Com o passar dos dias, fui mapeando os corredores e as escadas do castelo. Depois do terceiro dia, havia conseguido entrar em quase metade dos cômodos que estavam em dois andares. Alguns eram quartos bem luxuosos, outros apenas salas de estar outros escritórios, tinha passado por no mínimo três bibliotecas lotadas de livros, do teto até o chão. Pelo o que eu havia conseguido folhear dos livros, a maioria eram sobre magias, feitiços e encantamentos, conseguia até sentir a magia emanando das páginas dos livros e pairando no ar.
Infelizmente, meus poderes ainda não tinham voltado. Eu começava a achar que talvez eles nunca mais voltariam, o que poderia ser algo bom. Provaria que eu não era a profecia, a Zeakash, que o destino do universo não estaria mais em minhas mãos e eu finalmente poderia voltar para casa. Troy e eu poderíamos voltar para casa.
Faltava apenas dois dia
Começando pelo lado oposto do local que ele me mostrou, era totalmente diferente que parecíamos que estávamos em uma outra ilha, pelo menos não em uma ilha pequena. Uma grande vegetação e bastante árvores, quase uma pequena floresta, era o cenário do local, à uns dez metros afastado da lateral do castelo. Encontrei outro pátio também malcuidado, um estábulo com vários cavalos que eram cinco vezes maiores que os da Terra. Sempre que via algo descomunal, me lembrava que as coisas aqui sempre serão maiores do que os da Terra. Uma ferraria estava de frente para o estabulo, o que era bem conveniente. Nela encontrei o ferreiro, um senhor com uma aparência de quarenta cinto anos, moldando espadas cumpridas e com curvaturas, não era nenhum pouco simpático igual o Fezzik. Quando lhe acenei com a cabeça, fez uma cara feia e gritou algo que provavelmente significava para
O tom da pele do garoto era avermelhada, os cabelos eram compridos, escorridos e pretos, com três mechas diferentes, uma verde, outra laranja e uma amarela. Suas orelhas eram pontudas, mas não possuía nenhum cifre igual Luriel e Fezzik, suspeitava que era apenas elfo. Confirmei a suspeita ao encontrar a marca no ombro esquerdo, enquanto a do Thryee era similar a uma marca tribal em seu rosto e a minha sendo uma árvore, que agora voltou ao normal, sem a serpente e as dores indesejadas, a do garoto lembrava a rosa dos ventos sem as coordenadas que a original possuía, no lugar estava outros símbolos, parecidos com runas. Ele com certeza deveria ser um elf.Não demorou muito para Luriel voltar com as coisas que eu ordenei, logo atrás dela estava o Fezzik.— O que ele está fazendo aqui? — perguntando confusa.— Ele era um curandeiro antes de vim para cá — explicou. — Ac
Enrolei o pergaminho de novo e coloquei em Brar. Ele logo foi embora, me deixando sozinha de novo com os meus pensamentos e um garoto inconsciente. Me sentei na poltrona perto da janela, olhando a paisagem vasta do céu e do oceano, me perguntando aonde eles estariam, o que estariam fazendo. Troy, Nat e todo o resto estavam com a vida encaminhada, fazendo algo com elas. Enquanto o máximo que eu tinha feito, foi salvar a vida de um garoto, olhei para a cama e o observei ainda dormindo, pacifico, em paz. Como a inocência de uma criança é algo puro, bonito. Para mim era uma lembrança tão distante, como se eu não conseguisse recordar quando comecei a ver o mundo do jeito que ele é, não tudo de uma vez. As camadas vão sendo retiradas, a cegueira e ingenuidade vai se apagando, a sabedoria que vamos recebendo. E quando notamos, já fazemos parte do mundo e ele faz parte de nós.Vê-lo aqui m
— Então, que é o chyia? — perguntou Troy enquanto limpava meu rosto com um pano úmido.— Chyia? — falei confusa.— Pequeno — traduziu, indicando para o garoto deitado na cama. — Presumo que tenha sido esse o motivo dessa pequena destruição? — indicou para o quarto que se mostrava com todas as mobílias praticamente quebradas. Era como se um pequeno furacão passou em nosso quarto.— É — murmurei. Não queria contar como o garoto veio parar aqui. — O que me faz lembrar, preciso cuidar dele — me levantei com dificuldade.— Você precisa se cuidar primeiro, Ella — advertiu, me puxando de volta para a cadeira. — Você está um trapo.— Olha quem fala — retruquei com humor, analisando-o.— Isso? Consequência da caça, normal — justificou.
