Começaram a fazer um murmurinho na sala, vozes se exaltando, gritando uma com as outras. Discutindo sobre algo que eu não conseguia entender. Minha mente estava longe, presa na noite passada, relembrava a cena de Thryee fazendo aquelas ameaças e dizendo coisas sem sentido. O que ele planejava fazer? Iria me matar? Matar todos que eu amava? Me torturaria? Havia milhares de ideias macabras passando em minha mente do que ele poderia fazer.
Fui tomada por um ataque de pânico. Eu não podia fazer aquilo, não era possível! Apenas tinha dezenove anos, uma vida perfeita pela frente. Fazer faculdade, viajar pelo mundo. O que aconteceria se eu morresse? Não, não, não!
Não quero salvar o mundo, eu não quero salvar ninguém!
Por que está tudo ficando apertado? Sem ar, por que está tudo girando? Façam parar, minha respiração est&aac
Assim que deixei meu corpo se encher com aquele conforto, aquela alegria que sentia ao lado de Gabe, minhas veias se aqueceram, senti o sangue percorrer por ela debaixo da minha pele. As palmas das minhas mãos esquentaram e senti uma fraca luz surgir e algo crescer nelas.— Abra os olhos agora — pediu de forma alegre.Abri os olhos devagar, sentindo algo em minhas mãos. Fiquei surpresa ao notar que havia feito crescer uma tulipa branca ainda com as pétalas fechadas. Nas minhas mãos uma pequena luz ainda radiava, como se fosse a razia da flor, que ia se apagando aos poucos e tudo voltando ao normal.Olhei para aquilo com tanta alegria que me joguei em cima de Pietro para um abraço.— Pelos Deuses, consegui! — exclamei feliz, lhe abraçando.— Sabia que ia dar certo — respondeu rindo, me abraçando de volta.— Mas como?— Você tem sentim
— Não é assim, Gabe — me defendi, era muito mais complicado do isso.—Sim, é — rebateu com a voz embargada. — Ah, tome. É seu — e colocou o colar em minha mão. — É o meu pagamento da fiança — falou determinado, tentando se recompor. Estamos quites agora.Gabriel virou de costas e saiu, voltando para o bistrô. Enquanto eu desabava encostada na porta do carro. Como aquilo havia acontecido? Como um dia pode começar no pico da felicidade e ir decaindo bruscamente assim?Entrei no carro com certa dificuldade, minhas pernas estavam bambas e minha visão embaçada por causa do choro. Nem sei como consegui dirigir até em casa, minha cabeça apenas repetia as palavras brutas dele, nunca havia sido tão machucada como estava sendo aquilo. Pior que ele tinha toda a razão em ter falado aquilo, eu estava sendo uma covarde,
Nós dois havíamos mudado o mundo um do outro para sempre e por causa disso, iria amar Troy para sempre.Ele suspirou alto, como se aquilo fosse algo cansativo de saber ou tedioso demais.— Você devia ficar comigo — disse convicto.Aquilo estava ficando cansativo demais.— Você se foi. E eu estou bem cansada de sentir a sua falta — respondi com sinceridade.— Eu sei. Mas se não for eu, quem fará você feliz? — perguntou, me encarando. Apenas sorri com a sua estupida pergunta, um sorriso meigo. Aquele que você dá quando nota que a pessoa realmente não entende o motivo daquilo estar acontecendo, a ignorância e ingenuidade da situação. E Troy era essa pessoa, não sabia que havia alguém que poderia me fazer feliz, que não precisava ser ele ou Gabe, apenas eu tinha o poder de me fazer feliz, a decisão final
Já passava das dezenove horas da noite quando tomei coragem para conversar com Gabriel por telefone. Porém tudo foi por água abaixo quando ele não atendeu o celular, mesmo depois de ter ligado cinco vezes seguidas. Ele devia estar realmente me odiando. Estava quase para chorar de novo quando Natasha apareceu no quarto toda eufórica.— Estou te ligando a horas, garota. Não anda mais com o celular na mão, não? — reclamou nervosa, com as mãos na cintura e me olhando.Balancei o celular na sua direção enquanto olhava pra ela confusa.— Fiquei com ele na mão nas últimas duas horas, não recebi nenhuma ligação sua — contei.— Ah, é porque eu realmente não te liguei — retrucou, balançando a cabeça, os cabelos indo para cima dos ombros. — É só que parecia tão legal
