Tânia narrando.A minha vida estava uma completa loucura, minha cabeça mais bagunçada do que a vida de um cego, e minha mente só pensava se eu realmente fiz certo em aceitar a proposta de ajudar a Stela ou se estava agindo errado. Eu ainda tinha um namorado, mas não sabia quanto tempo isso iria durar.Talvez eu devesse me desligar dos meus sentimentos e fazer as coisas do jeito que meu pai quer… Ele quer a máfia, e eu tenho o poder para ajudá-lo a conseguir isso.A primeira coisa que preciso fazer agora é terminar tudo com o Nathan, mesmo que seja por telefone, porque a essa altura, aposto que todos já tenham ligado os fatos e saibam que estou ajudando a Stela nos planos dela.Eu realmente gosto do Nathan, mas estou disposta a abrir mão disso para ver meu pai feliz e garantir que ele não morra, já que ele é um traidor e está tão ameaçado quanto eu e a Stela.– Merda… – resmunguei para mim mesma, tirando o celular do bolso logo que saí da casa onde a Stela estava escondida.Disquei o n
Viktor narrando.Um mês se passou desde o dia em que falei com o desgraçado do Arthuro Carroma. Ele ficou de me ajudar, mas até hoje não apareceu… Liguei algumas vezes para tentar descobrir o que estava acontecendo, mas sem sucesso…Estávamos bastante tensos com tudo o que estava acontecendo. Algumas vezes consegui perseguir a Stela, mas a desgraçada sempre escapava de mim antes que eu conseguisse chegar perto.Para relaxar um pouco, resolvi trazer a Anna para um hotel. Precisávamos de um tempo só nosso, agora que o período de recuperação do parto havia terminado. Deixamos as crianças com a Rosa, e Nathaly e meu irmão ficaram de passar por lá para ajudar. Quis fazer uma surpresa, já que ela estava tão tensa quanto eu.Eu estava louco para tê-la nos meus braços de novo.Dentro do carro, Anna percebeu que não estávamos indo para casa. Ela me perguntou para onde eu a estava levando e eu respondi que íamos para um hotel.Ela começou a rir e em seguida disse que não poderia ir porque estav
Viktor narrando.Eu desliguei o celular muito irritado. Queria contar para Anna o que estava acontecendo, mas sabia que não era o momento. Ela ia querer se vingar, e com a cabeça quente ninguém consegue fazer nada direito, falo por experiência própria.Eu faria o que fosse necessário para recuperar o controle da máfia e acabar com todos os traidores que tentassem nos prejudicar a partir de agora.Deitei na cama com Anna. Eu estava muito puto com tudo o que estava acontecendo, mas precisava descansar e clarear a mente.— Está mais calmo? — Ela perguntou, me abraçando.— Não muito… mas eu preciso tentar ficar, senão vou acabar fazendo besteira. — Respondi, retribuindo o abraço.— Quero que você pense bem nas coisas… Você tem chance de mudar tudo isso. — Ela falou, acariciando meu rosto.— Eu sei disso… Só que não consigo dormir. — Suspirei. — Está sendo um baque atrás do outro e preciso me manter firme para fazer a coisa certa e capturar a Stela, assim como fizeram com o homem que estav
Viktor narrando.— Cadê o traidor? — Falei descendo do carro.— Tá preso, chefe. Quando chegamos aqui, ele desconfiou e quis fugir, mas eu tive que dar uma chave de braço nele e prendi numa cadeira. — Um dos homens falou rindo. — Vê lá, chefe, ele tá se cagando de dor com o braço quebrado.— Agora é que ele vai sentir dor. Traidor não tem segunda chance na máfia, e esse vai sofrer mais do que o meu sogro sofreu com o ataque na casa dele, que com certeza foi comandado por ele. — Falei sorrindo, enquanto pegava a mala de tortura e jogava para o Raul. Os outros homens foram buscar o desgraçado.Eles trouxeram o traidor preso à cadeira, e ele gritava como um covarde, implorando para ser solto.— Viktor, que porra tá acontecendo? — Ele perguntou, apavorado.— O que tá acontecendo? Você está me perguntando o que tá acontecendo, seu desgraçado? — Me aproximei e dei um soco na boca dele, fazendo-o cuspir sangue.— Que merda, garoto, você pegou o cara errado. — Ele disse, tentando limpar a boc
