Pedro Do lado de fora da casa olho para o canteiro de flores da minha mãe e para a minha surpresa vejo Lucian abraçado a Valentina no banco de concreto. Ela parece transtornada e não é para menos. Penso com um suspiro alto. Ela está sozinha nessa cidade e vivendo uma situação extrema. Não deve estar sendo fácil pra ela agora. Contudo, o que me chama a atenção nessa cena é a atenção redobrada do meu irmão caçula com a menina. Ele afaga carinhosamente a lateral do seu braço, enquanto ela chora baixinho com a cabeça encostada no seu peito. E vez ou outra beija calidamente os seus cabelos.— O que você está fazendo, Lucian? — rosno baixinho quando penso que um segundo atrás ele parecia transtornado com a separação, se afundando no seu próprio drama de vida e agora... tornou-se o bom samaritano da pobre garota indefesa? — Espero que não a machuque ou se verá comigo — ralho entre dentes e entro no meu carro em seguida.💞 Coração Pervertido 💞... Ok, eu preciso ir para casa, Pedro. Precis
Pedro— E então? — pergunto minutos depois andando de um lado para o outro do amplo escritório.— Só mais um pouco. — Lucian pede sem tirar os seus olhos do aparelho, enquanto mexe em algo e eu bufo contrariado.— Por que precisa demorar tanto? — retruco mal-humorado.— Só mais um pouco, Pedro. Tenha paciência. — Ele retruca e eu respiro fundo. Contudo, o som de um bip me faz parar meus passos exasperados e eu me aproximo deles.— O que foi isso? — Em resposta o meu irmão abre um sorriso largo.— Encontrei. — Meu coração dispara e imediatamente vou para a porta, pedindo para o meu pai e Matheus entrarem.— O que acontece agora? — Valentina pergunta um tanto ansiosa.— Querida, venha conosco e deixe-os trabalhar. — Cecília diz envolvendo os seus ombros tirando-a de dentro do cômodo e logo nos reunimos para saber qual será o nosso próximo passo.— Parece uma pequena fazendo no meio do nada. — Lucina comenta mexendo no seu computador.— Não é difícil de chegar, filho. — Danilo fala com u
Pedro Algumas horas depois... — Ela falou alguma coisa? Disse quem a ajudou? — pergunto para o delegado assim que entro na sua sala. No entanto, o homem apenas meneia a cabeça fazendo um não para mim. — Mas não se preocupe, Senhor Rios, será só uma questão de tempo para ela abrir a boca. — Escute, eu recebi um telefonema. Era voz masculina que me dizia claramente que eu tinha algo que o pertencia. Ele quis fazer uma troca. No entanto, não voltou a entrar em contato. Essa mulher tem um cúmplice e eu quero saber quem é! — Como eu disse, estamos investigando. Nesse momento tem alguns policiais no local do ocorrido. A moça já está sobre nossa custódia. É só uma questão de tempo até ela falar alguma coisa. — Fecho as minhas mãos em punho. — O Senhor não entendeu. Eu não quero que facilite nada pra ela. Deixe-a sem comer, sem água, pressione-a... — Mas nós não podemos fazer esse tipo de coisa... — Escute, delegado a minha namorada está nesse momento lutando pela própria vida em um
PedroOuvir essa notícia me fez esquecer de tudo ao meu redor. Eu só queria poder vê-la, ouvir o som da sua voz outra vez e deus, eu preciso tocá-la, saber se ela está bem. Estou tão ansioso por isso, que o meu cérebro está girando fora de órbita.— Vamos! Vamos! — rosno impaciente no meio do trânsito caótico, enquanto os meus dedos tamborilam no volante. Contudo, ao parar no sinal vermelho, percebo vendendo flores na calçada.... Eu não posso te oferecer flores, Ludmila, nem bombons de chocolate. Eu não nasci para o casamento e não pretendo ter filhos.— Acho que você vai morder sua própria língua, Pedro — ralho comigo mesmo me livrando do cinto de segurança e com passos rápidos atravesso a rua olhando para as lindas flores. — Ah, boa tarde, Senhora. Eu preciso levar algumas flores para minha namorada que está no hospital — explico pegando-a de surpresa, porém, recebo um sorriso doce seu.— Você tem alguma preferência? — Ela pergunta, mas me vejo meio perdido entre tantas variedades.
