Meu corpo ficou quente, estávamos interligados. Sentia mais pessoas nos abraçando, espremendo nós dois para ficarmos mais unidos, acreditava que eram os deuses nos ajudando. O coração do Gabriel começou a bater mais forte e a pressão entre nós dois diminuiu.
Abri meus olhos e vi uma luz começando a se apagar, me lembrou as cores da aurora boreal até que ela voltou para dentro do meu peito. Gabe arfou como se estivesse respirando pela primeira vez, deitei seu corpo de novo na areia e apoiei de volta sua cabeça em meu colo, ele foi abrindo os olhos de forma lenta e me olhou.
— Mikaella — sussurrou fraco, quase não saindo som algum.
— Está tudo bem. Você vai ficar bem — respondi lhe acalmando, feliz por vê-lo melhor. A ferida começava a fechar, ficando uma cicatriz rosada.
— Você não pode ser ela — fal
Os dois dias seguintes passei em alerta no hospital. Ia do quarto do meu pai ao do Gabriel. meu pai tinha passado por uma cirurgia que durou quase doze horas, seu coração sofreu duas paradas na mesa de operação e ainda não tinha acordado, os médicos diziam que era o normal para o trauma que sofreu, davam três dias no máximo para ele acordar novamente. Eu ficava na encruzilhada de esperança dele acordar e a preocupação de que quando ele acordasse e descobrisse que a minha mãe havia falecido, cheguei a pensar que as duas paradas cardíacas tinham acontecido porque ele queria ficar junto a minha mãe.Os dois sempre pareciam ser o casal que envelheceriam juntos, sentados no banco de balanço na varanda, vendo os netos correndo. Não conseguia acreditar que a minha mãe tinha ido embora para sempre, era um fato surreal para mim. Havia a sensação de que se
— Mikaella? — Natasha me chamou.— Sim.— Me desculpe ter agido daquela forma. Fiquei apavorada com a ideia de perde-lo. Não sei o que aconteceu, simplesmente pensei que o que acontecesse com ele, eu nunca poderia perdoar o responsável e eu a culpei sem motivo. Perdoe-me.— Não, está tudo bem — respondi e me levantei. — Estou destruindo tudo o que toco, é realmente minha culpa ele estar aqui. Minha mãe está morta, meu pai quase morreu e Troy ter morrido e agora está preso sabe se Deus aonde, é tudo por minha causa.— Mikaella, não é verdade. Você não pode ver dessa forma. Meu irmão sempre foi apaixonado por você e vocês são feitos para ficarem juntos. Eu finalmente estou entendendo o amor, sabe? Acho que estou começando a acreditar nele e isso é graças a você —
Entrei no carro sabendo que estava indo em direção ao inferno novamente, com o Diabo no volante. Thryee logo surgiu na frente do volante, o motor roncou quando ele pisou no acelerador sem sair do lugar.— Iremos até aquele paredão com uma Ferrari por que? — perguntei, indiferente a sua exibição.— Querida, aprenda que comigo você faz um portal com o que é mais elegante — respondeu, deixou os óculos deslizar pelo nariz e me deu uma piscadela. — Eu viajo com classe e isso aqui é o nosso transporte para casa.Thryee fez o carro cantar pneu, deixando com certeza marcas no chão e fumaça atrás enquanto dirigia em alta velocidade, cortando entre os carros com pouquíssimos centímetros antes de batermos. Me segurei no banco com toda força, cravando as unhas no couro, ele era insano!Olhei pelo retrovisor a minha cidade ficand
A seguir um trecho do livro COSMO LINEAR, a continuação do livro CRESCIMENTO DO TEMPO.Recuperei a consciência aos poucos. Meus olhos ainda estavam fechados, porém conseguia sentir a claridade tentando invadir minha visão, aonde quer que eu estivesse. Meus outros sentidos começaram a ficar em alerta, senti que estava deitada em uma cama macia com lençol de veludo por debaixo. Abri meus olhos e pisquei várias vezes, me adaptando a claridade de luz que entrava pela janela.Me sentei na cama devagar, minha cabeça girava e precisei fechar os olhos para a tontura passar. Por Deus, o que houve comigo? A onde estou? Não conseguia me lembrar de nada depois de estar com Thryee dentro da Ferrari, desejando poder ficar vagando para sempre no espaço.Comecei a observar a onde eu estava. Era um quarto grande, a cama era de casal e havia um teto com cortin
7 de Maio de 2010 — Eu acho que te amo — sussurrou. — Eu pedi para você não me amar — respondi apreensiva
Quatro anos depois.
No dia seguinte, acordei cedo e fui dar uma corrida na praia, como fazia quando morava aqui. Tinha tido uma boa-noite de sono comparado ao que aconteceu ontem, eu apostava que iria ter algum pesadelo e com tudo o que vem com isso, a dor de cabeça e as marcas bizarras, nada disso aconteceu.Não morávamos longe da praia, uns sete minutos de caminhada e já estávamos nela. Eu não corria quando estava na Itália, por conta disso resolvi começar uma caminhada e então aumentando o ritmo para uma corrida. Meia hora depois eu já estava correndo em uma velocidade razoável, conseguia sentir o vento bater no meu rosto, o cheiro do oceano e o barulho das gaivotas tentando pegar algum peixe. Havia esquecido de como era bom fazer isso, era algo libertador. Como se correndo, eu pudesse abandonar todas as minha
Natasha, Gabe, Lucca e eu fomos para uma festa que estava acontecendo na casa de algum amigo dos meninos. Eu nunca gostara muito de festa, porém os acompanhei porque queria passar um tempo a mais com meu irmão, saber o que ele aprontava nessas festas e não deixar que nenhuma encrenca o encontrasse. A festa era o clichê que sempre houve em festas: música alta tocando em uma batida que fazia você dançar involuntariamente; bebidas espalhadas pela casa; pessoas se beijando e outras dançando. Natasha e eu fomos na cozinha pegar algo para bebermos e tentar achar algo para comer, já os meninos haviam ido encontrar se