Todos ficaram calados, e um acordo de proteção foi assinado. Qualquer atentado contra Elisa seria considerado traição. Alejandro percebeu que ela precisava conhecer todo aquele mundo e treiná-la para não ser fraca.
Alejandro deu o braço a Elisa, e ela aceitou, deixando todos para trás. Seu avô foi até a mesa dos Capuleto, disse algo e os acompanhou. Minutos depois, deixaram seu avô, sua mãe e a pequena Pietra em casa. — Não desce, Elisa. Podemos dar uma volta? — Alejandro perguntou com expectativa. — Não sei, Alejandro. — respondeu Elisa acanhada. — Quero te conhecer, só um pouco. — pediu Alejandro. — Vá, minha sobrinha. Com ele, você estará bem protegida. — indagou Eline. — Tudo bem, tia. Vamos, Alejandro. — concordou Elisa. — Está com medo de mim? — indagou Alejandro. — Deveria estar? — perguntou Elisa sorrindo. — Não! — respondeu Alejandro friamente. — Então vamos. — falou Elisa colocando o cinto. Alejandro ligou o carro e a levou até a praça Zócalo. Ela parecia calma, observando as paisagens. Ele a deixou olhar, estacionando o carro em frente à praça, que estava especialmente iluminada por causa do Natal. Eles desceram do carro, e Alejandro a convidou para comer algumas tortilhas. Seus olhos brilharam de felicidade. Sentaram-se em uma mesa, enquanto três seguranças os observavam de longe. Depois de serem servidos com as tortilhas, ele começou a puxar assunto, querendo saber mais sobre ela: — Elisa! — chamou Alejandro. — Sim, Alejandro. — respondeu Elisa com a boca cheia. — Conta-me sobre você. — pediu ele. — O que você quer saber? — perguntou Elisa pensativa. — O que quiser contar. — respondeu Alejandro dando segurança para ela se abrir. — Sinto falta do meu pai. Ele me ensinava defesa pessoal. — confessou Elisa emotiva. — Mesmo? — perguntou Alejandro. — Quando eu tinha dez anos, o vi treinando tiro. Só o peguei com armas porque cheguei mais cedo da escola. Pedi para me ensinar, e ele disse que só quando eu completasse 14 anos. Mas, a partir daquele dia, ele me ensinou autodefesa. Eu ficava empolgada nos dias de treino. — respondeu Elisa afastando uma lágrima que descia pelo rosto. — Então, você não é uma garotinha indefesa. — perguntou Alejandro brincando com ela. — Não, sei me defender muito bem, só não atiro muito bem. — explicou ela. — Eu te ensino. Gostou das tortilhas? — perguntou ele. — Sim, são maravilhosas. Obrigada pelo passeio, eu precisava disso, mas queria te pedir um favor. — pediu Elisa. — Pode pedir — respondeu ele. — Não quero me casar, sou muito nova. Comecei a faculdade agora. Meu pai disse que eu iria me casar, mas seria com alguém que eu amasse, não assim. — falou ela com tristeza no olhar. — Você vai se casar, e já está decidido. Você é uma Toscano, e da família só tem você e minha mãe, então você se casará. — indagou Alejandro seguro de si. — Não caso! — esbravejou Elisa. — Casa sim, e no dia programado — afirmou ele. — Que ódio — exclamou ela. Elisa não deixou que Alejandro falasse mais nada. Levantou-se e saiu batendo o pé como uma criança birrenta que não consegue o que quer. Ele fez sinal para um dos seguranças acompanhá-la de longe, pagou o lanche e voltou para o carro. Ela ficava ainda mais linda com um bico e cheia de raiva. Saber que ela tinha uma noção de defesa facilitaria torná-la a mulher do "Dom". Alejandro a levou para casa. Elisa não disse uma palavra durante todo o caminho de volta. Quando entraram nas dependências da mansão, ele olhou para o rosto dela. Ela derramava algumas lágrimas, e ele sentiu-se estranho vendo-a chorar. Ele tentou puxar assunto, mas ela não deu oportunidade. Desceu do carro, bateu à porta e entrou na mansão. No caminho, trombou com Dom Pietro, olhou para ele, pediu desculpas, voltou a chorar e correu subindo as escadas. Alejandro percebeu que teria dificuldade com Elisa. Conversou um pouco com o avô e subiu para tomar um banho e dormir, pensando em Elisa, sua noiva. Não conseguiu dormir muito bem, então foi para a academia treinar um pouco de