Ao abrir os meus olhos percebi que Lúcio estava ao meu lado enquanto com as mãos segurava minha cabeça. Fiquei confusa, pois não lembrava o que ocorrera para me fazer deitar sobre o sofá da sala dele. Ele soltou a respiração forte, como se estivesse prendendo à bastante tempo. Era como se ele estivesse a espera de algum retorno. Ele provavelmente estava a espera de uma resposta minha. Aparentemente estive desacordada por algum tempo.Eu não falei e Lúcio também não. Ele parecia ocupado de mais usando as mãos de forma completamente protetora por meu rosto e cabelo. Ele fixou seus olhos nos meus por longos minutos e devido aquela ação, era quase que impossível falar. Quando me prendia no seu olhar era difícil raciocinar com clareza. Mas queria entender o que tinha acontecido.Quando forcei a mente a relembrar, as memorias foram ficando clara, senti que meu coração passou bater com mais força. Lembrei do desespero que senti quando Carlos me pressionou no estacionamento.Quando olhei para
— Olha eu sei que tem enfrentado situações complicadas desde que tudo veio a acontecer...— Eu o impedi rapidamente.— Tá louco? que situações difíceis?— Soltei meu pulso do aperto.—Difícil é pouco para ilustrar o que passei. Seu irmão é um imbecil descontrolado que me encara como se fosse uma presa, ele está sempre tentando me devorar. — Lúcio permanecia mantando a calma enquanto me encarava falar. Ele se aproximou novamente.— Você acha que me orgulho disso? —Ele me olhou próximo e a cada segundo sentia mais a proximidade.— Não me orgulho das atitudes ridículas dele e não concordo com elas. Meu Deus você já esqueceu que fui eu que o denunciei com uma medida protetiva contra você? — Lúcio tocou o meu rosto. Senti seus dedos escorregarem sobre a pele do meu rosto. Eu suspirei com uma sensação de derrota. Eu sabia que aquilo era verdade, sabia de tudo que ele fez por mim, sim eu sabia. Mas não queria lembrar disso, pois sentia que se o fizesse, talvez não conseguiria controlar aquele s
O restante do dia foi mais leve. O fato de Lúcio conversar comigo normalmente, o fato de não existir aquele clima estranho sobre a gente. Claro que eu não esqueci aquele beijo, mas ele teria que ficar guardado no lugar mais distante da minha mente, como uma lembrança preciosa de algo que eu nunca poderia ter, pois Lúcio fora bem sincero quanto a não poder fazer nada em questão. Também reconhecia que aquilo jamais seria possível. Lúcio era o homem que com certeza eu nunca poderia ter. Não podia negar que ficava um pouco desconfortável, ou triste talvez, quando o via passar por mim.Seria um pouco complicado entender os fatos, mas não demonstraria a ele. Ele não precisava saber sobre isso.Uma semana depois, Caleb parecia completamente elétrico por saber que teríamos um passeio descente. Aproveitando um feriado completamente inesperado e que nem mesmo sabia do que se tratava. Tinha que cumprir com minha palavra já que ofereci um passeio entre nós dois. Meu filho era uma criança incrív
— Você desculpa a mamãe filho?— Pedi tentando me redimir.— A mamãe é péssima com isso.—Vi que ele não parecia tão animado.— Você pode ir de novo, eu posso gravar agora, ou também pode escolher outro.Caleb animou-se com a ideia e alguns segundos depois lá estava ele soltando gritos de felicidade a cada curva que ele conseguia fazer com o carrinho. Vi que outro carro batia nele o que dificultava nas manobras e voltas. Caleb olhou para mim enquanto gravava e sem que eu esperasse ele jogou o carrinho sobre o outro o deixando preso entre um canto da área. Fiquei perplexa. Quando tudo acabou Caleb correu a minha direção e antes que eu conseguisse entender o que era aquilo um Lúcio completamente despojado e coberto de colar colorido no pescoço se juntou a nós.— O que está fazendo aqui?— Foi tudo que perguntei. Senti o celular ser puxado de minha mão, mas também acabei não dando atenção pois sabia que era Caleb animado pelo seu famoso filme de velozes e furiosos.— Também tenho filho, olha
