Coração Pervertido
Coração Pervertido
Por: Autora Nalva Martins
1

Pedro 

Ando com passos largos pelo longo corredor da Fox Automotivos. Devo dizer que ao longo dos anos essa empresa cresceu muito sobre a direção do meu pai, Alex Fox, e agora, depois de vinte e nove anos ele se afastou, entregando tudo isso nas mãos dos seus filhos. Eu sou o único filho solteiro da família Rios Fox. A Cecília por exemplo, está casada a quase cinco anos. A Eloá se casou a pouco mais de um ano e o Matheus ainda não se casou, mas ele vive com Helena, uma garota que conheceu na faculdade, e ambos já têm uma filha de nove meses, a Angel. E claro, não devo me esquecer do meu irmão caçula, o Lucian. Esse se casou a dois meses. Meneio a cabeça abrindo um sorriso de desapontamento.

Bando de trouxas!

Fala sério! Os meus irmãos são bem jovens ainda, cara e deviam curtir a vida ao invés de perder tempo com essa coisa de amor e se amarrar tão cedo. Bom, eu quero aproveitar cada minuto que tenho da vida minha de solteiro e o fato de ter alguns rabos de saia se rastejando aos meus pés só me ajudam a pensar que casamento ainda não faz parte do meu vocabulário. Não mesmo. Paro em frente a porta do vice-presidente da empresa, no caso, Matheus Rios, meu irmão e penso que cada um de nós temos uma função importante aqui dentro. A Eloá por exemplo faz consultoria. A Cecília é a nossa assessora e advogada. É ela quem resolve os nossos pepinos. O Lucian é o nosso chefe de TI e eu chefio cada pedacinho desse lugar.

— Bom dia senhor Rios! — Uma voz feminina diz assim que ergo a minha mão fechada em punho para bater na porta. — O Matheus não está. — Ela anuncia com um tom profissional. Contudo, antes de lhe dirigir a palavra eu a observo minuciosamente.

Corpo esguio vestido em um conjunto de terninho azul-marinho com a logo da empresa. Pele negra, cabelo cheios e cacheados, lábios grossos, olhos apertados e escuros, e o cheiro de flores que está me rodeando, e me deixando maluco. Puxo a respiração e... porra, eu não devia ter feito isso, pois a droga do perfume entrou profundamente pelas minhas narinas e fez o meu coração galanteador bater em disparada como um cavalo selvagem, lutando por sua liberdade. No entanto, como um felino que sou, começo a contornar lentamente a garota, observando a sua fisionomia mudar consideravelmente. É parece que ela parou de respirar. Portanto, abro o meu melhor sorriso de lobo-mal e me aproximo ainda mais da menina-mulher.

Ok, deixa-me esclarecer algumas coisas sobre Pedro Rios, no caso, eu.

Eu sou o tipo de homem que escolhe a dedo as mulheres que se deleitam debaixo desse corpo trabalhado em uma academia. Não, não é qualquer uma que vai para a cama do papai aqui! A garota precisa ser gostosa pra caralho e ela tem que ter um ar de inocência... de menina mesmo, porém, tem que exalar uma sensualidade ímpar se é que me entende. Ah, e o seu corpo, minha nossa! Esse tem que ter belas curvas nos seus devidos lugares para que eu possa pegar, apertar, morder, beijar e principalmente, ela tem que gostar muito de sexo. Isso é imprescindível, porque eu sou o tipo de homem devorador e adoro assistir os múltiplos orgasmos que lhes proporciono. Voltando para a mulata da cor do ébano, percebo que ela se encaixa perfeitamente no meu perfil, menos por uma pequena parte. Onde estão os olhos meigos de menininha assustada?  Ao invés disso, seus olhos me encaram altivos e determinados, e eu adoraria baixar a sua crista para mim. Sorrio por dentro só de pensar nisso.

— E você, quem é? — pergunto depois de um tempo finalizando a minha análise.

— O meu nome é Ludmila Ferber, eu sou a nova secretária do seu irmão — responde-me sem titubear. E, porra, que voz é essa? É quase sedutora, é doce e tem um timbre meigo, e rouco. Devo dizer que você é uma caixinha de sedução, Ludmila Ferber, só não sabe disso ainda.  

— Hum secretaria nova, é? O que houve com a Mag? — Procuro saber, tentando manter o meu tom profissional, porque eu sei que isso deixa as garotas arriadas por mim. Contudo, ela dá de ombros como se isso nem a aferrasse.

— Não faço ideia, Senhor Rios. — Ela ralha com secura e isso me intriga. Ok, eu não resisto. Preciso perguntar.

— Como sabe quem eu sou? — questiono demostrando a minha curiosidade. A garota me lança um olhar do tipo sabichão, sabe como é? Do tipo, eu sei tudo sobre você senhor Pedro Fox Rios.

