— Não preciso mais te informar de quem eu gosto. Não sou funcionária da sua empresa, muito menos sua esposa. Presidente Bruno, não estenda sua mão para onde não é chamado!Mesmo tentando evitá-lo, não adiantava. Ele sempre encontrava uma maneira de se infiltrar na minha vida.Olhei para ele com teimosia, sem ceder um centímetro.— Você não estava doente? Deve ter sido difícil fingir, não é? Desde quando você começou a mentir? Desde o telefonema até trazer o irmão dele para cá... Foi rápido, hein? Não importa o quão próxima seja a relação entre suas famílias, nem o Severino deveria ser capaz de...Antes que eu terminasse de falar, um rosto bonito se aproximou rapidamente. No segundo seguinte, fui pressionada com força contra a porta do carro.Bruno segurou a minha nuca com uma das mãos, os dedos se entrelaçando no meu cabelo, e um arrepio percorreu meu corpo. Sua presença era ao mesmo tempo estranha e familiar, dominadora e autoritária.Seu corpo firme pressionava o meu, sem me dar cha
Balancei a cabeça. — Não vou acreditar em nenhuma palavra que você diz. Você já perdeu toda a sua credibilidade comigo. Bruno, de repente, virou a cabeça e me olhou com aqueles olhos negros e profundos. — Por que você não acredita em mim? Enquanto falava, ele levantou minha mão e a enfiou entre os botões da sua camisa. — Não estou mentindo, estou muito quente. O corpo de Bruno estava escaldante, uma temperatura anormal, e eu rapidamente retirei a mão, queimada pelo calor. Ele, no entanto, parecia não sentir desconforto e deu um leve sorriso enquanto brincava com minha mão, esfregando-a contra seu peito, soltando um gemido abafado e provocante. Ansiosa, curvei os dedos e arranhei seu peito, deixando marcas de sangue. Só então ele franziu a testa e me soltou. Sem qualquer pudor, ele começou a se despir na minha frente, tirando o casaco, o colete e desabotoando, um a um, os botões da camisa preta. Ele piscou os olhos, e o homem que antes me intimidava agora estava com um
Bruno ficou em silêncio. Ele se endireitou no assento, abotoando lentamente a camisa, peça por peça, vestindo de volta as roupas que havia tirado. Parecendo saborear o meu olhar, seus movimentos eram extremamente lentos, como se fizesse de propósito, cada gesto, até o movimento dos dedos, exalava uma sedução calculada. Eu não conseguia mais suportar, minha preocupação com Rui só aumentava, então o pressionei ansiosa: — Bruno, diga logo o que está acontecendo! Bruno sorriu, aquele sorriso perverso e desanimador, e, após ajeitar as roupas, fechou os olhos como se fosse descansar: — Quando eu fiquei doente, você nunca me preocupou assim. Olhei para o rosto de Bruno, marcado pelo cansaço, e de repente me senti igualmente exausta. No passado, quando eu gostava dele, era difícil não fantasiar. Imaginar a vida de uma esposa carinhosa cuidando de um marido doente, o que não deixava de ser um reflexo de uma vida de casal apaixonado. Eu tinha até ouvido dizer que quando um homem
— O que você disse? — A mão de Bruno, que segurava meu queixo, começou a tremer de repente, e a força aumentou a ponto de me machucar. — Diga de novo, o que você disse? Com um movimento rápido, afastei a mão dele e dei um sorriso suave: — Eu disse para você se ajoelhar e me pedir, dizendo que me ama. Agora era a vez da mente de Bruno entrar em caos, não? Ele certamente achava que eu estava louca, perguntando-se como eu ousava dizer algo tão audacioso. Mandar o chefe da família Henriques se ajoelhar? Ninguém em toda Cidade J teria coragem de dizer isso. Ele me olhava com uma expressão de total incredulidade. Mas eu não tinha acertado completamente. Bruno não estava apenas surpreso com a ideia de se ajoelhar, mas também com a palavra "amor" que eu havia dito. Ele se questionava novamente: além da obsessão física, o que mais o fazia ser incapaz de me deixar ir? De repente, ele percebeu eu era apenas uma mulher, e ele sempre soube que nosso relacionamento não passava de uma al
