— Para onde estamos indo? — perguntei receosa.
— Apenas quero lhe mostrar algo maravilhoso — respondeu com mistério na voz. Por fim, chegamos no parapeito no fim do corredor, mais ao lado dava para uma escada que descia mais ainda. O local ficou mais claro, mas não tanto. — Olhe para baixo — ordenou. E assim eu o fiz.
Não enxerguei nada, além da escuridão e um abismo sem fim. Ao pensar em perguntar o que era tudo isso, o que eu deveria estar enxergando. Começo a ouvir algo se rastejar para cima, fui sendo atraída para baixo, até que da escuridão algo surgiu.
Subindo pelas paredes, uma Criatura das Trevas saltou, como uma assombração. Magra e branca, uma mistura de fantasma com esqueleto, seus olhos saltados e grandes ocupava quase todo o rosto. Em seus longos braços esqueléticos, garras mecânicas em lâmina tomavam o lug
— Troy, sei que você está magoado. Eu ainda amo você — falei, sabendo que a próxima frase seria uma faca no coração de todas as pessoas que já ouviram isso. — Você ainda é meu melhor amigo.— E ele? Ainda é o seu namorado? — atacou com raivas as palavras e nojo.— Troy — gemi seu nome com desconforto. Não queria fazer aquilo.Ele por sua vez ficou em silencio, até que abriu um leve sorriso. Troy foi para mais perto d’agua e se agachou.— Sabe, eu tenho alguns dons de fae — contou, enquanto arregaçava as mangas da blusa. — Anos atrás, descobri que tenho a linhagem das faes da água. Consigo fazer a maioria das magias desse elemento — falou, passando os dedos de leve pela água parada. — Venha, quero lhe mostrar algo.Me aproximei dele e fiquei de joelhos. Troy mexia c
Como as coisas eram tão diferentes nesse lugar! O tempo perdeu o significado para mim, a noção dos dias se misturavam e sumiam no castelo do Thryee. Quanto tempo estou aqui? Três dias? Três semanas? Um mês, um ano? Não saberia mais dizer. Os dias são longos demais, parecidos demais, que parei de conta-los em um certo ponto.Tentei focar mil vezes no plano de fuga, que obteve progresso, o que é bom. Convenci Troy a me ajudar a pelo menos tentar sair daqui, entretanto, possuíamos outros afazeres agora para resolver, como por exemplo Etyel.O pequeno elfo ficara bom alguns dias após ter acordado e não saia mais de perto de mim, como um pequeno cachorrinho que me seguia para todos os lados. Contou que era pela minha segurança, que o que eu havia feito por ele era algo de bravura, ficaria para sempre em dívida comigo.Meu élfico melhorou, afinal com o tempo que tenho
Fiquei na biblioteca no restante do dia, com a Luriel e Etyel me fazendo companhia. Por mais que todos os livros fossem em sua maioria em élfico, eu finalmente havia encontrado o livro que eu e Pietro estudávamos na Terra. O Crescimento do Tempo. Não foi possível ler ele inteiro, o livro era composto por mais de mil páginas com vários assuntos.Por hoje, foquei em ler sobre as Nornas, as entidades sobre os três elementos da história: o passado, o presente e o futuro. Elas possuíam os poderes da vida, do azar e da sorte dos deuses e da humanidade. Eram guardiãs, deviam proteger os mistérios do passado e segredos antigos. Vi pouco sobre o assunto com o Pietro, nunca nos aprofundamos no conhecimento.Me perguntava o que eu realmente sou, quais poderes eu tenho de fato. Quantas pessoas deram seu sangue para me criarem. Comecei a ter uma pequena crise de ansiedade, sem saber o que sou e para que ser