Anna Narrando.Eu fiquei no hotel como o Viktor pediu. Não estava feliz de ficar ali, sozinha e longe dos meus filhos, e muito menos longe dele, mas não tive escolha… no momento, era o ideal, segundo seus argumentos. Muita coisa estava estranha, e uma delas era o tio Arthuro… Ele se comprometeu a trazer o olho grego para nos ajudar a encontrar Stela, mas ele não veio e não deu mais notícias. Eu não havia mais ficado sozinha para poder falar com ele sem que as pessoas ouvissem, então hoje era o momento que eu tinha para aproveitar e resolver essa questão, mesmo que meu marido já tivesse desistido.Antes de falar com ele, eu pedi comida, estava louca de fome. Enquanto não chegava, peguei o celular e disquei o número de Bernardo, mas ele não atendeu… Em seguida, antes mesmo de buscar o nome do tio Arthuro na agenda do meu celular, ele me ligou.Início da ligação.Anna: Oi, tio Arthuro… Tudo bem por aí?Arthuro: Anna, desculpa por desaparecer… Tivemos algumas surpresas indesejadas e acaba
Anna Narrando.Assim que chegamos na frente da minha casa, Nathan estava na porta me esperando, com o celular na mão. Ele andava de um lado para o outro sem parar e, quando viu o carro parando, ele abriu a porta para mim, me dando espaço para correr para dentro de casa, enquanto ele retirava as coisas do carro e fazia o pagamento.Eu corri para dentro de casa com o coração na mão, eu tinha que saber o que estava acontecendo. Quando cheguei, Julieta estava dormindo no colo da Nathaly, a Rosa estava com os braços machucados e alguns hematomas, e a outra babá também estava ferida.Olhei para todos os lados e não vi o pequeno, o meu filho não estava lá.Todos me olharam com os olhos marejados, e eu já poderia imaginar o que estava acontecendo: levaram o meu filho. A desgraçada da Stela levou o meu filho e vai fazer mal a ele…Mas, se ela levou o Eduardo, por que, na ligação, Raul disse que tentaram entrar aqui, mas, por sorte, não conseguiram fazer nada? Nada está fazendo sentido, e eu es
Tânia narrando.Esse tempo todo de espera tem sido uma tortura para mim. Eu não aguentava mais ficar ao lado deles, mantendo a farsa de continuar sendo amiga da Anna. Às vezes eu sumia, deixava de dar a atenção de antes, e agora estou aqui, aguardando o momento certo para colocar o maldito plano em prática e finalmente conseguir o poder da máfia para mim e para o meu pai.Stela ainda estava escondida aqui em casa. Nós nos aproximamos muito, e percebi nesse tempo que ela era apenas uma mulher incompreendida, querendo um pouco de atenção da pessoa que ama.Tudo estava planejado. Com o acidente da mulher do Raul, as coisas iriam ficar bagunçadas e eles se descuidariam. Era o momento perfeito para colocar o plano em prática.— Então vai ser hoje? — Stela perguntou.— Sim, quanto antes fizermos, melhor… Vamos aproveitar que esse acidente com a nojenta da Vitória deixou tudo um caos. — Eu ri. — Está tudo no esquema: eu entro na casa, os dois seguranças vêm comigo, vamos amarrar as velhotas,
Viktor Narrando.Eu corri para casa com o Raul. Assim que chegamos, estavam todos reunidos na sala. Anna, ao me ver, se levantou e veio correndo para os meus braços. O desespero estava tomando conta de nós dois, mas eu tinha que me manter forte para resolver as coisas à minha maneira. Tudo o que eu queria era chegar aqui e ver que tudo não passou de um pesadelo, um maldito pesadelo.Não faz sentido alguém querer se vingar usando a vida de um bebê, um ser tão inocente, ainda mais sendo o meu filho. Eu precisava fazer alguma coisa para recuperá-lo logo, não posso permitir que façam mal ao meu menino.Meu sogro estava sentado com uma xícara de chá na mão, tentando fazer com que Anna tomasse para se acalmar um pouco. Não havia muito o que fazer… A gente precisava descobrir onde ela estava escondida e se Stela estava com ela naquele momento.— Viktor, ela vai matar ele… — Anna falava entre soluços. — Ela vai… você vai ver…— Calma, meu amor… — Eu a abracei forte, tentando acalmá-la. — Nós