“Abigail Zapata”Eu estava olhando para o Martim como se pedisse socorro. Ao meu redor três mulheres Monterrey estavam animadas e ansiosas para comprar um vestido de noiva pra mim, enquanto ele apenas sorria.- Gente, mas eu não preciso de um vestido de noiva, vai ser tudo tão simples. – Eu percebi que precisava melhorar a minha desculpa ou isso poderia parecer uma ofensa. – Eu só quero um vestido branco, assim um pouco abaixo do joelho.- Ah, não, Abi! De jeito nenhum! Noiva tem que se vestir de noiva. – A Natália, a outra irmã do Martim, bateu o Martelo.- E você não vai tirar esse prazer de mim, vai? – A D. Iolanda perguntou com aqueles grandes olhos verdes, quase como se fosse começar a chorar. – É o meu primeiro filho a se casar e com você, que já é como uma filha! Ah, dá essa alegria para o coração de uma mãe.- Mas... – Eu estava perdendo para aquelas três. A D. Iolanda não tinha nada de boba, apelou para o sentimentalismo que eu não conseguia resistir.- Coelhinha... – O Marti
“Martim Monterrey”Eu achei muito divertido a minha mãe e as minhas irmãs aparecerem no escritório para levar a Abigail para comprar o vestido de noiva. Eu sabia que elas não se conformariam com um vestidinho qualquer e vestiriam a Abigail de noiva, da cabeça aos pés.Eu aproveitei para pegar com o Emiliano o telefone do proprietário da casa da praia e ligar para ele.- Martim, posso perguntar uma coisa? – O Emiliano me encarou depois de me enviar o número de telefone que eu pedi.- Qualquer coisa. – Eu respondi, mas senti um leve incômodo por não poder falar a verdade para o meu amigo. Mas se eu falasse, ele contaria para a Camila e eu não confiava naquela mulher.- Esse seu casamento tão rápido com a Abi, você está mesmo apaixonado por ela, Martim? Ou tem algo a ver com o testamento do pai dela? – A pergunta do meu amigo me pegou desprevenido e eu me remexi na cadeira.- Emiliano, o testamento só me fez adiantar o inevitável. Além do mais, pra quê esperar? – Até aqui eu tinha a resp
“Camila Fernandes”A Letícia era mesmo uma incompetente! Nosso plano estava indo pelo ralo, praticamente um ano inteiro e ela não conseguiu conquistar o chato do Martim. Eu não sabia mais como ajudá-la e agora ainda tinha essa do Martim ter se metido com a desaplaudida da Abigail. E já estavam de casamento marcado! E como se não bastasse, o casal ainda tinha o Emiliano de tiete. A Letícia ia precisar ser mais esperta.A Letícia fez o seu show, mas o Martim estava irredutível. Ele saiu da sala e a Lê foi atrás dele.- Amorzinho, o Martim não pode fazer isso com a Lê. Olha como ele a maltrata. Eu sei que a Abizinha é sua amiga, mas poxa, Emiliano, você sabe que a Lê é apaixonada por ele. – Eu comecei a interceder, precisava trazer o Emiliano para o nosso lado.- Meu amor, olha só, o Martim não gosta da Letícia! Ele está apaixonado pela Abi. Não há nada que se possa fazer. – O Emiliano segurava as minhas mãos em seu peito e eu queria arranhar a cara dele. Como ele ousava me negar algo?-
“Martim Monterrey”Durante o resto da tarde eu não saí mais da minha sala e não era porque eu estava muito atarefado, mas sim porque eu estava pensando nas coisas. As coisas que o Emiliano me disse, o beijo que eu dei na Abigail, a brincadeira dela, dizendo que eu me apaixonaria por ela. Minha cabeça dava voltas e mais voltas. E não ajudava a minha mãe ter me enviado uma mensagem dizendo apenas que a Abigail havia escolhido o vestido.Eu estava confuso, eu já não sabia mais se detestava a Abigail ou se o Emiliano tinha razão e eu tinha me apaixonado por ela. Não, eu não podia me apaixonar por ela, ela era louca pelo Emiliano e eu sabia, se eu me apaixonasse por ela eu ia voltar a sofrer. O melhor seria eu evitar o sofrimento e não voltar a tocar na Abigail. Ou será que o que eu precisava era transar com ela de uma vez para esquecer essa confusão?- Ai, Martim, mas você é especialista em arrumar problema! – Eu esfreguei os meus olhos.Já era hora de encerrar o expediente e eu havia com