Voltei a realidade com Luriel com o rosto próximo ao meu, me segurando pelos ombros. Etyel também ao seu lado, bem próximo me encarando.— Viti kakkie, vallures — murmurou Etyel abismado. Vida para fora, falou, mas eu não sabia o que significava o vallures.— Ei, Mikaella. Você está bem? — perguntou preocupada. Passando a mão na minha testa.— O que ele disse? — falei confusa, cerrando os olhos com o incomodo na cabeça. Como se eu tivesse batido em algo.— Eu não sei. Não falo élfico — me lembrou. — Ei, você está bem?— O que houve?— Você começou a ter um tipo de convulsão. Seus olhos ficaram completamente azuis com as bordas da suas íris pretas, sua pupila dilatou muito, fincando ainda mais pretas e então você chorou sangue &mdash
A garota levantou o rosto, olhou para ele com paixão. Ele se aproximou e a beijou, tomou seu rosto em suas mãos enquanto ela lhe agarrava o pescoço. Durante o beijo, tudo começou a perder o efeito, como se o tempo avançasse e trazia a sala abandonada novamente, enquanto os dois também sumiam.Fui em direção a porta que o rapaz surgiu e me encontrei em uma sala branca, cheia de espelhos.— Eu me lembro desse lugar — murmurei, olhando envolta.Estive aqui uma vez, no sonho em que eu vejo o acidente do Troy, eu entrei por um espelho para estar lá. Olhei para os meus diversos reflexos, a procura de algum que pudesse estar diferente. A única coisa que eles mostravam de diferente era um casal, o mesmo da sala que dançavam.— O que isso tudo significa? — perguntei para mim mesma, enquanto analisava as imagens passando nos espelhos.Os dois pareciam t&atild
— Tem certeza que não pode ficar? — perguntou a garota, de pé ao seu lado.— Já adiei um dia para ficar aqui com você. Deveria ter ido embora logo após a ida no lago para vê-la.Concordou com a cabeça e segurou as mãos do homem.— Você me fez uma promessa aqui, nessa sala — recordou ela. — Agora quero que me faça mais uma.— Sim — incentivou, olhando a mulher com paciência.— Prometa que fará de tudo para voltar — pediu séria, olhando direto em seus olhos. — Promete que fara qualquer coisa para voltar.— Farei qualquer coisa para voltar pra você, querida — jurou.Acordei com barulho de porta se abrindo no quarto, fique um pouco desnorteada por um momento. O sonho foi longo e cheio de informações para eu poder processar acordada. Quem era aquele jovem ca
Logo que o dia chegou, Luriel apareceu me chamando. Dizia que o Thryee queria me ver, como sempre. Etyel e Troy ainda dormiam. A noite para o Troy foi exaustiva, logo que chegou no quarto, escondeu as armas e capotou na cama. Era incrível como ele conseguia pegar no sono rápido, sempre foi assim. Quantas vezes eu lhe obrigava a ficar acordado comigo até altas horas assistindo series e ele dormia logo depois do terceiro episódio.Ele nunca teve um rosto sereno ao dormir, sempre dormia com a testa franzida e as pálpebras tremiam de leve, como se até em sonho ele estivesse agitado e preocupado.— Você sabe como é o mundo, fora daqui? — perguntei curiosa a Luriel, enquanto caminhávamos.— Os das fadas? Um pouco, por que?Dei de ombros, tentando prolongar a caminha até o Thryee.— Apenas estou imaginando como deve ser lá fora — falei com delicadeza.
— Eu passo a vez, obrigada pela oferta — disparei, sem conseguir encontrar a minha voz. Estava ficando ansiosa e nervosa. Ele se aproximou um pouco mais, dessa vez dei alguns passos para trás, até encostar minhas costas em uma coluna.— Me mostre o que você viu — expressou, já a centímetros do meu rosto. — Me mostre o quão das trevas há em você.— Não há trevas em mim. Apenas em você, Thryee — murmurei sem forças.— Há trevas em todos. Inclusive e principalmente em você.Sua mão pouso em meu rosto, foi até atras dos meus cabelos, na nuca. Sua mão era fria, me causando arrepios, imaginava o que ele queria fazer e eu não queria. Só que eu não conseguia sair do lugar.— Me mostre — murmurou, com os lábios pertos dos meus, seu hálito já in