Pedro
No último andar o elevador já está completamente vazio, exceto por mim e quando as portas se abrem, o meu dia cai em ruína.
— A diaba — resmungo baixo, olhando de longe para a senhorita Ferber e hoje pelo jeito ela veio para arrasar comigo.
E por quê, eu lhes digo! Porque não consigo evitar de apreciar a m*****a saia lápis de tom rosado, que desenha com perfeição o seu quadril largo e em seguida subo pelo tecido delicado e provavelmente macio da sua camiseta sem mangas. O detalhe é que a droga do pano deixa transparecer sutilmente o sutiã meia taça branco, que abraça com perfeição os objetos do meu desejo. Seus belos seios. Ok, sou um pervertido realista e assumido! Eu amo as mulheres e particularmente amo as partes as que elas têm. Faz sentido? No entanto, respiro fundo e me forço a sair de dentro do elevador, atraindo a sua atenção para mim. Sorrio por dentro quando ela disfarça e volta a conversar com Matheus meu irmão, e finjo indiferença quando ela me lança um olhar rápido, porém indecifrável.
É uma diaba mesmo! A perturbação dos meus sonhos e não sei o porquê, mas ela enfesta os meus pensamentos. E sim, isso me deixa possesso. Não! Um claro e sonoro não que ela me deu sem ao menos ter tentado qualquer coisa com ela. Um simples não me revirou do avesso. Desvio o meu olhar e me forço a seguir pelo corredor da direita direto para a minha sala.
— Bom dia, Pedro! — Hélia, minha assistente e secretaria diz assim que entro no corredor. Não respondo ao seu cumprimento porque por algum motivo que eu desconheço estou puto da vida. Então simplesmente abro a porta do meu escritório e adentro a sala ampla e muito bem iluminada, largando a pasta executiva sobre a minha mesa. Vou até o bar de canto e me sirvo dois dedos de uísque.
Eu sei, é muito cedo, mas eu realmente preciso desse gole ou vou explodir por dentro.
Mas que merda está acontecendo comigo? Me pergunto enquanto entorno o líquido de uma vez, puxando a respiração logo em seguida. Largo o copo em cima da bancada espelhada e contorno a minha mesa, sentando-me na cadeira. Logo sinto o leve queimor do álcool relaxar as minhas entranhas.
— Trouxe o seu café do jeitinho que você gosta. — Minha secretária diz invadindo o meu espaço. Contudo, ela larga a pequena bandeja em cima da minha mesa e avalia o meu rosto por alguns míseros segundos. — Você parece tenso essa manhã, quer uma massagem?
Agora sim ela tem a minha atenção!
Uma massagem feita pelas mãos dessa feiticeira me fará relaxar com certeza. Penso quando me lembra da última massagem que há alguns dias, onde ela deitou-se em cima da minha mesa e nós... Bom, acho que dá pra fazer ideia do que aprontamos bem aqui em cima desse móvel.
— Um café está ótimo, Hélia! — Me pego dizendo curto e grosso.
Mas, que porra...! Repreendo-me mentalmente assim que percebo o seu sorriso desvanecer bem diante dos meus olhos. Mas que merda está acontecendo com você, Pedro Rios? Definitivamente esse não é você!
— Está bem! — A garota diz se recompondo e sai da minha sala, me deixando com o meu bem-vindo silêncio.
***
Minutos depois...
— Você pode verificar o designer do painel? Acho que não gostei muito dos detalhes azuis — falo para o diretor do setor gráfico, observando atentamente os desenhos na tela do meu computador.
— Você pode observar as outras pastas, Pedro. Fiz alguns esboços para as possíveis mudança desse painel. — Ele pede e eu clico na próxima pasta do arquivo, observando com nítido interesse as três opções. Sorrio.
— O tom de chumbo parece bem atrativo, Rick.
— Sabia que ia gostar!
— Sabe alguma coisa sobre o novo modelo de motores? — A porta da minha sala se abre e a minha secretária passa por ela. Observo rapidamente a pequena bandeja na sua mão, porém, faço um gesto de mão para ela esperar.
— Entreguei os desenhos para a metalúrgica. Eles estão avaliando.
— Ótimo! Me informe sobre as decisões.
— Pode deixar, Pedro!
— Até lá então! — Encerro a chamada de vídeo e volto a fitar a minha secretária. Contudo, sorrio reparando nas suas lindas curvas. Ela percebe e morde o lábio inferior, dando alguns passos na minha direção e para bem do meu lado. Meu coração dispara em vida e eu percebo que finalmente estou de volta a ativa!
— Trouxe o seu café, chefe! — A danada sibila um som rouco que faz uma determinada parte de mim pulsar violentamente. Com um andar sexy ela vai até a xícara, segura o objeto dando uma leve empinada na bunda e eu solto o ar audível pela boca.
— Exatamente como eu gosto! — rosno, mas não para o café exatamente. Ela sorri e eu fervo por antecipação. Contudo, ao se aproximar Hélia tropeça nos próprios pés e o líquido quente se derrama bem no meio das minhas pernas. CARALHO, HÉLIA! — berro e toda a minha fantasia vai por algo abaixo.
