Phenelope me encarou mordendo os lábios claramente indignada. E não só se sentindo indignada ela se aproximou com a cadeira.— Você está louca? Como pode dizer aquilo para o Lúcio?— Ela me encarou puxando minha cadeira direção a dela.— Acredite, ele não é tão diferente do bendito sentado ali.— Eu disse recebendo o olhar de Carlos e seu sorriso de conquistador barato.— Eu sei que sente algo aí, só questão de tempo.— Carlos disse de forma tão convencida que senti vontade de vomitar.— Nem nos seus sonhos mais loucos!— Respondi mesmo sabendo que era uma péssima ideia. Carlos era o homem que toda mulher de juízo deveria correr. Acredite, se o homem foi capaz de trair o irmão, ele é capaz de trair qualquer um.Phenelope aparentemente parecia se interessar por minha situação. Ela me encarava a cada minuto na espera que eu dissesse algo. Não eramos próximas para isso, mas quando vi que Carlos se aproximava em minha direção e eu o conhecia o suficiente para saber que ele sempre causava prob
Lúcio me intrigava, Lúcio me impressionava, ele me hipnotizava. Eu sei que estava chateada do que ocorrera na noite passada, mas Lúcio conseguia me calar com um simples olhar, era pra ser assustador, mas eu gostava daquilo. Na verdade eu gostava dele, eu realmente gostava do Lúcio de uma forma que não saberia explicar direito. Porque sentia aquilo? Porque ficava nervosa quando sentia seu corpo próximo ao meu?Estava tentando relevar, eu estava tentando esquecer de suas palavras ontem a noite, mas o beijo, aquele beijo eu realmente não tinha nada contra ele e se eu realmente pudesse repetiríamos. Mas ele não saberia daquilo, ele não podia saber que eu gostava dele daquela forma, muito menos depois do que ouvi. Ainda estava decepcionada, ainda precisaria de um tempo para aceitar, para entender que aquela sensação que eu estava sentindo era errada e eu não podia permitir.Mesmo sabendo que era uma atitude boba eu o afastei ao me equilibrar e agasalhar minha roupa. Lawrence se aproximou s
Ao abrir os meus olhos percebi que Lúcio estava ao meu lado enquanto com as mãos segurava minha cabeça. Fiquei confusa, pois não lembrava o que ocorrera para me fazer deitar sobre o sofá da sala dele. Ele soltou a respiração forte, como se estivesse prendendo à bastante tempo. Era como se ele estivesse a espera de algum retorno. Ele provavelmente estava a espera de uma resposta minha. Aparentemente estive desacordada por algum tempo.Eu não falei e Lúcio também não. Ele parecia ocupado de mais usando as mãos de forma completamente protetora por meu rosto e cabelo. Ele fixou seus olhos nos meus por longos minutos e devido aquela ação, era quase que impossível falar. Quando me prendia no seu olhar era difícil raciocinar com clareza. Mas queria entender o que tinha acontecido.Quando forcei a mente a relembrar, as memorias foram ficando clara, senti que meu coração passou bater com mais força. Lembrei do desespero que senti quando Carlos me pressionou no estacionamento.Quando olhei para
— Olha eu sei que tem enfrentado situações complicadas desde que tudo veio a acontecer...— Eu o impedi rapidamente.— Tá louco? que situações difíceis?— Soltei meu pulso do aperto.—Difícil é pouco para ilustrar o que passei. Seu irmão é um imbecil descontrolado que me encara como se fosse uma presa, ele está sempre tentando me devorar. — Lúcio permanecia mantando a calma enquanto me encarava falar. Ele se aproximou novamente.— Você acha que me orgulho disso? —Ele me olhou próximo e a cada segundo sentia mais a proximidade.— Não me orgulho das atitudes ridículas dele e não concordo com elas. Meu Deus você já esqueceu que fui eu que o denunciei com uma medida protetiva contra você? — Lúcio tocou o meu rosto. Senti seus dedos escorregarem sobre a pele do meu rosto. Eu suspirei com uma sensação de derrota. Eu sabia que aquilo era verdade, sabia de tudo que ele fez por mim, sim eu sabia. Mas não queria lembrar disso, pois sentia que se o fizesse, talvez não conseguiria controlar aquele s
