No entanto, uma pasta chamada "Nascimento Manu" me atraiu imediatamente. Abri-a e encontrei várias fotos de Manu ainda bebê nos braços de Rodolfo. As imagens eram tocantes, revelando a alegria genuína de Rodolfo ao olhar para a pequena. Meus olhos se encheram de lágrimas novamente, desta vez misturando admiração e dor ao perceber que talvez eu nunca pudesse vivenciar um momento assim. Meu coração apertou ao pensar que minha chance de ter um filho biológico era mínima, aumentando a sensação de vazio dentro de mim.De repente, a porta se abriu e vi Rodolfo entrar. Ele se aproximou rapidamente e abriu os braços; corri para o seu abraço.— Senti que você precisava de mim. — Ele disse, envolvendo-me em seus braços. Eu não consegui responder, apenas deixei que minha angústia se dissipasse, sentindo-me segura e protegida por ele. — Você está muito abalada com isso, não deveria se sentir assim.— Você ouviu meu áudio! — Exclamei surpresa.— Ouvi. Se soubesse que ficaria tão abalada, não teria
MotelRodolfo possui uma maneira singular e, de certo modo, insana de me arrancar dos problemas. "Não precisa pensar em mais nada, se não é isso que você quer, então não sei mais o que dizer!" Eu ouvia sua proposta e, surpresa, não conseguia conter um sorriso.— Quê? — exclamei, com um sorriso de incredulidade.— Vamos para um motel. Ou vamos ficar aqui choramingando — sugeriu ele, com um tom de desafio.— Proposta tentadora. Mas será que conseguirá chegar lá? — provoquei, fixando meus olhos nos dele, repletos de sedução.— Eu vou dirigir. Se você me deixar louco, podemos concretizar tudo dentro do carro — retrucou ele, a voz baixa e carregada de intenção.— Uma proposta bem indecente, não acha? — questionei, erguendo uma sobrancelha.— Muito, e atraente também — concordou ele, sorrindo enquanto mordia o lábio inferior. Saímos de casa e fomos para o tal motel que ele tanto queria visitar. Não era um lugar qualquer; fiquei boquiaberta ao entrar na suíte.— Chegamos sem indecências, amor
Encontro com Vinícius2 dias depois...Ontem, segui minha rotina e fui trabalhar como de costume, mas hoje a situação é diferente. Manu está em casa. Desta vez, sua mãe não está viajando nem nada parecido; ela mesma decidiu vir e pediu para que eu ficasse em casa. Rodolfo e eu nunca negamos nada à pequena. Ele até fez questão de esperar que ela chegasse para poder vê-la, o que mostra como ele tem se tornado mais afetuoso ultimamente, começando a expressar mais seus sentimentos.Juntas, decidimos fazer um bolo, e, claro, não economizamos no chocolate. Passamos o dia todo entre risadas e longas conversas, compartilhando momentos que só reforçam nosso vínculo.Em meio à nossa tarde de guloseimas, Manu, com aquele seu olhar curioso de quem não quer deixar nada passar, me perguntou:— Tia, mas por que você não pode me dar irmãos? — Ela levantou essa questão, pois tinha me visto fazendo alguns exames médicos e suspeitou que eu pudesse estar grávida.Eu respirei fundo, buscando manter a leve
LeticiaMarquei um encontro com Vinícius numa praça perto de onde moro em São Paulo, um lugar desconhecido para mim. Enquanto caminhava para lá, enviei uma mensagem para Rodolfo explicando o que estava fazendo, para evitar qualquer mal-entendido posteriormente. Avisei que estava a caminho do encontro com Vinícius apenas quando estava quase chegando ao meu destino.Optei por um local público para o encontro, não queria dar margem a especulações ou pior, fazer Rodolfo pensar que eu tinha algo a esconder. Queria apenas esclarecer as coisas, estou realmente cansada dessa situação.Ao chegar, Vinícius já estava lá, esperando.Sabe o que é olhar para alguém e não sentir absolutamente nada? Eu tentei encontrar algum resquício de sentimento, vasculhei minha memória, meu coração, mas nada encontrei. Vinícius, que já foi tão significativo, agora era apenas uma grande interrogação na minha vida. Jamais imaginei que isso aconteceria, especialmente com alguém com quem planejei casar e dedicar meu
