Bruno se aproximou de mim, bloqueando boa parte da luz. Seus olhos, silenciosos, baixaram em minha direção, e de repente, ele sorriu de forma amarga.— Não brinca, não faz esse tipo de piada comigo.Depois de falar, seus lábios começaram a se apertar lentamente, e a cor rosada de sua boca se tornou pálida.— Não é uma piada. — Virei o rosto, dizendo calmamente.— Então você está brava. Amanhã peço para a Assistente Isabela entrar em contato com algumas marcas e te mandar mais roupas e joias, tá bom? — Ele segurou meus ombros, se inclinou em direção ao meu rosto e, com suavidade, deixou um beijo em minha bochecha. — Lembro que você costumava gostar de se arrumar.— Bruno, será que toda vez que há um problema entre nós, você simplesmente escolhe outro caminho, contanto que consiga o que quer?Senti uma dor profunda, não apenas por causa de Rui, mas também por causa de Bruno, por quem ele era.Eu pensei que nós tínhamos passado por tantas coisas juntos. Achei que quando ouvi ele dizer que
Bruno demorou muito para voltar ao quarto, e eu, naturalmente, não fui procurá-lo. No entanto, com o turbilhão de sentimentos em mim, também não conseguia dormir.Depois de passar mais de três horas assim, quando o céu começava a clarear, um estrondo ecoou pela casa. Instintivamente, pulei da cama.Bruno estava doente, então imaginei que o som de algo caindo no chão pudesse ser causado por ele. Sai correndo, tropeçando pelos corredores, chamando por seu nome.Ele não respondeu.Acabei o encontrando no chão do escritório, que já estava com as luzes apagadas há algum tempo. Bruno havia desmaiado por causa da febre. Chamei o médico imediatamente.Após o diagnóstico, o médico disse:— O Presidente Bruno está com uma febre alta. Por favor, ajude a refrescar o corpo dele com água para baixar a temperatura. Já coloquei um adesivo antitérmico na testa dele, troque a cada hora. Se a febre baixar, ele ficará bem, não é nada grave.Fiquei ao lado da cama de Bruno, ouvindo as instruções enquanto o
Imediatamente desliguei e apertei o celular contra o peito. O quarto mergulhou em uma escuridão profunda. No silêncio, o único som que percebia era o da batida acelerada do meu coração.Prendi a respiração, atenta ao estado de Bruno. Ele soltou um gemido abafado, enterrando o rosto em meus cabelos e apertando ainda mais o abraço ao redor da minha cintura. Quando tentei ouvir novamente, ele já estava quieto.O celular vibrou duas vezes. Era uma mensagem da Assistente Isabela:[Presidente Bruno, vou agendar uma consulta com o psicólogo para amanhã às 16h, após a reunião. Você não tinha dito que, depois que a Ana voltasse, pararia de tomar tanto remédio? Faz apenas dois dias que mandei mais, e já acabaram.]Meu cérebro entrou em colapso. Como assim ele está tomando remédio por minha causa?Respondi imediatamente:[Aqui é a Ana. Assistente Isabela, quero que me diga a verdade: por que Bruno está tomando esses remédios?]Minha mente estava a mil, tentando juntar todas as peças que conheci
Eu pensei assim, e o beijo dele me fez aceitar tudo de forma mais fácil. Segurei o rosto dele com as mãos e correspondi ao beijo.Antes, eu sempre me perguntava se o amor repentino de Bruno era real. Seria que ele me amava tanto quanto parecia? E quanto amor eu deveria devolver a ele?Afinal, se eu me entregasse demais, quem acabaria machucada seria eu. Se fosse pouco, eu também não encontraria felicidade nesse relacionamento. Mas, e se ele só quisesse me usar para se curar? Bruno não estava bem fisicamente. Depois de um tempo, ele ficou um pouco ofegante e começou a esfregar seu corpo no meu. — Está sentindo alguma coisa? Segurei firmemente seus ombros, sem nenhum constrangimento, e acenei com a cabeça. — Mas você não pode agora. Bruno soltou uma risada fria, segurou minha cabeça e me beijou novamente. Quando o beijo se aprofundou, ele me perguntou de novo: — Tem certeza? Ele se virou, ficando por cima de mim. — Querida, me provoca, diz que me ama. Virei de costas
