Já passava das dezenove horas da noite quando tomei coragem para conversar com Gabriel por telefone. Porém tudo foi por água abaixo quando ele não atendeu o celular, mesmo depois de ter ligado cinco vezes seguidas. Ele devia estar realmente me odiando. Estava quase para chorar de novo quando Natasha apareceu no quarto toda eufórica.
— Estou te ligando a horas, garota. Não anda mais com o celular na mão, não? — reclamou nervosa, com as mãos na cintura e me olhando.
Balancei o celular na sua direção enquanto olhava pra ela confusa.
— Fiquei com ele na mão nas últimas duas horas, não recebi nenhuma ligação sua — contei.
— Ah, é porque eu realmente não te liguei — retrucou, balançando a cabeça, os cabelos indo para cima dos ombros. — É só que parecia tão legal
— Olha, eu conheço você Nat. Acredito em você quando diz que nunca se apaixonou de verdade — falei com carinho. — Por isso acho que você deveria tentar. Afinal qual é a pior coisa que poderia acontecer?— Você acabar sendo morta, porque nós duas estávamos ocupadas demais ficando juntas? — rebateu séria.— Que isso! Sei cuidar de mim mesma, tenho ainda Pierre e Pietro, não se preocupe — a tranquilizei. — E com certeza não arrume desculpas.— Não estou arrumado desculpas — se defendeu, me olhando. — É só que eu noto as coisas, Mikaella. Vejo você e meu irmão, essa batalha constante sobre ficar ou não ficar. E sei lá, para mim parece que não vale a pena, entende?Fiquei em silêncio, pensando em como responder sobre sua opinião.—Não va
Cheguei no quarto do Gabe e bati na porta, porém, como ela havia falado, ele ainda estava no banho. Entrei devagar e sem fazer muito barulho, conseguia ouvir o som d’agua caindo do outro lado do quarto, onde se localizava o banheiro.O quarto dele era grande, não tão grande igual ao da Nat que parecia mais uma casa do que um quarto em si. Era ligeiramente bagunçando o quarto do Gabriel, havia roupas jogadas em cima de uma poltrona preta, skate debaixo da mesa do computador e várias revistas e livros ao lado do mesmo.Me sentei na beirada da cama, de costas para a porta do banheiro. A minha frente havia uma estante com várias fotos, comecei a olha-las e notei que tinha fotos dele com a sua família em pontos turísticos de alguns lugares pelo mundo, fotos dele sozinho andando de skate, surfando ou comendo alguma comida estrangeira. Também notei fotos com meu irmão e mais dois amigos que eu n&atild
Apertei minhas mãos em sua nuca, puxei seu rosto para mais perto do meu, com mais desespero em nossas bocas ficarem mais próximas. Sentir mais o seu gosto de mel e limão tão peculiar e único, entrelaçamos nossas línguas como se fossem uma, tudo em nós estava conectado. Nossos corpos se encaixavam de forma perfeita, Gabriel me abraçou mais forte, me segurou pela cintura e me levantou do chão, nos girando em seu quarto. Me segurei nele para não perder o equilíbrio, porém foi em vão e nós dois caímos em cima da cama, interrompendo o nosso beijo com ele em cima de mim rindo.Seu rosto parecia sereno e feliz, sua boca parecia não saber mais como fechar de tanto que sorria e dava risada ao mesmo tempo, me fazendo rir e sorrir mais ainda também. O som da sua risada era o som de mil anjos cantarolando ao vento, seu sorriso iluminava mais que mil sois juntos e
