Capítulo 05

Cheguei no trabalho mais cedo que todos. No vestiário troquei minhas roupa pela farda, Vanessa ainda não havia chegado, isso me deixava desconfortável, ela é a única pessoa que eu converso nesse lugar. Fui para trás da bancada e fiquei lá com as outras meninas, minutos depois chega Vanessa, estava com uma cara de ressaca.

— Foi atropelada por uma manada de búfalos? Procure arrumar essa cara amassada. — Digo rindo da situação.

— Ontem eu não tive noite.

— Por quê?

— Preciso dizer, Olivia? — Ela revirou os olhos, eu lembrei que ontem ela tinha me dito que teria um encontro.

— Você é uma degenerada sexual!

Kate entra na empresa pelas portas da frente, o que aquela mulher tinha de elegância tinha de arrogância. Assim que mira os olhos em mim, atrás da bancada, ela vem até mim.

— Meninas, me deem licença, quero falar com a minha querida Olivia. Hoje eu tenho um trabalhinho especial para você queridinha. — Disse procurando algo em sua bolsa.

— Mas hoje eu nem cheguei atrasada.

— Eu não estou nem aí, meu bem. Tenho muita coisa para resolver, então hoje você irá buscar alguns ternos do chefe na lavanderia. — Logo após ela mostra um sorriso cínico. — Este é o endereço, busque e me entregue assim que me ver.

Ela me entrega um papel.

— Esse endereço... é muito longe. — Digo com os olhos arregalados. — Vai dar uma fortuna de táxi.

A loira revira os olhos.

— Pegue um táxi — ela abre a carteira e estende umas notas para mim —, está aqui o dinheiro. Quero que seja rápida, meu bem. — antes De sair ela abre um sorriso largo — não se preocupe, pode ficar com o troco.

Kate saí do salão e entra no elevador, eu olho para Vanessa que parecia tão insatisfeita quanto eu.

— Essa mulher é tão... repugnante. — Resmungou Vanessa.

— Bem, vou logo, antes que ela volte aqui e queira que eu limpe a bunda dela.

Vanessa rir.

— Toma cuidado e tente ser rápida.

Pego um táxi e vou para a lavanderia. Até mesmo o local onde ele lavava as roupas era extremamente chique, meus olhos nunca tinham admirado tanta beleza em um simples lavador.

Me direcionei a uma senhora que estava falando ao telefone.

— Com licença eu vim pegar as roupas da senhorita Katherine. — Digo sorrindo.

— Você diz a assistente do senhor Dominic? — A mulher deliga o telefone. — Ela me avisou que você viria.

Fico observando a decoração do ambiente novamente enquanto ela vai buscar as roupas. A mesma mulher vem com várias roupas em cruzetas cobertas por um pano escuro.

— Cinco pares de ternos, lavagem a seco, engomadas perfeitamente. Tudo para o nosso melhor cliente.

— Obrigada, moça. — Indago pegando as roupas.

Entro no táxi novamente e volto a empresa. Considerando que o tráfego estava calmo, cheguei rápido, mas não o suficiente. Saio do táxi e corro, vejo o senhor Dominic entrando na empresa. Minha única reação foi colocar as roupas na minha frente para que ele não me visse, seria meu fim, Kate acabaria comigo como se eu não fosse nada. Me atrapalho e escorrego no degrau, caio no chão como um saco de batatas. Tento não pensar em quantas pessoas estavam olhando para mim, amaldiçoando até minha quinta geração.

Sinto uma mão no meu braço.

— Você está bem? — Dominic pergunta assim que me ver caída no chão.

— Estou bem, mas com muito vergonha. Eu sou um desastre!

Ele me ajuda a levantar segurando no meu cotovelo, meu corpo todo vibrou com seu toque aveludado.

— Venha. — Ele me puxa, eu nunca estive tão próxima dele como agora.

Sinto uma forte ardência no joelho, para completar minha desgraça, machuquei o joelho.

— Você se machucou, quer ir ao hospital? Eu a levo.

— Não, só quero entrar, estou com vergonha. — Olho em volta — as pessoas estão todas nos olhando.