— Bom, quando me disseram que eu seria contratada pesquisei sobre a empresa e sobre os seus donos também. A final, eu precisava está atenta. Então eu sei tudo sobre os irmãos Rios. — diz toda cheia de si. Levo uma mão abaixo do meu queixo. Sabe, é? Arqueio as sobrancelhas e tento me aprofundar mais nos seus conhecimentos. Preciso saber se isso é bom ou ruim para mim. E eu realmente espero que seja muito bom.

— Me diga, o que sabe sobre mim, Senhorita Ludmila? — Ela respira fundo e me olha bem dentro dos meus olhos.

— Ok, vamos lá. O Senhor por exemplo é o Pedro Fox Rios, tem trinte e nove anos e é o único solteiro da família Fox. Atualmente é o presidente dessa empresa, e é um homem de hábitos noturnos. Digo, gosta de baladas, de farras, de bebedeiras e de curtição e ... há... não posso me esquecer dessa parte. Você gosta de levar garotas diferentes para a sua cama a cada noite. — Devo admitir, estou perplexo! No entanto, escancaro um sorriso safado e os seus cílios tremulam na mesma hora.

— Uau, estou impressionado, Ludmila! Descobriu tudo isso sobre mim? — pergunto voltando a rondar a garota e paro bem atrás dela, vendo-a assentir, porém, ela engole em seco.

— Tem só mais uma coisinha que esqueci de mencionar. — Ela diz aguçando ainda mais a minha curiosidade.

— E, o que seria?

— Você.

— Eu?

— É o tipo de homem que eu quero bem longe de mim, Senhor Rios. Então quero que saiba que esse seu jeito de "vou te devorar inteirinha" não está me afetando. Guarde esse seu conjunto de sorrisos para quem está ao seu alcance, porque eu não estou. — Uau, curta e grossa!

A porra toda é que eu levei um fora e nem cheguei a dar em cima dela ainda. Portanto, simplesmente gargalho por dentro. É uma questão de tempo minha deusa do ébano. Digo em pensamentos me afastando um pouco da garota. Então desligo o meu modo pervertido e volto a ligar o meu modo presidente da porra toda.

— Onde o vice-presidente está? — inquiro mudando radicalmente o meu tom e de assunto. Seu olhar altivo dá uma moderada e ela caminha para trás da sua mesa. Não posso deixar de dar uma bela olhada na sua bunda redonda e apertada em uma saia lápis, que abraça as curvas abaixo da sua cintura. Deus do céu, essa menina debaixo de mim seria a minha perdição! Ludmila se acomoda como uma profissional em sua cadeira e começa a mexer na sua agenda eletrônica. E enquanto faz isso, ela morde os lábios carnudos e os seus olhos se pressionam um pouco vasculhando as linhas de algo que está lendo ali. Porra, o pervertido do meu pau dá um sinal de alerta imediatamente. Essa garota não vai ser fácil e talvez seja até o meu inferno, mas eu vou conquistá-la, podem assinar isso aí. Tudo é só uma questão de técnica. Ela tira os olhos da telinha e me encara com um ar petulante, me fazendo engolir em seco.

Sou mesmo a porra de um pervertido. Penso quando algumas cenas nada próprias para menores de dezoito anos começam a se desenhar dentro da minha cabeça.

— Ele deve estar saindo de uma reunião nesse instante, Senhor Rios. — Ela informa me despertando dos meus pensamentos mais obscenos possíveis. No entanto, me aproximo da sua mesa e inclino o meu corpo sobre o seu tampo, apoiando as minhas mãos ali e o meu rosto fica bem próximo do seu. Ludmila dá uma leve inclinada para trás tentando se afastar de mim e mesmo assim, o meu nariz fica rente ao seu, assim como os meus olhos que praticamente penetram os dela. E a minha boca? Deus do céu, ela está tão próxima da sua que chego a salivar de vontade de sentir o seu gosto na ponta da minha língua. Entretanto, encaro seus lábios pintados de rosa por poucos segundos. Tempo suficiente para sentir uma pontada bem lá no meio das minhas pernas, acordando o meu membro pela segunda vez em menos de cinco minutos, ficando desperto apenas com a ideia de sentir essa boca atrevida na minha.

Respira fundo, Pedro. Aconselho-me.

— Avise para o seu chefe que preciso falar com ele assim que ele chegar — peço com um maldito tom de sussurro. Por um instante ela olha para a minha boca, mas logo volta a erguer os seus olhos e me encara com firmeza.

— Pode deixar, Senhor Rios, que o avisarei. — Ah, se ela soubesse que esse maldito tom formal me faz pegar fogo. Permaneço nessa posição por mais alguns segundos, a encarando com o meu sorriso safado, só então me afasto da garota e sigo direto para o corredor rumo a minha sala sem olhar para trás.

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