Queria muito era contar aos meus pais, muitas vezes cheguei quase a ignorar os conselhos de Pietro e contar, principalmente para minha mãe. Sinto que ela iria me apoiar no assunto e me dar grande força para continuar.Talvez fosse essa a função das mães, eu acho, de que elas vão amar você de forma incondicional para sempre, não importa quem você escolha ser ou o que fazer na vida. E hoje foi um desses dias que quase contei. Pierre havia me liberado mais cedo do treino com obstáculos a cavalo e atirando punhais e flechas a longa distância, na qual eu estava pegando o jeito. Depois de passar os primeiros dias do treino a cavalo caindo deles e quase quebrando meu quadril, sendo perfurada pela espada que Pierre não poupava esforço em me atingir, sabendo que eu iria me curar minutos depois, fui para casa. Minha mãe estava indo para o seu escritório no centro da cidade, para resolv
Encarei Thryee com ódio, retirei minhas mãos do volante e criei uma bola de fogo, já sabia controlar meus poderes e mesmo já sentindo minhas veias queimando por debaixo da minha pele, não me preocupei em lançar aquela bola de fogo bem no meio daquela cara exibida dele.— Vai para o inferno... — arremessei a bola em sua direção com toda a força, não me importando que o carro todo pegasse fogo. Entretanto Thryee segurou ela a centímetros do rosto com um reflexo impressionante. Como se segurasse uma bola de beisebol. Ele estalou a língua e balançou a cabeça em forma de desaprovação.— Não, não. Não seja tão amargurada, Mikaella e não me desafie — ameaçou com um olhar frio, seus olhos estavam tão azuis que pareciam gelo e terror que me fez tremer. — Só não me mande ir par
Não havia ninguém em casa além de nós dois. Estávamos discutindo sobre filmes e seriados, tinha percebido que nos últimos dias sempre estávamos debatendo alguma coisa, quase sempre tínhamos opiniões diferentes sobre os assuntos, na hora aquilo me irritava, porém no final de cada debate acabava amando-o cada vez mais. Via que era com essas diferenças que nosso relacionamento não poderia cair no tedio, sempre haveria novos assuntos para conversarmos e novas brigas bobas para ter durante o dia.Estava ajudando-o a preparar as coisas para o jantar, que percebi enquanto lavava as folhas da salada de como ele era muito habilidoso na cozinha, ele ainda não tinha contado o que iria preparar para o jantar. A princípio achei que era talvez um miojo e ovo frito, não esperava grande coisa de alguém que tem dezesseis anos de idade, tomava como exemplo meu próprio irm&atil
— Era meu sonho trabalhar lá, agora está tudo arruinado — queixou-se.— Achei que seu sonho era criar um desfilei em Paris — comentou Gabe, confuso.— Isso também — concordou.— É só um estupido emprego, Tasha. Você consegue outro em qualquer lugar — disse Gabriel tentando anima-la.— Não consigo, não. Falta menos de cinco dias para as aulas voltarem na faculdade, eu não posso voltar sem completar minha carga horaria em algo de moda — contou frustrada e deitou a cabeça na mesa. — Minha vida é uma merda.Soltei uma risada com aquilo, ela sabia fazer um drama tão grande para algo tão pequeno. Gabriel tinha razão, ela conseguiria outro estágio, um até melhor quem sabe. Mas eu entendia a sua frustração, sempre achamos que o nosso problema não tem soluç
A viagem foi como andar em um corredor com uma escada rolante bem rápida, não demorou nem dez segundos até chegar do outro lado. Quando você não sabe o que lhe aguarda e você só imagina o pior, o tempo com certeza fica relativo e os dez segundos para mim pareceram durar cinco minutos naquela escuridão. Na entrada me senti ser puxada para aquilo, sendo sugada pelo vento, na saída me senti que estava sendo empurrada para fora, como um chute nas costas, me fazendo cair de joelhos no chão.No meio daquilo tudo Thryee havia me soltando e na hora em que saímos fiquei sem equilíbrio e acabei caindo, ralando meu joelho em algo áspero que notei ser pedras quase pontiagudas, ele por outro lado estava de pé impecável, tirando um fiapo invisível da sua roupa, passou a mão nos cabelos para penteá-los para trás. Seus cabelos continuavam sendo longos e loiros co