A garota levantou o rosto, olhou para ele com paixão. Ele se aproximou e a beijou, tomou seu rosto em suas mãos enquanto ela lhe agarrava o pescoço. Durante o beijo, tudo começou a perder o efeito, como se o tempo avançasse e trazia a sala abandonada novamente, enquanto os dois também sumiam.
Fui em direção a porta que o rapaz surgiu e me encontrei em uma sala branca, cheia de espelhos.
— Eu me lembro desse lugar — murmurei, olhando envolta.
Estive aqui uma vez, no sonho em que eu vejo o acidente do Troy, eu entrei por um espelho para estar lá. Olhei para os meus diversos reflexos, a procura de algum que pudesse estar diferente. A única coisa que eles mostravam de diferente era um casal, o mesmo da sala que dançavam.
— O que isso tudo significa? — perguntei para mim mesma, enquanto analisava as imagens passando nos espelhos.
Os dois pareciam t&atild
— Tem certeza que não pode ficar? — perguntou a garota, de pé ao seu lado.— Já adiei um dia para ficar aqui com você. Deveria ter ido embora logo após a ida no lago para vê-la.Concordou com a cabeça e segurou as mãos do homem.— Você me fez uma promessa aqui, nessa sala — recordou ela. — Agora quero que me faça mais uma.— Sim — incentivou, olhando a mulher com paciência.— Prometa que fará de tudo para voltar — pediu séria, olhando direto em seus olhos. — Promete que fara qualquer coisa para voltar.— Farei qualquer coisa para voltar pra você, querida — jurou.Acordei com barulho de porta se abrindo no quarto, fique um pouco desnorteada por um momento. O sonho foi longo e cheio de informações para eu poder processar acordada. Quem era aquele jovem ca
Logo que o dia chegou, Luriel apareceu me chamando. Dizia que o Thryee queria me ver, como sempre. Etyel e Troy ainda dormiam. A noite para o Troy foi exaustiva, logo que chegou no quarto, escondeu as armas e capotou na cama. Era incrível como ele conseguia pegar no sono rápido, sempre foi assim. Quantas vezes eu lhe obrigava a ficar acordado comigo até altas horas assistindo series e ele dormia logo depois do terceiro episódio.Ele nunca teve um rosto sereno ao dormir, sempre dormia com a testa franzida e as pálpebras tremiam de leve, como se até em sonho ele estivesse agitado e preocupado.— Você sabe como é o mundo, fora daqui? — perguntei curiosa a Luriel, enquanto caminhávamos.— Os das fadas? Um pouco, por que?Dei de ombros, tentando prolongar a caminha até o Thryee.— Apenas estou imaginando como deve ser lá fora — falei com delicadeza.
— Eu passo a vez, obrigada pela oferta — disparei, sem conseguir encontrar a minha voz. Estava ficando ansiosa e nervosa. Ele se aproximou um pouco mais, dessa vez dei alguns passos para trás, até encostar minhas costas em uma coluna.— Me mostre o que você viu — expressou, já a centímetros do meu rosto. — Me mostre o quão das trevas há em você.— Não há trevas em mim. Apenas em você, Thryee — murmurei sem forças.— Há trevas em todos. Inclusive e principalmente em você.Sua mão pouso em meu rosto, foi até atras dos meus cabelos, na nuca. Sua mão era fria, me causando arrepios, imaginava o que ele queria fazer e eu não queria. Só que eu não conseguia sair do lugar.— Me mostre — murmurou, com os lábios pertos dos meus, seu hálito já in
Nunca largue seu oponente até que ele esteja inconsciente, ouvi a voz do Pierre em minha cabeça. Aturei Thryee por muito tempo, eu estava aqui para salvar o Troy e eu estava falhando bruscamente nesse objetivo. Não mais.Thryee se levantou, cruzei minhas pernas em sua cintura, me prendendo mais ao seu corpo. Ele foi andando para trás e me fez bater as costas na parede, a dor veio, mas não desisti, afrouxei um pouco a chave, apenas para então enfiar, mas ainda à estaca de madeira mais fundo em suas costelas. Ele gritou e me segurou por trás, me retirando das suas costas e me jogando no chão.— Você é impossível! — berrou com ódio e retirando a madeira do corpo. — Eu quero faze-la minha e você apenas dificulta tudo.Rastejei para trás, tentando me afasta dele que estava no modo lunático.— O que faremos juntos ser&aacut
