Viviane
Nós estávamos nos beijando! Como para confirmar que aquilo era mesmo real, e não apenas mais um sonho como tantos outros que eu já havia tido com o João Felipe, me agarrei ainda mais ao seu corpo, sem conseguir acreditar totalmente no que estava acontecendo naquele momento.
Eu sentia suas mãos em todos os lugares ao mesmo tempo e a sensação era maravilhosa.
Mesmo negando os meus sentimentos, eu sempre esperei por este momento, só nunca quis aceitar que, mesmo diante de tantas mágoas causadas pelo João Felipe, eu ainda pudesse sentir algo de bom por ele.
E foi exatamente por lembrar de suas palavras, de tantas coisas que saíram de sua boca e que me magoaram, que eu tentei me afastar.
- Me larga, João Felipe! - Falei, me desvencilhando dele.
- Eu quero você e não aguento mais fingir que não. - Ele falou me olhando de forma apaixonada. Quase não acreditei que aquele era o mesmo homem que não perdia a oportunidade de me ferir com suas palavras e com seus olhares de escárnio.
- Como posso acreditar em você? - Questionei, por quê no fundo, eu queria acreditar que ele realmente sentia por mim aquilo que estava falando.
Ele se aproximou de mim novamente e me abraçou apertado e cuidadoso ao mesmo tempo, como se eu fosse algo precioso para ele.
Não impus resistência, por que eu realmente gostei de estar em seus braços, só que eu tinha medo de me magoar ainda mais.
Eu já havia ficado com outros rapazes, e jamais senti nenhuma vontade de seguir adiante. Mas com o João Felipe, eu estava me sentindo diferente, uma intensidade me queimando como brasa, após apenas alguns poucos beijos.
Ele me puxou pela nuca, levantando minha cabeça e falou, olhando em meus olhos
-Acredite! Eu quero você como nunca quis nenhuma outra. E se voltei agora, foi por que não aguentava mais estar distante. - Ele me olhava com paixão e desejo e eu acreditei em suas palavras tão intensas. - Eu não suporto mais está longe de você, Vivi. Eu a quero junto de mim, e acredite quando eu digo que tudo que já falei que possa ter te magoado, era apenas por que eu queria que você fosse forte por nós dois.
Ouvir aquelas palavras foi como um bálsamo para os meus ouvidos. Eu não sofri sozinha por todo esse tempo. Não era apenas eu que fingia detestar alguém que estava dentro do meu coração e que não saia do meu pensamento.
Dessa vez, quem tomou a iniciativa fui eu, o beijando com fome. Uma fome que vinha me consumindo desde que me descobri apaixonada por alguém tão inacessível como o João Felipe.
Coloquei meus dedos dentro de seus cabelos e acariciei, me deleitando com a sua maciez e querendo ter certeza que aquilo estava mesmo acontecendo.
Quando percebi, já estávamos deitados em uma espreguiçadeira, nos beijando apaixonadamente.
Eu nunca havia estado com outro em um momento de tanta intimidade, pois o João Felipe estava me tocando de maneira que nunca permiti que ninguém tocasse. Acho que sempre estive esperando por ele.
Estava de olhos fechados, aproveitando ainda mais intensamente as sensações despertadas pelas mãos do Felipe quando lembrei de onde estávamos e tentei o fazer parar novamente, afastando meus lábios.
- João Felipe, não podemos fazer isso aqui. - Falei fracamente, pois o Felipe continuava a beijar o me pescoço e a descer sua boca em direção aos meus seios.
- Todos saíram. Ninguém vai nos ver.
- Os seguranças, eles estão por toda a propriedade. - O lembrei.
Ele levantou o rosto e me olhou com uma intensidade que me deixou ainda mais desejosa de seus carinhos. Ele era branco e os nossos beijos o haviam deixado com os lábios e o rosto vermelhos.
- De que você está rindo? - Falou me puxando junto com ele quando foi levantando da espreguiçadeira onde estávamos deitados.
- Você está todo vermelho. - Falei colocando a mão na boca, tentando controlar a risada que queria escapar.
