João Felipe
Acordei sentindo um corpo quente aconchegado ao meu, olhei em torno e vi que estava em meu quarto, na mansão dos meus pais em São Paulo.
Rapidamente lembrei de tudo que havia acontecido ontem, depois que cheguei do encontro com meus amigos em um barzinho da capital.
Olhei para Vivi, que ainda dormia tranquilamente, com braços e pernas por cima de mim.
Foi uma noite maravilhosa e um sexo espetacular, mas, apesar de eu ter calculado meus passos e saber que fiz o que estava com vontade há muito tempo, eu sabia que aquilo não era o certo.
Eu não poderia assumir uma relação com a Viviane. Minha mãe jamais me perdoaria.
Também não queria me manter afastado da Vivi, principalmente agora que experimentei do seu corpo e vi o quanto somos bons juntos.
Decidi que poderíamos manter nosso envolvimento em segredo e que eu a teria comigo, sem precisar estragar os meus planos para o futuro.
Amanhã estaria assumindo meu cargo na Mendes de Albuquerque, meus pais estariam felizes e eu teria a Viviane como eu sempre quis, sem que ninguém precisasse saber.
Feliz com meus planos, comecei a distribuir beijos ao longo do rosto e pescoço da Vivi e senti o momento exato em que ela despertou, pois ficou logo lânguida em meus braços.
- Bom dia, Vivi. - Falei olhando em seu lindo rosto corado dos meus beijos.
- Bom dia. - Ela respondeu escondendo o rosto em meu peito. - Eu devo está horrível. Deixa-me levantar, preciso ir ao banheiro.
- Ah, Vivi. Deixa de besteira. - Falei segurando-a em meus braços. - Vou deixar você ir ao banheiro sim, mas eu vou entrar junto com você.
Ela me olhou entre assustada e envergonhada e eu a peguei no colo, levando-a ao banheiro, já entrando no box e ligando o chuveiro para tomarmos nosso primeiro de muitos banhos juntos.
Ela reclamou um pouco no início, mas logo estávamos rindo e ensaboando um ao outro e depois que tomamos banho juntos, e realmente ficou só no banho mesmo, a Viviane estava envolta em um roupão meu, que ficava enorme em seu corpo pequeno e perfeito.
Ela não era baixinha, acho que tinha em torno de 1,70 m, tinha um corpo magro, mas com algumas curvas nos lugares certos e suas pernas eram torneadas e perfeitas. Os seus cabelos eram longos, pretos e bem lisos. Ela era morena e tinha olhos verdes. Uma típica brasileira, linda e que me deixava louco.
As americanas jamais conseguiram tirar essa garota dos meus pensamentos, ela já estava impregnada em mim a tempo demais.
A abracei e beijei, não conseguia resistir a ela tão linda e tão acessível, dentro do meu quarto.
- Acho melhor ir para casa. Tenho que continuar a estudar, pois essa semana terei as últimas provas do semestre e não quero perder o foco
- Só vou te deixar ir por se tratar de uma boa causa. Você está certa em se dedicar a faculdade e pensar em seu futuro.
Nos encaramos mais uma vez e depois de mais alguns beijos, a deixei sair e voltar para sua casa.
Me joguei na cama, que agora parecia grande demais apenas para mim, e relembrei os momentos quentes que passamos na noite passada.
****
Meus pais chegaram no final daquela tarde e decidimos sair para jantar fora, uma vez que os funcionários da mansão estavam de folga ainda, e como meu irmão ainda não havia aparecido, fomos nós três ao restaurante preferido de minha mãe, o qual ficava em um bairro vizinho. Era um restaurante que costumávamos frequentar, pela comodidade da proximidade, como também pela qualidade do serviço oferecido.
Já estávamos sentados à mesa, quando minha mãe abordou seu assunto preferido, que eram os seus planos para a minha vida.
Lembrei da Viviane e me mantive calado, apenas ouvindo e concordando quando era extremamente necessário.
- A Alicia Guimarães está cada dia mais linda, vocês formariam um belo casal. - Insistiu mais uma vez.
