Sem escolha, então me levantei e pedi ao garçom que trouxesse mais cadeiras. Mas, quando me sentei, Bruno agarrou meu braço de repente e me puxou em sua direção. A força não foi leve, e ele me pressionou a sentar ao seu lado.Levantei a cabeça, e minha visão foi preenchida pela linha afiada de sua mandíbula. Ele não percebia nada de errado, e finalmente também se sentou ao meu lado.Assim, o almoço para duas pessoas se transformou em um encontro para quatro.Rui se sentou à minha frente, enquanto Juan ficou em frente a Bruno. Nós quatro estávamos ao redor de uma mesa de jantar pequena, e em perfeita harmonia, caímos em um silêncio coletivo.Bruno mantinha uma expressão tensa. Ao ver o leve sorriso sarcástico nos lábios de Rui, seu rosto gelado ficou ainda mais sem expressão.No final, foi o garçom que trouxe os cardápios, o que fez com que a atmosfera assustadora de Bruno se acalmasse um pouco.Ele não me olhou em momento algum, e com a mesma expressão inalterada, fez o pedido. Só ent
Ele mantinha um controle preciso, ajustando o tom de voz para um nível intencionalmente sereno, o que transmitia uma sensação de modéstia.Na visão dele, essa questão era amplamente manipulada, não completamente fora de controle. Os advogados tinham uma grande margem para escolher os casos que aceitariam; para aumentar a taxa de sucesso, basta aceitar os casos mais seguros. Juan não era nem de longe tão impressionante quanto os rumores faziam parecer.Juan ajeitou os óculos e, com tranquilidade, declarou:— Nunca prometo uma vitória de cem por cento, só prometo uma cobrança de cem por cento.— Não é à toa que tanta gente está desesperada para se tornar advogado hoje em dia. — Bruno soltou um sorriso frio, seus olhos pousando sobre mim. — Basta falar algumas palavras e já estão ganhando dinheiro.— Algumas pessoas nasceram para esse trabalho, têm talento, ninguém pode impedir. — Juan já havia percebido o que estava acontecendo. Ele pegou uma colher e me serviu uma tigela de sopa, tenta
Bruno parecia me enxergar completamente como sua inimiga. Para quem não soubesse a verdade, poderia até parecer que quem foi esfaqueado não foi Gisele, mas ele.— Bruno, essa história não tem nada a ver com Rui, nem Juan, então não envolva pessoas inocentes.Bruno já havia mencionado antes que queria me jogar na delegacia, e eu, na minha ingenuidade, ainda nutria a esperança de que, se conseguisse provar minha inocência, tudo ficaria bem. Mas, agora, estava óbvio que ele não estava brincando. Ele estava disposto a fazer qualquer coisa por Gisele, sem nenhum escrúpulo.Subestimei o quanto ele podia ser cruel comigo.Ele me pressionava por dois motivos: ou para descontar sua raiva por Gisele, ou para que eu fosse implorar a ele. Mas eu me recusava a fazer qualquer uma dessas coisas.— Inocentes? Um mestre da advocacia apontando uma metralhadora para mim, você deve estar bem satisfeita, não é?O olhar dele ficava cada vez mais sombrio enquanto eu erguia o rosto, sorrindo para ele.— Esto
Enquanto eu massageava o pulso, que estava vermelho de onde Bruno me segurou, falei de forma indiferente:— Quase fui levada por um lobo. Vamos embora logo, estou com medo.Rui soltou uma risada e, sem deixar de me provocar, respondeu com um tom um tanto irônico:— Você, com medo? Como se você não fosse poderosa!Levantei os olhos para ele, sem entender por que Rui estava tão irritado hoje. Ele parecia incapaz de falar comigo em paz, e seu corpo estava mais inquieto do que de costume, passando a mão pelos cabelos desalinhados na testa.Pelo canto do olho, vi Bruno se aproximando, e sem pensar muito, ergui a mão e a pressionei suavemente contra o peito de Rui...Ainda havia umidade em meus olhos por causa da conversa com Bruno, e olhei para Rui com um olhar brilhante, sorrindo de forma delicada e frágil.— Não sou poderosa, mas preciso da sua ajuda com uma coisa. Será que você pode me ajudar?Rui deu um salto para trás, se afastando bem longe de mim, franzindo a testa com desdém, embora