— Deus do céu, Pedrinho, me desculpa! — Ela pede apavorada e corre para o banheiro do meu escritório, voltando segundos depois com alguns papéis-toalha em suas mãos. Logo a minha secretária se ajoelha entre as minhas pernas e começa a secar o café. Mas por algum motivo isso me causa algum tipo de... repulsa?!
— Já chega, Hélia, já deu! — rosno irritado.
— Calma, Pedrinho, deixe-me cuidar de você! — Ela insiste ainda passando o papel na minha calça. No mesmo instante ergo os meus olhos, no exato momento que a porta da minha sala se abre, e...
— Merda! — xingo me levantando abruptamente, fazendo a minha secretária bater forte com a cabeça na minha mesa.
— Aí, droga, Pedro! — Ela solta um grito sufocado. Entretanto, saio apressado da minha sala para ir atrás da morena que com certeza deve estar pensando horrores da cena que acabou de ver.
Puta merda, Pedro qual o problema de ela pensar mal do que viu? O que há de errado em pensar que você come a porra da sua secretária? Meu subconsciente indaga cruzando os seus braços e faz uma cara de protesto para mim. Rolo os olhos internamente. O pior é que ele está certo. Esse sou eu, então por que me incomodar o que ela pensa ou deixa de pensar sobre mim?
Merda! Merda! Merda!
Eu não sei essa resposta. Mas por algum motivo não quero que ela pense que aconteceu algo ali, porque simplesmente porque não aconteceu.
— Mila, espera! — peço quando a alcanço no meio doo corredor. No entanto, ela não para.
É muito foda mesmo! Que garota arisca do caralho!
MillaRespiro fundo pelo menos umas três vezes antes de bater na porta do meu chefe e abri-la, para em seguida entrar. Matheus tem um sorriso largo e feliz no rosto e está falando ao telefone. Ele faz um gesto para que me aproximar e eu faço, deixando alguns papéis sobre a sua mesa.— Preciso desligar, querida, nos vemos a noite. Beijo, eu te amo! — Chego a suspirar com esse final de ligação e assim que ele põe o aparelho em cima da mesa, se ajeita em sua cadeira, pega os papéis e começa a folheá-los.— Ele assinou todos? — pergunta olhando direto para mim.— Sim, mas esqueci de falar que deseja falar. — Meu chefe apenas assente.— Você demorou para voltar — comenta guardando os papéis em sua maleta executiva.— Pois é, ele passou uma eternidade para assiná-los. Nunca vi retardar tanto uma simples assinatura — resmungo me acomodando em uma cadeira. Contudo, Matheus se levanta, levando as mãos nos bolsos laterais da sua calça. Calmamente ele contorna a mesa e vem até mim.— Está tudo b
Milla— Hum, relatório perfeito, Milla! Você realmente nasceu para isso, meus parabéns! — Sorrio amplamente para esse elogio do Matheus. Quer dizer, não foi muito esforço e na verdade, cada detalhe desse evento me deixou bem animada. Juro que cheguei a imaginar cada cenário, cada carro e cada investidor. — Está na hora do almoço e eu vou me encontrar com a Laura, e com a Angel — diz me despertando e no ato, ele me devolve o papel. — E após sair do restaurante vou direto para a montagem da nova frota de carros que deve ficar pronta. Eu devo demorar por lá e depois, irei para uma reunião com Pedro.— Então não virá mais para a empresa hoje?— Não. Se quiser pode ir para casa e aproveitar o resto do seu dia.— Ótimo, assim terei mais tempo para estudar para as provas. Obrigada por me ajudar com isso, Matheus! — Não seguro o impulso de abraçá-lo carinhosamente e o meu chefe retribui o meu gesto sem hesitar.— Não precisa agradecer, Milla. Acredite, eu tenho segunda intensões com cada favo
MilaNo dia seguinte...Abro os meus olhos soltando um gemido frustrado. Definitivamente maratonar uma série até altas horas da madrugada não foi uma boa ideia, mas não adianta chorar o leite derramado, certo? Portanto, me forço a sair da cama e vou direto para o banheiro.— Milla, me empresta o seu batom vermelho? — Valentina grita do meu quarto assim que fecho a porta.— Claro. Ele está na minha bolsa. — Entrar debaixo da água morna é como um balsamo e rapidamente me sinto desperta. Levo um tempo lavando os meus cabelos e quando volto para o meu quarto encontro a minha irmã sentada no centro da minha cama e usando a minha maquiagem. — Por que está mexendo nas minhas coisas? — retruco e abro a porta de um guarda-roupas antigo a procura de algo para vestir.— Você sabe que amo as suas escolhas, elas são simplesmente perfeitas!— Não são tão diferentes das suas escolhas.— O que é isso? — Ela pergunta com uma curiosidade palpável e eu fito o pequeno envelope na sua mão.— É um convite
