Eu ficava feliz em finalmente estar trabalhando em um lugar cujo o salário seria maior, mas ficar na recepção o dia inteiro deixava meus pés doloridos. No fim do expediente só queria ir para casa dormir. Sean não estava na rua, abri a porta e entrei rapidamente, não queria ter o desprazer de encontrá-lo. Me joguei no sofá observando o quadro de Abby no jardim de infância acima da TV de tubo. Ela era uma criança tão doce, lembro-me do dia que ela chegou com um passarinho com a asa quebrada, cuidou dele até o dia que soltou ele no central park, ela nunca perdeu essa essência e no que dependesse de mim ela seria mantida. Acordei com Abby em cima de mim. — Quem é Dominic? — Perguntou ela com a sobrancelha arqueada. — É seu namorado, Olivia? — Não! Como você sabe dele? — Eu passei aqui no seu quarto e você estava falando esse nome. — O que você está fazendo aqui?! — Jogo meu travesseiro em sua cara. — Estava vendo você sonhando com o seu namorado misterioso! — Ela zomba. Começou um
Me sentei a mesa junto dele. Dominic parecia satisfeito por conseguir o que queria, enquanto Teresa nos espiava de trás do balcão.— Você morou aqui em Nova York? — Perguntou-me.— Sim, moro aqui durante toda a minha vida. — Respondo. — É estranho você te ver sempre pelos arredores do Queens tantas vezes.Ele solta um "humpt" como se fosse óbvio, isso fez uma interrogação gigantesca aparecer na minha cabeça.Dominic sorriu, seu sorriso me quebrava inteira.— Negócios. — Ele toma um gole do café a sua frente, a essa altura já deveria estar frio. — Me fale sobre você, Olivia. — Por acaso essa é a entrevista de emprego cujo eu não fiz? — Uma linha se forma entre as sobrancelhas dele. — Desculpe, meus chefes não costumam me fazer tantas perguntas. Eu observo a mandíbula dele tencionar e seus dedos segurarem com mais força a xícara.— Não precisa me chamar de chefe quando estamos fora da empresa. — Desta vez minha mandíbula trava. De repente os olhos dele focam em algo atrás de mim, eu t
Fui para a empresa, lá vi que em dias de final de semana não são as mesmas pessoas, são outras totalmente diferentes.— Boa noite. — Digo a uma mulher que parecia simpática.— No que posso ajudá-la? — Ela olhou para mim com confusa. Decerto eu não estava com roupas adequadas, mas um vestido florido e uma jaqueta jeans, mas não era motivo de tanto desdém.— Desejo falar com o Dominic Caccini. — Digo sorrindo.A mulher me olha como se eu fosse uma maluca. — Sinto muito mais ele não está no momento, a senhorita Katherine pediu para que nós não o incomodasse durante esse fim de semana.— Você sabe me dizer onde ele está?— Senhora, a menos que você me diga quem é não tenho a permissão para falar nada. — Ela sorrir de uma maneira passiva-agressiva.Já não tinha mais o que falar. Fiquei com vergonha de dizer o motivo.— Está bem — continuo —, obrigada de qualquer forma.Talvez essa seria uma ideia ruim, eu poderia fazer isso na segunda-feira. Mas eu queria ver ele mais uma vez, de qualquer
Eu estava sem saída, meu chefe estava me colocando contra a parede, literalmente. Senti um calor subindo pela minha espinha, eu já estava ficando ofegante com aqueles olhos verdes me encarando enquanto ele estava apenas de toalha.─ D-dominic, pare com isso... ─ digo tentando afastar ele de perto de mim.─ Posso me divertir um pouco com você, Olivia? ─ Ele diz.De repente eu tinha apenas 14 anos. As mãos ásperas dele passando pelas minhas pernas. A voz, "seja uma boa menina, Olivia", ele dizia. Eu estava em choque e não conseguia gritar muito menos pedir socorro. Não pisquei e as lágrimas correram quentes pelo meu rosto. Eu era apenas uma criança.Dominic se afastou de mim com a sobrancelha franzida.─ Eu fiz algo de errado? ─ Ele perguntou se afastando.Ele me trouxe de volta a realidade e eu enxuguei meu rosto com a costa da mão.─ Não... você não fez nada. ─ Indago com dificuldade. Ele continuava me olhando assustado.─ Me desculpe, Olivia. Foi uma brincadeira de mau gosto.Ele des