- E cada dia mais supérflua. - Meu pai fez questão de pontuar.
Eu particularmente não poderia discordar dele. Nós estivemos juntos apenas na sexta-feira, quando fui a uma festa em sua casa, e poderia afirmar que meu pai estava certo, pois ela continuava da mesma forma de quando era apenas uma garota e tivemos um breve romance, no período da escola.
A garota não parava de falar sobre suas viagens e as festas que havia ido recentemente, sempre destacando o quanto sua vida era movimentada. Eu só poderia duvidar de suas palavras, pois ela não parecia ser feliz com suas tantas viagens e festas, pelo que eu pude perceber.
- Papai, o senhor não precisa se preocupar com a Alicia. Eu não tenho nenhuma intenção de assumir relacionamento algum agora. - Falei de forma a não criar problemas com o meu pai. E para agradar a mamãe eu disse: - Mamãe, eu desejo crescer profissionalmente primeiro, antes de escolher uma mulher para firmar qualquer tipo de compromisso, a senhora entende, não é mesmo?
Falei pegando em sua mão e beijando-a de forma carinhosa.
- Meu filho, a Mendes de Albuquerque já está totalmente consolidada no mercado. Você não precisa abdicar de sua vida pessoal para se dedicar tanto assim a empresa. - Minha mãe ainda insistiu.
- Mamãe, eu pretendo expandir os negócios, então vamos deixar esse assunto de casamento para daqui a alguns anos. Tudo bem?
Ela me olhou pensativa e se manteve em silêncio. Como eu acredito que quem cala, consente, mudei de assunto e pudemos aproveitar melhor nosso jantar. Ficamos falando sobre negócios, eu e meu pai, enquanto minha mãe fazia alguma colocação de vez em quando.
Eu queria que minha mãe esquecesse, pelo menos temporariamente, essa ideia de ficar pressionando para que eu assumisse um relacionamento com alguém de nossa classe e de sua escolha, pois no momento, tudo o que eu queria era assumir meu lugar na Mendes de Albuquerque e curtir os momentos que eu pretendia passar ao lado da Vivi.
Viviane
Como havia dito ao João Felipe, passei o restante do domingo estudando em meu quarto.
Meus pais chegaram na parte da tarde e depois do jantar, o qual fiz questão de preparar, pois eu tinha certeza de que minha mãe devia estar cansada da viagem, me recolhi novamente ao meu cantinho, mas dessa vez para dormir.
Eu teria que acordar cedo, e de nada adiantava chegar lá com sono, ainda mais depois da noite que eu e o Joao Felipe tivemos. Estava cansada, tanto dos estudos, quanto da noite de amor. Foi uma noite maravilhosa, como sempre sonhei que seria minha primeira vez, posso até dizer que superou minhas expectativas e eu não sabia o que esperar dos próximos dias.
Mas eu era pé no chão o suficiente para saber que o que havia entre nós não era nada sério e que também não teria futuro. Era questão de aproveitar o momento e depois seguir em frente, de cabeça erguida.
Com esse pensamento em mente, consegui conciliar o sono rapidamente.
****
A semana de provas passou voando e não tive tempo para ver pessoalmente o João Felipe. Nem tampouco ele fez pressão para isto, uma vez que havia assumido sua posição na empresa do pai e estava totalmente focado em pegar o ritmo de suas obrigações na nova função.
Ele me mandou várias mensagens, e nos falamos rapidamente por chamada telefônica algumas vezes, mas isso só fez aumentar a ânsia que eu estava de que estivéssemos juntos outra vez.
Já era sexta e combinamos de nos encontrar a noite, mas não sabíamos ainda como faríamos. Como eu já imaginava, ele não queria que ninguém soubesse da nossa relação e eu apenas concordei. Não poderia esperar nada diferente vindo do João Felipe.
Estava me arrumando, ainda indecisa sobre o que vestir, uma vez que não sabia para onde iríamos, quando meu celular tocou com uma notificação de mensagem do JP.
João Pedro: Nossos amigos estão esperando por nós na Evoluction.
João Pedro: Se apresse!
Viviane: Não lembro de termos combinado nada para hoje.