boxe. Olhando para o horizonte, viu os primeiros raios de sol surgindo e descontou toda a tensão no saco. Já estava bem suado quando notou que ela o observava com seus olhos brilhantes, usando uma roupa de academia e colocando luvas: — Vamos treinar, futuro marido! — disse ela. — Você tem certeza? Não quero te machucar — respondeu ele. — Com medo, noivo?! — provocou ela. Elisa desferiu o primeiro golpe, e Alejandro percebeu que ela sabia bater bem. Passaram horas e horas treinando, parando apenas quando não tinham mais energia, e deitaram-se no tatame, ofegantes e cansados. Ela sorria muito. Ela o olhou com um brilho lindo nos olhos: — Adorei isso — disse ele. — Isso o quê? — perguntou ela. — Isso, esse brilho lindo no olhar. — respondeu ele. — Lembrei do meu pai. Ele me treinou muito. Às vezes, eu perguntava por que ele sabia bater tão bem. — confessou Elisa. — E o que ele respondia? — perguntou Alejandro — Dizia que uma pessoa sempre tem que saber se defender. Agora entendo o motivo de tanto treino. Agora preciso ir para a aula. — indagou ela. — Não pensei que você voltaria. — disse ele. — Sou sua noiva, mas não parei de querer estudar. — reclamou Elisa. — Só irá voltar às aulas se for com seguranças. — ordenou Alejandro — Mas... — contestou ela. — Nada de "mas". Quero que você escolha dois seguranças que serão sua sombra — afirmou ele. — Quero duas mulheres, temos aqui? — perguntou ela. — Juan irá arrumar — respondeu ele. — Obrigada. — disse ela se levantando. Eles se despediram e Elisa subiu para se arrumar para a aula. Quando desceu, todos estavam à mesa. Alejandro pediu a bênção ao avô, à mãe e beijou sua bela irmãzinha. No final do café, Juan entrou na sala com duas jovens. — Da Elisa? — questionou Alejandro. — Sim, ela vai gostar — respondeu Juan. — Passou a mensagem de que precisam cuidar bem da minha noiva — ordenou ele. — Sim. — respondeu Juan. — Alejandro, preciso de um carro — disse Elisa. — Terá, mas levará um com seguranças em outro carro, porque essas duas ficarão com você. Se ela não gostar, vocês serão substituídas. — explicou Alejandro — Sim, senhor. — respondeu uma das seguranças. — Entendemos, senhor González. — respondeu a outra. — Dirijam-se a ela e não a mim. Então, não quer ir junto comigo? — perguntou Alejandro — Não quero que ninguém descubra. Você prometeu. — pediu Elisa — E eu cumpro as minhas promessas. — respondeu Alejandro se levantando. — Fico feliz. — respondeu Elisa agradecida. Alejandro se despediu e saiu com Juan. Seguiu de perto o carro que levava Pietra. Quando Pietra entrou, ele foi em direção à faculdade. Assim foi a aula. Alejandro, Juan e Elisa fizeram um trabalho em trio. Elisa não queria, mas acabou concordando. No fim da aula, foram para casa almoçar. Depois do almoço, Alejandro foi para a piscina. Porém, ficou fascinado ao ver sua bela noiva nadando. Quando Elisa saiu da piscina e ele viu aquele minúsculo biquíni branco em seu corpo, ficou em dúvida se babava por cima ou por baixo. Ele se escondeu um pouco para que Elisa não o visse e ficou ali, concentrado. Não percebeu que seu avô havia chegado: — Meu neto está babando por uma garota. Nem acredito — disse o Dom. — Nossa, vô, que susto. — exclamou Alejandro. — Acho até graça de você, parecendo um adolescente stalkeando a namorada. — brincou o Dom. — Ela é um doce, mas às vezes parece uma fera. — confessou Alejandro — Então, boa sorte. — brincou o Dom saindo. Dom Pietro saiu, deixando-o ali, observando Elisa por mais um tempo. Até que precisou ir ao banheiro e se tocou freneticamente, pensando em sua "ferinha"... "EM OUTRA PARTE DO MUNDO..." — Então, como ele está? Ficará em coma? — perguntou alguém. — É melhor para ele se recuperar. Foi difícil trazê-lo aqui. Quando cheguei com ele, pensei que não resistiria. Mas já se passaram meses e ele está lutando — respondeu outra pessoa. — Agradeço por estar vivo hoje. Ele me salvou a vida algumas vezes. Se puder salvar a dele, ficarei feliz. Avise-me se houver qualquer