LeticiaEstava feliz por rever meus pais, revisitar minha casa, e tudo aconteceu bem mais rápido do que eu imaginava. Minha mãe estava radiante, enquanto um lindo brilho emanava dos olhos do meu pai. Fiquei ainda mais feliz e confiante ao ver que ele aceitou bem o Rodolfo. Quando quer, meu pai pode ser bem reservado, mas Rodolfo não deu espaço para que ele se fechasse; vi o quanto ele se esforçava para alegrar meu pai. Percebi que ele ficou abalado quando chegamos, e me dei conta de como ele gostava de receber as pessoas no portão, e agora, estava simplesmente limitado a uma cama. Durante a viagem, senti medo de que tudo pudesse dar errado, temi que não nos comportássemos como um casal, mas já agimos naturalmente como tal, um casal cheio de defeitos, eu sei, mas não fingimos ser perfeitos. Agradeço por Rodolfo não me iludir; ele me mostra sua verdadeira natureza. Para mim, a realidade é melhor do que a ilusão de ter ao lado uma pessoa perfeita.Minha mãe preparava o jantar, mas Rodolf
Não há nada pior do que ser iludido por quem amamos, e eu amo meus pais. Não esconderei a verdade deles.— Ela não veio conosco, mãe; infelizmente, as coisas saíram do nosso controle. — Falo olhando diretamente nos olhos da minha mãe. Sei que ela me entende, conhece a mim e a Bruna como a palma de sua mão. Meu pai me lança um olhar atento, parecendo não compreender completamente. Minha mãe abaixa a cabeça, visivelmente abalada pelas minhas palavras.— O que aconteceu, filha? — Meu pai perguntou, sua voz carregada de preocupação.— Se quiserem, posso deixá-los para conversarem a sós? — Rodolfo oferece gentilmente.— Não, não é necessário, amor. — Olho para Rodolfo tranquilamente antes de responder a meu pai. — Pai, o senhor conhece a Bruna; quando ela se decide por algo, é difícil e impulsiva.— Sei, filha, mas sua irmã fez algo específico? — Ele insiste, ainda confuso.— O que ela fez, Letícia? — Minha mãe interrompe, claramente aflita. Respiro fundo antes de desabafar.— Ela e o Rodo
DespedidaDomingoPassamos o dia inteiro com meus pais. Tomamos um café da manhã bem reforçado; minha mãe faz questão de sempre ter fartura na mesa.Não sei como, mas Rodolfo conseguiu convencer meu pai a sair de casa. Ele disse que fazia questão disso. Minha mãe ficou muito feliz, já que há tempos ela não fazia um passeio. Penso que eles precisam mais disso, sair de casa, pois a vida deles já está bastante afetada pelos problemas de saúde. Ficar trancados em casa definha qualquer um.Realizamos um breve passeio pela cidade. Meu pai foi mostrando alguns lugares a Rodolfo, e depois concordou em almoçarmos em um restaurante. Almoçamos, comemos sobremesa e bebemos, conversando. Há muito tempo não via tanta felicidade nos olhos da minha mãe. Ela é a pessoa em casa que mais demonstra suas emoções, e ali percebi que estava muito feliz.Rodolfo incentivou meu pai a jogar bilhar, o que me permitiu conversar mais com minha mãe enquanto observávamos os dois.— A senhora está feliz? — perguntei
Visita ao ginecologistaHoje terei minha primeira consulta com a ginecologista. Espero poder voltar para a empresa à tarde, já que não fui de manhã. Estou tranquila para realizar os exames, pois sempre os fiz e nunca demonstraram nenhuma anomalia. Enquanto me arrumava, o segurança já me esperava.Quando desci para tomar café, me surpreendi: não esperava encontrar meus pratos preferidos no café da manhã. Havia bolo de fubá, queijo fresco, leite com achocolatado, além de pão de queijo. Fiquei espantada, pois o café da manhã de Rodolfo costuma ser bem diferente, sem nada disso. Rodolfo sempre me surpreendendo!Sentei para me alimentar, sorridente. Nossa noite foi maravilhosa; não tenho do que reclamar. Meu celular tocou, e ao olhar na tela, vi que era ele.**Ligação:**— Bom dia, diaba gostosa. — Sorri ao ouvi-lo.— Bom dia, Sr. Delícia. Que café da manhã delicioso! Você que providenciou?— Espero que não seja mais gostoso do que eu. — Ele falou com malícia.— Isso é difícil; acho que e
