as câmeras e escutas.Sentia-se como um rato no labirinto, observado por cien-tistas, sua inteligência era fora do comum, mas não passava de um rato. Precisava conhecer a estratégia de seu inimigo, pisar em terra firme, pois até agora era como pisar em ovos.O anfitrião secreto sentia-o fungando em seu cangote, agora descobrira as câmeras e escutas, pôs fim ao reality show e estava à caça. Ele tinha sua tarefa a cumprir, mas não poderia quebrar a sequência, afinal, eram só ratos assustados em um labirinto.A igreja estava fechada, mas havia gente tocando música, na verdade, ensaiavam as canções. Franzino pensou que provavel-mente Harlei estaria lá. Então esperou terminarem a música e Franzino bateu ba
Depois de parado o carro, duas casas acima da vó de Mar-quinho, Franzino desce, vai abaixado até o muro, chega até o portão e pul entre o portão e o muro.Estava tudo quieto, portas e janelas trancadas, pelo menos as que pôde ver dali. Quis apertar o interfone, mas alguma coi-sa falava em seu coração “não faça isso, pule o muro”.Mais uma vez confiando em sua intuição, vai até o canto da parede e pula o muro. Desce atrás do jardim, empunhou sua arma, tira o pente dá uma checada nas munições, coloca nova-mente, destrava, engatilha e volta a caminhar vagarosamente.Decide ir pela lateral da residência para primeiro dar uma checada nos fundos, estava tenso, pois há muito tempo não usava a arma. Olhando atentamente, caminha, até chegar ao final. No canto, dá uma parada e olha rapidamente colocando só a ponta da cabeça e foi o suficiente para enxergar atrás da jabuticabeir
Esse jogo, cuja regra era dada pelo anfitrião misterioso, es-tava difícil para Franzino . Ele não podia ter acessos às provas, à perícia, interrogar suspeitos, investigar a fundo com poderes de detetive, pois não podia contar os fatos a ninguém. Estava como um rato no labirinto.Esteve muito perto de pegar seu inimigo e salvar a vida de Harlei. Agora imagine se lhe fosse dado mais liberdade.Franzino precisava ir mais rápido, pois o fim de semana se aproximava e o “cientista” pensava em lançar um “gato” no la-birinto para ver se o “ratinho” esperto sobrevive.Franzino leva Nanda para casa, pois estava muito ruim por exagerar na bebida, ela vai cantando e falando que o ama de todo coração. Já no hotel, Franzino leva-a para dentro da suíte 16, ela o agarra com força e ambos caem atrás da cama.Nanda canta mais alto e chora, pedindo para que fique. Fi-nalmente começaram a
Sexta-feira, 8h40, Franzino nos acorda para tomar café da manhã no hotel. Levei um susto, pois dormi feito pedra, estava muito cansado. Seu semblante era de muita tristeza e decepção pelo que fizemos, mal tão grande a ponto de entrar com os dois pés na cena do crime, contaminando assim a investigação.Infelizmente nosso álibi era fraco, fazer um detetive com a experiência que tinha acreditar em algo tão sem graça que chega a ser cômico. Só eu sabia o quanto aquele cara é esperto, sabia conduzir bem a investigação.O problema de ser como Franzino é o fato de ele acredi-tar piamente em seus instintos e seguia dessa forma, pois se estiver enganado e o verdadeiro inimigo estiver por aí, estava correndo grande risco, mesmo porque o anfitrião misterioso mostrou-se muito esperto. Não era bom subestimá-lo.Tomamos café juntos, enquanto comia, fiz uma pergunta retórica:
Tínhamos Jonas sob custódia, mas Marquinho havia desa-parecido. Franzino estava arrasado por não tê-lo encontrado.Jonas ficou sentado no sofá da suíte numero 15. Nanda, Garguinho e eu ficamos sentados na cama, não soltei a arma nem um segundo.O valente detetive abre a porta, entra, vai direto a Jonas e pergunta:— Aonde ele foi? Diga onde está.— Eu não sei, só ajudei-o porque pensei que ia matá-lo, seu olhar estava assustador.— Você o ajudou porque ele ia te entregar, então permitiu que ele fugisse para se safar, mas não vai, tenho provas contra você, sei dos seus envolvimentos. Marcelo e Diogo são os úni-cos laranjas dessa história.— Não vai adiantar te explicar, não é? Está convicto de suas verdades — argumenta Jonas tentando se safar. Mas Franzino é frio e calculista como uma serpente.Seu olhar demonstrava estar seguro das acusações feitas
Amanheceu o dia, sábado ensolarado, Franzino já estava com Marquinho sobre custódia em seu carro. Marcelo e eu fo-mos acordados por Nanda. Depois de um bom banho, desce-mos para encontrá-los.Me inclinei para olhar no banco traseiro, ele estava lá, todo esfolado e sujo. Dali seguimos para minha casa, onde Marqui-nho e Jonas puderam tomar banho e se alimentar sob o olhar atento do melhor detetive do mundo. Enquanto comiam, per-guntei para Franzino:— Como sabia que Marquinho ia voltar?— Ele precisava eliminar as provas que temos contra ele.— Por isso tirou Jonas de lá? Estava pensando sobre isso, agora faz sentido.Ele balançou a cabeça e sorriu alegremente.— Mas ele conseguiu o que queria, agora vai ficar mais difí-cil ter provas que o levem para a cadeia.— Teremos muitas testemunhas hoje à noite, tive que sacri-ficar as provas materiais para pegá-lo.<