Como as coisas eram tão diferentes nesse lugar! O tempo perdeu o significado para mim, a noção dos dias se misturavam e sumiam no castelo do Thryee. Quanto tempo estou aqui? Três dias? Três semanas? Um mês, um ano? Não saberia mais dizer. Os dias são longos demais, parecidos demais, que parei de conta-los em um certo ponto.
Tentei focar mil vezes no plano de fuga, que obteve progresso, o que é bom. Convenci Troy a me ajudar a pelo menos tentar sair daqui, entretanto, possuíamos outros afazeres agora para resolver, como por exemplo Etyel.
O pequeno elfo ficara bom alguns dias após ter acordado e não saia mais de perto de mim, como um pequeno cachorrinho que me seguia para todos os lados. Contou que era pela minha segurança, que o que eu havia feito por ele era algo de bravura, ficaria para sempre em dívida comigo.
Meu élfico melhorou, afinal com o tempo que tenho
Fiquei na biblioteca no restante do dia, com a Luriel e Etyel me fazendo companhia. Por mais que todos os livros fossem em sua maioria em élfico, eu finalmente havia encontrado o livro que eu e Pietro estudávamos na Terra. O Crescimento do Tempo. Não foi possível ler ele inteiro, o livro era composto por mais de mil páginas com vários assuntos.Por hoje, foquei em ler sobre as Nornas, as entidades sobre os três elementos da história: o passado, o presente e o futuro. Elas possuíam os poderes da vida, do azar e da sorte dos deuses e da humanidade. Eram guardiãs, deviam proteger os mistérios do passado e segredos antigos. Vi pouco sobre o assunto com o Pietro, nunca nos aprofundamos no conhecimento.Me perguntava o que eu realmente sou, quais poderes eu tenho de fato. Quantas pessoas deram seu sangue para me criarem. Comecei a ter uma pequena crise de ansiedade, sem saber o que sou e para que ser
Voltei a realidade com Luriel com o rosto próximo ao meu, me segurando pelos ombros. Etyel também ao seu lado, bem próximo me encarando.— Viti kakkie, vallures — murmurou Etyel abismado. Vida para fora, falou, mas eu não sabia o que significava o vallures.— Ei, Mikaella. Você está bem? — perguntou preocupada. Passando a mão na minha testa.— O que ele disse? — falei confusa, cerrando os olhos com o incomodo na cabeça. Como se eu tivesse batido em algo.— Eu não sei. Não falo élfico — me lembrou. — Ei, você está bem?— O que houve?— Você começou a ter um tipo de convulsão. Seus olhos ficaram completamente azuis com as bordas da suas íris pretas, sua pupila dilatou muito, fincando ainda mais pretas e então você chorou sangue &mdash
A garota levantou o rosto, olhou para ele com paixão. Ele se aproximou e a beijou, tomou seu rosto em suas mãos enquanto ela lhe agarrava o pescoço. Durante o beijo, tudo começou a perder o efeito, como se o tempo avançasse e trazia a sala abandonada novamente, enquanto os dois também sumiam.Fui em direção a porta que o rapaz surgiu e me encontrei em uma sala branca, cheia de espelhos.— Eu me lembro desse lugar — murmurei, olhando envolta.Estive aqui uma vez, no sonho em que eu vejo o acidente do Troy, eu entrei por um espelho para estar lá. Olhei para os meus diversos reflexos, a procura de algum que pudesse estar diferente. A única coisa que eles mostravam de diferente era um casal, o mesmo da sala que dançavam.— O que isso tudo significa? — perguntei para mim mesma, enquanto analisava as imagens passando nos espelhos.Os dois pareciam t&atild
