Despedi-me de Luz, puxando um pouco mais a gola do meu vestido enquanto saía, cambaleando levemente. O motorista de Bruno, ao me ver, correu para me ajudar, mas eu o afastei, abrindo sozinha a porta do carro. Dentro, Bruno estava sentado lá, com os olhos fechados, a cabeça apoiada no encosto do banco. Seu pomo de Adão subia e descia inconscientemente. Ele parecia exausto, nem notou minha chegada, dormindo profundamente, sem qualquer sinal de alerta.— Sra. Henriques, o Sr. Bruno teve uma série de reuniões hoje. Depois correu para casa e agora veio direto buscá-la. Por favor, não leve a mal. O motorista indicou que eu deveria entrar pela outra porta. Olhei para trás e vi Luz, com um olhar preocupado à distância. Para não a deixar mais ansiosa, ignorei o que o motorista disse e entrei no carro, meu corpo se pressionando contra o de Bruno. Sentei-me de frente para ele, montada em seu colo, e com um sorriso, fiz sinal para o motorista fechar a porta. Ultimamente, a relação en
Recomeçar? Que proposta tentadora e maravilhosa. Sorri suavemente enquanto meus dedos deslizavam pelo rosto de Bruno, acariciando levemente suas sobrancelhas e olhos. Ele achou que eu estava feliz e apertou minha cintura com força, roubando um beijo intenso dos meus lábios. — Feliz? O rosto do homem transbordava confiança. Era a expressão mais falsa de alguém que estava acostumado a ocupar o topo e controlar tudo ao seu redor! — Certo. — Respondi com indiferença. Sempre fui uma pessoa minuciosa, que gostava de esclarecer as coisas e de fazer tudo com clareza. Mas, naquele momento, pressionei meus lábios, segurando todos os pensamentos que passavam pela minha cabeça. Não perguntei nada. Ele era um mestre na arte de construir castelos. E, além da pequena princesa que já habitava seu castelo, ele também me queria ali. — A felicidade simples assim está ótima. — Ele disse. — Eu me lembro que, quando começamos, você disse algo parecido. Ele arqueou as sobrancelhas.
Eu subestimei a determinação de Luz em me ajudar a seduzir meu marido...Ao abrir a porta do quarto de hotel, fui recebida por uma visão impressionante: uma enorme janela de vidro que permitia uma vista panorâmica da cidade à noite, as luzes brilhando intensamente, revelando o esplendor do centro urbano. Mas esse não era o foco. O que chamou minha atenção de verdade foi um balanço pendurado de frente para a janela... Quanto ao motivo de estar de costas para a vista... Acreditava que Bruno entendeu muito mais rápido do que eu. Ao levantar o olhar e ver o desejo não disfarçado em seus olhos, percebi que ele tinha entendido perfeitamente! — Sra. Henriques, quem diria que você conhecia um lugar como este. Ao ouvir a voz de Bruno, um arrepio percorreu minha espinha. Eu não conseguia imaginar o preço doloroso que teria que pagar essa noite para conseguir o Escritório de advocacia X. Estendi a mão para cobrir seus olhos, mas claramente já era tarde demais. Ele segurou minha
Bruno, sem perceber, fez um movimento de deglutição, depois abaixou a cabeça e mordeu meus lábios brilhantes. — Continue! Ele rangeu os dentes de raiva. Franzi as sobrancelhas e virei a cabeça para escapar. Parte do clima tinha sido destruído, e agora era difícil continuar. Bruno também percebeu minha hesitação. Ele se posicionou ao meu lado, apoiando as mãos no balcão, respirando pesadamente com a cabeça baixa. Quando sua respiração finalmente se acalmou, ele tirou do bolso o celular que estava tocando incessantemente. — Diga! É bom que seja importante! A imagem que ele passava aos outros sempre foi a de um homem calmo e gentil. E, como uma esposa carinhosa, compreensiva e equilibrada, não queria que ele atendesse o celular irritado. Estendi a mão e acariciei suavemente suas costas, tentando ajudá-lo a se acalmar. Ele ergueu a cabeça e me deu um leve sorriso, as emoções negativas desapareceram em um instante. Do outro lado da linha, ninguém falava. Ele pegou uma mecha do
