Fiquei na biblioteca no restante do dia, com a Luriel e Etyel me fazendo companhia. Por mais que todos os livros fossem em sua maioria em élfico, eu finalmente havia encontrado o livro que eu e Pietro estudávamos na Terra. O Crescimento do Tempo. Não foi possível ler ele inteiro, o livro era composto por mais de mil páginas com vários assuntos.
Por hoje, foquei em ler sobre as Nornas, as entidades sobre os três elementos da história: o passado, o presente e o futuro. Elas possuíam os poderes da vida, do azar e da sorte dos deuses e da humanidade. Eram guardiãs, deviam proteger os mistérios do passado e segredos antigos. Vi pouco sobre o assunto com o Pietro, nunca nos aprofundamos no conhecimento.
Me perguntava o que eu realmente sou, quais poderes eu tenho de fato. Quantas pessoas deram seu sangue para me criarem. Comecei a ter uma pequena crise de ansiedade, sem saber o que sou e para que ser
Voltei a realidade com Luriel com o rosto próximo ao meu, me segurando pelos ombros. Etyel também ao seu lado, bem próximo me encarando.— Viti kakkie, vallures — murmurou Etyel abismado. Vida para fora, falou, mas eu não sabia o que significava o vallures.— Ei, Mikaella. Você está bem? — perguntou preocupada. Passando a mão na minha testa.— O que ele disse? — falei confusa, cerrando os olhos com o incomodo na cabeça. Como se eu tivesse batido em algo.— Eu não sei. Não falo élfico — me lembrou. — Ei, você está bem?— O que houve?— Você começou a ter um tipo de convulsão. Seus olhos ficaram completamente azuis com as bordas da suas íris pretas, sua pupila dilatou muito, fincando ainda mais pretas e então você chorou sangue &mdash
A garota levantou o rosto, olhou para ele com paixão. Ele se aproximou e a beijou, tomou seu rosto em suas mãos enquanto ela lhe agarrava o pescoço. Durante o beijo, tudo começou a perder o efeito, como se o tempo avançasse e trazia a sala abandonada novamente, enquanto os dois também sumiam.Fui em direção a porta que o rapaz surgiu e me encontrei em uma sala branca, cheia de espelhos.— Eu me lembro desse lugar — murmurei, olhando envolta.Estive aqui uma vez, no sonho em que eu vejo o acidente do Troy, eu entrei por um espelho para estar lá. Olhei para os meus diversos reflexos, a procura de algum que pudesse estar diferente. A única coisa que eles mostravam de diferente era um casal, o mesmo da sala que dançavam.— O que isso tudo significa? — perguntei para mim mesma, enquanto analisava as imagens passando nos espelhos.Os dois pareciam t&atild
— Tem certeza que não pode ficar? — perguntou a garota, de pé ao seu lado.— Já adiei um dia para ficar aqui com você. Deveria ter ido embora logo após a ida no lago para vê-la.Concordou com a cabeça e segurou as mãos do homem.— Você me fez uma promessa aqui, nessa sala — recordou ela. — Agora quero que me faça mais uma.— Sim — incentivou, olhando a mulher com paciência.— Prometa que fará de tudo para voltar — pediu séria, olhando direto em seus olhos. — Promete que fara qualquer coisa para voltar.— Farei qualquer coisa para voltar pra você, querida — jurou.Acordei com barulho de porta se abrindo no quarto, fique um pouco desnorteada por um momento. O sonho foi longo e cheio de informações para eu poder processar acordada. Quem era aquele jovem ca
Logo que o dia chegou, Luriel apareceu me chamando. Dizia que o Thryee queria me ver, como sempre. Etyel e Troy ainda dormiam. A noite para o Troy foi exaustiva, logo que chegou no quarto, escondeu as armas e capotou na cama. Era incrível como ele conseguia pegar no sono rápido, sempre foi assim. Quantas vezes eu lhe obrigava a ficar acordado comigo até altas horas assistindo series e ele dormia logo depois do terceiro episódio.Ele nunca teve um rosto sereno ao dormir, sempre dormia com a testa franzida e as pálpebras tremiam de leve, como se até em sonho ele estivesse agitado e preocupado.— Você sabe como é o mundo, fora daqui? — perguntei curiosa a Luriel, enquanto caminhávamos.— Os das fadas? Um pouco, por que?Dei de ombros, tentando prolongar a caminha até o Thryee.— Apenas estou imaginando como deve ser lá fora — falei com delicadeza.
