Queria muito era contar aos meus pais, muitas vezes cheguei quase a ignorar os conselhos de Pietro e contar, principalmente para minha mãe. Sinto que ela iria me apoiar no assunto e me dar grande força para continuar.
Talvez fosse essa a função das mães, eu acho, de que elas vão amar você de forma incondicional para sempre, não importa quem você escolha ser ou o que fazer na vida. E hoje foi um desses dias que quase contei. Pierre havia me liberado mais cedo do treino com obstáculos a cavalo e atirando punhais e flechas a longa distância, na qual eu estava pegando o jeito. Depois de passar os primeiros dias do treino a cavalo caindo deles e quase quebrando meu quadril, sendo perfurada pela espada que Pierre não poupava esforço em me atingir, sabendo que eu iria me curar minutos depois, fui para casa. Minha mãe estava indo para o seu escritório no centro da cidade, para resolv
Encarei Thryee com ódio, retirei minhas mãos do volante e criei uma bola de fogo, já sabia controlar meus poderes e mesmo já sentindo minhas veias queimando por debaixo da minha pele, não me preocupei em lançar aquela bola de fogo bem no meio daquela cara exibida dele.— Vai para o inferno... — arremessei a bola em sua direção com toda a força, não me importando que o carro todo pegasse fogo. Entretanto Thryee segurou ela a centímetros do rosto com um reflexo impressionante. Como se segurasse uma bola de beisebol. Ele estalou a língua e balançou a cabeça em forma de desaprovação.— Não, não. Não seja tão amargurada, Mikaella e não me desafie — ameaçou com um olhar frio, seus olhos estavam tão azuis que pareciam gelo e terror que me fez tremer. — Só não me mande ir par
Não havia ninguém em casa além de nós dois. Estávamos discutindo sobre filmes e seriados, tinha percebido que nos últimos dias sempre estávamos debatendo alguma coisa, quase sempre tínhamos opiniões diferentes sobre os assuntos, na hora aquilo me irritava, porém no final de cada debate acabava amando-o cada vez mais. Via que era com essas diferenças que nosso relacionamento não poderia cair no tedio, sempre haveria novos assuntos para conversarmos e novas brigas bobas para ter durante o dia.Estava ajudando-o a preparar as coisas para o jantar, que percebi enquanto lavava as folhas da salada de como ele era muito habilidoso na cozinha, ele ainda não tinha contado o que iria preparar para o jantar. A princípio achei que era talvez um miojo e ovo frito, não esperava grande coisa de alguém que tem dezesseis anos de idade, tomava como exemplo meu próprio irm&atil
— Era meu sonho trabalhar lá, agora está tudo arruinado — queixou-se.— Achei que seu sonho era criar um desfilei em Paris — comentou Gabe, confuso.— Isso também — concordou.— É só um estupido emprego, Tasha. Você consegue outro em qualquer lugar — disse Gabriel tentando anima-la.— Não consigo, não. Falta menos de cinco dias para as aulas voltarem na faculdade, eu não posso voltar sem completar minha carga horaria em algo de moda — contou frustrada e deitou a cabeça na mesa. — Minha vida é uma merda.Soltei uma risada com aquilo, ela sabia fazer um drama tão grande para algo tão pequeno. Gabriel tinha razão, ela conseguiria outro estágio, um até melhor quem sabe. Mas eu entendia a sua frustração, sempre achamos que o nosso problema não tem soluç
