O problema do Rodolfo é não gostar de conversar sobre seus sentimentos ou preocupações e frustrações; percebo que ele ainda é muito fechado, tanto que até hoje ele não falou sobre o que descobriu a respeito do Vinicius. Desci e preparei o café da manhã de Rodolfo, arrumando tudo em uma bandeja.— Ele não vai descer? — perguntei a Bruna, que parecia distraída.— Não quer... Aconteceu alguma coisa, Bruna? Depois que ele me trouxe para dentro, dormi profundamente, mas o Rodolfo está estranho.— Ele não te falou nada?— Não, por acaso você sabe de algo?— Não... não, ele deve ter dormido mal.— Bruna, olha para mim! — insisti.— O que foi, Letícia? Agora tudo que acontece é culpa minha?— Espero que realmente não tenha acontecido nada, Bruna. O Rodolfo está sendo muito tolerante com você; outra pessoa já teria te expulsado e jogado para fora da casa dele.— Por quê? Não fiz nada.— Você passou o endereço dele para o Vinicius e não venha me dizer que isso não é nada. Vou subir, arrume-se
— Nunca achei que ouviria isso da minha diaba desbocada — ele sorriu.— Me aceita como sua diaba?— Você não sai mais da minha vida, eu não permito — disse ele, alisando meu rosto. Aproximei minha boca e beijei sua bochecha, depois caminhei meus beijos até a sua boca e mordi seus lábios. Ele introduziu a língua em minha boca e me beijou com seu beijo devorador.— Diaba linda — ele sussurrou, mordendo minha orelha. Mas ouvimos batidas na porta e, por um instante, pensei que fosse Bruna, mas ouvi a voz de Dona Madalena.— Senhor Barros, a senhora Selena tentou falar com o senhor sobre o jato — informou ela.Rodolfo sorriu, levantou-se e foi até a porta, abrindo-a.— Está preparado?— Sim, senhor.— O que faremos com a Bruna? — perguntei a ele, sem saber o que fazer.— A enviamos para que o diabo a carregue.— Rodolfo, pare com isso — repreendi, e Dona Madalena sorriu discretamente antes de se pronunciar.— Sua irmã saiu de mala e cuia.— O que? Agora? — perguntei, preocupada.— Sim, ela
RodolfoLetícia não se cansava de vasculhar meu computador. Já tinha revirado tudo, tal era sua curiosidade. Até deixara seu celular em minha mão, e as mensagens do tal Vinícius não paravam de chegar.Quando a última mensagem chegou, perdi a paciência, pois ele pedia novamente para encontrá-la. Gravando um áudio, enviei:— É a última vez que vou te avisar, pare de enviar mensagens para ela, ou você terá problemas comigo. Não estou brincando, entendeu? — enviei isso enquanto ela notava que era no seu celular e me lançou um olhar surpreso.— Nem pense em reclamar — ela disse, dando de ombros e continuando sua investigação no computador. Seus olhos estavam fixos na tela, vasculhando cada vestígio que aparecia nas pastas. Embora eu guardasse minhas investigações em pastas ocultas, parte de mim torcia para que ela encontrasse algo e finalmente descobrisse quem realmente era o ex, um hipócrita que se fazia de bonzinho na frente dela e por trás era o maior safado. Infelizmente, tive que inte
Conhecendo os sogros— Filha, filha, meu Deus, minha filha, como está linda, meu amor! — As lágrimas escorreram nos olhos da mulher, que demonstrava imensa alegria ao ver a filha e muita emoção também. Ela envolveu Letícia em um abraço tão apertado que até eu me senti sufocado.— Que saudade, mãe! Vocês me fazem tanta falta. — Letícia e sua mãe continuaram abraçadas, a voz de Letícia saía embargada, e eu refletia sobre o quão difícil deve ser para ela, tão apegada e carinhosa, estar longe da família. Elas só se soltaram ao perceberem minha presença, dando a impressão de que eu era um poste ali parado.— Meu genro! — A mulher me olhou sorridente e acolhedora.— Mãe, este é Rodolfo, meu marido. Amor, esta é minha mãezinha. — Letícia falou empolgada, com um lindo sorriso, destacando a semelhança entre ela e sua mãe.— Olá, minha sogra, como está a senhora? — Abri os braços para acolhê-la e ela veio em minha direção, toda sorridente, e eu a recebi com um abraço carinhoso.— Que lindo, fil