— Tem certeza que não pode ficar? — perguntou a garota, de pé ao seu lado.— Já adiei um dia para ficar aqui com você. Deveria ter ido embora logo após a ida no lago para vê-la.Concordou com a cabeça e segurou as mãos do homem.— Você me fez uma promessa aqui, nessa sala — recordou ela. — Agora quero que me faça mais uma.— Sim — incentivou, olhando a mulher com paciência.— Prometa que fará de tudo para voltar — pediu séria, olhando direto em seus olhos. — Promete que fara qualquer coisa para voltar.— Farei qualquer coisa para voltar pra você, querida — jurou.Acordei com barulho de porta se abrindo no quarto, fique um pouco desnorteada por um momento. O sonho foi longo e cheio de informações para eu poder processar acordada. Quem era aquele jovem ca
Logo que o dia chegou, Luriel apareceu me chamando. Dizia que o Thryee queria me ver, como sempre. Etyel e Troy ainda dormiam. A noite para o Troy foi exaustiva, logo que chegou no quarto, escondeu as armas e capotou na cama. Era incrível como ele conseguia pegar no sono rápido, sempre foi assim. Quantas vezes eu lhe obrigava a ficar acordado comigo até altas horas assistindo series e ele dormia logo depois do terceiro episódio.Ele nunca teve um rosto sereno ao dormir, sempre dormia com a testa franzida e as pálpebras tremiam de leve, como se até em sonho ele estivesse agitado e preocupado.— Você sabe como é o mundo, fora daqui? — perguntei curiosa a Luriel, enquanto caminhávamos.— Os das fadas? Um pouco, por que?Dei de ombros, tentando prolongar a caminha até o Thryee.— Apenas estou imaginando como deve ser lá fora — falei com delicadeza.
— Eu passo a vez, obrigada pela oferta — disparei, sem conseguir encontrar a minha voz. Estava ficando ansiosa e nervosa. Ele se aproximou um pouco mais, dessa vez dei alguns passos para trás, até encostar minhas costas em uma coluna.— Me mostre o que você viu — expressou, já a centímetros do meu rosto. — Me mostre o quão das trevas há em você.— Não há trevas em mim. Apenas em você, Thryee — murmurei sem forças.— Há trevas em todos. Inclusive e principalmente em você.Sua mão pouso em meu rosto, foi até atras dos meus cabelos, na nuca. Sua mão era fria, me causando arrepios, imaginava o que ele queria fazer e eu não queria. Só que eu não conseguia sair do lugar.— Me mostre — murmurou, com os lábios pertos dos meus, seu hálito já in
Nunca largue seu oponente até que ele esteja inconsciente, ouvi a voz do Pierre em minha cabeça. Aturei Thryee por muito tempo, eu estava aqui para salvar o Troy e eu estava falhando bruscamente nesse objetivo. Não mais.Thryee se levantou, cruzei minhas pernas em sua cintura, me prendendo mais ao seu corpo. Ele foi andando para trás e me fez bater as costas na parede, a dor veio, mas não desisti, afrouxei um pouco a chave, apenas para então enfiar, mas ainda à estaca de madeira mais fundo em suas costelas. Ele gritou e me segurou por trás, me retirando das suas costas e me jogando no chão.— Você é impossível! — berrou com ódio e retirando a madeira do corpo. — Eu quero faze-la minha e você apenas dificulta tudo.Rastejei para trás, tentando me afasta dele que estava no modo lunático.— O que faremos juntos ser&aacut
— Não temos muito tempo. não sei até quando aqueles soníferos irão segura-lo — avisou. Ele jogou para cada um de nós uma bolsa tira colo, não parei para avaliar o que tinha dentro, mas não era pesada.— É melhor irmos, então — concordei, ajeitando a bolsa e a mala nos ombros.— Ninguém viu vocês saindo, certo? — perguntou preocupado, abrindo a porta escondida.— Eu acho que não. Tentei ser o mais discreta possível.— Vamos rezar para que dê certo isso.Partimos para dentro da escuridão que era aquele corredor. Etyel segurava minha mão atrás, junto com Luriel, Fezzik era o último da fila indiana, vigiando a retaguarda. Andamos com pressa e ao mesmo tempo com cautela. Estava nervosa e meu corpo doía, sabia que devia estar com alguns hematomas e músculos distend