Champanhe geralmente era usado para comemorações. Mas, claramente, não seria necessário nesta noite. Coloquei a champanhe de volta no armário e escolhi o vinho tinto que Bruno tinha preparado para beber. Servi uma taça para mim mesma. Lá fora, a neblina densa cobria toda a Cidade J, enquanto as luzes de néon, vibrantes e ofuscantes, formavam um rio de brilho que perfurava o véu nebuloso com um toque de mistério. Com a taça na mão, caminhei até a janela panorâmica. A visão lá fora era obscurecida pela neblina; tudo o que eu conseguia ver era o reflexo da minha própria figura, solitária e colorida, espelhada no vidro. No dia seguinte, ao contrário do que Bruno havia sugerido, eu não fui diretamente à Assistente Isabela para assinar o acordo de transferência do Escritório de Advocacia X. Em vez disso, fui ao Grupo Oliveira. Como presidente do Grupo Oliveira, parecia que eu ainda não tinha feito uma aparição oficial na empresa. Porém, hoje, minha intenção não era me exibir, m
Olhei para a pessoa que estava falando. Quando eu era pequena, já a tinha visto antes. Era um velho veterano, subordinado do meu pai, que havia sido convidado inúmeras vezes para jantar em nossa casa.Porém, após a morte de meu pai, ele não poupou esforços para dificultar a vida da minha mãe por causa dos assuntos do Grupo, e agora, fazia o mesmo comigo.Senti um silêncio em meu coração, meu rosto se tornou frio, e minha voz saiu suave:— Claro que há uma boa proposta, mas não existe almoço grátis. Posso me retirar, sim, mas transfiro minhas ações e vocês as compram!Essa era a decisão que eu havia pensado cuidadosamente. Também já havia considerado depender da proteção de Bruno para fazer o Grupo Oliveira crescer ainda mais forte, mas entre nós dois, o segredo não poderia ser mantido para sempre.Eu sabia que não era adequada para o mundo dos negócios. Se chegasse o certo dia, eu não tinha confiança de que poderia manter o Grupo Oliveira sozinha. Seria melhor sair logo, antes que Bru
Eu ainda não fui diretamente encontrar Bruno, mas liguei para marcar um encontro com Luz. Quando nós duas finalmente chegamos ao escritório dele, já era fim de tarde.Ao abrir a porta, a primeira coisa que vi foi Bruno, reclinado na cadeira, descansando com os olhos fechados. Todo o seu corpo estava banhado pela suave luz alaranjada do pôr do sol. A camisa branca que vestia suavizava seus traços, fazendo-o parecer incrivelmente tranquilo. Seu queixo estava ligeiramente levantado, e o perfil que costumava ser marcado por linhas fortes parecia agora menos imponente. Seu pescoço longo e firme exibia uma marca escura, um beijo deixado da noite anterior, que se destacava ainda mais contra a luz do entardecer. Fiquei pensando em quanta força usei naquela noite...Era uma cena rara de beleza estática, mas Luz não estava no clima para apreciar. Assim que entrou, antes mesmo de dar alguns passos, tropeçou na perna da mesa em frente ao sofá.Bruno abriu os olhos, alerta. Quando viu uma estra
Depois de acalmar Luz, voltei ao escritório de Bruno. Assim que entrei, fui agarrada pela cintura e pressionada contra a pesada porta de madeira. — Sra. Henriques, você é realmente generosa. Tantas pessoas passariam a vida implorando por essas riquezas, e você as entrega a outros como se fosse nada.Agarrei seus dedos, que apertavam minha cintura, acariciando-os suavemente para acalmá-lo. Ele foi relaxando aos poucos, e só então consegui me virar em seus braços, ficando de frente para ele.— Amor, quantos bons amigos uma pessoa pode ter na vida? — Enlacei sua cintura suavemente, encostando meu rosto em seu peito. — No fim das contas, tenho vinte e seis anos, e só tenho dois.Luz era um deles, e Agatha também, embora esta estivesse no exterior há muito tempo, fazendo um curso, e eu não a visse há anos.— E eu? O que sou para você? — Bruno segurou meu queixo, inclinando-se para me beijar, suas palavras saindo abafadas contra meus lábios. — Sra. Henriques, quando é que você vai ser tão