— Não temos muito tempo. não sei até quando aqueles soníferos irão segura-lo — avisou. Ele jogou para cada um de nós uma bolsa tira colo, não parei para avaliar o que tinha dentro, mas não era pesada.— É melhor irmos, então — concordei, ajeitando a bolsa e a mala nos ombros.— Ninguém viu vocês saindo, certo? — perguntou preocupado, abrindo a porta escondida.— Eu acho que não. Tentei ser o mais discreta possível.— Vamos rezar para que dê certo isso.Partimos para dentro da escuridão que era aquele corredor. Etyel segurava minha mão atrás, junto com Luriel, Fezzik era o último da fila indiana, vigiando a retaguarda. Andamos com pressa e ao mesmo tempo com cautela. Estava nervosa e meu corpo doía, sabia que devia estar com alguns hematomas e músculos distend
Desaceleramos por magia até que a água invadiu a todos nos por completo, destruindo a canoa e nos separando. Mergulhamos em um local profundo, escuro e pesado, intenso sob nossos corpos. Não devia ser a água da cachoeira, teríamos morrido com a distância até o chão.Nadar era muito difícil, os movimentos das minhas pernas e braços para se locomover eram devagar demais, com peso nos músculos. O ar queimava em meus pulmões querendo sair, prendia a respiração o máximo que eu conseguia, lutando para chegar na superfície.Quando finalmente consegui emergir para respirar, me encontrei em um lago no meio do deserto, me forcei a procurar envolta o restante do pessoal. Troy foi o primeiro a subir para superfície, também com desespero por ar, estava desnorteado assim como eu, ao me ver, nado até mim.— Meu Deus, você est&aac
Se passou mais de quinze horas até que o sol resolveu ir embora, dando espaço para a noite fresca chegar. Caminhamos por mais tempo depois que a noite caiu, olhei para o céu e o ar fugiu por um momento dos meus pulmões quando olhei para cima.Uma cortina espessa de estrelas espalhadas, milhares e milhares de constelações pairando sob o céu, cobrindo tudo, com apenas algumas nuvens suaves atravessando a imensidão. Nesse planeta, apenas uma lua brilhava gigante no céu, enquanto no castelo do Thryee, podia se ver duas grande luas douradas. Nesse mundo, a lua era vermelha alaranjada, brilhava tanto que conseguia até formar um pouco das nossas sombras no chão.Assim que o sol se despediu de nós, a temperatura também abaixou bruscamente, só quando a lua surgiu, a temperatura ficou agradável, formando o perfeito equilíbrio. A noite era linda, um milagre maravilhoso.
— Uma tempestade de raios — respondeu Troy, me ajudando com as coisas. Um clarão cortou a escuridão do céu iluminando tudo por alguns breves segundos.Um raio cruzou o céu até o chão, fazendo ele tremer, logo o barulho invadiu nossos ouvidos e tudo ficou mais assustador.— Precisamos correr, Ella! — gritou, me pegando pela mão e a mala na outra. Tudo ocorria rápido demais. No meio de uma tempestade que iria engolir todos nós, não parava de cair raios, um atrás do outros, nos perseguindo bem pertos. Muitos caindo metros próximos a nós. Disparavam como armas, o deus do trovão poderia estar brincando de acertar alvos em movimento.Por um segundo parei de correr, percebendo a verdade. Não era algum deus com tal maldade. Era um falso deus, um falso rei.— Thryee — murmurei perplexa. Só podia ser ele.Como se