Enquanto eu massageava o pulso, que estava vermelho de onde Bruno me segurou, falei de forma indiferente:— Quase fui levada por um lobo. Vamos embora logo, estou com medo.Rui soltou uma risada e, sem deixar de me provocar, respondeu com um tom um tanto irônico:— Você, com medo? Como se você não fosse poderosa!Levantei os olhos para ele, sem entender por que Rui estava tão irritado hoje. Ele parecia incapaz de falar comigo em paz, e seu corpo estava mais inquieto do que de costume, passando a mão pelos cabelos desalinhados na testa.Pelo canto do olho, vi Bruno se aproximando, e sem pensar muito, ergui a mão e a pressionei suavemente contra o peito de Rui...Ainda havia umidade em meus olhos por causa da conversa com Bruno, e olhei para Rui com um olhar brilhante, sorrindo de forma delicada e frágil.— Não sou poderosa, mas preciso da sua ajuda com uma coisa. Será que você pode me ajudar?Rui deu um salto para trás, se afastando bem longe de mim, franzindo a testa com desdém, embora
Bruno, com suas longas pernas, deu um passo decidido e já chegou ao lado de Rui e eu. Seu punho passou raspando pelo rosto de Rui, me puxando para junto de si.— Não arraste a minha esposa para a sua loucura!Bruno não acertou Rui, mas o temperamento de Rui era explosivo. Ele não hesitou e desferiu um soco no peito de Bruno.— Eu te respeito como irmão mais velho, mas não exagere! Quando conheci a Ana, ela nem sabia quem você era!Bruno já estava irritado naquele dia, e ser atingido por Rui apenas piorou as coisas. Eu também fiquei surpresa, não esperava que alguém como Bruno fosse capaz de chutar alguém em plena rua, com um golpe tão ágil e preciso.Rui, pego de surpresa, recuou vários passos devido ao chute. Rangendo os dentes, ele se lançou contra Bruno, acertando-lhe um soco no rosto.Embora o golpe não fosse forte, foi o suficiente para acender a fúria de Bruno, que me lançou um olhar como se quisesse me devorar. Ele pressionou a língua contra a bochecha atingida, os olhos bri
Que dor!Reagi logo e tentei acertar o seu ponto fraco com uma joelhada, mas ele segurou minha perna antes que eu conseguisse.O beijo dele se tornou ainda mais agressivo, uma exploração frenética que parecia uma vingança implacável. Eu mal conseguia resistir, enquanto os sinais masculinos invadiam minha mente repetidamente.Meu coração estremeceu levemente. Se fosse antes, eu provavelmente teria pensado em todas as maneiras possíveis de me pendurar nele para provocá-lo.Mas agora, eu preferiria beijar um cachorrinho fofo na rua do que beijá-lo. Tinha nojo dele!Desde os lábios até o corpo inteiro, eu não queria mais o tocar!Mordi seus lábios com força. Bruno recuou de imediato, com os olhos cheios de incredulidade e raiva.Eu mal tinha conseguido recuperar o fôlego quando, para minha surpresa, ele voltou a me pressionar.Abri a boca para morder de novo, mas ele já estava preparado e se afastou rapidamente.— Você é um cachorro? — Ele perguntou, impaciente.— Não me toque!— Você não
— O quê? — Fiquei boquiaberta de espanto. — Pare de me enganar, Bruno. Não existe ninguém neste mundo que possa me acusar falsamente assim, muito menos a polícia.Bruno achou que eu estava com medo, e me olhou com uma expressão fria, como se nada daquilo tivesse a ver com ele.— Faltam dez minutos para chegarmos ao hospital. Ou você pede desculpas à Gisele, ou será levada pela polícia. A escolha é sua.Ele disse isso e deu partida no carro. Aos poucos, comecei a perceber que ele poderia estar falando a verdade, que os policiais realmente poderiam estar me esperando.Mas e daí? Eu não fiz nada, e ninguém poderia me acusar injustamente!Não imaginei que veria o Sr. Marco novamente tão cedo.Ele veio pessoalmente ao hospital para tomar o depoimento de Gisele e, de quebra, me levar para colaborar com a investigação.O mendigo insistiu que fui eu quem o contratou para cometer o assassinato. O Sr. Marco, enxugando o suor da testa, explicou que estava apenas cumprindo seu dever e que precisav