Bruno vestia um pijama de seda, uma camada fina. Antes de abrir a porta, ele desabotoou o único botão que havia apertado, preparado para a cena mais impactante que Rui poderia ver. Gisele, ao avistar o homem desarrumado, não hesitou em se lançar em seus braços. Bruno não a empurrou de imediato; há dias não se viam, e seus olhares estavam repletos um do outro. Ao ouvir minha voz, Bruno pressionou a palma na cabeça de Gisele, afastando-a. — Emagreceu um pouco, mas ainda é forte. A colisão quase o fez perder o equilíbrio. Ele não soltou a mão e deslocou Gisele para o lado. — Cumprimente-a. Quando Gisele me viu, seus olhos não mal podiam conter a raiva. — Cumprimentos a quem? Ele parecia não entender o que Bruno queria dizer. A repulsa me invadiu. Com um impulso, puxei a manga do homem para baixo. Bruno, sem saber o que eu pretendia, se deixou levar. Arranquei sua camisa, amassando-a antes de jogá-la no rosto de Gisele. — Veja, olhe bem para o seu irmão. Gisele, mordendo o láb
Observando seu corpo que se afastava sem olhar para trás, meu coração parecia estar sendo apertado, impossibilitando-me de respirar. A última vez que ele se afastou de mim assim foi quando estávamos fora da cidade.Naquela ocasião, ele me levou ao hospital para trocar o curativo do meu pescoço, e quando saí, não consegui encontrá-lo. Naquele momento, ele também se afastou por estar prestes a perder o controle de suas emoções?Não conseguia compreender essa sensação de quase descontrole, mas para um homem que sempre precisava ter tudo sob controle, isso deveria ser realmente desconfortável. Imediatamente, senti um arrependimento; considerando a situação atual de Bruno, eu não deveria ter brigado com ele.Nestes últimos dias, não saí de casa também para vigiar suas ações; tinha medo de que ele voltasse a tomar os remédios. Agora, ele estava trancado no escritório e todos os meus esforços poderiam ter sido em vão, já que o médico alertou sobre os fortes efeitos colaterais da medicação
— Oh, tudo bem, mas que tal eu chamar a mãe dele para te contar? Quando era criança, ela cuidava mais do Bruno. Pietro parecia tranquilo, e era evidente que seu humor estava bom ao me ver. Eu balancei a cabeça. — A Karina não sabe o que eu quero saber. — Ana, você ouviu alguém falando algo? Isso é só boato, não leve a sério. Pietro, como um veterano do mundo dos negócios, percebeu de imediato o que eu queria dizer, e sua expressão começou a se fechar pouco a pouco. Eu disse: — Ele está tomando um tipo de remédio. — Ana, você está se preocupando à toa. No mercado, há muitos concorrentes, e sempre haverá rumores. Você precisa aprender a filtrar as informações verdadeiras. Tomar remédio não é nada demais; pode ser que ele não esteja se sentindo bem. Você deveria se preocupar mais com ele. — Ele terminou de falar e, instintivamente, negou. — Meu filho nunca teria esse tipo de doença. Você sabe, todos falam bem dele. Você pode ficar tranquila, pode engravidar, isso com certe
Ou não seria possível separá-lo de sua mãe para cuidar dele? Apesar das mil perguntas que borbulhavam em meu coração, não interrompi Pietro, que estava perdido em suas memórias. Ele continuou: — Depois que a mãe dele faleceu, Bruno foi crescendo, e sua avó se tornou ainda mais cruel. “Se não fosse por você, sua mãe ainda estaria viva! Se não fosse por você ser tão barulhento, ela poderia descansar e dormir bem à noite! Tudo é culpa desse menino barulhento!” Ela não tinha mais receios e chegou a insultar meu filho na minha frente. Mas eu também havia perdido minha esposa e pensei que uma criança não guardaria essas palavras. Tentava compensá-lo com dinheiro, enviando a babá para comprar tudo o que ele queria, mas logo percebi que o Bruno estava se tornando cada vez mais silencioso. Ele não queria os brinquedos, preferia se trancar no quarto. Se não soubesse que ele estava em casa, poderia parecer que ele havia desaparecido. Uma vez, olhando para cima do andar de baixo, vi Bruno en