João Pedro: Eu combinei por nós.
João Pedro: Desde quando eu tenho que marcar horário com você?
Pensei e antes de responder, decidi que não iria criar caso com algo tão normal entre nós. Era hábito nosso marcar uma programação contando com a presença do outro. E como o JP sabia que minhas provas haviam terminado hoje, não tinha motivos para recusar o seu convite.
O João Felipe que esperasse para amanhã. "Quem não sabe o que quer, perde o que tem" já diz o ditado popular.
Viviane: Já estou quase pronta.
Viviane: Chego já em seu quarto.
Iria optar por meu amigo, que nunca me abandonou ou me deixou de lado por causa de aparências. Não deixaria de colocar o João Pedro em primeiro lugar, ainda mais pelo João Felipe, o irmão esnobe.
Porém, isso não queria dizer que eu não me sentia triste com essa decisão. Os nossos momentos juntos foram maravilhosos, eu não podia negar. Havia sentimentos de minha parte e a pior coisa que existe, quando se trata de amor, é quando ele é unilateral. Mas eu também não deixaria de aproveitar alguns momentos com ele. Só não poderia priorizar alguém que não me tinha como prioridade.
Mas eu estava com muita vontade de ver o João Felipe e depois de hoje, quando ele percebesse que não sairia com ele para estar com o JP e nossos amigos, talvez ele não quisesse mais nada comigo. Nem mesmo o sexo casual que havia me oferecido, o qual ele havia colocado de outra forma, para minimizar o fato de que era apenas isso que ele queria e esperava de mim.
João FelipeEstava terminando de me vestir e ainda não sabia como faria para pegar a Viviane sem que a colocasse em uma situação desconfortável. Não poderia simplesmente pedir para que ela me esperasse na esquina! Jamais faria uma sugestão como essa para ela. Tampouco poderia arriscar todos os meus planos para o futuro, me colocando em uma situação em que algum conhecido pudesse nos flagrar juntos.Que saia justa!Ainda estava em frente ao espelho, analisando toda a situação e tentando chegar a uma "solução" para meu impasse, quando mamãe entrou em meu quarto.- A porta estava aberta, mesmo assim eu ainda bati e você não me ouviu. - Ela explicou ao ver minha expressão questionadora. - Está muito pensativo esses dias. Algo na empresa?Minha mãe era uma belíssima mulher, na
VivianeImpressionante como algumas pessoas não percebem o quanto seus atos podem machucar outras pessoas.Não que eu tenha me magoado com o João Felipe. Eu nunca esperei coisas positivas vindas dele e não seria agora que iria me iludir com algo desse tipo. Muito pelo contrário.Se decidi aproveitar o momento e ter alguma relação com ele, foi de olhos bem abertos. Posso acusar o Felipe de várias coisas, mas nunca vou poder dizer que ele me enganou.Nos conhecemos a tempo de mais para eu saber todas as suas características. Ainda mais quando ele sempre fez questão de me mostrar as negativas. Conheço muito bem todos os seus defeitos.- Não estou chateada com você, se é isso que está querendo perguntar e preferiu não ser direto. - Falei com enfado.- Eu fui direto.- Certo.Achei melhor nã
João FelipeO dia já estava amanhecendo quando despertei. Novamente a Vivi estava com braços e pernas sobre mim e a sensação era maravilhosa. Mantive os olhos fechados, pois havíamos esquecido de fechar as cortinas e a claridade incomodou minha vista. Fiquei abraçado a ela, desfrutando daquele momento de intimidade e bem-estar que eu estava sentindo.Eu havia tomado apenas dois drinques na boate e não estava com ressaca. Apenas sentia sono, afinal, eu e a Vivi tivemos uma madrugada bem movimentada, pensei de forma maliciosa. Meu amigo lá de baixo logo deu sinal de vida, ao lembrar tudo o que tínhamos feito durante nossos momentos juntos.Resolvi não me mexer e tentar conciliar o sono novamente. Ainda estava muito cedo e como a Viviane iria inventar uma mentira sobre estar na casa da amiga, não havia necessidade de que ela chegasse tão cedo assim em
