A câmera focou em Maia, que parecia profundamente magoada, soluçando sem parar. Eu estava ainda mais surpresa. Bruno sempre foi conhecido por ser gentil e cuidadoso em suas ações, e raramente o vi confrontar alguém publicamente dessa forma. Nunca imaginei que palavras tão duras seriam dirigidas a Maia.O diretor, atento às emoções da plateia, rapidamente sinalizou para que um dos convidados me entregasse o microfone. Por um instante, minha expressão de choque foi capturada pelas câmeras, mas logo me recomponho e sorrio levemente.— Agradeço à Srta. Maia por levantar essa questão, pois, caso contrário, eu não saberia que algumas pessoas pensam assim. O motivo pelo qual participei do programa foi para mostrar que, hoje em dia, temos um sistema legal relativamente completo. Quando enfrentamos dificuldades, não estamos sozinhos. Acredito que cada pessoa aqui presente compartilha desse pensamento, e fico tranquila sabendo que há tantos com o mesmo propósito. Minha principal ocupação é c
Bruno disse:— Queria experimentar a nova pista, abrir caminho para minha esposa, mas agora o contrato terminou.Enquanto falava, sua mão quente e carinhosa estava sempre entrelaçada com a minha debaixo da mesa, e seus olhos estavam cheios de ternura ao me olhar. Embora eu soubesse claramente o que em suas palavras era verdade e o que era mentira, naquele momento, não pude evitar me afundar na sua doçura.O rosto de Maia já estava pálido de um jeito assustador. Mesmo assim, as pessoas ao redor ainda elogiavam Bruno por ser tão generoso com sua subordinada. Agora, Maia também tinha conquistado o sucesso profissional, e ele não a havia negligenciado.Bruno se inclinou em minha direção, e seu hálito quente roçou meu ouvido.— Srta. Ana, que tal tomar um pouco de ar fresco? Se continuar assim, seu marido vai acabar bebendo demais.Meu coração batia descontroladamente, e eu sabia que certas emoções turbulentas estavam prestes a romper as barreiras que as continham.Bruno me conduziu para f
— Bruno, você só está com medo de sair da sua zona de conforto. Encontrar uma nova esposa que combine bem com você dá trabalho. Talvez você não queira gastar tempo, talvez não queira investir energia nisso, ou talvez seu pai tenha te pressionado de alguma forma. Existem várias razões que podem te levar a dizer essas coisas hoje. — Levantei a cabeça, olhando em seus olhos, e disse suavemente. — Bruno, vou fingir que não ouvi.O homem à minha frente engoliu em seco, levantou a mão e segurou meu ombro. Uma leve dor começou a irradiar do meu ombro esquerdo, diminuindo até o ritmo dos batimentos do meu coração.A voz de Bruno tremia levemente:— Em qualquer coisa que eu faço, posso ser decisivo, tenho minhas próprias convicções. Mas só você... Só você me deixa confuso. Mas posso te garantir, esses problemas que você mencionou não têm nada a ver comigo, porque, quando se trata de você, eu já pensei sobre isso por muito tempo.Seus olhos eram sinceros, e suas palavras pareciam carregadas de v
Eu fui arremessada pelo ar como um saco de areia com a explosão, e no momento em que caí no chão, a terra sob mim certamente rachou com o impacto. Todo o meu corpo doía como se meus ossos tivessem se despedaçado.A dor trouxe de volta um fio de consciência.Os pedestres na rua, temendo serem atingidos, gritavam enquanto corriam para longe do local da explosão. No instante em que aconteceu, o instinto humano era apenas fugir para salvar a própria vida; ninguém pensava em chamar a polícia ou apagar o fogo.Tentei mexer a mão para pegar o celular na bolsa, quando de repente uma figura correndo invadiu minha visão.Bruno, sem pensar duas vezes, se lançou no meio das chamas. No momento em que ele entrou no banco do passageiro, o fogo o envolveu imediatamente, e meu coração congelou junto com ele.Tudo aconteceu rápido demais, rápido a ponto de eu não conseguir gritar, mas ao mesmo tempo, parecia que tudo acontecia devagar. Tão devagar que seus movimentos pareciam uma cena em câmera lenta se