O restante do dia foi mais leve. O fato de Lúcio conversar comigo normalmente, o fato de não existir aquele clima estranho sobre a gente. Claro que eu não esqueci aquele beijo, mas ele teria que ficar guardado no lugar mais distante da minha mente, como uma lembrança preciosa de algo que eu nunca poderia ter, pois Lúcio fora bem sincero quanto a não poder fazer nada em questão. Também reconhecia que aquilo jamais seria possível. Lúcio era o homem que com certeza eu nunca poderia ter. Não podia negar que ficava um pouco desconfortável, ou triste talvez, quando o via passar por mim.Seria um pouco complicado entender os fatos, mas não demonstraria a ele. Ele não precisava saber sobre isso.Uma semana depois, Caleb parecia completamente elétrico por saber que teríamos um passeio descente. Aproveitando um feriado completamente inesperado e que nem mesmo sabia do que se tratava. Tinha que cumprir com minha palavra já que ofereci um passeio entre nós dois. Meu filho era uma criança incrív
— Você desculpa a mamãe filho?— Pedi tentando me redimir.— A mamãe é péssima com isso.—Vi que ele não parecia tão animado.— Você pode ir de novo, eu posso gravar agora, ou também pode escolher outro.Caleb animou-se com a ideia e alguns segundos depois lá estava ele soltando gritos de felicidade a cada curva que ele conseguia fazer com o carrinho. Vi que outro carro batia nele o que dificultava nas manobras e voltas. Caleb olhou para mim enquanto gravava e sem que eu esperasse ele jogou o carrinho sobre o outro o deixando preso entre um canto da área. Fiquei perplexa. Quando tudo acabou Caleb correu a minha direção e antes que eu conseguisse entender o que era aquilo um Lúcio completamente despojado e coberto de colar colorido no pescoço se juntou a nós.— O que está fazendo aqui?— Foi tudo que perguntei. Senti o celular ser puxado de minha mão, mas também acabei não dando atenção pois sabia que era Caleb animado pelo seu famoso filme de velozes e furiosos.— Também tenho filho, olha
— Está tudo bem, porque é tão preocupado assim? — Perguntei ao sair do transe em que estava, vendo ele negar com a cabeça e dizer um "Faz parte de mim". Seus olhos se mantiveram sobre os meus por alguns segundos.As crianças gritaram de alegria ao sair do brinquedo, ambos passaram a contar a adrenalina de estarem lá dentro. Anne dizia que Caleb teve medo no começo, já Caleb contara que ela era a única que estava com medo.— Eu não estava com medo, Caleb foi você que disse que estava. — Caleb assumiu soltando um sorriso envergonhado.— Pai! —Anne segurou as mãos do pai puxando sua atenção para ela. — Eu quero ir naquele. — Anne gesticulou a um brinquedo que era para adultos.— Não é perigoso Lúcio? —Perguntei ao segurar a mão de Caleb e acompanhar os dois que caminhavam entre a multidão de pessoas.— Filha, a Samira tem razão, é para adultos. — Marie pareceu se ofender com a frase.— Pai todos os brinquedos são seguros, olha só pra ele, tem proteção na frente como cinto, não tem como c
Caleb não soltava o seu urso minion para nada. Sorri ao encara-lo deitado sobre o sofá completamente apagado e agarrado ao seu urso. Suspirei ao me aproximar e acariciar seus cabelos caramelo que escorriam sobre seu rosto. Ah, eu o amava!Era a coisa mais absurda que eu já senti na vida. O amor de um filho é algo mágico. Acariciei sua bochecha ao depositar um beijo por sua testa. Tentei de forma inútil retirar o urso amarelado com fingidos óculos fundo de garrafa. Caleb não o soltou em nenhum segundo mesmo que estivesse dormindo.Ele esteve animado!Quando o Lúcio acertou o alvo no parque possibilitando que Caleb escolhesse o urso, Caleb esteve tão empolgado que por algum segundo achei que teria um ataque.— Filho, respira.— Comentei observando ele correr sem parar com o urso enorme nos braços. Lúcio gargalhava da situação.— Pelo visto ele ama mesmo esse urso.— Lúcio comentou ao segurar Anne no colo.Tinha algo que brilhava no Lúcio, o fato de ele amar a filha daquela forma, a ponto