Não havia ninguém em casa além de nós dois. Estávamos discutindo sobre filmes e seriados, tinha percebido que nos últimos dias sempre estávamos debatendo alguma coisa, quase sempre tínhamos opiniões diferentes sobre os assuntos, na hora aquilo me irritava, porém no final de cada debate acabava amando-o cada vez mais. Via que era com essas diferenças que nosso relacionamento não poderia cair no tedio, sempre haveria novos assuntos para conversarmos e novas brigas bobas para ter durante o dia.
Estava ajudando-o a preparar as coisas para o jantar, que percebi enquanto lavava as folhas da salada de como ele era muito habilidoso na cozinha, ele ainda não tinha contado o que iria preparar para o jantar. A princípio achei que era talvez um miojo e ovo frito, não esperava grande coisa de alguém que tem dezesseis anos de idade, tomava como exemplo meu próprio irm&atil
— Era meu sonho trabalhar lá, agora está tudo arruinado — queixou-se.— Achei que seu sonho era criar um desfilei em Paris — comentou Gabe, confuso.— Isso também — concordou.— É só um estupido emprego, Tasha. Você consegue outro em qualquer lugar — disse Gabriel tentando anima-la.— Não consigo, não. Falta menos de cinco dias para as aulas voltarem na faculdade, eu não posso voltar sem completar minha carga horaria em algo de moda — contou frustrada e deitou a cabeça na mesa. — Minha vida é uma merda.Soltei uma risada com aquilo, ela sabia fazer um drama tão grande para algo tão pequeno. Gabriel tinha razão, ela conseguiria outro estágio, um até melhor quem sabe. Mas eu entendia a sua frustração, sempre achamos que o nosso problema não tem soluç
A viagem foi como andar em um corredor com uma escada rolante bem rápida, não demorou nem dez segundos até chegar do outro lado. Quando você não sabe o que lhe aguarda e você só imagina o pior, o tempo com certeza fica relativo e os dez segundos para mim pareceram durar cinco minutos naquela escuridão. Na entrada me senti ser puxada para aquilo, sendo sugada pelo vento, na saída me senti que estava sendo empurrada para fora, como um chute nas costas, me fazendo cair de joelhos no chão.No meio daquilo tudo Thryee havia me soltando e na hora em que saímos fiquei sem equilíbrio e acabei caindo, ralando meu joelho em algo áspero que notei ser pedras quase pontiagudas, ele por outro lado estava de pé impecável, tirando um fiapo invisível da sua roupa, passou a mão nos cabelos para penteá-los para trás. Seus cabelos continuavam sendo longos e loiros co
— Além de linda, a gatinha é inteligente — elogiou. — Porém, sabe... o que realmente fez todas aquelas guerras aconteceram, foi o sentimento que vocês humanos tanto preservam, declaram e procuram tanto para ter. Vocês são fáceis de se manipular por causa dessa pequena e doente parasita que vocês chamam de amor — anunciou com nojo estampado em seu rosto. — E você, minha querida Mikaella, tem amor até demais — seu timbre de voz era ameaçador e sombrio, me causando calafrios.— Já disse que se você fizer alguma coisa com as pessoas que amo, irei mata-lo — ameacei por fim, tentando parecer firme. Ele balançou a mão com desdém e se afastou de mim novamente.— Irei fazer tanta coisa, Mikaella. Mas tanta coisa, que você nem conseguira imaginar — murmurou. — Mas no momento, vamos focar no que voc&ecir