LeticiaEstava feliz por rever meus pais, revisitar minha casa, e tudo aconteceu bem mais rápido do que eu imaginava. Minha mãe estava radiante, enquanto um lindo brilho emanava dos olhos do meu pai. Fiquei ainda mais feliz e confiante ao ver que ele aceitou bem o Rodolfo. Quando quer, meu pai pode ser bem reservado, mas Rodolfo não deu espaço para que ele se fechasse; vi o quanto ele se esforçava para alegrar meu pai. Percebi que ele ficou abalado quando chegamos, e me dei conta de como ele gostava de receber as pessoas no portão, e agora, estava simplesmente limitado a uma cama. Durante a viagem, senti medo de que tudo pudesse dar errado, temi que não nos comportássemos como um casal, mas já agimos naturalmente como tal, um casal cheio de defeitos, eu sei, mas não fingimos ser perfeitos. Agradeço por Rodolfo não me iludir; ele me mostra sua verdadeira natureza. Para mim, a realidade é melhor do que a ilusão de ter ao lado uma pessoa perfeita.Minha mãe preparava o jantar, mas Rodolf
Não há nada pior do que ser iludido por quem amamos, e eu amo meus pais. Não esconderei a verdade deles.— Ela não veio conosco, mãe; infelizmente, as coisas saíram do nosso controle. — Falo olhando diretamente nos olhos da minha mãe. Sei que ela me entende, conhece a mim e a Bruna como a palma de sua mão. Meu pai me lança um olhar atento, parecendo não compreender completamente. Minha mãe abaixa a cabeça, visivelmente abalada pelas minhas palavras.— O que aconteceu, filha? — Meu pai perguntou, sua voz carregada de preocupação.— Se quiserem, posso deixá-los para conversarem a sós? — Rodolfo oferece gentilmente.— Não, não é necessário, amor. — Olho para Rodolfo tranquilamente antes de responder a meu pai. — Pai, o senhor conhece a Bruna; quando ela se decide por algo, é difícil e impulsiva.— Sei, filha, mas sua irmã fez algo específico? — Ele insiste, ainda confuso.— O que ela fez, Letícia? — Minha mãe interrompe, claramente aflita. Respiro fundo antes de desabafar.— Ela e o Rodo
DespedidaDomingoPassamos o dia inteiro com meus pais. Tomamos um café da manhã bem reforçado; minha mãe faz questão de sempre ter fartura na mesa.Não sei como, mas Rodolfo conseguiu convencer meu pai a sair de casa. Ele disse que fazia questão disso. Minha mãe ficou muito feliz, já que há tempos ela não fazia um passeio. Penso que eles precisam mais disso, sair de casa, pois a vida deles já está bastante afetada pelos problemas de saúde. Ficar trancados em casa definha qualquer um.Realizamos um breve passeio pela cidade. Meu pai foi mostrando alguns lugares a Rodolfo, e depois concordou em almoçarmos em um restaurante. Almoçamos, comemos sobremesa e bebemos, conversando. Há muito tempo não via tanta felicidade nos olhos da minha mãe. Ela é a pessoa em casa que mais demonstra suas emoções, e ali percebi que estava muito feliz.Rodolfo incentivou meu pai a jogar bilhar, o que me permitiu conversar mais com minha mãe enquanto observávamos os dois.— A senhora está feliz? — perguntei
Visita ao ginecologistaHoje terei minha primeira consulta com a ginecologista. Espero poder voltar para a empresa à tarde, já que não fui de manhã. Estou tranquila para realizar os exames, pois sempre os fiz e nunca demonstraram nenhuma anomalia. Enquanto me arrumava, o segurança já me esperava.Quando desci para tomar café, me surpreendi: não esperava encontrar meus pratos preferidos no café da manhã. Havia bolo de fubá, queijo fresco, leite com achocolatado, além de pão de queijo. Fiquei espantada, pois o café da manhã de Rodolfo costuma ser bem diferente, sem nada disso. Rodolfo sempre me surpreendendo!Sentei para me alimentar, sorridente. Nossa noite foi maravilhosa; não tenho do que reclamar. Meu celular tocou, e ao olhar na tela, vi que era ele.**Ligação:**— Bom dia, diaba gostosa. — Sorri ao ouvi-lo.— Bom dia, Sr. Delícia. Que café da manhã delicioso! Você que providenciou?— Espero que não seja mais gostoso do que eu. — Ele falou com malícia.— Isso é difícil; acho que e