Vanessa mandou mensagem lembrando termos um compromisso a noite.Eu não sabia se era certo sair para uma festa sabendo que a minha mãe estava acamada no quarto ao lado.Assim que tomei banho, sentei na borda da cama enquanto penteava meus cabelos, era estranho, eu me sentia estranha por dentro.Solto um longo suspiro.Fui até o armário procurar algo para vestir, tinha roupas velhas que eu usava no dia a dia. Peguei meu melhor vestido e vesti, estava como sempre. Olhei o reflexo do meu rosto no espelho, nem mesmo quilos de maquiagem cobririam essas olheiras.Vanessa chegou com uma mala nas mãos.— Veio de mudança? — Pergunto rindo.— Não, só estou preparada. Vamos começar a nos arrumar?Abro os braços, ela olha para mim incrédula.— Mas eu já estou pronta.— Amiga, eu até gosto do seu estilo menina virgem, mas hoje não vai rolar. Vamos à uma festa!— E no que você está pensando? — Pergunto receosa.— Se deixar, você verá.Vanessa começou a me arrumar, passou corretivo, base, pó compact
Meu peito descia e subia com rapidez, tentava não olhar para ele, meus sentidos não funcionavam perfeitamente por conta do álcool. Um minuto naquele banheiro parecia uma hora. Ele aproveitou a situação para me apertar mais contra seu peitoral.Depois que a pessoa sai do banheiro, somos finalmente livres. Apoio uma das minhas mãos na pia e suspiro.— Essa foi por muito pouco. O que você estava fazendo aqui? — Pergunto limpando o batom borrado em minha boca.— Estava em reunião com uns acionistas, quando uma mulher muito bonita, de cabelos castanhos, chamou minha atenção. — Disse limpando sua boca borrada de batom.Ele me achava bonita? Foco, Olivia.— Entendi. — Me belisco para saber se aquilo tinha mesmo acontecido. — Apenas vamos esquecer tudo o que aconteceu, está bem? Amanhã você continuará sendo meu chefe e eu sua funcionária.— Mas você irá? — Seu olhar percorre o meu corpo. — Eu não pude evitar, não consigo mais. Não consigo mais fingir que estou louco para fodê-la.— Você é mal
Nos últimos dias minha rotina anda mais corrida que o normal, já se passou 1 mês desde que recebemos a notícia.Abby estava cada vez mais rebelde, semana passada ela não entrou na escola porque queria ficar mais tempo com seu namorado, não sabia se esse namoro estava fazendo bem para o seu futuro, mas não quero ser uma mamãe proibindo ela de namorar. Possivelmente era reflexo de tudo que passamos durante esse mês.Felizmente eu consegui pagar o dinheiro Sean, mas ainda estava recebendo ameaças, pois eu devia mais uma prestação. Minha mãe ainda está na UTI, o médico disse que é um verdadeiro milagre ela ainda estar viva. As contas estão chegando, com o salário do meu trabalho não consigo pagar um plano de saúde que cobre os medicamentos que a mesma está tomando. Não tínhamos dinheiro para nada, Abby comia na casa do namorado e eu quando dava.— Acalme-se, amiga. Vai ficar tudo bem. — Vanessa se senta ao meu lado.— O banco vai tomar minha casa. — Você vem morar comigo, há um quarto so
Saí da sala com os olhos cheios, me doía considerar aquela opção depois de tudo que aconteceu comigo, de tudo que ouvir do Sean. Como eu pude ser tão burra para acreditar que ele gostava de mim? Ele gosta apenas do meu corpo magricelo e pálido. Não tive cabeça para continuar a trabalhar, saí sem me importar com a minha demissão. Cheguei em casa e tive a surpresa de ver Abby e seu namorado aos beijos, eles estavam quase transando no sofá da sala.— Da para vocês dois pararem com isso?! — Esbravejo.Eles se espantam com a minha presença, Abby sai rapidamente do colo de Jeff e trata de arrumar os cabelos bagunçados.— Eu vou embora, amor. — Jeff indaga completamente envergonhado.— Acho melhor mesmo! — Eu me aproximo dele — E fique longe da minha irmã, seu pervertido. Olho para ela, estava com os olhos cheios d’água. Vou para a cozinha em busca de algum calmante em meio a pilha de remédios que a minha mãe costumava tomar todos os dias.— Você está querendo estragar minha vida? — Ela diz