Bruno, com suas longas pernas, deu um passo decidido e já chegou ao lado de Rui e eu. Seu punho passou raspando pelo rosto de Rui, me puxando para junto de si.— Não arraste a minha esposa para a sua loucura!Bruno não acertou Rui, mas o temperamento de Rui era explosivo. Ele não hesitou e desferiu um soco no peito de Bruno.— Eu te respeito como irmão mais velho, mas não exagere! Quando conheci a Ana, ela nem sabia quem você era!Bruno já estava irritado naquele dia, e ser atingido por Rui apenas piorou as coisas. Eu também fiquei surpresa, não esperava que alguém como Bruno fosse capaz de chutar alguém em plena rua, com um golpe tão ágil e preciso.Rui, pego de surpresa, recuou vários passos devido ao chute. Rangendo os dentes, ele se lançou contra Bruno, acertando-lhe um soco no rosto.Embora o golpe não fosse forte, foi o suficiente para acender a fúria de Bruno, que me lançou um olhar como se quisesse me devorar. Ele pressionou a língua contra a bochecha atingida, os olhos bri
Que dor!Reagi logo e tentei acertar o seu ponto fraco com uma joelhada, mas ele segurou minha perna antes que eu conseguisse.O beijo dele se tornou ainda mais agressivo, uma exploração frenética que parecia uma vingança implacável. Eu mal conseguia resistir, enquanto os sinais masculinos invadiam minha mente repetidamente.Meu coração estremeceu levemente. Se fosse antes, eu provavelmente teria pensado em todas as maneiras possíveis de me pendurar nele para provocá-lo.Mas agora, eu preferiria beijar um cachorrinho fofo na rua do que beijá-lo. Tinha nojo dele!Desde os lábios até o corpo inteiro, eu não queria mais o tocar!Mordi seus lábios com força. Bruno recuou de imediato, com os olhos cheios de incredulidade e raiva.Eu mal tinha conseguido recuperar o fôlego quando, para minha surpresa, ele voltou a me pressionar.Abri a boca para morder de novo, mas ele já estava preparado e se afastou rapidamente.— Você é um cachorro? — Ele perguntou, impaciente.— Não me toque!— Você não
— O quê? — Fiquei boquiaberta de espanto. — Pare de me enganar, Bruno. Não existe ninguém neste mundo que possa me acusar falsamente assim, muito menos a polícia.Bruno achou que eu estava com medo, e me olhou com uma expressão fria, como se nada daquilo tivesse a ver com ele.— Faltam dez minutos para chegarmos ao hospital. Ou você pede desculpas à Gisele, ou será levada pela polícia. A escolha é sua.Ele disse isso e deu partida no carro. Aos poucos, comecei a perceber que ele poderia estar falando a verdade, que os policiais realmente poderiam estar me esperando.Mas e daí? Eu não fiz nada, e ninguém poderia me acusar injustamente!Não imaginei que veria o Sr. Marco novamente tão cedo.Ele veio pessoalmente ao hospital para tomar o depoimento de Gisele e, de quebra, me levar para colaborar com a investigação.O mendigo insistiu que fui eu quem o contratou para cometer o assassinato. O Sr. Marco, enxugando o suor da testa, explicou que estava apenas cumprindo seu dever e que precisav
Que bondoso você...Levantei os olhos para Bruno, esboçando um sorriso suave.— Está me protegendo ou protegendo a reputação da família Henriques?— Faz alguma diferença? — Ele respondeu em um tom autoritário. — As vergonhas da família não podem ser espalhadas.— Tudo bem, eu peço desculpas.Assim que as palavras saíram da minha boca, percebi um sorriso de satisfação no rosto de Gisele.No começo, eu realmente acreditei que tudo não passava de um acidente, que tínhamos apenas dado o azar de cruzar o caminho de um mendigo com uma personalidade antissocial, invejoso de pessoas ricas, justamente no momento em que saíamos do carro.Mas agora, ao ver o olhar de Gisele, comecei a suspeitar que as coisas não eram tão simples quanto eu pensava.Caminhei lentamente em direção a Gisele. Ela provavelmente achou que eu estava intimidada, então quando segurei o braço ferido dela e a puxei da cama para o chão, a expressão no rosto dela foi inestimável.Gisele caiu no chão, sem conseguir emitir som a