No entanto, uma pasta chamada "Nascimento Manu" me atraiu imediatamente. Abri-a e encontrei várias fotos de Manu ainda bebê nos braços de Rodolfo. As imagens eram tocantes, revelando a alegria genuína de Rodolfo ao olhar para a pequena. Meus olhos se encheram de lágrimas novamente, desta vez misturando admiração e dor ao perceber que talvez eu nunca pudesse vivenciar um momento assim. Meu coração apertou ao pensar que minha chance de ter um filho biológico era mínima, aumentando a sensação de vazio dentro de mim.De repente, a porta se abriu e vi Rodolfo entrar. Ele se aproximou rapidamente e abriu os braços; corri para o seu abraço.— Senti que você precisava de mim. — Ele disse, envolvendo-me em seus braços. Eu não consegui responder, apenas deixei que minha angústia se dissipasse, sentindo-me segura e protegida por ele. — Você está muito abalada com isso, não deveria se sentir assim.— Você ouviu meu áudio! — Exclamei surpresa.— Ouvi. Se soubesse que ficaria tão abalada, não teria
MotelRodolfo possui uma maneira singular e, de certo modo, insana de me arrancar dos problemas. "Não precisa pensar em mais nada, se não é isso que você quer, então não sei mais o que dizer!" Eu ouvia sua proposta e, surpresa, não conseguia conter um sorriso.— Quê? — exclamei, com um sorriso de incredulidade.— Vamos para um motel. Ou vamos ficar aqui choramingando — sugeriu ele, com um tom de desafio.— Proposta tentadora. Mas será que conseguirá chegar lá? — provoquei, fixando meus olhos nos dele, repletos de sedução.— Eu vou dirigir. Se você me deixar louco, podemos concretizar tudo dentro do carro — retrucou ele, a voz baixa e carregada de intenção.— Uma proposta bem indecente, não acha? — questionei, erguendo uma sobrancelha.— Muito, e atraente também — concordou ele, sorrindo enquanto mordia o lábio inferior. Saímos de casa e fomos para o tal motel que ele tanto queria visitar. Não era um lugar qualquer; fiquei boquiaberta ao entrar na suíte.— Chegamos sem indecências, amor
Encontro com Vinícius2 dias depois...Ontem, segui minha rotina e fui trabalhar como de costume, mas hoje a situação é diferente. Manu está em casa. Desta vez, sua mãe não está viajando nem nada parecido; ela mesma decidiu vir e pediu para que eu ficasse em casa. Rodolfo e eu nunca negamos nada à pequena. Ele até fez questão de esperar que ela chegasse para poder vê-la, o que mostra como ele tem se tornado mais afetuoso ultimamente, começando a expressar mais seus sentimentos.Juntas, decidimos fazer um bolo, e, claro, não economizamos no chocolate. Passamos o dia todo entre risadas e longas conversas, compartilhando momentos que só reforçam nosso vínculo.Em meio à nossa tarde de guloseimas, Manu, com aquele seu olhar curioso de quem não quer deixar nada passar, me perguntou:— Tia, mas por que você não pode me dar irmãos? — Ela levantou essa questão, pois tinha me visto fazendo alguns exames médicos e suspeitou que eu pudesse estar grávida.Eu respirei fundo, buscando manter a leve
LeticiaMarquei um encontro com Vinícius numa praça perto de onde moro em São Paulo, um lugar desconhecido para mim. Enquanto caminhava para lá, enviei uma mensagem para Rodolfo explicando o que estava fazendo, para evitar qualquer mal-entendido posteriormente. Avisei que estava a caminho do encontro com Vinícius apenas quando estava quase chegando ao meu destino.Optei por um local público para o encontro, não queria dar margem a especulações ou pior, fazer Rodolfo pensar que eu tinha algo a esconder. Queria apenas esclarecer as coisas, estou realmente cansada dessa situação.Ao chegar, Vinícius já estava lá, esperando.Sabe o que é olhar para alguém e não sentir absolutamente nada? Eu tentei encontrar algum resquício de sentimento, vasculhei minha memória, meu coração, mas nada encontrei. Vinícius, que já foi tão significativo, agora era apenas uma grande interrogação na minha vida. Jamais imaginei que isso aconteceria, especialmente com alguém com quem planejei casar e dedicar meu