Eu pensei assim, e o beijo dele me fez aceitar tudo de forma mais fácil. Segurei o rosto dele com as mãos e correspondi ao beijo.Antes, eu sempre me perguntava se o amor repentino de Bruno era real. Seria que ele me amava tanto quanto parecia? E quanto amor eu deveria devolver a ele?Afinal, se eu me entregasse demais, quem acabaria machucada seria eu. Se fosse pouco, eu também não encontraria felicidade nesse relacionamento. Mas, e se ele só quisesse me usar para se curar? Bruno não estava bem fisicamente. Depois de um tempo, ele ficou um pouco ofegante e começou a esfregar seu corpo no meu. — Está sentindo alguma coisa? Segurei firmemente seus ombros, sem nenhum constrangimento, e acenei com a cabeça. — Mas você não pode agora. Bruno soltou uma risada fria, segurou minha cabeça e me beijou novamente. Quando o beijo se aprofundou, ele me perguntou de novo: — Tem certeza? Ele se virou, ficando por cima de mim. — Querida, me provoca, diz que me ama. Virei de costas
Bruno vestia um pijama de seda, uma camada fina. Antes de abrir a porta, ele desabotoou o único botão que havia apertado, preparado para a cena mais impactante que Rui poderia ver. Gisele, ao avistar o homem desarrumado, não hesitou em se lançar em seus braços. Bruno não a empurrou de imediato; há dias não se viam, e seus olhares estavam repletos um do outro. Ao ouvir minha voz, Bruno pressionou a palma na cabeça de Gisele, afastando-a. — Emagreceu um pouco, mas ainda é forte. A colisão quase o fez perder o equilíbrio. Ele não soltou a mão e deslocou Gisele para o lado. — Cumprimente-a. Quando Gisele me viu, seus olhos não mal podiam conter a raiva. — Cumprimentos a quem? Ele parecia não entender o que Bruno queria dizer. A repulsa me invadiu. Com um impulso, puxei a manga do homem para baixo. Bruno, sem saber o que eu pretendia, se deixou levar. Arranquei sua camisa, amassando-a antes de jogá-la no rosto de Gisele. — Veja, olhe bem para o seu irmão. Gisele, mordendo o láb
Observando seu corpo que se afastava sem olhar para trás, meu coração parecia estar sendo apertado, impossibilitando-me de respirar. A última vez que ele se afastou de mim assim foi quando estávamos fora da cidade.Naquela ocasião, ele me levou ao hospital para trocar o curativo do meu pescoço, e quando saí, não consegui encontrá-lo. Naquele momento, ele também se afastou por estar prestes a perder o controle de suas emoções?Não conseguia compreender essa sensação de quase descontrole, mas para um homem que sempre precisava ter tudo sob controle, isso deveria ser realmente desconfortável. Imediatamente, senti um arrependimento; considerando a situação atual de Bruno, eu não deveria ter brigado com ele.Nestes últimos dias, não saí de casa também para vigiar suas ações; tinha medo de que ele voltasse a tomar os remédios. Agora, ele estava trancado no escritório e todos os meus esforços poderiam ter sido em vão, já que o médico alertou sobre os fortes efeitos colaterais da medicação
— Oh, tudo bem, mas que tal eu chamar a mãe dele para te contar? Quando era criança, ela cuidava mais do Bruno. Pietro parecia tranquilo, e era evidente que seu humor estava bom ao me ver. Eu balancei a cabeça. — A Karina não sabe o que eu quero saber. — Ana, você ouviu alguém falando algo? Isso é só boato, não leve a sério. Pietro, como um veterano do mundo dos negócios, percebeu de imediato o que eu queria dizer, e sua expressão começou a se fechar pouco a pouco. Eu disse: — Ele está tomando um tipo de remédio. — Ana, você está se preocupando à toa. No mercado, há muitos concorrentes, e sempre haverá rumores. Você precisa aprender a filtrar as informações verdadeiras. Tomar remédio não é nada demais; pode ser que ele não esteja se sentindo bem. Você deveria se preocupar mais com ele. — Ele terminou de falar e, instintivamente, negou. — Meu filho nunca teria esse tipo de doença. Você sabe, todos falam bem dele. Você pode ficar tranquila, pode engravidar, isso com certe