A viagem foi como andar em um corredor com uma escada rolante bem rápida, não demorou nem dez segundos até chegar do outro lado. Quando você não sabe o que lhe aguarda e você só imagina o pior, o tempo com certeza fica relativo e os dez segundos para mim pareceram durar cinco minutos naquela escuridão. Na entrada me senti ser puxada para aquilo, sendo sugada pelo vento, na saída me senti que estava sendo empurrada para fora, como um chute nas costas, me fazendo cair de joelhos no chão.No meio daquilo tudo Thryee havia me soltando e na hora em que saímos fiquei sem equilíbrio e acabei caindo, ralando meu joelho em algo áspero que notei ser pedras quase pontiagudas, ele por outro lado estava de pé impecável, tirando um fiapo invisível da sua roupa, passou a mão nos cabelos para penteá-los para trás. Seus cabelos continuavam sendo longos e loiros co
— Além de linda, a gatinha é inteligente — elogiou. — Porém, sabe... o que realmente fez todas aquelas guerras aconteceram, foi o sentimento que vocês humanos tanto preservam, declaram e procuram tanto para ter. Vocês são fáceis de se manipular por causa dessa pequena e doente parasita que vocês chamam de amor — anunciou com nojo estampado em seu rosto. — E você, minha querida Mikaella, tem amor até demais — seu timbre de voz era ameaçador e sombrio, me causando calafrios.— Já disse que se você fizer alguma coisa com as pessoas que amo, irei mata-lo — ameacei por fim, tentando parecer firme. Ele balançou a mão com desdém e se afastou de mim novamente.— Irei fazer tanta coisa, Mikaella. Mas tanta coisa, que você nem conseguira imaginar — murmurou. — Mas no momento, vamos focar no que voc&ecir
— E sujar minhas mãos de sangue? — falou, fingindo nojo e surpresa. — Faça você mesma.— Não posso, não consigo toca-lo — rebati revoltada.— Em seu mundo, querida. Aqui não é a Terra — disse como se aquilo fosse óbvio.Olhei para Troy mais surpresa ainda. Com as mãos tremendo coloquei em seu rosto e pela primeira vez em dois anos, senti sua pele em meus dedos, nós dois ficamos surpreso com o ato. Devagar tirei a mordaça da sua boca, toquei carinhosamente em sua bochecha e depois em seus lábios.— Ella — murmurou com a voz rouca.— Meu anjo — respondi com a voz embargada, quase chorando.Agarrei ele pelo pescoço e o abracei forte. Meu coração se encheu de alegria e alivio, Troy pousou a cabeça em meu ombro e consegui senti aquilo, conseguia sentir seu coraç&ati
Pierre, Pietro e Athelas estavam no final da escada de pedra, na entrada da caverna, Skyla estava junto com eles, seus pelos arriçados e seus dentes afiados amostra, em posição de ataque. Já eles usavam uniformes de combate, armaduras prateadas leves e justas ao corpo, Pietro empunhava uma espada longa nas mãos, apontada para Thryee, assim como Pierre estava com arco e flechas já em posição para atirar, enquanto Athelas, com roupas completamente diferentes das saias e vestidos leves que usava, agora vestia calça marrom que imitava couro e a parte de cima um colete prateado e azul escuro. Em sua mão direita segurava um cajado que estava rodeado de magia em volta.— E se não são o trio maravilha — anunciou Thryee que ergueu o queixo. — E seu cãozinho de estimação.— Mikaella, venha para cá — ordenou Pietro. Meus olhos passaram dele
O jeito que eles falavam das coisas começou a dar um nó em minha cabeça, me fazendo querer desistir da ideia também. Havia perguntado porque não podíamos fazer do mesmo jeito que eles tinham feito para chegar a Terra, Pietro explicou que eles tinham feito aquilo sobre vigilância e em um local especifico com os guardiões e que D’ghunes era uma área não tinham habitantes que não fossem criaturas selvagens, por conta disso não havia como eles fazerem aquilo. Thryee havia planejado muito bem o local para me trazer.Depois que Pietro e Athelas falaram tudo e repassaram cada passado quatro vezes seguidas, eu ainda não conseguia entender metade das coisas. Estavam me deixando nervosa e Pierre notou.— Ok, para trás vocês dois — pediu, empurrando Pietro e Athelas com o braço e ficando de frente para mim. — Vocês estão quase desinteg