Maia estendeu os dedos na frente de Bruno, aguardando timidamente que ele colocasse o anel em seu dedo.Mas aquele anel...Que escolha meticulosa. Além do anel que deixei na Mansão à beira-mar, o que mais poderia ser? Ele realmente pegou o nosso anel de casamento para usar no noivado com Maia. Não sabia se Maia soube que aquele anel já foi meu, ou, se soubesse, talvez ela nem se importasse.Fiquei parada, como se meus pés estivessem enraizados no chão, enquanto observava Bruno de repente se ajoelhar sobre um dos joelhos. Meu coração quase parou de bater. Meus dedos ficaram dormentes. A postura de Bruno era impecável, tão perfeita que até a maneira como se ajoelhava parecia saída de um sonho.Maia, com as mãos cobrindo a boca, quase soltou um grito, enquanto lágrimas brilhantes escorriam dos seus olhos. — Eu aceito! Ela não podia mais esperar.Bruno, no entanto, não teve pressa em colocar o anel nela. Com calma, pegou o anel masculino da caixinha e colocou em seu próprio d
De longe, avistei uma silhueta correndo em minha direção. Rui abriu a porta do carro e disparou na minha direção. Agitei o bolo que carregava na mão e gritei: — Feliz aniversário! Ele sorriu, com aquele jeito meio bobo, parecendo que ainda estava meio adormecido, mas ao me ver, ficou tão animado quanto um macaco excitado. Correu até mim e me deu um abraço apertado. — Fiquei em uma reunião até tarde ontem à noite, quase não consegui acordar hoje. Achei que estava sonhando! — Que imaginação! Ainda consegue sonhar comigo? Ao ouvir isso, senti uma pontada de compaixão. Talvez nunca tivesse se esforçado tanto por algo na vida, antes ele só bebia quando tinha vontade, nunca por obrigação. Agora, por causa das reuniões, quase não conseguiu se recuperar da ressaca.— Ainda bem que não era um sonho, senão eu ia ficar muito triste ao acordar. — Ele riu, mostrando seus dentes brancos. — Eu tinha até esquecido que era meu aniversário. Após dizer isso, uma leve umidade brilhou em
Rui estava praticamente derretido sobre mim, como se seu corpo não tivesse ossos, e desta vez não o empurrei. — A cabeça de um homem não é para qualquer um tocar. — Rui comentou com uma arrogância adorável. Seu cabelo era extremamente macio, e sem nenhum cuidado após acordar, uma parte atrás de sua cabeça estava completamente despenteada. Eu gentilmente tentei ajeitar com a mão, e ele imediatamente se endireitou. — Nossa! Não arrumei o cabelo. Ele piscou para mim e, de repente, se aproximou mais. O cheiro fresco de seu sabonete inundou minhas narinas, fazendo meu coração disparar sem controle. Ele inclinou levemente a cabeça, fixando o olhar nos meus olhos enquanto segurava meu queixo. A distância entre nós diminuía cada vez mais... Eu mal conseguia respirar, instintivamente me aproximando da porta do carro... — Chegamos! — O motorista anunciou alto lá da frente. Em um impulso, o empurrei e, tentando manter a compostura, comecei a descer do carro. Rui, entretanto, sol
Eu não sabia por que estava hesitando. Em relação aos meus sentimentos, eu sempre tive coragem de admiti-los. Tive coragem de admitir que amei Bruno por tantos anos, mas agora, não tinha certeza se ainda era capaz de amar alguém. Suspirei. — Dê-me mais um tempo. Rui me abraçou com força. — Fui muito apressado. Após essas palavras, ele me soltou, e seus olhos baixos não conseguiam esconder a tristeza. Seus dedos tocaram de leve a porta do hotel, enquanto ele perguntava baixinho: — Hoje eu posso não ir embora? Olhei para ele, surpresa. — O quê? — Quero dizer, posso dormir no sofá. Se não, amanhã vou ter que vir de novo para te levar ao aeroporto, e isso vai ser uma correria. — Ah, posso ir sozinha. Você deveria voltar para descansar. — Sim. — Ele respondeu vagamente, enfiando as mãos nos bolsos da calça. Rui ficou parado ao lado da porta. Bastava eu dizer suavemente que ele poderia ir embora, ou dar um empurrãozinho, ele certamente seguiria minhas palavras e d
