Quase atentado

— Seria assim tão ruim, Elisa, se casar comigo? Eu sou seu noivo, e daqui a duas semanas serei seu marido. Dom Pietro, eu não quero esperar os três anos. Vamos nos casar em duas semanas. Minha Elisa, você não pode contestar, não pode reclamar, porque quem manda aqui é o seu noivo, o seu futuro marido. Então, tudo o que eu disser você terá que aceitar. Estamos entendidos! — ordenou Alejandro sem emoção alguma.

— Nunca, Alejandro! Você pode até me levar ao altar, casar-se comigo, mas nosso casamento nunca será consumado. Será um casamento de fachada, uma conveniência. Você nunca me tocará. — gritou Elisa indo até ele e se encarando os dois. — Então, se é assim que você quer ter uma esposa, apenas como um troféu, é assim que será. Tia, por favor, em outro momento, eu gostaria de saber mais sobre a família do meu pai e o que aconteceu com minha mãe. Poderia me contar em outro momento, por favor. Agora, eu preciso dormir. Sinto-me muito cansada. — por fim concluiu Elisa.

— Claro, meu amor. Temos uma festa muito importante para a nossa família, e você estará bem o suficiente para ir conosco, mesmo após ter levado um tiro. Depois, eu te direi tudo o que precisar saber. Vamos levá-la para o andar de cima, onde ficam os quartos. — falou Eline pegando na mão da Eline.

— Irei com vocês à festa sim. O local do tiro dói um pouco, mas meu pai me ensinou a suportar a dor. Ele sabia de onde ele vinha. — respondeu Elisa.

Ela subiu abraçada com sua tia, pensando em como sua vida tinha mudado. Lá em cima, encontraram uma garotinha loira de cabelos enormes e olhos azuis, que a observava com curiosidade.

— Olá, mamãe, quem é ela? — perguntou Pietra.

— Minha sobrinha, ela é noiva do Alejandro — respondeu sua mãe Eline.

— Mentira, sério? Bem-vinda, prima! — falou Pietra abraçando Elisa.

— Obrigada. Não quero ser grossa com você, pequena, mas não me sinto bem. Podemos nos conhecer em outro momento? — pediu Elisa com tristeza.

— Claro, prima! — respondeu Pietra descendo as escadas.

Pietra deu um beijo na bochecha da Elisa e desceu rapidamente, pulando nos braços de Alejandro. Ela percebeu um brilho diferente no olhar dele ao vê-la.

Era evidente que eles eram muito próximos. Ela entrou no quarto e foi tomar um banho. Ficou impressionada com o tamanho da banheira que havia no quarto. Ligou a água e adicionou sais de sândalo e lima, o que a deixava mais calma. No entanto, a dor de estar sozinha após a morte de seus pais e padrinhos a consumia.

Ela não poderia ir para a faculdade, e agora esse casamento sem sentido. Sentiu a necessidade de desaparecer, de ir embora. Sua mãe havia deixado uma conta bancária com suas economias, mas ela precisava buscar seus documentos. Após o banho, deitou-se e acabou adormecendo.

Alejandro pediu a Juan para levar Pietra para comprar o vestido da festa. Agora que eles saíram, Alejandro percebeu que esqueceu de ver um vestido para Elisa. Enquanto respondia alguns e-mails, viu seu avô entrar no escritório.

— Meu neto! — exclama Dom Pietro.

— Sim, vovô? — responde ele.

— Esse documento será apresentado como pedido de casamento, e anexado a ele está um exame de DNA para comprovar que ela é uma Toscano. Portanto, na apresentação, ela terá o lugar que lhe cabe. Prepare-se, pois nossos inimigos, os Sánchez e os Capuleto, estarão lá. Mantenha-se frio como gelo e forte como uma rocha, e tudo ocorrerá conforme planejado. — explicou Dom Pietro.

— Sim, senhor. Mas esqueci de pedir a Pietra para comprar um vestido para Elisa também. — indagou Alejandro.

— Eu sei que ela nem precisará disso. Minha garotinha é inteligente e trará um vestido digno de uma herdeira. — respondeu o Dom.

O Dom Pietro saiu e Alejandro ficou ali por mais um momento, olhando pela janela. Ele viu Elisa saindo sorrateiramente e se escondendo entre as roseiras do jardim.

Sua curiosidade despertou, querendo saber para onde ela estava indo. Ele saiu rapidamente e seguiu seus passos, levando três soldados com ele no carro da família.

Alejandro seguiu o táxi que a levava e, alguns minutos depois, Elisa parou em uma casa. Alejandro pegou a arma de um dos seguranças e entrou silenciosamente. Ela subiu para um quarto, procurando algo. Quando ela saiu, uma figura emergiu do closet, apontando uma arma para ela. Alejandro não sabia quem era, mas era hora de descobrir:

— Sabia que se esperasse, você voltaria. Paguei muito para que te matassem, mas parece que escolhi a pessoa errada para isso. Então, o melhor sou eu mesmo fazer — disse a pessoa.

— Quem é você, e o que quer comigo? — questionou Elisa.

— Quer saber o nome do seu algoz? Eu te direi, sim, antes de te matar. — disse se vangloriando.

— Por que me matar? Não fiz nada, nem sei quem você é. — perguntou Elisa assustada.

— Eu sou Valentim Capuleto. Minha família governa a Itália. Graças a mim, exterminamos os últimos Toscano que poderiam assumir o comando da Itália. Minha família não quer perder o que tomamos dos Toscano. E você é a última herdeira Toscano, que não pode ser apresentada à família. O conselho não pode saber de você. Portanto, faça suas preces, pois você morrerá agora. — indagou o jovem Capuleto.

Alejandro observou Elisa se ajoelhar, fechar os olhos e ouve sua súplica, com a voz em um tom baixo e quase inaudível:

— Me ajude, Ale... — pediu ela.

Alejandro não pensou duas vezes. Mirou e atirou na rótula do joelho do Valentim, vendo-o cair ao lado dela. Em seguida, saiu das sombras junto com seus seguranças, que já haviam neutralizado os soldados do Valentim. Alejandro se aproximou do Valentim, precisando mantê-lo vivo para enviar uma mensagem:

— Você realmente achou que continuaria dizimando essa família? Acho que não, especialmente agora. — indagou Alejandro com altivez.

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