— Eu passo a vez, obrigada pela oferta — disparei, sem conseguir encontrar a minha voz. Estava ficando ansiosa e nervosa. Ele se aproximou um pouco mais, dessa vez dei alguns passos para trás, até encostar minhas costas em uma coluna.— Me mostre o que você viu — expressou, já a centímetros do meu rosto. — Me mostre o quão das trevas há em você.— Não há trevas em mim. Apenas em você, Thryee — murmurei sem forças.— Há trevas em todos. Inclusive e principalmente em você.Sua mão pouso em meu rosto, foi até atras dos meus cabelos, na nuca. Sua mão era fria, me causando arrepios, imaginava o que ele queria fazer e eu não queria. Só que eu não conseguia sair do lugar.— Me mostre — murmurou, com os lábios pertos dos meus, seu hálito já in
Nunca largue seu oponente até que ele esteja inconsciente, ouvi a voz do Pierre em minha cabeça. Aturei Thryee por muito tempo, eu estava aqui para salvar o Troy e eu estava falhando bruscamente nesse objetivo. Não mais.Thryee se levantou, cruzei minhas pernas em sua cintura, me prendendo mais ao seu corpo. Ele foi andando para trás e me fez bater as costas na parede, a dor veio, mas não desisti, afrouxei um pouco a chave, apenas para então enfiar, mas ainda à estaca de madeira mais fundo em suas costelas. Ele gritou e me segurou por trás, me retirando das suas costas e me jogando no chão.— Você é impossível! — berrou com ódio e retirando a madeira do corpo. — Eu quero faze-la minha e você apenas dificulta tudo.Rastejei para trás, tentando me afasta dele que estava no modo lunático.— O que faremos juntos ser&aacut
— Não temos muito tempo. não sei até quando aqueles soníferos irão segura-lo — avisou. Ele jogou para cada um de nós uma bolsa tira colo, não parei para avaliar o que tinha dentro, mas não era pesada.— É melhor irmos, então — concordei, ajeitando a bolsa e a mala nos ombros.— Ninguém viu vocês saindo, certo? — perguntou preocupado, abrindo a porta escondida.— Eu acho que não. Tentei ser o mais discreta possível.— Vamos rezar para que dê certo isso.Partimos para dentro da escuridão que era aquele corredor. Etyel segurava minha mão atrás, junto com Luriel, Fezzik era o último da fila indiana, vigiando a retaguarda. Andamos com pressa e ao mesmo tempo com cautela. Estava nervosa e meu corpo doía, sabia que devia estar com alguns hematomas e músculos distend
Desaceleramos por magia até que a água invadiu a todos nos por completo, destruindo a canoa e nos separando. Mergulhamos em um local profundo, escuro e pesado, intenso sob nossos corpos. Não devia ser a água da cachoeira, teríamos morrido com a distância até o chão.Nadar era muito difícil, os movimentos das minhas pernas e braços para se locomover eram devagar demais, com peso nos músculos. O ar queimava em meus pulmões querendo sair, prendia a respiração o máximo que eu conseguia, lutando para chegar na superfície.Quando finalmente consegui emergir para respirar, me encontrei em um lago no meio do deserto, me forcei a procurar envolta o restante do pessoal. Troy foi o primeiro a subir para superfície, também com desespero por ar, estava desnorteado assim como eu, ao me ver, nado até mim.— Meu Deus, você est&aac