“Martim Monterrey”Casar com a Abigail para conseguir destruir a Lanoy era uma loucura, mas quando o Tony sugeriu o casamento para o próximo sábado eu sabia que precisaria dar a ela um anel e para ser convincente teria que ser um anel especial. E aí eu tive uma idéia muito mais louca.Por isso, eu estava parado em frente ao cofre aberto, segurando a caixinha com o anel de noivado que pertenceu a minha avó. Ninguém duvidaria que esse casamento era pra valer. Era isso o que eu precisava fazer. Eu peguei o anel, fechei o cofre e voltei para a sala, posicionei o celular e me ajoelhei. Nós fizemos a cena, tiramos as fotos e agora era só postar e esperar a loucura começar.- Bom, meus jovens, eu preciso ir. – O Tony se despediu após o almoço. – Dou notícias pra vocês sobre a Lanoy. Nos vemos no sábado. Abigail, se prepare para encontrar a Magda, eu tenho certeza de que ela vai querer ver esse casamento e checar tudo.- Sério que eu preciso encontrar essa mulher? – A Abigail reclamou, ela re
“Abigail Zapata”A D. Yolanda, mãe do Martim, havia me contado tudo sobre a noiva que o abandonou no altar. Eu fiquei chocada com a história. Ela me contou também como o filho ficou arrasado e vendo a cara que ele fez quando eu toquei no assunto, eu percebi que isso era ainda uma ferida aberta. Se ele ainda amava a tal mulher ou não eu não tinha idéia, mas o assunto ainda era espinhoso para ele.Nós conversamos por um bom tempo, estabelecemos todos os pontos importantes. O Martim ficou responsável por resolver o assunto do casamento. Seria um petit comitê e um brinde após a cerimônia, apenas isso. Provavelmente seria feito no próprio cartório. Achei simpático ele se oferecer para preparar isso.- Bom, então é isso, Martim. Tudo está encaminhado. – Eu falei e estava pronta para me levantar.- Quase! Nós vamos precisar ficar uns dias fora. – Ele falou e eu olhei sem entender.- Uns dias fora? Por quê? Pra quê?- Lua de mel, coelhinha! Eu pensei que poderíamos ir pra casa de praia onde o
“Martim Monterrey”Eu estava em minha cama e não conseguia dormir, fiquei pensando em toda a loucura em que eu me meti. Eu sabia que quando a história do casamento se espalhasse seria uma confusão. Minha mãe adorava a Abigail e estava emocionada pensando que o filho finalmente tivesse deixado para trás a desilusão de ter sido abandonado no altar. Ela mal poderia imaginar a verdade por trás desse casamento.Mas a verdade é que a minha relação com a Abigail estava um pouco melhor. Eu não sabia por quanto tempo nós conseguiríamos não brigar, mas por enquanto os ânimos estavam menos acirrados.O problema é que depois que nós demos aquele showzinho na praia, fingindo que estávamos transando, eu estava meio obcecado por ela. Eu sonhei com ela todas as noites depois daquilo e mesmo quando não estava dormindo eu estava pensando naquilo e no cheiro dela. E aí nós demos uns amassos no sofá da minha casa e agora todas as vezes que eu olhava para aquele sofá eu sentia um calor subindo pela minha
“Abigail Zapata”Eu saí daquela cozinha mais depressa que um raio, subi as escadas correndo e fechei a porta e fiquei encostada ali, esperando o meu coração desacelerar. Mas o que estava acontecendo comigo? Eu detestava o Martim e ele me detestava, não tinha porque nós ficarmos nos beijando assim. Só porque ele era lindo e gostoso não era justificativa pra eu deixá-lo me agarrar desse jeito. Se bem que ele sabia como agarrar uma mulher.Eu nunca fiquei assim, toda afogueada por causa de um homem, ainda mais um que eu não suporto. Eu estava começando a pensar que esse ano que passaríamos casados seria muito longo.Eu reconhecia que ele tinha razão em muitas coisas que ele me disse, uma delas é que eu estava perdendo os melhores anos da minha vida esperando pelo Emiliano. Ah, mas ele não foi o primeiro a me dizer isso, o Tony já tinha me dito e o meu pai não se cansava de repetir a mesma coisa. E agora eu finalmente me dava conta de que meu amor jamais seria correspondido.Mas como se f