- E você está ainda mais linda, com esses olhos brilhando de desejo. - Falou me abraçando, desta vez os dois de pé, ao lado da piscina.
- Mas você tem razão sobre os seguranças. Vamos para o meu quarto, que eu quero muito mais que seus beijos. - Falou, voltando a me beijar e tirando toda a minha racionalidade, mas deixando claro para mim quais eram as suas intenções.
Pegou na minha mão e me puxou em direção a mansão, fazendo uma pergunta silenciosa com o olhar, quando viu que eu não reagi ao seu chamado.
Naqueles poucos segundos eu tomei uma decisão, não tinha certeza se era a correta, mas eu queria aproveitar aquele momento com o João Felipe e se por acaso aquela fosse nossa única noite juntos, eu não iria voltar atrás e me arrepender, pois poderia guardá-la para sempre na minha memória.
O segui e fomos para o seu quarto, praticamente correndo, tamanha era a nossa pressa em voltar para os braços um do outro.
Quando ele fechou a porta do seu quarto, girando a chave, mais uma vez eu pensei se ter aquele momento com o João Felipe valeria a pena e decidi mais uma vez que sim! Eu jamais poderia me acusar de não ter pensado claramente no que estava fazendo. Eu pesei tudo naqueles poucos minutos em que estávamos indo para seu quarto e tudo em mim gritava que sim, que eu deveria aproveitar aquele momento.
- Eu posso imaginar o que você está pensando, parada aí. - Ele falou se aproximando de mim e tocando o meu rosto com uma das mãos, de maneira carinhosamente, enquanto a outra acariciava o meu braço em um movimento lento, e olhou diretamente em meus olhos ao deixar claro o que ele queria de mim - Não posso te prometer um relacionamento sério. Eu preciso realizar meus objetivos profissionais antes de qualquer outro passo na minha vida. Mas quero você ao meu lado e posso garantir que o meu sentimento por você é verdadeiro e que jamais irei tocar em outra mulher, enquanto estivermos juntos.
As palavras do Felipe não mudaram a minha decisão, apesar de saber que aquilo que ele me oferecia, não seria o suficiente diante do tamanho do meu sentimento por ele e de tudo que teríamos que enfrentar, caso fôssemos em frente com aquilo.
Fiz apenas um pequeno gesto com a cabeça, de forma que ele entendesse que eu aceitava aquilo que ele me oferecia e nos beijamos novamente.
Nossos beijos foram ficando cada vez mais vorazes e intensos. O João Felipe começou a dá alguns passos e direção a sua cama, até que senti minhas pernas tocarem a maciez do colchão.
Nunca havia entrado no quarto do Felipe e estava tão concentrada nele, que não consegui olhar nada ao redor. Vi apenas que era um aposento bem grande, assim como o do JP.
De maneira gentil, ele fez com que me sentasse em sua cama e depois deitasse. O vi tirar a calça de moletom que estava sobre uma cueca box preta e depois ele deitou sobre mim.
Aos poucos ele também foi tirando o roupão que eu vestia por cima do maiô e começou a me acariciar de maneira mais íntima, por baixo da única peça de roupa que eu vestia.
Eu também o estava tocando por todo o seu corpo, pois precisava sentir aquele homem que eu tanto amava e sempre precisei fingir que não.
- Eu quero muito você, Vivi. Eu não menti quando disse que não estava mais suportando ficar longe de você. - Ele falou, ao mesmo tempo que distribuía uma trilha de beijos em direção ao meu colo. - Você tem certeza que quer fazer isso?
Ele falava olhando em meus olhos, e apesar de estar totalmente pronto, pelo que pude perceber, ele não iria continuar aquele ato sem ter certeza se era realmente o que eu queria, e aquilo me deixou ainda mais decidida em aproveitar aqueles momentos ao seu lado.
- Eu quero sim! - Falei de forma firme, para que ele pudesse discernir a certeza em minhas palavras.