Virei-me e joguei o travesseiro para baixo, acertando-o em cheio. Naquele momento, eu realmente quis sufocá-lo com o travesseiro e acabar com tudo!— Está me batendo! Isso é violência doméstica! Rui fingiu estar cobrindo a cabeça, gemendo de dor no chão.Meus movimentos pararam abruptamente.— Quem disse que somos da mesma família?Rui sorriu, feliz.— Você, claro. Sei que você está esperando por mim, e eu também estou esperando por você. Nós dois estamos correndo na mesma direção, e virar uma família é só questão de tempo.— Não fala besteira.Meu coração disparou por um instante, e eu me deitei na cama, sem ousar olhá-lo novamente.Eu sabia que ele estava esperando por mim. Mas eu também estava esperando por ele? Eu não sabia. Só sabia que tinha minhas preocupações.Quando um homem chegaria aos trinta, ele deveria estar construindo sua carreira. Rui, no entanto, não tinha nem uma família, nem uma carreira estável. Mas a família Sampaio não era uma família comum. Ele estava na f
Hesitei por um momento. — Que grande chefe? — Srta. Ana, acha que eu te colocaria em uma cilada? Sua chance chegou! — O diretor estava visivelmente animado. — Desde a primeira vez que conversamos, eu sabia que você era uma pessoa ambiciosa. Embora a educação da população esteja melhorando, o conhecimento sobre a lei ainda não foi amplamente difundido. Agora tem um atalho, uma verdadeira chance de ouro, precisa agarrá-la! Para ser sincera, nunca acreditei em atalhos. Tanto no esforço para passar nas provas escolares desde criança, quanto na seriedade com que amei um homem, nada na minha vida foi conquistado com facilidades. E se existisse um atalho, seria algo imoral, que mais cedo ou mais tarde traria suas consequências, fazendo você perder tudo o que ganhou.No entanto, considerei que o diretor provavelmente não era uma má pessoa. Afinal, quando o escândalo estourou na emissora, foi ele quem me ajudou a sair de lá e ainda me deu dinheiro de forma digna. Assim, decidi segui-lo.
— Ah! Vocês se conhecem? — O diretor bateu palmas, tentando a todo custo aliviar a tensão no ar, sem perceber o clima constrangedor. — Que ótimo, assim não preciso fazer grandes apresentações. Então, Presidente Severino, Srta. Ana, conversem à vontade, não vou incomodar!Ele acenava com a cabeça enquanto recuava, o grande diretor que normalmente se impunha nos bastidores da emissora agora parecia mais um servo ao lado de Severino. Desde que entrara na sala, ele não havia se endireitado uma única vez.De repente, um arrependimento me tomou. Eu queria tanto uma oportunidade de sucesso, mas a expressão de Severino deixava claro que ele não estava disposto a me dar essa chance.— Não precisa. — Eu o interrompi. — Quem deve ir embora sou eu. Não tenho nada para conversar com ele, e, além disso, não precisa mais me procurar. Não haverá outro dia de colaboração entre nós!Lancei um olhar para Severino e, em seguida, virei-me para sair, mas não esperava que ele segurasse meu pulso.No mesmo in
Severino se aproximou de mim bruscamente, com uma expressão feroz. Ele me empurrou contra dois homens e ordenou:— Não exagerem. Tirem algumas fotos íntimas e me mandem!Quase no mesmo instante, fui dominada pelos dois homens. O homem que havia sido espancado antes olhava para mim com ódio, como se quisesse arrancar um pedaço da minha carne, esperando apenas as ordens de Severino.A voz de Severino era fria, mas carregava um tom de arrogância, como uma divindade altiva, com uma falsa expressão de compaixão no rosto.— Ana, espero que você me entenda. Não posso deixar você destruir meu irmão. Se você realmente se importa com ele, não resista. Não quero te machucar, afinal, ainda temos um laço desde a infância.Cuspi em sua direção.— Que nojo, quem tem laço com você!O homem agredido levantou a mão para me bater, mas o outro o impediu.— O que você está fazendo? Essa vadia não sabe falar, vou dar uma lição nela!— Pra que essa pressa? Como é que você quer tirar fotos íntimas se bater ne