Ou não seria possível separá-lo de sua mãe para cuidar dele? Apesar das mil perguntas que borbulhavam em meu coração, não interrompi Pietro, que estava perdido em suas memórias. Ele continuou: — Depois que a mãe dele faleceu, Bruno foi crescendo, e sua avó se tornou ainda mais cruel. “Se não fosse por você, sua mãe ainda estaria viva! Se não fosse por você ser tão barulhento, ela poderia descansar e dormir bem à noite! Tudo é culpa desse menino barulhento!” Ela não tinha mais receios e chegou a insultar meu filho na minha frente. Mas eu também havia perdido minha esposa e pensei que uma criança não guardaria essas palavras. Tentava compensá-lo com dinheiro, enviando a babá para comprar tudo o que ele queria, mas logo percebi que o Bruno estava se tornando cada vez mais silencioso. Ele não queria os brinquedos, preferia se trancar no quarto. Se não soubesse que ele estava em casa, poderia parecer que ele havia desaparecido. Uma vez, olhando para cima do andar de baixo, vi Bruno en
Eu segurava o celular com rigidez, meu coração tremendo incontrolavelmente. A voz do outro lado continuava a interrogar ansiosamente:— Como você pode ir embora sem me avisar? Pensei que você tinha desaparecido de novo!Bruno estava irritado, seu tom mostrando descontentamento pela minha súbita partida. Quanto mais refletia sobre as palavras de Pietro, mais me sentia mal. Comecei a questionar se havia interpretado tudo errado. Se Gisele era tão importante para Bruno, por que eu acreditava que eu poderia ser seu remédio? Era realmente irônico. Meu objetivo ao vir até aqui era entender o passado de Bruno, para esclarecer os problemas que o afligiam. Mas, após ouvir Pietro, minha mente não se enchia de compaixão ou de indignação por ele, e sim de reflexão, perguntando se eu havia cometido um erro. A instabilidade emocional de Bruno talvez não fosse por ele precisar de mim, mas sim porque eu o havia afastado de Gisele, e isso o deixava inseguro. Eu abri a boca lentamente e perguntei:
Na noite passada, eu e Bruno voltamos para a Mansão à beira-mar. Quando Luz soube, ela me repreendeu, perguntando se eu estava louca.— Aquela meia-irmã cruel nem se atreve a aparecer; quando ela fica fora de controle, pode machucar alguém. Você ainda voltou?Eu sorri, perguntando para onde eu iria se não voltasse? A nova casa de Bruno e minha seria um lugar onde nunca mais iria.— Gisele até me chamou de cunhada, acredita? Você acha que foi divertido? — Eu disse, tentando parecer leve.Na verdade, nesses dias, aquele homem que acostumara a ir para a cama cedo, grudado na minha presença, depois de voltarmos para a Mansão à beira-mar, demorou muito a voltar para o quarto. Claramente, os dois estavam se divertindo na noite anterior, conversando alegremente. Lembrava que, no momento em que Bruno ficou magoado com a minha súbita partida, no instante seguinte, ao saber que eu queria voltar para a Mansão à beira-mar, ele sorriu.Ele acariciou o topo da minha cabeça e suspirou:— Finalmente
Eu sabia que Bruno não era tão fácil de enganar, então, assim que desembarquei, a primeira coisa que fiz foi abrir o celular. Como esperado, as mensagens dele chegaram como balas. Quando se passava muito tempo com alguém, até o jeito de falar começava a parecer com o de Gisele.[Por que tão repentinamente?] [Por quanto tempo você vai? Um dia e uma noite ou só um dia? Não pode deixar de ir?] [Por que não responde?] [Quanto tempo falta para o avião pousar?]Senti uma tontura e só consegui ligar de volta. Expliquei com dificuldade, dizendo que era trabalho, e finalmente ele concordou. Um dia não era muito. Eu só passei uma noite fora de casa, tão rápido que até Bruno foi pego de surpresa.No dia seguinte, quando voltei para a Mansão à beira-mar com uma pequena mala que comprei de emergência no aeroporto, o encontrei de costas, em pé na janela, falando ao celular. A luz do pôr do sol entrava, alongando sua sombra imensamente.Lembrei das palavras de Pietro, pensando que talvez Br