Independentemente do que acontecesse depois de hoje, eu jamais me arrependeria de ter sido com ele esse momento, pois o Felipe era um amante extremamente carinhoso e foi muito atencioso comigo, ainda mais depois que percebeu a minha inexperiência no sexo.
A gente se amou com paixão e desespero, como se um de nós pudesse sumir a qualquer momento ou algo pudesse acontecer e interromper aquele momento que era, ao mesmo tempo inesperado, mas pelo qual ansiamos por muito tempo.
Quando já estávamos exaustos, ficamos deitados, abraçados um ao outro, como se fossemos apenas um. E isso foi ainda mais especial, pois mostrava que o que tínhamos feito não se resumia ao ato carnal. Não foi só sexo. Havia muito sentimento, de ambas as partes.
Conversamos sobre as nossas vidas, um sedento por informações do outro. Por saber o que tínhamos feito, enquanto estávamos fingindo nos detestar. Mas enquanto eu desconhecia totalmente a sua vida em Nova York, ele parecia saber bastante sobre a minha aqui.
E nós nos amamos mais uma vez, dessa vez de maneira lenta e com muito mais amor. Amanhã eu pensaria sobre o que fizemos e como aquilo mudaria nossas vidas, ou não.
João Felipe Acordei sentindo um corpo quente aconchegado ao meu, olhei em torno e vi que estava em meu quarto, na mansão dos meus pais em São Paulo. Rapidamente lembrei de tudo que havia acontecido ontem, depois que cheguei do encontro com meus amigos em um barzinho da capital. Olhei para Vivi, que ainda dormia tranquilamente, com braços e pernas por cima de mim. Foi uma noite maravilhosa e um sexo espetacular, mas, apesar de eu ter calculado meus passos e saber que fiz o que estava com vontade há muito tempo, eu sabia que aquilo não era o certo. Eu não poderia assumir uma relação com a Viviane. Minha mãe jamais me perdoaria. Também não queria me manter afastado da Vivi, principalmente agora que experimentei do seu corpo e vi o quanto somos bons juntos. Decidi que poderíamos manter nosso envolvimento em segredo e que eu a teria comigo, sem precisar estragar os meus planos para o futuro.<
João FelipeEstava terminando de me vestir e ainda não sabia como faria para pegar a Viviane sem que a colocasse em uma situação desconfortável. Não poderia simplesmente pedir para que ela me esperasse na esquina! Jamais faria uma sugestão como essa para ela. Tampouco poderia arriscar todos os meus planos para o futuro, me colocando em uma situação em que algum conhecido pudesse nos flagrar juntos.Que saia justa!Ainda estava em frente ao espelho, analisando toda a situação e tentando chegar a uma "solução" para meu impasse, quando mamãe entrou em meu quarto.- A porta estava aberta, mesmo assim eu ainda bati e você não me ouviu. - Ela explicou ao ver minha expressão questionadora. - Está muito pensativo esses dias. Algo na empresa?Minha mãe era uma belíssima mulher, na
VivianeImpressionante como algumas pessoas não percebem o quanto seus atos podem machucar outras pessoas.Não que eu tenha me magoado com o João Felipe. Eu nunca esperei coisas positivas vindas dele e não seria agora que iria me iludir com algo desse tipo. Muito pelo contrário.Se decidi aproveitar o momento e ter alguma relação com ele, foi de olhos bem abertos. Posso acusar o Felipe de várias coisas, mas nunca vou poder dizer que ele me enganou.Nos conhecemos a tempo de mais para eu saber todas as suas características. Ainda mais quando ele sempre fez questão de me mostrar as negativas. Conheço muito bem todos os seus defeitos.- Não estou chateada com você, se é isso que está querendo perguntar e preferiu não ser direto. - Falei com enfado.- Eu fui direto.- Certo.Achei melhor nã
