Eu fui arremessada pelo ar como um saco de areia com a explosão, e no momento em que caí no chão, a terra sob mim certamente rachou com o impacto. Todo o meu corpo doía como se meus ossos tivessem se despedaçado.A dor trouxe de volta um fio de consciência.Os pedestres na rua, temendo serem atingidos, gritavam enquanto corriam para longe do local da explosão. No instante em que aconteceu, o instinto humano era apenas fugir para salvar a própria vida; ninguém pensava em chamar a polícia ou apagar o fogo.Tentei mexer a mão para pegar o celular na bolsa, quando de repente uma figura correndo invadiu minha visão.Bruno, sem pensar duas vezes, se lançou no meio das chamas. No momento em que ele entrou no banco do passageiro, o fogo o envolveu imediatamente, e meu coração congelou junto com ele.Tudo aconteceu rápido demais, rápido a ponto de eu não conseguir gritar, mas ao mesmo tempo, parecia que tudo acontecia devagar. Tão devagar que seus movimentos pareciam uma cena em câmera lenta se
Os olhos de Bruno estavam vermelhos como sangue, e o sorriso presunçoso de Maia sob ele apenas alimentava ainda mais sua fúria insana. A raiva selvagem em seu olhar era assustadora.— Mate-me, vá em frente. Eu nunca entendi... Esforcei-me tanto para agradar a todos, mas por que, no fim, nunca conquistei o coração de vocês?— Você acha que eu não sou capaz?Ele apertava o pescoço de Maia com força, e o olhar que ele lançava sobre ela era o de alguém prestes a tirar uma vida.Nos seus últimos momentos, Maia sorriu, desafiadora.— Mate-me. Assim, eu morro junto com a Ana. No fundo, eu sempre gostei dela. Se não fosse por você, talvez pudéssemos ter sido amigas.— Você não é digna! — A voz de Bruno saiu firme, cheia de convicção. — E a Ana não vai morrer!Naquele instante, uma palavra invadiu minha mente: fugir. Se eu escolhesse partir, talvez até sair do país, não seria essa a liberdade que eu sempre desejei?Bruno levantou Maia pelo pescoço, erguendo-a no ar com brutalidade. Eu não tinha
No hospital, Bruno Henrique aprumou-se em toda a sua altura, destacando-se na multidão.— Não é da sua conta, pode ir embora.Mal tinha me aproximado quando ouvi ele dizer isso, e o saco que eu segurava foi tirado das minhas mãos. A meia-irmã de Bruno foi levada ao hospital no meio da noite, e minha única função, como cunhada, era apenas trazer algumas roupas, nada além do que uma empregada faria. Estávamos casados há quatro anos, e eu já estava acostumada à frieza dele, então fui falar com o médico para entender a situação. O médico disse que o ânus da paciente estava rompido, causado pelo ato de fazer amor com um parceiro.Naquele instante, senti como se tivesse caído em um poço de gelo, o frio invadindo-me dos pés à cabeça.Que eu soubesse, Gisele Silva não tinha namorado, e quem a levou ao hospital naquela ocasião foi meu marido.O médico ajustou os óculos no nariz e me olhou com certa pena.— Os jovens hoje em dia gostam de buscar novas emoções e procurar por estímulos.— O qu
Minha visão caiu sobre a calça de Bruno, que estava jogada ao lado da cama, com o cós frouxo e distorcido formando um rosto choroso, e um canto de seu celular preto deslizando para fora, parecendo mais triste com as lágrimas.Na vida matrimonial, acreditava que tanto o amor quanto a privacidade eram importantes. Sempre demos espaço um ao outro e nunca mexemos no celular do parceiro.Mas hoje, depois de vasculhar até o escritório, pensei que também deveria olhar o celular dele.Peguei o celular e com pressa, mergulhei debaixo das cobertas até cobrir minha cabeça.Eu estava muito nervosa.Diziam que ninguém conseguia manter um sorriso no rosto após verificar o celular do parceiro. Eu tinha medo de encontrar provas de sua traição com Gisele ou de não encontrar nada e parecer que não confiava nele.Ao pensar no bracelete que ele gostava de usar todos os dias, meus dentes começaram a tremer.“Bruno, o que você está escondendo de mim? O que realmente importa para você?”Errei a senha várias
