Tudo que aconteceu com Liz, não havia outro culpado era por minha culpa, sempre ir ao hospital e lhe ver sem movimentos, sem falar ou sorrir me angustiava bastante, abri mão de tudo para estar ao seu lado naquele momento, com os negócios no exterior o senhor Fernando precisou viajar, deixando a senhora Cassandra para cuidar de tudo, mas como? Uma semana passou rapidamente, convivendo com Liz no hospital, as crianças em casa, numa manhã quando acordei ao chegar perto da pequena seu corpo magro estava vermelho e quente, não sabia o que fazer, entre delirios chamava pelo nome da mãe, o suor pingava do seu rosto molhando a cama, trêmula de febre a desenrolei por inteira, liguei algumas vezes para a tia, mas não houve respostas. Ao lhe ajudar com o banho, temi que entrasse em coma, a sua febre poderia ser devido a falta da mãe, Lizandra tem muita sorte em ter uma filha tão linda. — Titio temos que ir ao hospital. — Me disse ao abri os olhos, cocei a cabeça preocupado, leva-la ao hospital
A medida que os dias foram passando, Lucas vinha e ia sempre, estando presente, a minha recuperação estava indo bem, mas ele esta sempre ali em casa brincando com os meus filhos me assustava, quando estava com Olga, era com ela, mas quando a mesma não queria ou o mandava embora era a mim que ele recorria, e eu Lizandra, não queria ser a segunda opção pra ninguém. Era mais uma tarde de verão, após ler alguns e-mails, estando trabalhando como poderia estar ouvir risos vindo da sala, não precisava ir até ela, para saber que ele estava em mais uma visita aos dois, nosso filho nem mesmo sabia que aquele era o seu pai, e se dependesse de mim não saberia, Lucas é como um novelo de lã, quando Olga quer, ele vai, quando não quer, ele volta com a cabeça entre as pernas. Parei, abaixando a tela do computador, continuei a ouvir os risos oriundos daquele momento feliz na sala, ele não deveria, mas dava mais atenção que Marcos a Alice, e agora a Atos. Deixei as atividades de lado, o meu braço ain
Sai da casa de Liz, o celular tocando sem parar, os outros dias mal trocamos palavras, e hoje ela me põe pra fora, mais uma vez olhei para o identificador de chamadas, chateado, não havia mais o que esperar, segui para a clínica ao chegar, entreguei a minha RG, sei que é crime, fazer o teste sem a sua autorização. Não fiz nenhum rodeio, rasguei o envelope com pressa, apenas para saber o que eu já sabia, Atos é meu filho, Liz não apenas mentiu como me negou, ela me negou o direito sobre a sua geração, o seu nascimento, e agora crescimento, porque? Porque? Me perguntei tanto sobre isso? Porque ela fez isso comigo? Com nós porque eu perdi, nosso filho também sofreu, e logo ela, por que estaríamos juntos certamente,Sem saber o que fazer, as ideias inundavam a minha cabeça, eu sorri, apenas sorri, Atos é lindo, é tão... tão meu filho que simplesmente mesmo tendo sido negado estes direitos a mim, o fato dele ser meu me alegrou, quis ver a sua cara quando lhe mostrasse, ao entrar no carro,
Era mais que meia noite, o celular tocou sobre a mesa, desviei meus olhos da tela do computador para ele, franzi o cenho com um curto sorriso na boca. — Senhor Aloi...— Liz, preciso de um favor seu, urgente. — Ele nem mesmo me deixou falar, um cumprimento de leve. — O que houve? — Questionei temendo que estivesse ruim. — Liz, estou com Otávio aqui em casa, liguei pra o inresponsável do pai dele, que até agora não veio, não sei o que houve... mas...— Pra que o senhor precisa de mim? — Perguntei franzindo o cenho, ao escuta-la, nem mesmo deixei terminar a frase. — Liz o Otávio é totalmente diferente do Atos, ele nã come frutas, verduras, só come industrializados, acho que ele comeu algo e...— Ok, o senhor traz ele ou eu irei? — Na verdade eu já estou com ele aqui no carro, não sei o que houve com Lucas, e com a mãe desta criança, mas desde que a policia me contatou ninguém veio atrás dele, não sei o que devo fazer, abandona-lo não posso, é meu neto, além disso é uma criança.— Evide