João FelipeO dia já estava amanhecendo quando despertei. Novamente a Vivi estava com braços e pernas sobre mim e a sensação era maravilhosa. Mantive os olhos fechados, pois havíamos esquecido de fechar as cortinas e a claridade incomodou minha vista. Fiquei abraçado a ela, desfrutando daquele momento de intimidade e bem-estar que eu estava sentindo.Eu havia tomado apenas dois drinques na boate e não estava com ressaca. Apenas sentia sono, afinal, eu e a Vivi tivemos uma madrugada bem movimentada, pensei de forma maliciosa. Meu amigo lá de baixo logo deu sinal de vida, ao lembrar tudo o que tínhamos feito durante nossos momentos juntos.Resolvi não me mexer e tentar conciliar o sono novamente. Ainda estava muito cedo e como a Viviane iria inventar uma mentira sobre estar na casa da amiga, não havia necessidade de que ela chegasse tão cedo assim em
João FelipeDepois que cheguei do hotel, no sábado pela manhã, dormi um pouco, pois estava exausto após uma semana totalmente focado no trabalho, onde eu era o primeiro a chegar ao escritório e o último a sair, uma vez que meu antecessor tinha deixado muito trabalho acumulado, e não apenas devido aos problemas de saúde que ele alegava possuir, assim eu concluí depois de analisar vários relatórios medíocres feitos por ele.Ser diretor financeiro não seria um trabalho tão fácil como eu havia erroneamente calculado. Mas eu conseguiria ser o melhor, pois era persistente e paciente. Eu possuía essas qualidades e elas me levariam ao patamar desejado.Quando, por fim, deixasse tudo como eu desejava na nossa matriz aqui em São Paulo, pretendia abrir uma filial de nossa empresa em Nova York e me mudar novamente para os Estados Unidos e go
VivianeMeus pais não estranharam o fato que eu tenha dormido na casa da Júlia e já estarmos combinadas de ir passar a tarde no shopping, o que me deixou mais tranquila.A Júlia me contou o que havia causado o seu desânimo incomum e acabamos ficando para assistir a um filme que estava em cartaz no cinema e que nos deixou bastante interessada. Era de uma franquia de Heróis e nós duas gostávamos do gênero.Ela me auxiliou na compra de meu material didático e conversamos sobre o Max, o cara com o qual ela havia saído da boate na noite passada.Ele realmente morava em seu prédio e por este motivo foi bem fácil para ela descobrir que ele tinha uma namorada, com a qual já tinha um relacionamento de mais de quatro anos. Essa informação, que ele deixou de passar para ela, a deixou bastante triste. Ele havia mentido
VivianePassei toda a manhã dentro de casa, mas os meus pensamentos estavam na área da piscina onde se encontravam os Mendes de Albuquerque e alguns amigos.Eu tinha certeza que a dona Marta havia chamado os Guimarães. Ela não perderia a oportunidade de juntar o João Felipe e a Alicia no mesmo ambiente. Ela nunca disfarçou o fato de querer os dois juntos e achar que eles formariam o casal perfeito.O João Pedro me falou que a mãe tinha chamado algumas pessoas para se reunirem esse domingo. Segundo ele, ela estava comemorando o fato de seu primogênito estar de volta e ter assumido um cargo na empresa da família.Ele ainda insistiu que eu deveria participar, mas pela experiência que eu tinha desse tipo de situação, eu preferia evitar essa exposição desnecessária. A dona Marta não me trataria mal, ela nunca o faria abe
João FelipeNa segunda feira entrei em contato com um corretor imobiliário e em poucos dias eu estava com a chave de um apartamento em meu nome, que viria a ser o meu local de encontros com a Viviane.Nós passamos a nos encontrar no apartamento com regularidade, em horários que não despertariam desconfiança em nossas famílias e eu estava muito satisfeito com a nossa "relação".A Vivi também parecia satisfeita, pois não se queixava de nossos encontros e era sempre muito apaixonada quando estávamos juntos, no nosso recanto.Eu havia comprado o apartamento mobiliado apenas com o necessário e estava pensando em contratar um decorador para deixar o ambiente mais bonito e harmonioso.- É uma boa ideia. – Viviane disse apenas, quando a questionei sobre o assunto.- Você não ficou animada em poder escolher a decora&cce