EmbateAo processar a informação, não pude deixar de me decepcionar mais uma vez com minha irmã. Ela não tinha o direito de revelar isso ao Vinícius, sabendo especialmente o quanto esse contrato foi crucial, não apenas para mim, mas para toda a minha família. Meu pai, que sofria demais, foi um dos mais beneficiados. Bruna tem se mostrado muito inconveniente. Será que realmente conheço minha irmã?Enquanto tentava pensar em uma forma de corrigir meu erro, meu cérebro parecia ter congelado. Já antecipava a decepção de Rodolfo. Ele ficaria furioso ao saber que Vinícius conhece os detalhes do contrato, não por raiva gratuita, mas porque revelaria a muitos que nosso relacionamento poderia parecer uma farsa. Não que seja assim para mim, mas para quem descobre, parece um teatro. E sei que é por isso que Rodolfo sempre fez questão de manter isso em sigilo.Minhas pernas tremiam ao ouvi-lo. Senti-me ansiosa e entristecida ao escutar Vinícius me chamar de interesseira, algo que o Vinícius que e
Sofrimento de ViníciusViníciusQuando marquei o encontro com Letícia, estava convencido de que veria pelo menos um vestígio de carinho em seus olhos, talvez até um sinal de saudade e felicidade pelo nosso reencontro. Afinal, fazia dois anos que não nos víamos pessoalmente. Reconheço meus erros, mas insisto que tudo que fiz, fiz por nós, pelo amor que sinto por ela e pelo desejo de nos casarmos logo e construirmos a família que sempre planejamos. Aqui no Brasil, eu não tinha um bom emprego, não ganhava o suficiente para sustentar uma casa ou ajudar minha irmã devidamente. No começo, fui para o exterior também por necessidade de sobrevivência.Dediquei-me diariamente a ganhar euros para oferecer a ela o melhor, sempre pensando nela, até mesmo quando estava com uma senhora que me deu abrigo lá fora. Chamo-a de senhora porque ela é mais velha, com 45 anos, e posso dizer que ela é amável como Letícia, mas nunca conseguiu conquistar meu coração como Letícia o fez.No entanto, ao invés de e
DeclaraçõesRodolfoQuando cheguei à praça, aquele banana já estava lá, todo arrumado, mas de um jeito bagunçado, mexendo no celular. Sabe o que é sentir raiva só de olhar para uma pessoa? Era isso que eu sentia, sentado no carro, bebendo enquanto esperava pela Letícia. Cheguei a considerar a ideia de sair dali e dar uma surra naquele banana, para colocá-lo para correr, mas não fiz. Selena me convenceu a deixar que a Letícia colocasse um ponto final nisso. Não nego que a bebida já estava impedindo um derrame em meu coração, um derrame de decepção. Imaginava ela toda emocionada reencontrando-o. Minha mente é inútil quando se trata de sentimentos, só prevejo o pior. Queria ser tão bem-sucedido emocionalmente quanto sou financeiramente, mas infelizmente, não se pode comprar sentimentos. Mesmo assim, decidi que seria melhor lidar com a realidade; a bebida era apenas para manter a paciência e não mandar tudo pelos ares.Pedi a um dos meus seguranças que vestisse uma roupa comum e espalhass
11 MESES DEPOIS11 meses depois…Muitas coisas mudaram com o tempo, mas o laço que nos une apenas se fortaleceu. A vida, de forma quase inescapável, nos colou um ao outro. Hoje, percebo o quão difícil é ficar sem o Rodolfo, e felizmente, não estou sozinha nesse sentimento; ele retribui todo meu amor com ainda mais intensidade. Aprendi a amá-lo de uma forma que a simples ideia de viver sem sua presença me causa dor, incluindo até mesmo seu jeito mandão. Tornei-me uma mulher forte, uma companheira para todos os momentos. Nos últimos 11 meses juntos, fizemos várias viagens, mas a que mais me marcou foi ao Canadá. Foi uma viagem de lazer na qual levamos a Manu conosco. Nunca imaginei que conheceria países distantes, mas Rodolfo faz questão de me incluir em cada viagem, mesmo as de negócios, estendendo nossa estadia para aproveitarmos juntos. Não posso deixar de mencionar que nossa intensidade entre quatro paredes se mantém acesa, algo que ele, definitivamente, não me deixa esquecer.Deci