Thryee sumiu na escuridão da noite quando foi se afastando do casarão e de suas luzes. Fiquei parada no mesmo lugar, em choque. O tempo havia mudado, antes o céu estava iluminado pelas estrelas e a lua, agora ventava e ficará tudo nublado, fazia frio. Mas não me importava, apenas queria ficar bem de novo, ter o espirito festeiro na qual eu havia chegado naquela festa. Queria toda uma vida nova depois de ver que Thryee era real, que suas ameaças eram reais e seus poderes eram reais, eu simplesmente queria ter uma noite normal, não queria mais ficar aqui, não queria ter mais treino a cavalo, criar flores em vasos.
Por alguma razão retardada, queria Gabe agora. Queria ficar segura em seus braços, queria apenas sentir seu cheiro de colônia, creme de barbear e cheiro de pele bronzeada. Porque ele me fazia bem desse jeito? Eu não sei, mas o queria.
Fui para dentro do casarão, demorei pa
Nós dois ali era algo ruim, sabia disso. Cada parte racional de mim mandava eu parar de beija-lo, de agarra-lo e de morder seus lábios, entretanto não conseguia. Precisava sair dali, precisava sair daquela festa com Gabe, aquela noite era de nós dois. Era algo tão errado e ruim, de uma forma tão estranha que naquele momento parecia até ser uma coisa boa.Tudo estava indo rápido e devagar demais ao mesmo tempo. Nossos corpos não se desgrudavam, nos beijávamos o tempo todo e de alguma forma conseguimos passagem entre as pessoas e ir até o meu carro.Não queria pensar em mais nada a não ser em chegar logo na casa dele. Torcia para que nada ficasse em nosso caminho. Mesmo que não tivesse bebido nada nessa noite, me sentia bêbada, eufórica, não pensando direito, bêbada de amor. Nunca fui de ter pressa para nada, entretanto hoje passei todos os fa
Descendo as escadas achei meus saltos e minha faixa de cabelo, peguei tudo e fui para o carro. Não parava de pensar em Gabe, relembrando da gente fazendo amor por quase toda a noite, para mim não tinha sido apenas uma noite de sexo, eu nunca tinha feito aquilo. Troy foi o primeiro e até a noite anterior, o único cara que já havia me deitado em toda a minha vida. Sempre tinha sido incrível dormir com Troy, porém ontem à noite foi algo muito mais do que incrível. Não sei se era porque fazia tempo que não dormia com alguém, se era porque foi com Gabe, o cara dormia com muitas e tinha bastante pratica ou se era apenas porque nós dois tínhamos amor em nossos corações e aquilo tornou tudo mais especial e perfeito.Tudo seguiu tão calmo e profundo, nossos corpos se moveram com completa sincronia e conexão, sussurrávamos o nome um do outro, dizendo cois
Começaram a fazer um murmurinho na sala, vozes se exaltando, gritando uma com as outras. Discutindo sobre algo que eu não conseguia entender. Minha mente estava longe, presa na noite passada, relembrava a cena de Thryee fazendo aquelas ameaças e dizendo coisas sem sentido. O que ele planejava fazer? Iria me matar? Matar todos que eu amava? Me torturaria? Havia milhares de ideias macabras passando em minha mente do que ele poderia fazer.Fui tomada por um ataque de pânico. Eu não podia fazer aquilo, não era possível! Apenas tinha dezenove anos, uma vida perfeita pela frente. Fazer faculdade, viajar pelo mundo. O que aconteceria se eu morresse? Não, não, não!Não quero salvar o mundo, eu não quero salvar ninguém!Por que está tudo ficando apertado? Sem ar, por que está tudo girando? Façam parar, minha respiração est&aac