“Abigail Zapata”Eu estava olhando para o Martim como se pedisse socorro. Ao meu redor três mulheres Monterrey estavam animadas e ansiosas para comprar um vestido de noiva pra mim, enquanto ele apenas sorria.- Gente, mas eu não preciso de um vestido de noiva, vai ser tudo tão simples. – Eu percebi que precisava melhorar a minha desculpa ou isso poderia parecer uma ofensa. – Eu só quero um vestido branco, assim um pouco abaixo do joelho.- Ah, não, Abi! De jeito nenhum! Noiva tem que se vestir de noiva. – A Natália, a outra irmã do Martim, bateu o Martelo.- E você não vai tirar esse prazer de mim, vai? – A D. Iolanda perguntou com aqueles grandes olhos verdes, quase como se fosse começar a chorar. – É o meu primeiro filho a se casar e com você, que já é como uma filha! Ah, dá essa alegria para o coração de uma mãe.- Mas... – Eu estava perdendo para aquelas três. A D. Iolanda não tinha nada de boba, apelou para o sentimentalismo que eu não conseguia resistir.- Coelhinha... – O Marti
“Martim Monterrey”Eu achei muito divertido a minha mãe e as minhas irmãs aparecerem no escritório para levar a Abigail para comprar o vestido de noiva. Eu sabia que elas não se conformariam com um vestidinho qualquer e vestiriam a Abigail de noiva, da cabeça aos pés.Eu aproveitei para pegar com o Emiliano o telefone do proprietário da casa da praia e ligar para ele.- Martim, posso perguntar uma coisa? – O Emiliano me encarou depois de me enviar o número de telefone que eu pedi.- Qualquer coisa. – Eu respondi, mas senti um leve incômodo por não poder falar a verdade para o meu amigo. Mas se eu falasse, ele contaria para a Camila e eu não confiava naquela mulher.- Esse seu casamento tão rápido com a Abi, você está mesmo apaixonado por ela, Martim? Ou tem algo a ver com o testamento do pai dela? – A pergunta do meu amigo me pegou desprevenido e eu me remexi na cadeira.- Emiliano, o testamento só me fez adiantar o inevitável. Além do mais, pra quê esperar? – Até aqui eu tinha a resp
“Camila Fernandes”A Letícia era mesmo uma incompetente! Nosso plano estava indo pelo ralo, praticamente um ano inteiro e ela não conseguiu conquistar o chato do Martim. Eu não sabia mais como ajudá-la e agora ainda tinha essa do Martim ter se metido com a desaplaudida da Abigail. E já estavam de casamento marcado! E como se não bastasse, o casal ainda tinha o Emiliano de tiete. A Letícia ia precisar ser mais esperta.A Letícia fez o seu show, mas o Martim estava irredutível. Ele saiu da sala e a Lê foi atrás dele.- Amorzinho, o Martim não pode fazer isso com a Lê. Olha como ele a maltrata. Eu sei que a Abizinha é sua amiga, mas poxa, Emiliano, você sabe que a Lê é apaixonada por ele. – Eu comecei a interceder, precisava trazer o Emiliano para o nosso lado.- Meu amor, olha só, o Martim não gosta da Letícia! Ele está apaixonado pela Abi. Não há nada que se possa fazer. – O Emiliano segurava as minhas mãos em seu peito e eu queria arranhar a cara dele. Como ele ousava me negar algo?-
“Martim Monterrey”Durante o resto da tarde eu não saí mais da minha sala e não era porque eu estava muito atarefado, mas sim porque eu estava pensando nas coisas. As coisas que o Emiliano me disse, o beijo que eu dei na Abigail, a brincadeira dela, dizendo que eu me apaixonaria por ela. Minha cabeça dava voltas e mais voltas. E não ajudava a minha mãe ter me enviado uma mensagem dizendo apenas que a Abigail havia escolhido o vestido.Eu estava confuso, eu já não sabia mais se detestava a Abigail ou se o Emiliano tinha razão e eu tinha me apaixonado por ela. Não, eu não podia me apaixonar por ela, ela era louca pelo Emiliano e eu sabia, se eu me apaixonasse por ela eu ia voltar a sofrer. O melhor seria eu evitar o sofrimento e não voltar a tocar na Abigail. Ou será que o que eu precisava era transar com ela de uma vez para esquecer essa confusão?- Ai, Martim, mas você é especialista em arrumar problema! – Eu esfreguei os meus olhos.Já era hora de encerrar o expediente e eu havia com