Que bondoso você...Levantei os olhos para Bruno, esboçando um sorriso suave.— Está me protegendo ou protegendo a reputação da família Henriques?— Faz alguma diferença? — Ele respondeu em um tom autoritário. — As vergonhas da família não podem ser espalhadas.— Tudo bem, eu peço desculpas.Assim que as palavras saíram da minha boca, percebi um sorriso de satisfação no rosto de Gisele.No começo, eu realmente acreditei que tudo não passava de um acidente, que tínhamos apenas dado o azar de cruzar o caminho de um mendigo com uma personalidade antissocial, invejoso de pessoas ricas, justamente no momento em que saíamos do carro.Mas agora, ao ver o olhar de Gisele, comecei a suspeitar que as coisas não eram tão simples quanto eu pensava.Caminhei lentamente em direção a Gisele. Ela provavelmente achou que eu estava intimidada, então quando segurei o braço ferido dela e a puxei da cama para o chão, a expressão no rosto dela foi inestimável.Gisele caiu no chão, sem conseguir emitir som a
Eu mantive o Sr. Marco ao meu lado o tempo todo, responsável por resolver meus assuntos, só para garantir que ele não tivesse tempo de procurar o Bruno e dizer isso a ele. Se Bruno quisesse dificultar minha vida, eu talvez não conseguisse sair da delegacia tão cedo.A única coisa que eu podia fazer era ganhar tempo, e o ideal seria que a Luz chegasse à delegacia para garantir minha libertação.Enquanto eu estava engajada em uma conversa animada com o Sr. Marco, Luz chegou. E, para minha surpresa, ela não veio sozinha, trouxe Juan!Ele vestia uma camisa branca impecável, com as pontas meticulosamente enfiadas na calça social, realçando sua postura alta e esguia. Apesar dos óculos que lhe davam uma aparência culta e elegante, havia uma firmeza em seu olhar por trás das lentes, como se fosse um herói corajoso enfrentando a verdade de frente.Ao vê-lo, uma frase surgiu espontaneamente na minha mente:“A justiça é imortal sob os princípios corretos.”Naquele momento, senti uma emoção inten
— É mesmo?Forcei um sorriso, sentindo-me um tanto abalada. Afinal, ele era meu marido, mas estava obcecado em encontrar provas de que eu havia cometido um crime. Era menos confiável do que um chefe que eu mal conhecia.Devia ficar bastante desapontado ao me ver sair da delegacia com Rui.De repente, senti um braço sobre meus ombros, interrompendo meus pensamentos confusos.— Vamos.Juan, ao ver Bruno se aproximando de mim, me aconselhou a ir embora, enquanto Luz, mais impaciente, me puxava com raiva.— Vamos, por que está olhando para ele? Só de ver já me dá dor nos olhos!Minhas pernas hesitaram, e em questão de segundos, Bruno já estava diante de mim.Agora que estava mais perto, pude ver ainda mais claramente as gotas de água em seu cabelo, algumas já haviam molhado seus fios, indicando que ele realmente esteve do lado de fora por bastante tempo.— Vocês estão tentando sequestrar minha esposa?Vestido em um terno preto, quase se fundindo com a escuridão ao seu redor, Bruno me olha
— Sou o advogado dela, Presidente Bruno. Se houver algo que queira discutir, posso conversar com você.Virei a cabeça para Juan. Desde quando eu o contratei como meu advogado?Ele pareceu perceber meu olhar e se virou para mim com um sorriso.— Já ouvi dizer que a consulta do Adv. Juan começa em um milhão de reais. Eu não sabia que minha esposa estava gastando meu dinheiro para contratar um advogado. Será que o Adv. Juan sabe o que significa bens comuns do casamento?A voz fria e impiedosa de Bruno chegou aos meus ouvidos. Seu olhar passou por cima dos ombros das duas pessoas à minha frente e pousou diretamente em mim.Parecendo impaciente, ele usou um tom firme para me ordenar:— Venha aqui!Juan se colocou lentamente à minha frente, bloqueando a visão dele.— Por coincidência, estou disponível. Posso oferecer três anos de assistência jurídica gratuita para Ana. Três anos é suficiente para muita coisa, como, por exemplo, um processo de divórcio.Bruno esboçou um sorriso e falou com sa