Assim que deixei meu corpo se encher com aquele conforto, aquela alegria que sentia ao lado de Gabe, minhas veias se aqueceram, senti o sangue percorrer por ela debaixo da minha pele. As palmas das minhas mãos esquentaram e senti uma fraca luz surgir e algo crescer nelas.— Abra os olhos agora — pediu de forma alegre.Abri os olhos devagar, sentindo algo em minhas mãos. Fiquei surpresa ao notar que havia feito crescer uma tulipa branca ainda com as pétalas fechadas. Nas minhas mãos uma pequena luz ainda radiava, como se fosse a razia da flor, que ia se apagando aos poucos e tudo voltando ao normal.Olhei para aquilo com tanta alegria que me joguei em cima de Pietro para um abraço.— Pelos Deuses, consegui! — exclamei feliz, lhe abraçando.— Sabia que ia dar certo — respondeu rindo, me abraçando de volta.— Mas como?— Você tem sentim
— Não é assim, Gabe — me defendi, era muito mais complicado do isso.—Sim, é — rebateu com a voz embargada. — Ah, tome. É seu — e colocou o colar em minha mão. — É o meu pagamento da fiança — falou determinado, tentando se recompor. Estamos quites agora.Gabriel virou de costas e saiu, voltando para o bistrô. Enquanto eu desabava encostada na porta do carro. Como aquilo havia acontecido? Como um dia pode começar no pico da felicidade e ir decaindo bruscamente assim?Entrei no carro com certa dificuldade, minhas pernas estavam bambas e minha visão embaçada por causa do choro. Nem sei como consegui dirigir até em casa, minha cabeça apenas repetia as palavras brutas dele, nunca havia sido tão machucada como estava sendo aquilo. Pior que ele tinha toda a razão em ter falado aquilo, eu estava sendo uma covarde,
Nós dois havíamos mudado o mundo um do outro para sempre e por causa disso, iria amar Troy para sempre.Ele suspirou alto, como se aquilo fosse algo cansativo de saber ou tedioso demais.— Você devia ficar comigo — disse convicto.Aquilo estava ficando cansativo demais.— Você se foi. E eu estou bem cansada de sentir a sua falta — respondi com sinceridade.— Eu sei. Mas se não for eu, quem fará você feliz? — perguntou, me encarando. Apenas sorri com a sua estupida pergunta, um sorriso meigo. Aquele que você dá quando nota que a pessoa realmente não entende o motivo daquilo estar acontecendo, a ignorância e ingenuidade da situação. E Troy era essa pessoa, não sabia que havia alguém que poderia me fazer feliz, que não precisava ser ele ou Gabe, apenas eu tinha o poder de me fazer feliz, a decisão final
Já passava das dezenove horas da noite quando tomei coragem para conversar com Gabriel por telefone. Porém tudo foi por água abaixo quando ele não atendeu o celular, mesmo depois de ter ligado cinco vezes seguidas. Ele devia estar realmente me odiando. Estava quase para chorar de novo quando Natasha apareceu no quarto toda eufórica.— Estou te ligando a horas, garota. Não anda mais com o celular na mão, não? — reclamou nervosa, com as mãos na cintura e me olhando.Balancei o celular na sua direção enquanto olhava pra ela confusa.— Fiquei com ele na mão nas últimas duas horas, não recebi nenhuma ligação sua — contei.— Ah, é porque eu realmente não te liguei — retrucou, balançando a cabeça, os cabelos indo para cima dos ombros. — É só que parecia tão legal
— Olha, eu conheço você Nat. Acredito em você quando diz que nunca se apaixonou de verdade — falei com carinho. — Por isso acho que você deveria tentar. Afinal qual é a pior coisa que poderia acontecer?— Você acabar sendo morta, porque nós duas estávamos ocupadas demais ficando juntas? — rebateu séria.— Que isso! Sei cuidar de mim mesma, tenho ainda Pierre e Pietro, não se preocupe — a tranquilizei. — E com certeza não arrume desculpas.— Não estou arrumado desculpas — se defendeu, me olhando. — É só que eu noto as coisas, Mikaella. Vejo você e meu irmão, essa batalha constante sobre ficar ou não ficar. E sei lá, para mim parece que não vale a pena, entende?Fiquei em silêncio, pensando em como responder sobre sua opinião.—Não va