PedroNa manhã seguinte...O som abafado da música me faz abrir os olhos e uma puta dor de cabeça me faz soltar um gemido estrangulado. Atordoado, me forço a sentar na cama e olho ao meu redor.— Mas o que... — rosno quando percebo que não estou no meu quarto.Fito um tanto confuso as lingeries rendadas espalhadas pelo cômodo, alguns chicotes de couro trançados largados de todo jeito em uma poltrona de couro vermelho, além de algumas amarras.Que merda eu fiz?Com um pouco de dificuldade eu saio da cama e visto a minha calça. Contudo, mal dou alguns passos e a minha cabeça voltar a reclamar.— Merda! — xingo e saio à procura da minha camisa e carteira. No entanto, nem chego a segurar na maçaneta e a porta se abre. — Suze? — A garota abre um sorriso radiante.— Bom dia, Pedro, você está melhor? — Ela procura saber.Melhor? Melhor de que?— O que... o que aconteceu aqui? — questiono, ignorando a sua pergunta.— Hum, era para ser uma festinha particular, mas você não me parecia muito bem
Milla— Eu não consigo entender. Por que você fez isso, Milla? — Valentina parece furiosa, mas estou incomodada com essa sua indagação. No entanto, tento não deixar transparecer, enquanto tento me ajeitar sobre a cama estreita do quarto de hospital. O esforço me faz soltar um gemido dolorido. — Você precisava ver a sua carinha. Tadinho dele, Milla. — Ela continua. No entanto, quando penso que aquela infeliz por pouco não me matou. O jeito como ela me olhava. Havia tanto ódio, um sentimento gratuito que eu não consigo entender. Eu só consigo pensar em uma coisa. Hélia está apaixonada por Pedro, mas, que culpa eu tenho disso? Esse puto não se apega a ninguém. Ele simplesmente chega, toma, encanta e nada demais lhe acontece, se quer um simples arranhão naquele maldito coração pervertido.Portanto, não. Eu não estou errada em afastá-lo de mim.— Ele parecia uma criança desiludida, sabia? — Valentina retruca com um lamento. Entretanto, ela abre um sorriso para mim e ergue o buquê de margar
Milla — Teve um momento que eles discutiram. — Sobre o que? — Eu sei. Não entendi direito, mas o motorista parecia apavorado e ele gritava para irem embora. Ele insistia, mas a Hélia não o escutava. Ela entrou de repente onde eu estava. Dessa vez havia determinação no seu olhar. Eu só... conseguia olhar para o punhal na sua mão. A força com que o segurava. Então ela... parou diante de mim e segurou firme nos meus cabelos, me fez olhar nos seus olhos. E eu pude ver a fúria suas retinas. ... A culpa disso tudo é sua, garota idiota! Ela disse entre dentes. ... Foi você quem atrapalhou todos os seus planos. — Eu me perguntei o que havia feito para merecer tudo aquilo. — Começo a chorar. Eu pedi para ela pensar com calma, tentei pôr na sua cabeça que não fizesse aquilo, mas ela parecia transtornada. Completamente fora de si. ... Você pensa que ele te ama?! Pedro Rios não ama ninguém, ele nunca vai amar ninguém. Sabe por quê? Porque ele é assim. Ele destrói tudo que toca assim como
PedroUma semana depois...— Manu, pode trazer o relatório do mês de julho para mim? — peço para a minha mais nova secretária pelo telefone. Cristiane Alves é uma moça... como devo dizer? Estranha. Ela nunca me olha nos olhos e estremece sempre que falo com ela. Não, ela não é uma típica submissa, eu odiaria ter uma garota tão encolhida assim perto de mim. Ela é loira, magra demais para o meu gosto e usa óculos de grau daqueles que praticamente toma conta do rosto todo. Sem falar nas suas bochechas que estão o tempo todo coradas. Mas devo dizer que apesar desse conjunto desastroso ela até que é bonitinha.— Sim, Senhor. — Ela fala com uma voz doce, porém trêmula e me pergunto se ela pensa que sou algum tipo lobo mal?— Ah, e preciso que me traga o relatório de TI também, e procure nos arquivos a pasta do RH desse mês. — Nem espero a garota confirmar o meu pedido e desligo o telefone.Como vocês estão vendo, estou seguindo em frente... só que não. Na verdade, estou mergulhando de cabeç