Olhei para a foto no celular, paralisada por três ou quatro segundos. Era como se nunca tivesse existido uma foto tão íntima entre mim e ele. Esta era a primeira, e também a única. Nem na nossa foto de casamento tínhamos tirado uma em que nos beijávamos.Meus dedos, quase sem perceber, tocaram suavemente as duas pequenas figuras. A tela automaticamente voltou ao tamanho original e eu despertei do meu transe.O celular continuava tocando incessantemente. Os fãs de Kevin estavam pedindo para eu abrir uma live. Franzi as sobrancelhas, claro que eu não admitiria nada! E muito menos faria uma live para ser julgada publicamente.Respondi que não era verdade, mas os rumores sobre uma possível reconciliação entre Bruno e eu já haviam causado uma grande discussão.Isso porque o primeiro episódio do programa que gravei havia sido transmitido, e alguém fez capturas de tela, quadro por quadro, do meu diário. A data mais antiga era de mais de dez anos atrás. Os internautas ficaram emocionados.[Qu
Eu e Severino encontramos um restaurante por perto, e só depois que todos os pratos foram servidos, ele finalmente falou:— Vamos comer primeiro, conversamos depois.Baixei os olhos para os talheres organizados sobre a mesa, mas continuei imóvel.— O que quer dizer? Só depois de ouvir é que vou saber se consigo comer.O movimento de Severino, que estava prestes a pegar um prato, parou. Ele sorriu suavemente.— Ana, você cresceu. Por que sinto que estamos tão distantes agora?Curvei levemente os lábios.— Não estou distante, Sr. Severino.Ele me olhou com um olhar profundo.— Ouvi dizer que meu irmão andou muito próximo de você ultimamente. Sempre achei que fossem vocês dois que estavam distantes. Pelo que me lembro, você e Bruno se casaram.Acenei com a cabeça.— Você tem uma relação tão boa com ele, então deve saber que eu e ele já nos divorciamos.Severino soltou uma risada constrangida.— Quando isso aconteceu? Pelo que me lembro, no Ano Novo você e Bruno ainda...Girei suavemente o
Abri a boca, querendo refutar, mas não consegui pensar em nada para dizer no momento.A cortina da sala privada foi subitamente levantada por alguém do lado de fora. A pessoa ainda não tinha entrado, mas eu já havia sentido o familiar aroma do seu perfume.Bruno abaixou o olhar e me fitou por alguns segundos antes de sorrir para Severino:— Severino, o que você quer dizer? Quer dizer que eu também não sou digno da sua família Sampaio?Ana, afinal, era sua ex-esposa. Falar de Ana, no fundo, era falar dele.Com um chute, ele afastou o banquinho ao seu lado, ajeitou a barra da calça e se sentou. Ele me puxou pela cintura, fazendo com que eu me sentasse em seu colo, enquanto ele olhava calmamente para Severino.Severino imediatamente ficou tenso, a expressão também se tornou séria.— Bruno, você sabe que não foi isso que eu quis dizer, mas este assunto envolve a nossa família Sampaio. Ele é meu irmão, como eu poderia...— Severino! — Bruno o interrompeu. — O que você está imaginando simple
— Pare de me testar. Eu realmente não te amo mais. — Tirei suavemente a mão de Bruno que estava sobre minha cintura e me levantei, virando-me para encará-lo. — E você também não me ama. Isso é justo. Não tem por que você se sentir injustiçado.Nos olhos de Bruno, era impossível esconder a decepção.— E não me vigie mais. Não importa o que aconteça comigo, consigo lidar. Não vou ser derrubada por algumas palavras de qualquer pessoa. — Um sorriso sarcástico curvou meus lábios. — Além do mais, isso não é nada comparado com o fato de você ter destruído minha carreira.— Você só tinha onze minutos naquele programa. Se quiser, posso te dar um programa só seu...— Dê um programa para a sua Maia. — Virei-me e comecei a sair. — Não quero nada seu.Bruno se levantou de repente.— Então o que você quer?!O que eu queria, ele nunca poderia me dar. Não passava de um coração que amasse apenas a mim.Nunca tive isso, e agora também não queria mais. Não desejava nada que viesse de Bruno.— Não quero n