— Está bem, venha. Vou fazer pelo menos um curativo. — Ele continua me segurando, mas agora passou seu braço ao redor de minha cintura. — Pegue essas roupas que estão no chão e leve para a Kate. — Ele diz ao seu motorista.

Nós entramos e passamos pela recepção, eu queria afundar meu rosto no pescoço quando as meninas olham para mim boquiaberta.

— Onde você está me levando? — Pergunto.

— Vou limpar sua ferida.

Caminhamos até a parte permitida aos funcionários, ele abre uma porta, eu nem fazia ideia de que tinha um lugar como este aqui. Ele faz um sinal para que eu me sentasse em cima de uma mesa, me sento e olho o ferimento que ficou em meu joelho, se o meu chefe irresistível não estivesse procurando algodões para me ajudar, provavelmente estaria ardendo. Muito.

— Por que saiu em horário de trabalho? — Ele traz uma maleta de prontos-socorros.

Ele toca minha coxa buscando algum apoio, eu quase soltei um espasmo.

— A senhorita Kate me mandou buscar sua roupa — ele começa a passar algodão com algum líquido estranho no meu joelho, era algo verde, logo que passou ardeu muito. — Agora está doendo mais do que antes.

— Isso é para desinfetar, pare de ser tão reclamona. — Ele continua passando aquilo na minha perna — e por que a Kate lhe mandou buscar as minhas roupas, o que você fez?

Ele aperta minha coxa levemente enquanto limpava o local. Foi o suficiente para uma onda de calor passar pela minha espinha e chegar até minha parte íntima. Eu jamais pensei que poderia sentir calor naquele lugar. Jamais pensei que com apenas um toque um homem pudesse me levar a excitação, mas eu esqueci que era do Dominic Caccini que estávamos falando.

— Eu não sei, eu cheguei cedo, e ela me mandou buscar as roupas. — Viro minha cabeça para cima e fito o teto branco, mordo o lábio inferior tentando não focar na sua mão em mim.

— Eu vou resolver isso com ela. — Ele falou sério.

— Não, deixe isso para lá. Não quero que ela fique com mais raiva de mim.

Ele me encara, parecia estar pensando. Eu percebia seus dentes cerrando um no outro, fazendo com que seu maxilar ficasse ainda mais marcado.

— Você não estará sempre na recepção para me defender dela.

Ele aperta minha coxa com certa força, a ponto de afundar seus dedos no lugar. Mordi meus lábios com força. Apesar de ser apenas um arranhão, ele parecia tão focado no que fazia, tanto que suas sobrancelhas se juntavam enquanto ele analisava o ferimento.

— Tire o dia de folga, volte amanhã e essas coisas não irão mais acontecer. — Indagou em um tom compreensivo, me senti uma criança com a forma que ele me tratava.

— Eu posso continuar, foi apenas um arranhão. — Digo analisando o arranhão em meu joelho.

— Não, eu insisto. Vou pagar um táxi para você. Descanse, Olivia.

Como eu gostava de ouvir meu nome em sua boca. Ele faz até um nome simples como o meu virar poesia.

— Já que o senhor insiste.

Tento descer da mesa, mas estou com dificuldades, pois meu joelho parecia ter travado. Ele passa seus braços ao redor da minha cintura e me deixa no chão, nossas respirações se cruzaram. Nos encaramos. Meu estômago revirou. Aqueles olhos estavam devorando minha alma, sua expressão séria me causava calafrios, e, ao mesmo tempo, deixava minha calcinha em ruínas. Dominic ainda estava com o braço ao redor da minha cintura quando seu celular vibrou nos trazendo a realidade. Ele voltou a piscar e me largou no chão, não sei como tive forças para ficar de pé.

— Tenho que ir para minha sala. Vá para casa, Olivia.

Ele saiu me deixando completamente envergonhada. Por que eu estava me sentindo assim perto dele? Dominic era realmente tudo isso que as meninas falavam? O fato é: eu nunca tinha me sentido tão atraída por alguém, na verdade, ninguém haviam me deixado tão excitada com tão pouco. Tudo que Dominic fazia parecia tão sugestivo, tão convidativo, me perguntava se era apenas coisa da minha cabeça.

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