Capítulo 232
Sem surpresas, Bruno entrou no meu apartamento tão facilmente quanto se fosse a própria casa.

Ele acendeu a luz e, a alguns metros de distância, nos encaramos. Ele até me perguntou:

— Você não vai entrar?

Entrar?

Entrar para quê? Ficar sozinha com ele em um cômodo?

Eu me sentia como se estivesse sonhando. Olhei para ele e murmurei:

— Ex-marido...

Meu ex-marido, na minha casa?

Isso era surreal, não importava como se olhasse.

— Como você me chamou?

Ele aumentou o tom, e seus olhos profundos revelaram um frio cortante que me fez tremer sem que eu percebesse.

— Ex-marido... — Falei suavemente. — Vou apagar sua digital. Da próxima vez, não venha mais aqui.

Bruno mastigou mentalmente a palavra "ex-marido", em silêncio, sem me responder.

A luz automática do corredor acendeu e apagou. Eu estava parada na porta, sem saber se entrava ou saía.

Minha mão segurava a maçaneta com tanta força que as juntas dos dedos estavam brancas.

— Já está na hora de você ir embora. Vamos seguir em
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