— Caleb? Você não tem culpa por isso, nem você nem eu, nós dois não temos culpa disso. Não quero que fique pensando nisso. Você não precisa de um pai, você tem a mim, eu posso ser tudo que você precisa.— Caleb aparentemente estava um pouco menos triste.— Eu amo muito você, eu te amo de mais. Eu sempre farei o possível por você, quer você tenha ou não uma figura paterna.Pausamos nosso dialogo com a imagem de um Lawrence despojado de cabelos mal amarrados surgir na nossa sala nos dando um alto e animado "Bom Dia" e logo em seguida correndo direção a cozinha, ou melhor a mesa. Lawrence passou a se alimentar como se eu e Caleb não estivéssemos ali.— Nossa as coisa estão muito boas, já corre para a cozinha.—Comentei vendo Caleb sorrir de Lawrence que respondia com a boca cheia.— Você não tem noção do quanto suas comidas são boas.— Eu o encarei fazendo careta ao vê-lo falar com comida na boca.— Engole, depois fala.Ele balançou a cabeça negando enquanto permanecia na grande guerra que t
Reconfortei meu corpo sobre a bancada de Lawrence passando a folhear alguns papéis que estavam por sua mesa que era coberta por vários outros dele. Uma lista detalhada de supostas confirmações e suposições sobre questões que eram investigadas por ele e sua equipe. Raylla gargalhou do outro lado da sala que era parcialmente dividida por uma parede de vidro.Kim retribuiu o sorriso animado enquanto pareciam estar submersos em jogos virtuais de investigações. Eles eram um casal completamente competitivo, saudável cem por cento pelo visto. Voltei a atenção aos papéis. Enquanto folheava brevemente encontrei o processo referente a morte de dona Cecília. De forma rápida me sentei sobre a poltrona macia e giratória de Lawrence passando a observar cada detalhe minucioso.Enquanto folheava devagar observei fotos do que pareciam imagens das câmeras de segurança da casa da falecida Cecília. Foquei completamente no caso, analisei detalhadamente tanto as anotações extras e muito bem elaboradas de
Jeremy parecia convencido do que achava e talvez fosse difícil aceitar que estava errado. Embora seu raciocínio abrisse portas para suposições e ideias, pra mim, também era vago.— Certo, então me conte, o que ele ganhou com isso? — Soltei o processo sobre a mesa passando analisar sua expressão um tanto duvidosa. Mas ele era aquele tipo de homem que não mudaria de ideia facilmente, alguém difícil de convencer. Ou pior, o famoso cego que não quer vê. — Ele perdeu a mãe, e qualquer que fosse herança que ele tinha o direito, me informe então, acha que o motivo que o levou a assassinar sua mãe foi raiva? Não! também me explique o porque do assassino querer ser descoberto? já que ele é o único que parece completamente desesperado por uma resposta.Era completamente vago imaginar que Lúcio era responsável por aquilo. Talvez fosse uma oportunidade sim de vingança por raiva, mas estamos acusando Lúcio, embora fosse pouco tempo, eu sabia que Lúcio não era capaz de algo horrendo como aquilo.—
Quando o elevador se abriu a jovem mulher granfina e extravagante nas roupas pisou propositalmente nos meus pés. Eu mantive a calma fingindo que nada aconteceu, enquanto via ela sumir pelo corredor grudada nos braços do velho que já estava quase batendo as botas. Que horror!Depois de inspirar profundamente mantendo o leão que guardava dentro de mim. Segui a recepção do setor que era o sexto andar, conforme indicada no balcão de entrada da empresa. A moça esnobe que me encarava de olho torto me indicou uma sala de espera que ficava no fim do corredor. Ela nem mesmo no meu rosto olhou, parecia mais preocupada com a roupa sem ser de marca que eu estava vestida.Achei muito estranho, mais ainda porque acho que ela me empurrou para aquela sala porque não queria me dar a atenção que queria. Mas como não tinha nem conhecidos nem entendia como funcionava ali, fui em direção a sala que estava com a porta aberta, mas quando adentrei achei o ambiente muito estranho, pois não parecia ser uma sala