Não havia mais tempo a esperar, Otávio sumiu e Olga também, se não sumiram era proposital o seu desaparecimento, como filho reconhecido evitava muito trabalho, como coletar amostra e provar que era pai e filho, mas na falta de Otávio, pedi a minha tia que levasse Atos, os encontrei no hospital.E sem esperar mais, foi preciso fazer o teste, ali estava a verdade que tanto neguei, Lucas em coma, grande e o meu filho já o salvava, era apenas algumas amostras de plaquetas, tão novinho não poderia doar muito, seu pai já havia doado, se Otávio aparecesse seria melhor.Após a doação, os cuidados foram reforçados, entre Atos, senhor Aloisio e Lucas a minha casa virou uma bagunça, até mesmo a senhora Ivone parecia morar por lá, Edna ficou novamente na direção da empresa, eu tive que engolir o meu orgulho, e cuidar dele, Lucas estava ali tão indefeso que eu me perguntei se foi certo que fiz, deixar ele pra Olga foi covardia minha. Dois dias após o acidente, ele acordou, ficou me olhando por
Não sei quanto tempo se passou, ainda de olhos fechados senti o cheiro, era familiar, eu gosto deste cheiro ao fundo parecia tocar um soneto de Choppin, a sala estava tão silenciosa que por um instante pensei não haver nada e nem ninguém ali. Abri os olhos lentamente quando o dedo deslizou entre os meus lábios, não era sonho, era real eu senti o calor daquele dedo em mim, passou entre as linhas da testa, as sobrancelhas, passou sobre cada olho e em seguida escorregou sobre o meu nariz, quando desenhou o meu lábio superior, senti o perfume, e logo gostei disso.Era quente e talvez a melhor maneira de ser desperto, ao tocar o inferior abri os olhos, pensei ser uma ilusão da minha cabeça, mas ao ver o par de olhos negros me olhando, ela retirou a sua mão sem ao menos me deixar apreciar nada em seu rosto, a mulher mudou por completo e sumiu, vieram médicos e enfermeiras, me fizeram perguntas que respondi com sim e não. Quando saiu não retornou mais, ela não me disse nada, era Liz a meu
Para mim, Lucas estava apenas delirando, mas o que fazer? Ficar em casa esperando e esperando? Era a única opção ou seguir um louco. — Senhor não tenh... —E de uma maneira estranha ele reagiu, foi pra cima do segurança que trabalhava no prédio, tomou a sua arma, apontou pra ele. — Abre abre agora, se fosse os seus filhos... — Mais mesmo com uma arma apontada pra o homem, ele negou, negava. — Senhor Tyler eu entendo, Senhorita Liz por favor não veja como algo pessoal eu não tenho as... — Já estava assentindo, afirmei mas logo os disparos me assustaram, Lucas com a cabeça enfaixada, atirou três vezes contra o portão de zinco, atirou mais uma. — Quem esta aí? — Ouvimos voz de uma mulher, estava trancado do outro lado. Com golpes ele começou a chutar, tentando abrir. — Por favor nos ajude senhor. Peço por tudo que for sagrado. — Se não disse quem é eu... — Era ela, a voz de Olga veio, desta vez. Me arrepiei por inteiro quando ouvir, não restava mais dúvidas, Lucas tinha razão o tempo in
Desamarei a senhora Cassandra com pressa, quando ela levantou tentou me levar consigo. — Olha o que você fez seu idiota! — A empurrei quando Olga disse isso em voz alta, a senhora Cassandra queria me levar, mas alguém tinha que ficar. — Filho da puta! Os tiros foram dados, Olga atirou no homem e não foi só uma vez. — Olga o que vo... — Ela me olhou inreconhecivel. — Imagina o que vai acontecer com você, Lucas, você deixou a sua vagabunda escapar? Sério? Sabe tudo que eu fiz pra salvar o nosso amor? E você se envolve com a vagabunda da filha do Fernando? E agora prefere liberta-la do que escapar? — Eu amo Lizandra, Olga e não vai ser a morte que vai tirar o meu amor, pode me matar, já que esse prazer eu não vou te dá de fazer isso com ela. — Começou a ri, limpou a manga do moletom que escorria sangue na boca. —Acha mesmo que a sua puta e a sua tropa vai escapar? Acha que eu não pensei em tudo Lucas? Fechei os olhos, o que ela fez? — Mandei colocar fogo em tudo, esse idiota faz tudo