— O que você disse? — A mão de Bruno, que segurava meu queixo, começou a tremer de repente, e a força aumentou a ponto de me machucar. — Diga de novo, o que você disse? Com um movimento rápido, afastei a mão dele e dei um sorriso suave: — Eu disse para você se ajoelhar e me pedir, dizendo que me ama. Agora era a vez da mente de Bruno entrar em caos, não? Ele certamente achava que eu estava louca, perguntando-se como eu ousava dizer algo tão audacioso. Mandar o chefe da família Henriques se ajoelhar? Ninguém em toda Cidade J teria coragem de dizer isso. Ele me olhava com uma expressão de total incredulidade. Mas eu não tinha acertado completamente. Bruno não estava apenas surpreso com a ideia de se ajoelhar, mas também com a palavra "amor" que eu havia dito. Ele se questionava novamente: além da obsessão física, o que mais o fazia ser incapaz de me deixar ir? De repente, ele percebeu eu era apenas uma mulher, e ele sempre soube que nosso relacionamento não passava de uma al
Olhei para a foto no celular, paralisada por três ou quatro segundos. Era como se nunca tivesse existido uma foto tão íntima entre mim e ele. Esta era a primeira, e também a única. Nem na nossa foto de casamento tínhamos tirado uma em que nos beijávamos.Meus dedos, quase sem perceber, tocaram suavemente as duas pequenas figuras. A tela automaticamente voltou ao tamanho original e eu despertei do meu transe.O celular continuava tocando incessantemente. Os fãs de Kevin estavam pedindo para eu abrir uma live. Franzi as sobrancelhas, claro que eu não admitiria nada! E muito menos faria uma live para ser julgada publicamente.Respondi que não era verdade, mas os rumores sobre uma possível reconciliação entre Bruno e eu já haviam causado uma grande discussão.Isso porque o primeiro episódio do programa que gravei havia sido transmitido, e alguém fez capturas de tela, quadro por quadro, do meu diário. A data mais antiga era de mais de dez anos atrás. Os internautas ficaram emocionados.[Qu
Eu e Severino encontramos um restaurante por perto, e só depois que todos os pratos foram servidos, ele finalmente falou:— Vamos comer primeiro, conversamos depois.Baixei os olhos para os talheres organizados sobre a mesa, mas continuei imóvel.— O que quer dizer? Só depois de ouvir é que vou saber se consigo comer.O movimento de Severino, que estava prestes a pegar um prato, parou. Ele sorriu suavemente.— Ana, você cresceu. Por que sinto que estamos tão distantes agora?Curvei levemente os lábios.— Não estou distante, Sr. Severino.Ele me olhou com um olhar profundo.— Ouvi dizer que meu irmão andou muito próximo de você ultimamente. Sempre achei que fossem vocês dois que estavam distantes. Pelo que me lembro, você e Bruno se casaram.Acenei com a cabeça.— Você tem uma relação tão boa com ele, então deve saber que eu e ele já nos divorciamos.Severino soltou uma risada constrangida.— Quando isso aconteceu? Pelo que me lembro, no Ano Novo você e Bruno ainda...Girei suavemente o
Abri a boca, querendo refutar, mas não consegui pensar em nada para dizer no momento.A cortina da sala privada foi subitamente levantada por alguém do lado de fora. A pessoa ainda não tinha entrado, mas eu já havia sentido o familiar aroma do seu perfume.Bruno abaixou o olhar e me fitou por alguns segundos antes de sorrir para Severino:— Severino, o que você quer dizer? Quer dizer que eu também não sou digno da sua família Sampaio?Ana, afinal, era sua ex-esposa. Falar de Ana, no fundo, era falar dele.Com um chute, ele afastou o banquinho ao seu lado, ajeitou a barra da calça e se sentou. Ele me puxou pela cintura, fazendo com que eu me sentasse em seu colo, enquanto ele olhava calmamente para Severino.Severino imediatamente ficou tenso, a expressão também se tornou séria.— Bruno, você sabe que não foi isso que eu quis dizer, mas este assunto envolve a nossa família Sampaio. Ele é meu irmão, como eu poderia...— Severino! — Bruno o interrompeu. — O que você está imaginando simple