— Está tudo bem, porque é tão preocupado assim? — Perguntei ao sair do transe em que estava, vendo ele negar com a cabeça e dizer um "Faz parte de mim". Seus olhos se mantiveram sobre os meus por alguns segundos.As crianças gritaram de alegria ao sair do brinquedo, ambos passaram a contar a adrenalina de estarem lá dentro. Anne dizia que Caleb teve medo no começo, já Caleb contara que ela era a única que estava com medo.— Eu não estava com medo, Caleb foi você que disse que estava. — Caleb assumiu soltando um sorriso envergonhado.— Pai! —Anne segurou as mãos do pai puxando sua atenção para ela. — Eu quero ir naquele. — Anne gesticulou a um brinquedo que era para adultos.— Não é perigoso Lúcio? —Perguntei ao segurar a mão de Caleb e acompanhar os dois que caminhavam entre a multidão de pessoas.— Filha, a Samira tem razão, é para adultos. — Marie pareceu se ofender com a frase.— Pai todos os brinquedos são seguros, olha só pra ele, tem proteção na frente como cinto, não tem como c
Caleb não soltava o seu urso minion para nada. Sorri ao encara-lo deitado sobre o sofá completamente apagado e agarrado ao seu urso. Suspirei ao me aproximar e acariciar seus cabelos caramelo que escorriam sobre seu rosto. Ah, eu o amava!Era a coisa mais absurda que eu já senti na vida. O amor de um filho é algo mágico. Acariciei sua bochecha ao depositar um beijo por sua testa. Tentei de forma inútil retirar o urso amarelado com fingidos óculos fundo de garrafa. Caleb não o soltou em nenhum segundo mesmo que estivesse dormindo.Ele esteve animado!Quando o Lúcio acertou o alvo no parque possibilitando que Caleb escolhesse o urso, Caleb esteve tão empolgado que por algum segundo achei que teria um ataque.— Filho, respira.— Comentei observando ele correr sem parar com o urso enorme nos braços. Lúcio gargalhava da situação.— Pelo visto ele ama mesmo esse urso.— Lúcio comentou ao segurar Anne no colo.Tinha algo que brilhava no Lúcio, o fato de ele amar a filha daquela forma, a ponto
— Caleb? Você não tem culpa por isso, nem você nem eu, nós dois não temos culpa disso. Não quero que fique pensando nisso. Você não precisa de um pai, você tem a mim, eu posso ser tudo que você precisa.— Caleb aparentemente estava um pouco menos triste.— Eu amo muito você, eu te amo de mais. Eu sempre farei o possível por você, quer você tenha ou não uma figura paterna.Pausamos nosso dialogo com a imagem de um Lawrence despojado de cabelos mal amarrados surgir na nossa sala nos dando um alto e animado "Bom Dia" e logo em seguida correndo direção a cozinha, ou melhor a mesa. Lawrence passou a se alimentar como se eu e Caleb não estivéssemos ali.— Nossa as coisa estão muito boas, já corre para a cozinha.—Comentei vendo Caleb sorrir de Lawrence que respondia com a boca cheia.— Você não tem noção do quanto suas comidas são boas.— Eu o encarei fazendo careta ao vê-lo falar com comida na boca.— Engole, depois fala.Ele balançou a cabeça negando enquanto permanecia na grande guerra que t
Reconfortei meu corpo sobre a bancada de Lawrence passando a folhear alguns papéis que estavam por sua mesa que era coberta por vários outros dele. Uma lista detalhada de supostas confirmações e suposições sobre questões que eram investigadas por ele e sua equipe. Raylla gargalhou do outro lado da sala que era parcialmente dividida por uma parede de vidro.Kim retribuiu o sorriso animado enquanto pareciam estar submersos em jogos virtuais de investigações. Eles eram um casal completamente competitivo, saudável cem por cento pelo visto. Voltei a atenção aos papéis. Enquanto folheava brevemente encontrei o processo referente a morte de dona Cecília. De forma rápida me sentei sobre a poltrona macia e giratória de Lawrence passando a observar cada detalhe minucioso.Enquanto folheava devagar observei fotos do que pareciam imagens das câmeras de segurança da casa da falecida Cecília. Foquei completamente no caso, analisei detalhadamente tanto as anotações extras e muito bem elaboradas de