novidade. — Avisarei, sim... — respondeu ele.Um mês se passou desde então. Alejandro poderia esperar os próximos três anos para se casar com Elisa, mas ela necessitava de sua proteção e assim seria.Convencê-la não foi tarefa fácil, porém, com a ajuda de Pietra e sua mãe, ela acabou aceitando. O que inicialmente seriam apenas duas semanas de preparação, transformou-se em um mês, garantindo que tudo estivesse perfeito para ela.Agora, Alejandro estava no salão cheio, onde todos do conselho estavam presentes, inclusive os malditos Sanchez. Seu avô designara vinte homens para a mesa deles, prontos para agir caso houvesse qualquer movimento suspeito. Ali, no altar improvisado, ele sentia uma mistura de nervosismo e incerteza. Sabia que aquele casamento seria apenas uma fachada, mas algo dentro de seu peito ardia, questionando se ele realmente desejava que fosse apenas isso, de fachada. Enquanto a marcha nupcial ecoava pelo salão, ele a via adentrar. Por um momento, sentiu-se quase desfalecer ao vê-la entrar de mãos dadas com sua mã
— Tem certeza de que ele acordou depois desses dias?! — perguntou alguém preocupado.— Sim, mas ele não se lembra de nada. — respondeu o médico com tranquilidade.— Nem da filha, que sempre foi o seu maior tesouro?! — indagou ele.— Infelizmente, ainda não. — confirmou o médico.— Vou falar com ele, talvez ele se lembre de algo. — falou alguém.Sua cabeça dói, Elton tenta lembrar quem é, mas não consegue. Se questiona sobre o motivo de estar ali, e sente um aperto no peito a cada respiração. Então, alguém entra no quarto junto com o médico:— Elton, meu amigo, que susto você me deu. — cumprimenta Vincenzo.— Você me conhece? — questiona Elton confuso.— Conheço sim, somos amigos desde o seu casamento com a Eliana. — responde Vincenzo tentando passar tranquilidade.— Eliana, então sou casado? — indagou Elton com a mão na cabeça.— Sim, é pai de uma bela garota. — esclareceu Vincenzo.— Não consigo lembrar de nada. — falou Elton fazendo caretas.— Não se preocupe, você precisa se recupe
— O que significa isso, Ale? — perguntou Elisa confusa. — Eli, o tio está vivo. Ele perdeu a memória depois de quase morrer. — começou Alejandro a explicação. — Não acredito, isso é verdade? — perguntou ela, olhando para a tela do celular. — Sim, minha linda. Vincenzo o encontrou e cuidou dele. — explicou ele pegando nas mãos dela. — Onde ele está? Preciso ver meu pai. Só sobrou ele comigo. — questionou Elisa eufórica. — E eu, a mamãe, Pietra? — falou Alejandro com o semblante triste. — Desculpe, você entendeu, meu bem. Onde ele está? — perguntou ela acariciando o rosto dele. — Aqui, mas... — indagou Alejandro — Mas o quê? Me deixe ve-lo. — pediu ela. — Você vai, Eli, mas como eu disse, ele está sem memória. — explicou Alejandro. — Não, por quê? — questionou ela em choque. — Ele quase morreu. Vamos descer, vem vê-lo. — falou Alejandro pegando na mão dela. — Aí, agora fiquei nervosa. — falou ela emocionada. — Boba, vem. — falou Alejandro brincando com ela. Elisa trocou a
Desde que Elisa conheceu Alejandro, ele só a ajuda e a protege. O cassino nunca foi parte de sua vida, mas é da dele. O que lhe custaria fazer algo por ele, então decidiu ir. Ele ficou muito feliz e seus olhos brilharam, deixando-a confusa. Elisa queria blindar o próprio coração e resistir à paixão, mas com ele sendo tão atencioso, estava cada vez mais difícil resistir ao desejo de beijá-lo. Após tomar um banho, Alejandro saiu do banheiro com uma toalha e seguiu para o closet. Em suas costas, tinha uma enorme tatuagem de um dragão chinês e o brasão da família, que chamou a atenção da Elisa, fazendo-a perder-se na contemplação até que ele a chamou: — Eli! — chamou ele. — An, oi. — respondeu ela absorta em seus pensamentos. — Gosta do que vê esposa? — brincou ele.— O que? — respondeu ela sem pensar. — Estou falando com você e você nem responde. — indagou Alejandro.— Desculpe, o que quer? — perguntou Elisa. — Já pode ir tomar banho. — falou ele. — Ah, certo. — indagou ela indo p