MillaMinutos depois...— Céus, estou faminta! — Valentina resmunga quando ocupamos uma das mesas da StarBooks, uma biblioteca maravilhosa que comporta uma das melhores lanchonetes da região. É um ambiente puramente sofisticado e silencioso que envolve leitura e lanches formidáveis.— O que vai pedir?— E você ainda pergunta? Adoro as generosas fatias de torta de avelã desse lugar e o café gelado então! — Sorrio.— Acho que vou querer uma desses croissants com chocolate quente. O frio da noite logo chegará.— Oh! — Valentina sibila me fazendo tirar os olhos do cardápio para encará-la. — Aquela não é uma de suas chefes? — Ela questiona com curiosidade e imediatamente os meus olhos vão para o outro lado do salão onde Eloá Rios está acomodada em uma pequena mesa retangular e acompanhada do seu marido. No entanto, dou de ombros.— Ela não é propriamente a minha chefe. A Eloá é a irmã do meu chefe, é bem diferente — digo desviando os meus olhos da linda mulher e faço sinal para a garçonete
Pedro — Fala sério! Você realmente acha que o Matheus e a Milla... ah qual é, Pedro todo mundo sabe que o Matheus é louco pela Laura e pela Angel. Ele nunca faria isso com a sua família! — Lucian retruca e parece indignado com as minhas suspeitas. Encosto-me na cadeira no meu escritório e bebo um pequeno gole da minha bebida.— Não sei não, Lucian, eles estão sempre próximos. A maneira como conversam e riem. Por duas vezes entrei na sala dele e a Milla, ela parece ficar meio sem jeito. Sem falar que eles param de falar sempre que notam a minha presença. Agora me diz, isso é ou não é quando eu estranho? — inquiro desconfiado. No entanto, meu irmão caçula me lança um olhar especulativo.— Falou com ele sobre isso? — Faço sim com a cabeça.— Falei.— E? — Dou de ombros e me levanto da cadeira, largando o copo em cima da minha mesa.— Ele ficou irritado com a minha pergunta. Disse que era um absurdo eu pensar assim dele, mas não confirmou e nem negou. — Na parte final dessa frase, fecho
Pedro— Faculdade de administração, hein? — cantarolo para a morena que mantém o seu habitual comportamento rígido. — Eu não fazia ideia.— O que há demais nisso, senhor Rios?— De verdade, nada, mas estou orgulhoso de você.— Obrigada! Quando eles virão? — Ela indaga impaciente olhando para o relógio no seu pulso.— Calma, Ludmila, eles chegarão logo.— Hum. — Ela diz com descaso e enfia a cara nos papéis. A minha língua coça de vontade de puxar mais conversa com ela. Na verdade, eu estou curioso. Eu não sei exatamente nada sobre Ludmila Ferber. De onde ela veio, quem ela é realmente e a pergunta que não quer calar: O que eu tenho a ver com isso, porra?! Desde quando Pedro Rios procura saber sobre a vida das mulheres? Respiro fundo e me arrependo no mesmo instante, afastando-me do seu perfume que invade as minhas narinas e faz coisas que eu não consigo entender com o meu sistema. Portanto, aproximo-me de uma parede de vidro transparente e fito a cidade. — Espero que saiba o que está
Milla— Não é possível! Como pude permitir que ele chegasse tão perto? — questiono a mim mesma, encarando-me no espelho retangular da bancada do banheiro feminino. Com uma respiração alta, abro a torneira e molho cuidadosamente o meu rosto, sentindo um formigamento nos meus lábios. — Que droga, Milla, você não deixar isso acontecer de novo! — resmungo soltando outra respiração pela boca.... Ah que delícia, minha pretinha!— Droga de voz sussurrada! — retruco irritada. — E esse apelido, de onde ele tirou isso? — bufo encostando-me no balcão e tento relaxar. Eu preciso relaxar. Ele não pode perceber que mexeu comigo apenas com essa droga de beijo. Respira, Milla. Respira e ergue a sua cabeça. Não se esqueça que ele é um puto e que só quer brincar com você. — Ok! — sibilo fechando os meus olhos e começo a fazer um exercício de respiração. — Não penso no charme, nem naquele olhar safado e menos ainda naquele sorriso incrivelmente sexy. Ah, o som da sua voz rouca. Reviro os olhos apertand
Milla— Como puderam perceber, a família Fox tem se empenhado todos esses anos em aprimorar e melhorar o nosso trabalho.— Sim, estamos bastantes satisfeitos. As coisas melhoraram mais de cem por cento desde que Alex Foz entregou as indústrias nas mãos dos seus herdeiros. E olha que eu sempre fui um fã do seu trabalho.— Obrigado, Senhor Pedroso! Pedro tem um jeito peculiar de falar com as pessoas. Ele envolve e as convence. As faz sonhar com algo tão grande que nem é palpável ainda e mesmo assim cada um aqui na sala de reuniões consegue se apegar as promessas desses sonhos. Quando a reunião finalmente termina começo a ajeitar as pastas e cada papel em seu devido lugar, enquanto o Senhor Rios conversa com o senhor Hélio alvarenga um dos nossos maiores sócios dessa empresa. Digo de passagem que é exatamente agora que eu tenho que aproveitar para sair correndo daqui. Portanto, termino de arrumar os papéis, jogando-os de qualquer jeito dentro das pastas, pego a minha bolsa e me preparo