Quando fiquei na Itália, conversávamos pelo menos duas vezes por semana. Eram conversas de horas. Ele, fascinado pela comida italiana, me perguntava sempre os restaurantes que fui ou recomentava um vinhedo para eu visitar nos finais de semana. Nossas conversas eram sempre agradáveis, mesmo naquela época em que eu era afastada e desanimada com a vida, meu pai sempre soube me fazer sentir em casa.Skyla me acompanhou de volta. Chegando em casa tudo estava apagado, como se não houvesse ninguém em casa. Peguei a chave escondida debaixo da pedra falsa no canteiro da frente e abri a porta. O cheiro da casa invadiu o meu rosto em cheio.O silencio era quase doloroso demais ali dentro, como se tudo estivesse morto, adormecido em casa.Observei uma fresta de luz surgindo do escritório da minha mãe no fundo da casa, perto da entrada do quintal. Fui em direção com esperança no peito, talvez fosse
Ainda com um pouco de dificuldade para conversar em élfico, consegui ter uma com o Etyel bem básica. Ele se sentia melhor e era completamente grato por eu tê-lo salvado. Ele era um garoto elfo de treze anos de idade, seu vilarejo foi invadido pelos os Invocados da Noite, provavelmente eram as criaturas das trevas que eu vi serem feitos.Levaram todos os garotos de lá, inclusive ele. Não sabia como chegou até aqui no castelo, ele ficou do outro lado da pequena floresta que há na ilha, junto com os outros rapazes do seu vilarejo. Nem todos sobreviveram ou voltaram das prisões além da floresta.Por mais que estivesse ferido e machucado e fosse ainda tão jovem, Etyel não demonstrava grande medo sobre sua situação. Se eu o entendi corretamente, era normal as crianças terem esses destinos incertos a muitas gerações. Ouvir aquilo me entristeceu, como esse mundo pode
— Para onde estamos indo? — perguntei receosa.— Apenas quero lhe mostrar algo maravilhoso — respondeu com mistério na voz. Por fim, chegamos no parapeito no fim do corredor, mais ao lado dava para uma escada que descia mais ainda. O local ficou mais claro, mas não tanto. — Olhe para baixo — ordenou. E assim eu o fiz.Não enxerguei nada, além da escuridão e um abismo sem fim. Ao pensar em perguntar o que era tudo isso, o que eu deveria estar enxergando. Começo a ouvir algo se rastejar para cima, fui sendo atraída para baixo, até que da escuridão algo surgiu.Subindo pelas paredes, uma Criatura das Trevas saltou, como uma assombração. Magra e branca, uma mistura de fantasma com esqueleto, seus olhos saltados e grandes ocupava quase todo o rosto. Em seus longos braços esqueléticos, garras mecânicas em lâmina tomavam o lug
— Troy, sei que você está magoado. Eu ainda amo você — falei, sabendo que a próxima frase seria uma faca no coração de todas as pessoas que já ouviram isso. — Você ainda é meu melhor amigo.— E ele? Ainda é o seu namorado? — atacou com raivas as palavras e nojo.— Troy — gemi seu nome com desconforto. Não queria fazer aquilo.Ele por sua vez ficou em silencio, até que abriu um leve sorriso. Troy foi para mais perto d’agua e se agachou.— Sabe, eu tenho alguns dons de fae — contou, enquanto arregaçava as mangas da blusa. — Anos atrás, descobri que tenho a linhagem das faes da água. Consigo fazer a maioria das magias desse elemento — falou, passando os dedos de leve pela água parada. — Venha, quero lhe mostrar algo.Me aproximei dele e fiquei de joelhos. Troy mexia c