Cansado de mendigar afeto, atenção e principalmente um pouco de qualquer coisa de Liz, simplesmente me afastei dela, a sua barriga crescia e eu pude acompanhar até os seis ou sete meses, quando Augusto nasceu roubou toda a minha atenção, os pais de Olga não lhe perdoaram nem mesmo foram visitar o seu neto uma vez se quer. Não voltamos a nos envolver, apesar das notícias se espalharem, passei a sair com mulheres por puro sexo e diversão, mas para Olga não tive mais vontade, ela brigando ou reclamando de tudo ao utilizar o título de mãe do meu filho já era chato, sendo namorada, noiva ou qualquer outra coisa seria demais. Meu pai começou a namorar para reconquistar a sua auto-estima, com a senhora Ivone, e como Liz ele meio que se afastou também, visitou Augusto duas vezes, o moleque que hoje tem um ano e dois meses.Minha vida não mudou muito com a saída deles, alguns funcionários deixaram a empresa e por não suportar a vida de mãe, doméstica Olga me pediu para trabalhar, conhecendo
Sem entender muito sobre administração, aqueles papeis soltos tudo por completa bagunça a sala da presidencia me foi entregue, eu me senti uma completa garota, mas os funcionários fizeram festa para me receber, jurei a mim mesma que a modéstia, a simplicidade e a vontade de aprender sempre estaria comigo quando coloquei o meu primeiro pé naquela sala. Na mesma manhã de segunda-feira, Lucas não apareceu, mas Olga, Gustavo e Luciano estavam lá, com sorrisos de canto a canto na boca, juntos com zeladoras e uma turma arrumamos a sala, separamos papéis, a empresa não estava com problemas somente com fornecedores, luz, água, internet, o salário que venceria no dia vinte, faltando apenas três dias para pagar quarenta e oito funcionários não tinha nem mesmo dez por cento no caixa.Eu queria compreender o que se passava na cabeça de Lucas, naqueles meses que esteve ali, o que estava havendo. Sem muitos recursos liguei para o meu pai, aquele prédio não se tornou apenas sonho do senhor Aloisio,
Eu queria me afastar, ir para longe mas a cada cliente que oferecia as ações do antes era uma empresa renomada recusava, eu me senti preso a Luxus, e a medida que os meses foram passando, nenhum recurso caia em conta, eu sabia que a empresa ia falcência, por ousadia do meu ego, decidir visitar, e ao chegar a empresa tudo era diferente, as ideias que ela sempre aprensentou foram ganhando vida. Não adiantava ir longe, Lizandra marcava presença onde quer que fosse. — Olha amor, a empresa saiu na capa da revista? — Voltei alguns passos para ver o que Olga lia, olhando a capa da revista, imaginei que eles estivessem pagando por visibilidade, mas não ficou somente em um, outras manchetes vieram, e logo ficou evidente sua ação, ela havia tirado o foco da mídia em si, em mi, pôs na empresa, e tudo que fazia nela virava alvo. Talvez meu pai não tenha errado, estou velho, maquinado, trabalhado pelo capitalismo, não sou que estava cansado da empresa ela que estava cansada de mim, velho sugan
Tudo que aconteceu com Liz, não havia outro culpado era por minha culpa, sempre ir ao hospital e lhe ver sem movimentos, sem falar ou sorrir me angustiava bastante, abri mão de tudo para estar ao seu lado naquele momento, com os negócios no exterior o senhor Fernando precisou viajar, deixando a senhora Cassandra para cuidar de tudo, mas como? Uma semana passou rapidamente, convivendo com Liz no hospital, as crianças em casa, numa manhã quando acordei ao chegar perto da pequena seu corpo magro estava vermelho e quente, não sabia o que fazer, entre delirios chamava pelo nome da mãe, o suor pingava do seu rosto molhando a cama, trêmula de febre a desenrolei por inteira, liguei algumas vezes para a tia, mas não houve respostas. Ao lhe ajudar com o banho, temi que entrasse em coma, a sua febre poderia ser devido a falta da mãe, Lizandra tem muita sorte em ter uma filha tão linda. — Titio temos que ir ao hospital. — Me disse ao abri os olhos, cocei a cabeça preocupado, leva-la ao hospital