Ele era reconhecido por mim até de olhos fechado. Lúcio baixou o seu corpo a minha direção passando os seus braços ao redor do meu corpo me cobrindo por completa. Foi algo completamente impressionante para mim, talvez fosse porque estava achando que iria morrer, eu estava sem forças para levantar pelo menos um dos dedos. A cena de Lúcio retirando seu terno e rodeando meu corpo foi incrível, era como cena de filmes. Talvez eu estivesse vulneral e fragilizada, mas agora pra mim, ele parecia um príncipe daqueles que a gente sonha após assistir desenhos de bonecas. Eu senti o calor do seu corpo imediatamente.— Está quentinho.— Sussurrei.Lúcio parecia assustado e preocupado comigo, vi suas mãos por meu rosto de forma terna e carinhosa, ele me encarava virando o meu rosto e fazendo com que focasse nele. Ele parecia dizer coisas que estava um pouco difícil de entender. Erguendo meu corpo me mantendo nos seus braços ele saiu da sala me levando com ele.A temperatura era completamente dife
Antes que me desse uma resposta clara e direta ele ainda mexeu-se sobre a poltrona acolchoada. Ele também empurrou as costas para trás soltando um bocejo. Suas mãos foram de encontro ao seu cabelo extremamente preto e cheio. Notei os dois primeiros botões de sua camisa social azul aberta, as mangas também estavam abertas empurradas para cima. Sua gola da camisa também estava amassada e desarrumada. Lúcio não estava dos melhores, o que acabara me preocupando um pouco por perceber que ele aparentemente tinha deixado tudo de lado para estar ali.— Onde mais estaria?— Ele questionou me calando rapidamente.— Como eu poderia deixá-la sozinha sabendo que está nesse estado por minha causa.— Ele concluiu.Lúcio suspirou passando as mãos por seu rosto enquanto concluía suas palavras. Dava pra notar que ele sentia-se culpado pelo ocorrido. Ele não tinha culpa daquilo de fato, mas eu deixaria ele ficar como estava, às vezes as pessoas precisam sentir certas coisas. Pode ser de ajuda a tomar deci
— Eu gosto de você.— Fui interrompida de forma tão rápida e inesperada que foi difícil conciliar o que eram palavras minhas e o que ele tinha falo.— Espera aí, o que ?— Virei o rosto de lado na expectativa.— Eu gosto de você Samira. Sim eu gosto!— Ele mexeu os ombros dando credibilidade as suas palavras.— Você é uma mulher incrível, eu me importo com você e não quero que se machuque.Minhas expectativas foram frustradas. Tudo não passava de uma admiração que ele tinha pela mãe solteira e batalhadora que ele julgava que eu era. É, eu percebi ali que Lúcio "gostava" de mim. Estar contente com a presença de alguém ou gostar de sua companhia não incluía dizer que era paixão. Paixão ou amor ou algo mais profundo que fosse carnal ao invés de apenas companhia formidável.Percebi que eu sentia paixão por ele, eu era atraída, e eu queria que ele fosse também, eu ansiava ouvir que talvez não fosse a única a sentir, mas era muito nítido e claro.Lúcio só estava preocupado porque o que acontece
— Trabalho, Lúcio.— Comentei mesmo estando com a cabeça bem longe.— Samira você não precisa pensar nisso.— Lawrence me chamou a atenção segurando as minhas mãos. Ele passara a minha frente me fazendo encarar seu rosto por completo.— Me sinto estranha sabe.— Pausei pensando em como formular as palavras.— Por quê?— Ele questionou.— Eu não sei, é só que me sinto estranha passando esse tempo todo parada.— Completei retribuindo seu carinho na minha mão.— Mas só foram dois dias.— Ele parecia incrédulo. Talvez ele não soubesse o quanto eu tinha pra fazer sempre. Não me dava ao luxo de ficar parada por tanto tempo, tinha a vovó e o Caleb.Eu lembrei da minha vó imediatamente trazendo comigo a saudade que estava guardada no peito. Que saudades da minha vó! O meu peito se apertava sempre que pensava nela daquela forma. Minha vozinha fazia tanta falta, minha vida seria outra se ela estivesse aqui. Eu dizia sempre que nunca tive com quem contar, ou que sempre fiz tudo sozinha, mas não era de