— Pare de me testar. Eu realmente não te amo mais. — Tirei suavemente a mão de Bruno que estava sobre minha cintura e me levantei, virando-me para encará-lo. — E você também não me ama. Isso é justo. Não tem por que você se sentir injustiçado.Nos olhos de Bruno, era impossível esconder a decepção.— E não me vigie mais. Não importa o que aconteça comigo, consigo lidar. Não vou ser derrubada por algumas palavras de qualquer pessoa. — Um sorriso sarcástico curvou meus lábios. — Além do mais, isso não é nada comparado com o fato de você ter destruído minha carreira.— Você só tinha onze minutos naquele programa. Se quiser, posso te dar um programa só seu...— Dê um programa para a sua Maia. — Virei-me e comecei a sair. — Não quero nada seu.Bruno se levantou de repente.— Então o que você quer?!O que eu queria, ele nunca poderia me dar. Não passava de um coração que amasse apenas a mim.Nunca tive isso, e agora também não queria mais. Não desejava nada que viesse de Bruno.— Não quero n
Eu havia me preparado para nunca mais vê-los nesta vida, mas agora, tudo o que sentia era um lamento profundo. Eles costumavam ser as pessoas que eu mais amava na vida. O que aconteceu para que, de repente, em uma única noite, parentes se transformassem em inimigos? Eu também acabei ficando sozinha no mundo. Pietro bateu o copo com força na mesa, e Gisele, como um rato assustado ao ver um gato, se encolheu toda no colo de Karina. Onde estava aquela postura arrogante de antes, quando me viu? — Ajoelhe-se! — A voz de Pietro soou cheia de autoridade. Gisele, abraçada à cintura de Karina, começou a implorar como uma criança mimada. — Mamãe... Karina quis interceder por ela, mas ao ver a expressão severa de Pietro, não teve outra escolha senão empurrar levemente a filha com o cotovelo. — Vai, ajoelhe-se ali. Gisele me lançou um olhar cheio de ódio, como se passar vergonha na minha frente fosse a pior coisa do mundo para ela. Ela se encolheu ainda mais, quase se esconde
Gisele se levantou bruscamente, o peito subindo e descendo de forma acelerada, como se estivesse profundamente magoada. Seus olhos, agora avermelhados, estavam cheios de lágrimas, mostrando aquela expressão lamentável que eu já conhecia tão bem. Assim que Gisele fazia aquela cara, Karina sempre cedia, e seu olhar para mim logo se encheu de rancor. — Ana, o que aconteceu entre você e Gisele? Que rancor tão profundo é esse que te faz tratá-la assim? Ela ainda é jovem, você não vê que ela está chorando tanto que mal consegue respirar? Por dentro, revirei os olhos. "Se não consegue respirar, por que não para de uma vez?", pensei. Levantei-me e olhei para Pietro. Dentre todos naquela família, ele era o único com quem eu ainda mantinha uma relação de falsa cordialidade. — Não me reconciliei com Bruno, e parece que hoje vim ao lugar errado. Vocês podem continuar, não quero atrapalhar mais. Assim que terminei de falar, as portas do salão de festas foram abertas de repente, e uma b
Maia estendeu os dedos na frente de Bruno, aguardando timidamente que ele colocasse o anel em seu dedo.Mas aquele anel...Que escolha meticulosa. Além do anel que deixei na Mansão à beira-mar, o que mais poderia ser? Ele realmente pegou o nosso anel de casamento para usar no noivado com Maia. Não sabia se Maia soube que aquele anel já foi meu, ou, se soubesse, talvez ela nem se importasse.Fiquei parada, como se meus pés estivessem enraizados no chão, enquanto observava Bruno de repente se ajoelhar sobre um dos joelhos. Meu coração quase parou de bater. Meus dedos ficaram dormentes. A postura de Bruno era impecável, tão perfeita que até a maneira como se ajoelhava parecia saída de um sonho.Maia, com as mãos cobrindo a boca, quase soltou um grito, enquanto lágrimas brilhantes escorriam dos seus olhos. — Eu aceito! Ela não podia mais esperar.Bruno, no entanto, não teve pressa em colocar o anel nela. Com calma, pegou o anel masculino da caixinha e colocou em seu próprio d