O celular de Bruno estava sobre o armário de relógios, preso entre duas caixas de relógio. A mão dele estava apoiada na superfície do armário, enquanto a outra se movia rapidamente abaixo dele.No chão, não muito longe dele, estava a toalha cinza que ele havia chutado. Mesmo que seu corpo estivesse parcialmente escondido, não era difícil adivinhar o que ele estava fazendo.Sons de intimidade logo preencheram o closet, carregados de sensualidade.Meus dedos dos pés se cravaram no chão de madeira, e uma sensação de frio percorreu meu corpo. Meu corpo inteiro ficou paralisado como se eu estivesse enfeitiçada.Ele logo pegou algumas folhas de papel toalha. Achei que ele tinha terminado, mas, para minha surpresa, ele começou tudo de novo.Só agora a dor real tomou conta de mim. Cada movimento do braço dele parecia cortar meu coração profundamente.Algumas fotos de Gisele eram suficientes para tirar meu marido da nossa cama. Ele preferia resolver suas necessidades sozinho, olhando suas fotos
Eu costumava gostar de assistir a novelas com enredos exagerados e, por isso, entendia bem quais tipos de mulheres podiam causar grande impacto nos homens. Algumas mulheres, quanto mais os homens não conseguiam ter elas, mais as desejavam.Os dois estavam destinados a não ficar juntos por razões mundanas; a família Henriques era um clã de grande prestígio e, mesmo que não tivessem laços de sangue, não ousariam desonrar o nome da família.Se Bruno realmente gostasse de Gisele, provavelmente acharia até o excremento dela cheiroso. Como eu poderia competir com ela?A cirurgia prosseguiu em silêncio e sem problemas. Após sair, sentei-me no segundo andar, aguardando ser chamada para pegar os remédios.O cheiro do desinfetante do hospital parecia limpar minha mente, e então, completamente lúcida, mandei uma mensagem para Bruno."Se você tivesse que escolher entre mim e Gisele, quem você escolheria?"Se ele dissesse que escolheria Gisele, eu recuaria e desejaria a felicidade deles.Eu sabia
Eu esfreguei a testa, as lágrimas surgiram, e ao levantar a cabeça percebi que não tinha batido na parede, mas sim no peito sólido de Bruno.— Nem com um bilhão de dona Rose, eu iria à falência.Bruno não gostava de demonstrar suas emoções, mas por um instante, peguei uma expressão de desprezo em seu rosto. Do que ele tinha para se orgulhar? Por mais rico que ele fosse, era eu quem pagava o salário da dona Rose.Agarrei a alça da mala e, sem erguer os olhos, passei por ele.Com uma expressão impassível, Bruno me impediu, chutando a base da minha mala. — Coloque as coisas da Sra. Henriques de volta. — Ele ordenou a dona Rose, que estava a poucos metros de distância.Dona Rose correu atrás da mala que deslizava rapidamente.Eu não culpei a dona Rose pela falta de solidariedade, nem senti vergonha por ser descoberta por Bruno naquele momento. A pessoa que deveria sentir vergonha naquela casa não era eu.— Não bloqueie meu caminho. — Essa foi a frase mais firme que eu já tinha dito a Bruno
"Ele não me ama."Eu disse a mim mesma em silêncio depois de ouvi-lo dizer essas palavras.Parecia que, depois de ver certas coisas com clareza, eu conseguia encontrar provas de que ele não me amava em todos os lugares. Ele já não tinha mais nenhuma paciência comigo.Eu olhava fixamente em seus olhos, tentando enxergar ele por completo. Depois de um tempo, desviei o olhar, não querendo investigar mais. Eu também já não tinha mais expectativas.Vendo que eu não me movia, Bruno agarrou meu pulso e me puxou para andar. Quando percebi que ele queria me levar para o closet, resisti de imediato.Pensar que ele fez aquelas coisas ali de manhã me fazia nunca mais querer entrar naquele lugar.O rosto de Bruno ficou sombrio e ele disse friamente:— Ana, como posso levar você para casa se você está assim?Eu olhei para mim mesma e vi que as roupas originalmente passadas e impecáveis agora estavam amassadas, tudo por causa dele. Realmente não dava para usar mais.As coisas entre Bruno e eu ainda n