Heitor— Ei, está tudo bem aí! — Em meio ao meu inferno escuto o som da sua doce voz. Ela está aqui. O meu anjo salvador veio para me resgatar, embora eu não seja merecedor de ser salvo. — Heitor, olhe pra mim! — Ela pede com voz baixa, porém, não quero que ela me veja assim. Estou quebrado, amargurado e entregue a minha cegueira. Porque sim, eu estive cego todo esse tempo. — Heitor, por favor! Por favor! — Em sua súplica sussurrada sinto o seu abraço e escuto os seus soluços. Ela está chorando por mim? Não chore, minha menina, eu sou um monstro e não mereço o seu sofrimento! Penso em afastá-la de mim. Queria que ela fosse embora, que me deixasse aqui, mas a sua presença fez toda a minha tormenta mover-se em câmera lenta. Todos os seus ruídos e destruições pararam no mesmo instante que ela me abraçou e eu me agarrei a esse gesto deixando-a me envolver nesse abraço. — Vem, eu vou te levar pra casa.— Não! Eu... não quero ficar sozinho lá! — lamento.— Tudo bem, Heitor! Vem comigo! — Is
IsadoraTrês dias depois...Após a nossa separação as coisas têm andado exatamente como eu queria, como sonhei para mim. Até chego a pensar que devido ao meu desespero acabei me antecipando em busca de um resultado imediato. Não serei ingrata ao ponto de não reconhecer que Heitor D’angelo fez muito por mim e por minha mãe também, mas o fato de se sentir o meu dono estava me incomodando e a nossa última briga foi o estopim para eu querer distância desse homem. Comparando a nossa situação de antes com a de Lisa e Roland D’angelo acredito que estávamos caminhando para o mesmo destino e isso me causa arrepios gelados na minha espinha dorsal. Hoje, posso dizer que definitivamente conheço Heitor D’angelo no profundo. Tudo o que ele escondia a sete chaves agora veio à tona e droga, eu nunca senti tanta raiva de um ser humano como sinto do seu pai, um homem que sequer conheci na vida. Saber que Heitor foi torturado até aceitar as ideias insanas do seu pai, ao ponto de desprezar e odiar a pess
IsadoraAlgumas horas depois...— Ai Bia, obrigada pela indicação, amiga! Isso aqui é perfeito! — sibilo ao telefone entrando no meu escritório após uma reunião prolongada com meus novos chefes e com o meu assistente. Meus olhos param momentaneamente em cima de uma linda cesta de flores, decorada com laços de fitas extravagantes e depois, na cesta de chocolates ao lado dela. Sorrio chegando mais perto e olho para trás. Porém, ao retornar para as flores, percebo um cartão no meio delas e me pergunto se o escritório programou essas boas-vindas para mim. — Fico feliz que gostou do seu novo emprego! Sabe que pode continuar comigo e com as meninas lá de sua casa, não é? Será como um extra para você. — Desperto com as palavras de Bia.— Eu sei. Você é demais, amiga!— Mas me fala uma coisa. Gostou do Sobral? Ele não é simplesmente um gato? Ai, amiga, acho que estou apaixonada! — Ela praticamente mia do outro lado me fazendo ri dos seus comentários e dos suspiros que solta em seguida.— Ain
Isadora — Na verdade, eu adoraria que me acompanhasse! — E seu sorriso se amplia de uma forma linda e atraente. — Então, nos encontramos lá? Quer dizer, eu sei que você não gosta de boates e tudo mais...— Pode apostar que sim! — Ele me interrompe e finjo desdém, a final ele não precisa saber do quanto amei saber que será a minha melhor companhia para essa noite.— Dance Nigth — sussurro o nome do lugar e entro no meu carro logo em seguida.***O som alto da música dançante me faz lembrar dos bons tempos quando eu sabia o que era me divertir de verdade. O calor da multidão, as risadas e falatórios, o movimento no bar, a pista lotada de casais e de amigos dançando. É inevitável não sorrir para essa visão exageradamente agitada. No bar comprido de madeira lustrosa peço um coquetel de frutas com pouco álcool, a final ainda estou amamentando. Logo estou forçando a minha passagem no meio das pessoas agitadas, com suas danças a procura do pessoal da empresa e encontro eles na ala vip do lu