A medida que os dias foram passando, Lucas vinha e ia sempre, estando presente, a minha recuperação estava indo bem, mas ele esta sempre ali em casa brincando com os meus filhos me assustava, quando estava com Olga, era com ela, mas quando a mesma não queria ou o mandava embora era a mim que ele recorria, e eu Lizandra, não queria ser a segunda opção pra ninguém. Era mais uma tarde de verão, após ler alguns e-mails, estando trabalhando como poderia estar ouvir risos vindo da sala, não precisava ir até ela, para saber que ele estava em mais uma visita aos dois, nosso filho nem mesmo sabia que aquele era o seu pai, e se dependesse de mim não saberia, Lucas é como um novelo de lã, quando Olga quer, ele vai, quando não quer, ele volta com a cabeça entre as pernas. Parei, abaixando a tela do computador, continuei a ouvir os risos oriundos daquele momento feliz na sala, ele não deveria, mas dava mais atenção que Marcos a Alice, e agora a Atos. Deixei as atividades de lado, o meu braço ain
Sai da casa de Liz, o celular tocando sem parar, os outros dias mal trocamos palavras, e hoje ela me põe pra fora, mais uma vez olhei para o identificador de chamadas, chateado, não havia mais o que esperar, segui para a clínica ao chegar, entreguei a minha RG, sei que é crime, fazer o teste sem a sua autorização. Não fiz nenhum rodeio, rasguei o envelope com pressa, apenas para saber o que eu já sabia, Atos é meu filho, Liz não apenas mentiu como me negou, ela me negou o direito sobre a sua geração, o seu nascimento, e agora crescimento, porque? Porque? Me perguntei tanto sobre isso? Porque ela fez isso comigo? Com nós porque eu perdi, nosso filho também sofreu, e logo ela, por que estaríamos juntos certamente,Sem saber o que fazer, as ideias inundavam a minha cabeça, eu sorri, apenas sorri, Atos é lindo, é tão... tão meu filho que simplesmente mesmo tendo sido negado estes direitos a mim, o fato dele ser meu me alegrou, quis ver a sua cara quando lhe mostrasse, ao entrar no carro,
Era mais que meia noite, o celular tocou sobre a mesa, desviei meus olhos da tela do computador para ele, franzi o cenho com um curto sorriso na boca. — Senhor Aloi...— Liz, preciso de um favor seu, urgente. — Ele nem mesmo me deixou falar, um cumprimento de leve. — O que houve? — Questionei temendo que estivesse ruim. — Liz, estou com Otávio aqui em casa, liguei pra o inresponsável do pai dele, que até agora não veio, não sei o que houve... mas...— Pra que o senhor precisa de mim? — Perguntei franzindo o cenho, ao escuta-la, nem mesmo deixei terminar a frase. — Liz o Otávio é totalmente diferente do Atos, ele nã come frutas, verduras, só come industrializados, acho que ele comeu algo e...— Ok, o senhor traz ele ou eu irei? — Na verdade eu já estou com ele aqui no carro, não sei o que houve com Lucas, e com a mãe desta criança, mas desde que a policia me contatou ninguém veio atrás dele, não sei o que devo fazer, abandona-lo não posso, é meu neto, além disso é uma criança.— Evide
Não havia mais tempo a esperar, Otávio sumiu e Olga também, se não sumiram era proposital o seu desaparecimento, como filho reconhecido evitava muito trabalho, como coletar amostra e provar que era pai e filho, mas na falta de Otávio, pedi a minha tia que levasse Atos, os encontrei no hospital.E sem esperar mais, foi preciso fazer o teste, ali estava a verdade que tanto neguei, Lucas em coma, grande e o meu filho já o salvava, era apenas algumas amostras de plaquetas, tão novinho não poderia doar muito, seu pai já havia doado, se Otávio aparecesse seria melhor.Após a doação, os cuidados foram reforçados, entre Atos, senhor Aloisio e Lucas a minha casa virou uma bagunça, até mesmo a senhora Ivone parecia morar por lá, Edna ficou novamente na direção da empresa, eu tive que engolir o meu orgulho, e cuidar dele, Lucas estava ali tão indefeso que eu me perguntei se foi certo que fiz, deixar ele pra Olga foi covardia minha. Dois dias após o acidente, ele acordou, ficou me olhando por