Os olhos de Bruno estavam vermelhos como sangue, e o sorriso presunçoso de Maia sob ele apenas alimentava ainda mais sua fúria insana. A raiva selvagem em seu olhar era assustadora.— Mate-me, vá em frente. Eu nunca entendi... Esforcei-me tanto para agradar a todos, mas por que, no fim, nunca conquistei o coração de vocês?— Você acha que eu não sou capaz?Ele apertava o pescoço de Maia com força, e o olhar que ele lançava sobre ela era o de alguém prestes a tirar uma vida.Nos seus últimos momentos, Maia sorriu, desafiadora.— Mate-me. Assim, eu morro junto com a Ana. No fundo, eu sempre gostei dela. Se não fosse por você, talvez pudéssemos ter sido amigas.— Você não é digna! — A voz de Bruno saiu firme, cheia de convicção. — E a Ana não vai morrer!Naquele instante, uma palavra invadiu minha mente: fugir. Se eu escolhesse partir, talvez até sair do país, não seria essa a liberdade que eu sempre desejei?Bruno levantou Maia pelo pescoço, erguendo-a no ar com brutalidade. Eu não tinha
Meu coração tremeu, e um dos meus braços, que eu havia levantado, passou pelas costas de Bruno, mas eu não sabia onde deveria colocá-lo.Ele engasgou, a voz embargada: — Você não pode morrer antes de mim.Meus olhos se encheram de lágrimas, e também ficaram vermelhos. Desde o divórcio com Bruno, eu sempre senti que minha última conexão com o mundo havia se rompido. Era como se eu fosse um balão cuja linha foi cortada, e o vento me levava para onde quisesse. Segui Rui até a Cidade R, tentando acalmar meu coração inquieto e experimentar uma vida normal, mas, mesmo dedicando todo o meu tempo, passando os dias inteiros observando os peixes no aquário, eu ainda não sentia que aquele lugar era um lar.Mas, neste momento, a extremidade daquela linha estava firmemente presa nas mãos do homem diante de mim. Ele me fez sentir novamente conectada ao solo, com uma sensação de pertencimento. O barulho das pessoas, o som das sirenes da polícia, tudo se tornou um pano de fundo silencioso. Eu nã
À noite, eu estava em casa assistindo às notícias do dia. De repente, Bruno apareceu atrás de mim, e quando levantei a cabeça, acabei batendo diretamente contra o seu abdômen firme. Seus olhos ardiam de desejo. — Você está me provocando.Ele me envolveu com as duas mãos, a voz carregada de uma falsa indignação: — Ou você me ajuda a tirar essas bandagens, porque isso está atrapalhando o meu desempenho.Lancei-lhe um olhar repreensivo. Quando estávamos sozinhos, ele realmente não conseguia ser sério. — Não brinca. Você esqueceu o que o médico disse?Bruno deu a volta e se sentou ao meu lado. — Eu estava tão preocupado com você que nem prestei atenção. O que ele disse?— Você tem que manter as mãos levantadas com frequência, para evitar o inchaço. E, se sentir febre, me avise. O médico disse que você pode ter febre...Antes mesmo que eu terminasse de falar, Bruno se levantou de repente e pressionou a testa contra a minha. — Vê se estou quente.Empurrei sua cabeça para longe e
Beijar, entre mim e Bruno, já era algo que eu tinha me acostumado. Segurei seu rosto, imaginando que, como das outras vezes, um beijo suave nos lábios encerraria o momento, mas percebi que, dessa vez, o beijo não se concretizou. Eu entendia claramente que, fosse pelas palavras “de vontade própria” ou pelo olhar expectante dele, aquilo me pressionava de uma forma insuportável. Eu estava um pouco irritada.— Eu estou cuidando de você porque, afinal, você se machucou por minha causa. Guarde essas insinuações para você! Bruno abaixou os olhos e falou suavemente: — Eu não estou insinuando nada. Só pedi um beijo, já que você se feriu. Não é pedir demais, certo? De repente, fiquei sem palavras. — Ana, você está com medo, está fugindo, está se escondendo de mim. — Bruno falava com certeza. — Você me ama. Aquele perfume familiar invadiu minha boca de repente, e o jeito como ele me beijava parecia ter uma força agressiva, extremamente selvagem. Era como se ele quisesse provar s