“Martim Monterrey”A minha paz com a Abigail não durou muito, quando chegamos em casa haviam quatro carros estacionados em frente e eu conhecia cada um deles, eram o Emiliano e meus três irmãos.- O que vocês fazem aqui? – Perguntei ao sair do meu carro, indo abrir a porta para a Abigail. Tudo o que eu não precisava era de intrusos essa noite.- Deixa comigo que eu ajudo a cunhada. – Meu irmão Tomás, o mais novo, um atrevido paquerador que eu não sabia porque as mulheres achavam um charme e se jogavam pra cima dele, veio correndo e pegou a mão da Abigail antes que eu pudesse raciocinar. Eu olhei pra ele de cara feia e ele riu. Era muito atrevimento!- Onde estão seus modos, irmão? – O Ignácio riu e se aproximou. – Nós viemos te buscar para a sua despedida de solteiro.- Ah, não, Ignácio! Sem essa! Além do mais eu só me caso no sábado. – Eu reclamei, mas sabia que seria impossível me livrar disso.- Por isso mesmo. Nossa mãe disse que não quer nenhum de nós cheirando a álcool no seu ca
“Martim Monterrey”Às quatro da manhã, quando os meus irmãos e o Emiliano finalmente se deram por satisfeitos, nós encerramos a noite. Eu cheguei em casa e estava precisando muito de um banho para tirar de mim aquele cheiro de bebida, cigarros e mulher. Não era um cheiro do qual eu gostasse, eu gostava do cheiro da Abigail.Eu entrei silenciosamente, ela certamente estava dormindo e eu não queria acordá-la. Subi as escadas devagar e tomei um susto quando acendi a luz do meu quarto.- Mas olha que coelhinha atrevida! – Eu falei baixo e apaguei a luz de novo.A Abigail estava deitada em minha cama, dormindo o sono dos justos, usando um pijaminha de algodão, uma bermuda e camiseta que não tinham nada de atraentes a não ser pelo fato de estar em volta dela. O lençol havia escorregado do seu corpo e a camiseta do pijama havia subido até o meio das costas, seus cabelos estavam espalhados sobre os travesseiros e ela estava bem no meio da cama. Ela dormia de bruços, com aquela bundinha arrebi
“Abigail Zapata”O Martim me pegou de um jeito que foi como se ele tivesse expulsado os meus neurônios do meu corpo, eu não pensava mais. Ele me pegou pela cintura e me puxou pra ele sem titubear, com uma autoridade que me deixou molinha. Eu era só uma massa de sensações em suas mãos. Ele segurou os cabelos da minha nuca e posicionou a minha cabeça para ter mais acesso a minha boca. Ele me prendeu em seu corpo completamente nu e quente como se fosse uma fogueira crepitante, me fazendo desejar ainda mais esse calor.Eu vestia um roupão de seda rosé que permitia que eu sentisse cada músculo perfeitamente trabalhado do seu corpo forte e perfeito se pressionando contra mim, mas especialmente eu sentia a protuberância entre suas pernas me cutucando, duro como aço e de proporções avantajadas e perfeitamente simétricas, totalmente depilado, que me deixou sem palavras e deixou a minha intimidade quente e molhada, como se ela implorasse por ele.Minhas mãos tocaram seus ombros e o puxaram para
“Martim Monterrey”Eu fiquei tão confuso quando ela disse não, mas ela não precisaria repetir e nem falar mais alto, eu respeitava um não. Eu não tinha nenhum direito de impor a minha vontade sobre a de uma mulher e eu jamais insistiria só porque eu queria, e como eu queria.Eu sabia que ela precisava de espaço, ela estava transtornada, eu senti isso pela forma como ela saiu. Eu também precisava de espaço, mas eu não poderia deixá-la sem saber se estava melhor. Eu me vesti depressa e saí do quarto. Fui para a cozinha, preparei o café e me sentei no balcão esperando por ela. No momento em que ela se sentisse confortável para sair eu pediria desculpas.Eu achei que ela quisesse tanto quando eu, ela parecia querer, mas ela disse não. E eu não entendi como pude me confundir tanto. Sentado ali no balcão eu fiquei pensando no quanto toda a nossa situação era confusa. Nós nos odiávamos, fizemos um acordo para obter o que queríamos e agora sentíamos essa atração louca um pelo outro, ou pelo m