— E sujar minhas mãos de sangue? — falou, fingindo nojo e surpresa. — Faça você mesma.— Não posso, não consigo toca-lo — rebati revoltada.— Em seu mundo, querida. Aqui não é a Terra — disse como se aquilo fosse óbvio.Olhei para Troy mais surpresa ainda. Com as mãos tremendo coloquei em seu rosto e pela primeira vez em dois anos, senti sua pele em meus dedos, nós dois ficamos surpreso com o ato. Devagar tirei a mordaça da sua boca, toquei carinhosamente em sua bochecha e depois em seus lábios.— Ella — murmurou com a voz rouca.— Meu anjo — respondi com a voz embargada, quase chorando.Agarrei ele pelo pescoço e o abracei forte. Meu coração se encheu de alegria e alivio, Troy pousou a cabeça em meu ombro e consegui senti aquilo, conseguia sentir seu coraç&ati
Pierre, Pietro e Athelas estavam no final da escada de pedra, na entrada da caverna, Skyla estava junto com eles, seus pelos arriçados e seus dentes afiados amostra, em posição de ataque. Já eles usavam uniformes de combate, armaduras prateadas leves e justas ao corpo, Pietro empunhava uma espada longa nas mãos, apontada para Thryee, assim como Pierre estava com arco e flechas já em posição para atirar, enquanto Athelas, com roupas completamente diferentes das saias e vestidos leves que usava, agora vestia calça marrom que imitava couro e a parte de cima um colete prateado e azul escuro. Em sua mão direita segurava um cajado que estava rodeado de magia em volta.— E se não são o trio maravilha — anunciou Thryee que ergueu o queixo. — E seu cãozinho de estimação.— Mikaella, venha para cá — ordenou Pietro. Meus olhos passaram dele
O jeito que eles falavam das coisas começou a dar um nó em minha cabeça, me fazendo querer desistir da ideia também. Havia perguntado porque não podíamos fazer do mesmo jeito que eles tinham feito para chegar a Terra, Pietro explicou que eles tinham feito aquilo sobre vigilância e em um local especifico com os guardiões e que D’ghunes era uma área não tinham habitantes que não fossem criaturas selvagens, por conta disso não havia como eles fazerem aquilo. Thryee havia planejado muito bem o local para me trazer.Depois que Pietro e Athelas falaram tudo e repassaram cada passado quatro vezes seguidas, eu ainda não conseguia entender metade das coisas. Estavam me deixando nervosa e Pierre notou.— Ok, para trás vocês dois — pediu, empurrando Pietro e Athelas com o braço e ficando de frente para mim. — Vocês estão quase desinteg
— Fique calma, Mika. Eles acham que você está com a Natasha, fiz um pequeno feitiço de disfarce — contou Athelas. — Eles sentem que é normal você ficar fora tanto tempo assim.— Você pode fazer isso? — fiquei impressionada, isso iria melhorar as coisas demais quando eu tivesse que ir embora de uma vez.— Posso até certo ponto — contou orgulhosa.— Gabe e Nat? — quase havia esquecido dele, minha cabeça estava a mil, passando de um acontecimento a outro.— É, com ele não deu muito certo, não — respondeu coçando a cabeça, como se aquilo fosse um tipo de problema que faz você pensar demais. — Não joguei feitiço nenhum, porém Natasha diz que ele está apenas preocupado e calmo ao mesmo tempo. Pergunta sobre você, mas não está bravo a ponto de achar qu
— Eu te amo tanto — murmurei ao pé do ouvido.— Estava enlouquecendo sem você, minha Mia — respondeu e me colocou no chão, suas mãos logo foram para o meu rosto.— Desculpa, não queria ter ficado por tanto tempo fora — disse baixinho, sem conseguir encara-lo.— Está tudo bem, você está aqui agora — ele beijou minha testa, me fazendo sorrir docilmente. Achava esse ato tão meigo e romântico, que sempre acabava com um sorriso bobo nos lábios.— Você não vai me perguntar aonde eu estava?— Se quiser me contar — e encolheu os ombros. — Ficarei feliz em saber.Balancei a cabeça, não acreditando na sorte que eu tinha de ter ele. Se fosse qualquer outro rapaz, ainda mais na sua idade, teria feito um escândalo, teríamos brigado e magoado um ao outro. Gabriel nã