— Olha, eu conheço você Nat. Acredito em você quando diz que nunca se apaixonou de verdade — falei com carinho. — Por isso acho que você deveria tentar. Afinal qual é a pior coisa que poderia acontecer?— Você acabar sendo morta, porque nós duas estávamos ocupadas demais ficando juntas? — rebateu séria.— Que isso! Sei cuidar de mim mesma, tenho ainda Pierre e Pietro, não se preocupe — a tranquilizei. — E com certeza não arrume desculpas.— Não estou arrumado desculpas — se defendeu, me olhando. — É só que eu noto as coisas, Mikaella. Vejo você e meu irmão, essa batalha constante sobre ficar ou não ficar. E sei lá, para mim parece que não vale a pena, entende?Fiquei em silêncio, pensando em como responder sobre sua opinião.—Não va
Cheguei no quarto do Gabe e bati na porta, porém, como ela havia falado, ele ainda estava no banho. Entrei devagar e sem fazer muito barulho, conseguia ouvir o som d’agua caindo do outro lado do quarto, onde se localizava o banheiro.O quarto dele era grande, não tão grande igual ao da Nat que parecia mais uma casa do que um quarto em si. Era ligeiramente bagunçando o quarto do Gabriel, havia roupas jogadas em cima de uma poltrona preta, skate debaixo da mesa do computador e várias revistas e livros ao lado do mesmo.Me sentei na beirada da cama, de costas para a porta do banheiro. A minha frente havia uma estante com várias fotos, comecei a olha-las e notei que tinha fotos dele com a sua família em pontos turísticos de alguns lugares pelo mundo, fotos dele sozinho andando de skate, surfando ou comendo alguma comida estrangeira. Também notei fotos com meu irmão e mais dois amigos que eu n&atild
Apertei minhas mãos em sua nuca, puxei seu rosto para mais perto do meu, com mais desespero em nossas bocas ficarem mais próximas. Sentir mais o seu gosto de mel e limão tão peculiar e único, entrelaçamos nossas línguas como se fossem uma, tudo em nós estava conectado. Nossos corpos se encaixavam de forma perfeita, Gabriel me abraçou mais forte, me segurou pela cintura e me levantou do chão, nos girando em seu quarto. Me segurei nele para não perder o equilíbrio, porém foi em vão e nós dois caímos em cima da cama, interrompendo o nosso beijo com ele em cima de mim rindo.Seu rosto parecia sereno e feliz, sua boca parecia não saber mais como fechar de tanto que sorria e dava risada ao mesmo tempo, me fazendo rir e sorrir mais ainda também. O som da sua risada era o som de mil anjos cantarolando ao vento, seu sorriso iluminava mais que mil sois juntos e
Queria muito era contar aos meus pais, muitas vezes cheguei quase a ignorar os conselhos de Pietro e contar, principalmente para minha mãe. Sinto que ela iria me apoiar no assunto e me dar grande força para continuar.Talvez fosse essa a função das mães, eu acho, de que elas vão amar você de forma incondicional para sempre, não importa quem você escolha ser ou o que fazer na vida. E hoje foi um desses dias que quase contei. Pierre havia me liberado mais cedo do treino com obstáculos a cavalo e atirando punhais e flechas a longa distância, na qual eu estava pegando o jeito. Depois de passar os primeiros dias do treino a cavalo caindo deles e quase quebrando meu quadril, sendo perfurada pela espada que Pierre não poupava esforço em me atingir, sabendo que eu iria me curar minutos depois, fui para casa. Minha mãe estava indo para o seu escritório no centro da cidade, para resolv