Apesar de Elisa não admitir a Alejandro, por um momento ela quis ser tomada nos braços por ele e esquecer tudo, até o próprio nome. Já passava das três da madrugada quando decidiram ir embora para casa. Os seguranças foram pegar o carro, e os ficaram na porta do cassino. Alejandro a abraçou, ela sentia frio, de repente ouviram um barulho e um carro vindo em alta velocidade em sua direção. Mais uma vez, o instinto de uma Toscano tomou conta dela, fazendo-a lembrar como se fez presente dentro do cassino, e ela puxou a arma que Alejandro carregava nas costas, e foi até o meio da rua, mesmo a contra gosto dele. Parou em frente ao carro, onde havia dois homens encapuzados. Ela mirou no motorista e atirou, acertando-o precisamente. Viu o carro bater alguns metros adiante, e apesar de estar tremendo dos pés à cabeça, sentiu que tinha matado aquele homem. Alejandro veio até ela e a abraçou, enquanto Juan e dois seguranças se aproximaram do carro. O homem do passageiro tentou fugir, mas Ju
Ele cortou o beijo, os dois já estavam ofegantes:— Não faça isso, Eli. Você sabe o que eu sinto por você, minha loirinha pimenta. — disse Alejandro.— Não gostou do meu beijo, eu sabia que era um erro. — ela respondeu com tristeza.Ignorando o arrependimento dela, Alejandro a puxou para si e a beijou com força. Um desejo incontrolável tomou conta dele enquanto ela mordia seu lábio, deixando um gosto de sangue em sua boca. Elisa, então, se transformou, pulando em seu colo. Alejandro a segurou pela bunda e intensificou o beijo, ele a beijava com urgência e desespero e com medo que tudo fosse um sonho lindo e perfeito.O beijo não foi delicado; ela parecia uma fera recém-solta de uma jaula. Alejandro ficou surpreso, nem parecia que era sua primeira vez, pelo menos ele acreditava que era sim, sua primeira vez. Ainda com ela em seus braços, Alejandro deu várias mordidas em seu pescoço, e ela rasgou a camisa dele.Alejandro interrompeu o beijo e a encarou. Elisa ofegava, com as maçãs do ro
Naquela noite, a tranquilidade reinava, algo que não experimentavam havia muito tempo. Após o jantar, Alejandro se dirigiu ao escritório, assim como seu avô e sogro foram. Apesar da escuridão que a falta de memória trazia em alguns momentos, Elton estava determinado a descobrir quem havia ordenado a dizimação de sua família e o assassinato de sua esposa. Em meio a esses pensamentos, recordou-se de que haviam tido embates diretos com os Sánchez, mas começou a considerar a possibilidade de que o verdadeiro inimigo fosse os Capuleto, já que uma grande parte de suas posses havia sido transferida para eles. — Será que foram eles? — questionou Elton, com um tom de desconfiança. — Não duvido, porque matei um deles no Brasil, quando levei Elisa lá — respondeu Alejandro, lembrando de um episódio passado. — Droga, minha pasta tinha muitos documentos importantes lá — lamentou-se Elton, frustrado pela perda. — A pasta está com a Elisa, mesmo o Vincenzo querendo levá-la com ele — explicou Al
— Estão cheios de gracinhas vocês dois, não é? — comentou Elisa.— Calma, amor. — tentou acalmar Alejandro.— Vamos logo, antes que mostre um pouco do que tenho aprendido com meu pai a vocês. — ameaçou ElisaQuando entraram no refeitório, estava lotado, e encontrar uma mesa seria difícil. Duas garotas da sala faziam sinais para Juan, que praticamente arrastou Eli consigo, enquanto Alejandro ria da situação:— Oi, Juan. — cumprimentou Catarina.— Oi, Cat, tudo bem? — respondeu Juan.— Melhor impossível. — respondeu ela, animada.— Você já conhece a Bianca, Ale? — perguntou Catarina.Ouvindo-a chamar seu amor pelo apelido, Elisa sentiu o sangue ferver. Colocou-se na frente das duas, sentou-se à mesa e fez uma cara de psicopata, com um sorriso de lado:— Já estamos na metade do semestre e você vem com essa pergunta idiota. Me responde uma coisa, qual intimidade você tem com Alejandro, para chamá-lo por apelido? — questionou Elisa, de forma intimidadora.— É que nós já... — tentou explica