Bônus de Peter Thompson - parte 1. Você acredita em amor à primeira vista? Pois é, eu acreditei nessa bobagem até poucos dias atrás. Quando a vi saindo do elevador pela primeira vez Isadora logo me chamou a minha atenção. Seus olhos tristes e apreensivos libertaram em mim um desejo insano de cuidar dela, de dizer que eu estava ali por ela, que cuidaria dela se assim me permitisse. Mas, tenho certeza de que se eu tivesse feito tal proposta, seria considerado um louco agindo. Sem mencionar que isso daria o que falar entre os funcionários da D’angelo Corporation. Eu não podia nunca agir apenas em seu favor. Não no seu primeiro dia e principalmente não logo no nosso primeiro encontro. Ainda mais que a garota nem me conhecia de fato. A verdade, é que não era uma ocasião para agir por meus instintos naquele momento. Enfim, o fato é que nem tive uma chance de me aproximar dessa garota, porque do dia para noite perdi a minha luz para um homem egocêntrico e irritante, que parecia ter o rei na
Bônus de Peter Thompson - parte 2.— Mas, assim? Não tem um beijinho matinal, nem nada? — Ela cobra e eu paro o que estou fazendo. Emma parece um tanto decepcionada e droga, eu não sei o que fazer. A verdade é que eu cometi um erro e que por isso posso machucar alguém.— Me desculpe, Emma! Hoje é o meu segundo dia no meu novo emprego e eu já estou bem atrasado. — Que diabos de desculpas é essa?! Quer dizer, é bem verdade que estou atrasado e que hoje é o meu segundo dia na Contabil, mas droga, isso não é realmente a verdade. Contudo, um sorriso brota nos seus lábios e ele me faz suspirar.— É só por isso mesmo? — Sua indagação me deixa aturdido. — Quer dizer, você não é um daqueles babacas que trepa com uma garota e sai correndo no dia seguinte, é? — Solto uma lufada de ar, fecho o zíper da minha calça e penduro a camisa no meu ombro. Depois, me pego aproximando-me dela e a puxo para um beijo rápido.— Eu não vou mentir pra você, linda. Estou apaixonado por outra garota. — Seu olhar f
IsadoraNo carro estávamos um tanto comportados, porém, o seu polegar estava o tempo todo fazendo pequenos círculos nas costas da minha mão, enquanto as minhas emoções estavam fluindo de um jeito quase enlouquecedoras. Não vou mentir que estou deslumbrada com esse novo Heitor romântico e completamente atencioso. E quando o motorista estaciona o veículo em frente à mansão ele calmamente sai do carro e me ajuda a sair também. Confesso que todo esse cuidado e silêncio está me deixando em expectativas e que o meu coração parece querer sair pela boca a qualquer momento. Diferente das outras vezes, Heitor entrou no hall da casa, fechou a porta sem pressa e ainda segurando a minha mão subimos as escadas, e fomos direto para o seu quarto. Novamente ele teve o cuidado de fechar a porta com uma calma assustadora e outra vez aguardei o seu ataque felino e sensual, mas nada aconteceu. Então apenas enchi os meus pulmões de ar quando ele lentamente caminhou para atrás do meu corpo e segurou os meus
HeitorA noite passou rápido demais, porém, eu não consegui pregar os olhos. Eu simplesmente não podia fechá-los. Simplesmente tive medo de abri-los na manhã seguinte e não a encontrar em nossa cama, e constatar que tudo não passou de mais um sonho meu com tem acontecido nesses últimos dias enquanto estávamos distantes um do outro. Entretanto, ela não desaparecia nunca e a cada minuto que se passava eu tinha cada vez mais certeza da minha realidade. Isadora está aqui realmente e eu fiz amor com essa linda mulher! Amor. Ele é tão intenso quanto é sufocante. Contudo, é lindo e ao mesmo tempo é horrendo. Ele é forte e envolvente de um jeito que chega a me causar medo. No entanto, ainda assim eu o quero para mim. No fundo Roland tinha toda razão, esse sentimento pode me destruir. Entretanto, ele tem o poder de me reconstruir também. Eu sei que sim, pois foi exatamente isso que aconteceu na noite passada quando fui puxado com violência para a sua luz e força. E quando Roland quis gritar no