João FelipeDepois que cheguei do hotel, no sábado pela manhã, dormi um pouco, pois estava exausto após uma semana totalmente focado no trabalho, onde eu era o primeiro a chegar ao escritório e o último a sair, uma vez que meu antecessor tinha deixado muito trabalho acumulado, e não apenas devido aos problemas de saúde que ele alegava possuir, assim eu concluí depois de analisar vários relatórios medíocres feitos por ele.Ser diretor financeiro não seria um trabalho tão fácil como eu havia erroneamente calculado. Mas eu conseguiria ser o melhor, pois era persistente e paciente. Eu possuía essas qualidades e elas me levariam ao patamar desejado.Quando, por fim, deixasse tudo como eu desejava na nossa matriz aqui em São Paulo, pretendia abrir uma filial de nossa empresa em Nova York e me mudar novamente para os Estados Unidos e go
VivianeMeus pais não estranharam o fato que eu tenha dormido na casa da Júlia e já estarmos combinadas de ir passar a tarde no shopping, o que me deixou mais tranquila.A Júlia me contou o que havia causado o seu desânimo incomum e acabamos ficando para assistir a um filme que estava em cartaz no cinema e que nos deixou bastante interessada. Era de uma franquia de Heróis e nós duas gostávamos do gênero.Ela me auxiliou na compra de meu material didático e conversamos sobre o Max, o cara com o qual ela havia saído da boate na noite passada.Ele realmente morava em seu prédio e por este motivo foi bem fácil para ela descobrir que ele tinha uma namorada, com a qual já tinha um relacionamento de mais de quatro anos. Essa informação, que ele deixou de passar para ela, a deixou bastante triste. Ele havia mentido
VivianePassei toda a manhã dentro de casa, mas os meus pensamentos estavam na área da piscina onde se encontravam os Mendes de Albuquerque e alguns amigos.Eu tinha certeza que a dona Marta havia chamado os Guimarães. Ela não perderia a oportunidade de juntar o João Felipe e a Alicia no mesmo ambiente. Ela nunca disfarçou o fato de querer os dois juntos e achar que eles formariam o casal perfeito.O João Pedro me falou que a mãe tinha chamado algumas pessoas para se reunirem esse domingo. Segundo ele, ela estava comemorando o fato de seu primogênito estar de volta e ter assumido um cargo na empresa da família.Ele ainda insistiu que eu deveria participar, mas pela experiência que eu tinha desse tipo de situação, eu preferia evitar essa exposição desnecessária. A dona Marta não me trataria mal, ela nunca o faria abe
João FelipeNa segunda feira entrei em contato com um corretor imobiliário e em poucos dias eu estava com a chave de um apartamento em meu nome, que viria a ser o meu local de encontros com a Viviane.Nós passamos a nos encontrar no apartamento com regularidade, em horários que não despertariam desconfiança em nossas famílias e eu estava muito satisfeito com a nossa "relação".A Vivi também parecia satisfeita, pois não se queixava de nossos encontros e era sempre muito apaixonada quando estávamos juntos, no nosso recanto.Eu havia comprado o apartamento mobiliado apenas com o necessário e estava pensando em contratar um decorador para deixar o ambiente mais bonito e harmonioso.- É uma boa ideia. – Viviane disse apenas, quando a questionei sobre o assunto.- Você não ficou animada em poder escolher a decora&cce
João FelipeA Viviane estava toda estranha desde o nosso desentendimento no apartamento, na sexta feira. Não nos vimos durante o fim de semana, pois ela alegou as mais variadas desculpas para a gente não se encontrar.Acabei saindo com os meus amigos no sábado. Era aniversário da Alicia e o Nicolas, Henrique e eu acabamos por aceitar comparecer, após muita insistência da parte dela. Havíamos voltado a mesma amizade de antes de eu ir morar nos Estados Unidos e nem parecia que ficamos tantos anos afastados, pois era a mesma camaradagem de sempre.O Ricardo andava um pouco mais afastado de nós, viajando sempre a trabalho, mas também compareceu à festa da Alicia.
Último capítulo